quarta-feira, 2 de julho de 2008

«Vinde a mim, todos que estais cansados e oprimidos e eu vos aliviarei»

Santo Agostinho (354-430), bispo de Hipona (África do Norte) e doutor da Igreja
Confissões, I, 1-5
«Tu és grande, Senhor e digno de louvor» (Sl 144,3). «Grande e poderoso é o nosso Deus, a sua sabedoria não tem limites» (Sl 146, 5), e no entanto o homem quer louvar-te, o homem que é apenas uma pequena parcela da tua criação, o homem que leva com ele por toda a parte a sua mortalidade, que leva com ele o testemunho do seu pecado e que reconhece que «tu te opões ao orgulhoso». Contudo, parcela insignificante da tua criação, o homem quer louvar-te. És tu quem o impulsionas a procurar a sua alegria no teu louvor, porque tu nos fizeste para ti, e o nosso coração não descansa enquanto não repousa em ti...«Louvarão o Senhor aqueles que o buscam» (Sl 21,27). Os que o procuram encontrá-lo-ão, e os que o encontram louvá-lo-ão. Portanto, que eu te procure, Senhor, invocando-te, e que te invoque, acreditando em ti! Porque tu nos foste revelado pela pregação. Ela invoca-te, Senhor, esta fé que tu me deste, esta fé que me inspiraste pela humanidade do teu Filho, pelo ministério do teu pregador. E como te invocarei, ó meu Deus e meu Senhor? Quando te invocar, pedir-te-ei para vires a mim. Mas há em mim um lugar onde o meu Deus possa vir, esse Deus «que fez o céu e a terra» (Gn 1,1)? Sim, Senhor meu Deus, há em mim alguma coisa que te possa abarcar? O céu e a terra que tu criaste, e nos quais me criaste, podem conter-te?... Dado que eu mesmo existo, posso eu pedir-te que venhas a mim, eu que não existiria se tu não existisses em mim?...Quem me concederá que repouse em ti? Quem me concederá que venhas ao meu coração, que o entusiasmes para que eu esqueça os meus males e possa escutar-te, a ti, meu único bem? Quem és tu para mim? Tem piedade de mim, para que eu possa falar. Que sou eu a teus olhos, para que tu me mandes amar-te?... Na tua misericórdia, Senhor meu Deus, diz-me o que é que tu és para mim. «Dizei à minha alma: eu sou a tua salvação» (Sl 34,3); que eu o perceba. Aqui está a orelha do meu coração à escuta diante de ti. Senhor, faz com que ela te oiça, e «dizei à minha alma: eu sou a tua salvação». Eu quero acorrer a esta palavra e apreendê-la finalmente.

14° Domingo do Tempo Comum (www.ecclesia.pt)

A liturgia deste domingo ensina-nos onde encontrar Deus. Garante-nos que Deus não se revela na arrogância, no orgulho, na prepotência, mas sim na simplicidade, na humildade, na pobreza, na pequenez. A primeira leitura apresenta-nos um enviado de Deus que vem ao encontro dos homens na pobreza, na humildade, na simplicidade; e é dessa forma que elimina os instrumentos de guerra e de morte e instaura a paz definitiva. No Evangelho Jesus louva o Pai porque a proposta de salvação que Deus faz aos homens (e que foi rejeitada pelos «sábios e inteligentes») encontrou acolhimento no coração dos «pequeninos». Os «grandes», instalados no seu orgulho e auto-suficiência, não têm tempo nem disponibilidade para os desafios de Deus; mas os «pequenos», na sua pobreza e simplicidade, estão sempre disponíveis para acolher a novidade libertadora de Deus. Na segunda leitura, Paulo convida os crentes – comprometidos com Jesus desde o dia do baptismo – a viverem «segundo o Espírito» e não «segundo a carne». A vida «segundo a carne» é a vida daqueles que se instalam no egoísmo, orgulho e auto-suficiência; a vida «segundo o Espírito» é a vida daqueles que aceitam acolher as propostas de Deus.

14° Domingo do Tempo Comum (Pe Carlo)

Frequentemente, ao ler os Evangelhos, nos confrontamos com gestos que Jesus cumpre, com palavras que ele dirige aos discípulos ou à multidão, com atitudes e decisões que toma servindo ao Reino... Muitas, muitas são as coisas que nos falam do Senhor. Desta vez o Evangelista nos faz chegar perto do seu coração, daqueles afetos da alma que não são perceptíveis a todos, principalmente se a ótica coma qual se vê Jesus é aquela de um líder religioso, de um iluminado, de um filantropo. Não interessa, hoje, nada disso. O que hoje está no centro é Ele, seus sentimentos, seu coração. É essencial que, humildemente, nos coloquemos nesta dimensão que o Evangelista nos propõe, pois somente se ama uma pessoa quando se conhece por inteiro e não tão somente por aquilo que ela faça ou deixe de fazer. Conhecer a Jesus é o primeiro passo para aprender a amá-Lo. Vejamos de nos aproximar da leitura com um pouco de cuidado pedindo ao Espírito que nos dê o dom de sentir em nosso coração o coração de Jesus.
O trecho se apresenta, à primeira vista, como um desabafo de Jesus, a sós com Deus num daqueles momentos em que tudo o que corre ao redor parece estar bem longe... é certamente um momento de profunda intimidade, de comunhão da alma.
Podemos ver também um segundo aspecto: considerar a narração como um daqueles momentos em que se faz uma pausa como que puxando as redes da pescaria. É possível que seja este último aspecto o interesse da narração? Com certeza uma leitura superficial nos pode conduzir neste rumo de modo que sejamos levados a interpretar o fato como um balanço que Jesus fez e, conseqüentemente, a tirar disto um moralismo pouco produtivo. As deduções decorrentes provavelmente não passariam da deprecação dos “sábios” e exaltação dos “pequenos”. Obviamente não podemos deixar de encontrar uma parte de verdade em tudo isso mas, se assim fosse, se se tratasse simplesmente de um balanço ou de uma constatação que Jesus fez depois de ter anunciado com palavras e atos o Reino, como se explicaria a sua exclamação? O que estaria na base daquela “surpresa” que deu origem à expressão enfática de Jesus? Um texto paralelo de Lucas é ainda mais preciso quanto a isto: «exultou no espírito» (Lc. 10,21). Um balanço e uma constatação não justificam o modo de falar de Jesus, ainda mais se o balanço é, à primeira vista, negativo. Deve existir algo além disso.
Alguns versículos anteriores -deste capítulo- descrevem três efeitos da pregação de Jesus os quais, com certeza, formaram o precedente que originou o que lemos. Jesus havia percebido que a sua palavra não estava sendo aceita por aqueles que, teoricamente, deviam estar mais prontos, isto é os piedosos, os homens de bem, os “exemplos” de verdadeiros Judeus. A esta decepção se acrescentava aquela da cruel dúvida que assolava o seu próprio primo, João Batista, o qual ainda enviara mensageiros para perguntar: «É você “aquele que deve chegar” ou precisamos esperar mais um outro?». E mais ainda, até as pessoas comuns estavam insatisfeitas e desconfiadas quanto a Jesus pois, enquanto João era considerado um asceta que «não come nem bebe» -o que significaria: “um tipo estranho...”- Jesus, «que come e bebe» e, pior, é «amigo dos pecadores» é sem dúvida mais estranho ainda…
O Exclamar de Jesus se torna mais compreensível se considerarmos que o verbo usado pelo Evangelista (exomologew) para descrever Seu sentimento, que traduzimos comumente com «bendito sejas», significa “se alegrar por reconhecer”. A alegria de Jesus é associada então ao fato de que Ele reconhece alguma coisa que O deixa feliz. O quê? O atributo que Ele aplica ao Pai, isto é: «Senhor do céu e da terra», nos coloca no caminho certo.
Ao ver a reação à sua pregação, invés que cair numa atitude depressiva, negativista, própria de quem espera um resultado que não veio, Jesus se alegra porque reconhece em tudo isto o típico modo de agir do Pai. Aquilo que para a “sabedoria comum” deveria ser interpretado como um insucesso, na verdade, para quem tem comunhão profunda com Deus, só pode ser visto como um traço próprio do Seu agir, como uma característica que indica realmente que o Reino está sendo progressivamente semeado entre as pessoas. A exclamação poderia, então ser expressa deste modo: “É mesmo do seu feitio tudo isto!”, “Eu te reconheço, Pai”, “É você agindo…”. É como se de repente o que não aparentava ter sentido, o adquirisse plenamente.
Como é difícil pensar assim para nós! Tão acostumados a julgar as coisas pelos seus resultados e pior, conforme aquilo que nós achamos devam ser os resultados. Jesus reconhece que é o Pai agindo quando a satisfação humana não encontra o seu apagamento, quando no coração triunfa a liberdade também quanto aos resultados. Como é difícil não estagnar na consideração do insucesso não esperado! Talvez possamos ouvir também para nós o apelo de Jesus: «aprendei»! Mas isto exige um longo, longo caminho de comunhão com Deus para podermos reconhecer a Sua ação quando tudo parece dizer o contrário. Poderíamos pensar na mais profunda maturidade espiritual de Paulo que se expressa com palavras como: «quando sou fraco então é que sou forte» (2Cor. 12,10) ou «Fui crucificado com Cristo, não sou mais eu quem vive, mas Cristo vive em mim» (Gal. 2,20); estamos aqui diante de um homem livre! Um coração que construiu passo-a-passo a comunhão com Deus, sabe reconhecer a Sua “mão”, como se sabe reconhecer um artista de um outro, um vinho de um outro… e isto é que é impossível para quem é alheio ao assunto ou trata a relação com Deus de modo superficial. Deus é «Senhor do céu e da terra», o que significa: além do pensamento e comportamento humano. Assim é Seu estilo de conduzir as coisas. Evidentemente quando formos incapazes de construir pacientemente uma autêntica vida de amizade com Deus, os resultados negativos sempre serão tão somente resultados negativos, sem sentido, fontes de frustração e incertezas. A comunhão com Deus nos faz dizer: “é aqui que você age, Senhor. Te dou graças”.
O texto nos indica mais um elemento fundamental para o caminho da fé.
Quando ouvimos proclamar o Evangelho nas celebrações quase sempre ouvimos esta expressão: “naquele tempo…”; nestes casos é uma introdução artificial da liturgia para dar início à leitura. No entanto não é assim para o texto de hoje, pois este começa exatamente assim: «Naquele momento». Aparentemente poderia significar a mesma coisa, tanto que alguns traduzem: “naquele tempo”; mas não é assim. A primeira forma somente indica um dato temporal, a segunda indica a “qualidade” do momento, ou seja, o que está por detrás do tempo entendido como horas. Quando dizemos “naquele momento” supomos, ou deixamos entender, que algo diferente aconteceu, algo mudou. Para indicar um tempo “prenhe”, “denso de sentido”, os Escritos do Novo Testamento usam a palavra “kairoς” (kairos). Foi com esta expressão que o Anjo se apresentou a Maria dando início a um novo “tempo”. Ora, aqui já podemos encontrar mais uma indicação preciosa para o nosso caminho de fé: o tempo que nos é dado possui duas dimensões, aquela que todos vêem e podem medir e aquela que nem todos podem ver e medir. O tempo é um lugar onde Deus se deixa encontrar. Mas isto acontece uma vez que aprendemos a arte de contemplar, contemplar a Sua ação. A contemplação cristã não é um perder-se no vazio indeterminado, numa vaga e etérea sensação que nasce e morre dentro de nós mesmos. Ao contrário, é aprender a “reconhecer” -como Jesus fez- Deus enquanto age, enquanto vêm a mim num momento “denso”, “especial”, feito de eventos históricos, fatos, situações. É valorizar ao extremo cada situação, pois é esta e não outra imaginária ou esperada, que me faz encontrar e reconhecer Deus. Não é alienação, nem fuga da realidade, ao contrário, é levar a sério o que acontece, pois é isto que faz reconhecer a Sua presença e exultar por ter re-encontrado Deus cada vez.
«Aprendei» torna a dizer-nos Jesus, não é algo que se improvisa!
Mas, como “aprender”?
Eis que vem em nossa ajuda mais uma expressão de Jesus que traduzimos: «de mim». Com certeza é uma maneira possível; considerando este modo, Jesus se apresenta como exemplo, um exemplo a ser imitado nas características apontadas logo em seguida. Contudo, creio que seja mais significativo e esclarecedor para nós se dermos mais ênfase àquela expressão que está na base desta tradução: “através de mim”, “comigo”, “após mim” (em grego: ef umaς). Assim, Jesus nos sugere que se aprende a contemplar, a reconhecer a presença do Pai que age, ficando, seguindo o próprio Filho. Caminhando se aprende a andar, nunca se aprende a lógica divina permanecendo fechados em pensamentos e lógicas que não saem dos nossos critérios ou que têm estes como pontos últimos de referência.
Estar com Jesus.
A decisão de permanecer fiel quando não se entende de imediato o sentido de uma coisa, aos poucos gera dentro do nosso coração,imperceptivelmente, os mesmos sentimentos que o Filho tem para com o Pai. Ensina uma lógica nova incompreensível para a razão, mas cuja presença todos podem perceber. Viver contemplando o mundo dos homens transforma o mundo dos homens no mundo de Deus.

DOMINGO XIV (mercaba.org)

La nueva vida (2ª lectura del domingo pasado) que hemos recibido es una vida «en el espíritu», es decir, según el hombre renovado por la acción del Espíritu de Dios que habita en nosotros. El Espíritu de Dios es también el Espíritu de Cristo, pues es el Espíritu que el Señor Jesús envía y que nos une a él para formar con él un solo cuerpo.
Pero nuestra vida, a diferencia de la vida de Jesús resucitado, es aún una vida en esperanza que camina a su plenitud alentada por el mismo Espíritu, fuerza de Dios, que se manifestó en la gloria de la resurrección de Jesús.
Es necesario que hagamos sitio en nuestra vida para el Espíritu de Dios. Si nos dejamos llevar por el Espíritu, seremos efectivamente hijos de Dios. Y si somos hijos, también seremos herederos de aquella gloria que ya posee Cristo, el Señor, que es «primogénito entre muchos hermanos» (Rm 8, 29).
A simple vista, pudiéramos pensar que Pablo distingue entre dos clases de hombres: los que sirven a la «carne» (los infieles) y los que recibieron el Espíritu de Dios (los fieles). Pero San Pablo amonesta precisamente a los fieles, en los que supone que «habita el Espíritu de Dios» (v. 11), para que no vivan «según la carne» (v. 13). Esta amonestación a los fieles sólo puede explicarse si entendemos que la frontera que separa el ámbito influido por la «carne» del ámbito influido por el Espíritu de Dios, pasa por el corazón de cada uno de los creyentes, comprometiéndolos en un conflicto interior. No se trata, pues, de dos clases de hombres, los buenos y los malos, sino de la división que padece el hombre en sí mismo. El cristiano, conducido por el Espíritu, ha de operar su salvación día a día y dar muerte a las obras del cuerpo, de la «carne», para resucitar con Cristo a una vida eterna según Dios.
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Jesús acaba de fracasar en una serie de ciudades de Galilea, su patria. Allí ha realizado numerosos milagros, pero no ha hecho brotar la conversión ni la fe. Y a pesar de su fracaso -es preciso observar la paradoja- Jesús prorrumpe en una acción de gracias: «Te doy gracias, Padre, porque estas cosas se las has revelado a la gente sencilla». Sólo la gente sencilla, los que no tienen doblez, los de corazón ancho, los que no tiene ánimo de complicar las cosas, los que ellos mismos no están complicados con las cosas, los abiertos, los limpios de corazón, los pobres, los disponibles, etc., sólo esos acogen el Reino que Jesús anuncia.
Los sencillos son aquellos que interpretan la vida y la historia como un viaje con Dios a lo largo del cual Dios puede ir educándoles. Un tránsito desde lo que son a lo que tienen que ser, con la seguridad de que, pase lo que pase, Dios siempre estará a su favor. Que ocurra lo que ocurra, siempre hacen, porque pueden y deben, una lectura positiva que les ayuda a crecer en santidad.
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«Cargad con mi yugo». Se aplicaba esta imagen a la ley judía. Sabemos que era insoportable, con sus 643 preceptos, que nadie podía cumplir, y apenas saber. Más insoportable aún por el rigor de su interpretación, como se prueba en lo relativo a las purificaciones, ofrendas y sacrificios, descanso del sábado. Jesús se compadece de los que soportaban este yugo deshumanizador. Por eso dice: «venid a mí». Yo os quito ese yugo que os fatiga. Yo pongo sobre vuestros hombros otro yugo que os libera. Yo os quito esa carga que os deprime. Yo echo sobre vuestras espaldas una carga que os fortalece. Mi yugo y mi carga, mi ley es una sola: el amor.
Los «cansados y agobiados» son todos los que se afanaban inútilmente en el cumplimiento de la Ley y de las tradiciones de los judíos. Los fariseos imponían a la gente sencilla un fárrago de leyes y obligaciones que ellos mismos no podían soportar y no cumplían (23, 2-4). De esta manera, lo único que conseguían era atormentar las conciencias y dominar sobre los que se sentían culpables. Jesús quiere ser un alivio para todos estos. El había dicho que la ley es para el hombre y no a la inversa («No es el hombre para el sábado, sino el sábado para el hombre»), y en muchas ocasiones contesta con obras y palabras al legalismo de los fariseos. Sin embargo, este alivio es a su vez un yugo, sólo que mucho más ligero, porque es el yugo único del amor. Y es «suave» porque el mismo Jesús lleva ese yugo como ningún otro.
-La carga del amor. El amor es el peso menos pesado. Es peso, porque te fuerza, porque echa sobre ti los pesos de los otros, porque te compromete, te responsabiliza y, a veces, te tritura. Pero es el peso menos pesado, porque te regala una energía inmensa, porque es más fuerte que la muerte, porque te sientes feliz y gratificado. El que ama se transciende.
«Cargad con mi yugo, cargad con mi amor. Nada tan pesado como el amor, pero nada tan ligero como el amor, «Amor meus, pondus meum». El amor es el peso de nuestro corazón. Mi amor es mi peso, pero es también mi estímulo, mi alimento, mi gozo, mi fiesta, mi perfume y mi fuerza». Luz, voz, fragancia, alimento y deleite de mi hombre interior» (San AGUSTIN, Confesiones, X,6,8).
Esta es la única carga indispensable. Por eso Jesús, en la despedida de sus discípulos, les habla de guardar su palabra y de vivir en el amor. «El que me ama guardará mi palabra, y vendremos a él y haremos morada en él». Fijaos qué carga, infinita y llevadera a la vez: el que ama carga con Dios. Dios, nuestro único peso y la fuerza para sobrellevar todos los pesos. Dichoso el que va siempre con esta carga divina.
Subyugados. Se trata, sobre todo, de cargar con el yugo de Jesús. Mejor dicho, se trata de dejarse subyugar por Cristo y el evangelio. Esta palabra -subyugar- expresa a las mil maravillas el profundo sentido evangélico de las palabras de Jesús, pues cuando el yugo es el amor, el único que puede cargar con el yugo es el enamorado. No se trata en consecuencia de cargar con nada, sino de hacerse cargo del amor de Dios para realizarlo en y con los hermanos, con todos los hombres. Sabéis muy bien que, para el que ama, todas las obligaciones están de más. No hace falta que nadie le diga qué tiene que hacer, pues se lo dicta su corazón. Y también sabéis que, cuando falta el amor, todas las leyes son insuficientes. Por eso el evangelio es algo muy sencillo, tan sencillo como amar. Y por eso es sólo para gente sencilla, para los que se dejan llevar del amor: enamorarse y no especular con los sentimientos. Ser cristiano es dejarse llenar del amor de Dios y rebosarlo en los hermanos. Eso es todo.
Una de las invitaciones más cordiales del Evangelio: «Venid a mí...» Una invitación conmovedora. No es complicado. Es cuestión de sencillez, de dejarse arrebatar por la persona de Cristo. Y, para que no todo quede en bellas palabras, valdría la pena meditar esta semana sobre este evangelio. Convertirlo en oración personal. Hacer el propósito de confiar a Cristo las preocupaciones, las fatigas, los desencantos, las trabas de la vida... Aprender a encontrar algún momento diario de silencio para confiarse al Señor a través de la contemplación de su existencia reflejada en los evangelios.

14° Domingo do Tempo Comum (Pe Antônio Geraldo Dalla Costa)

"Os Humildes"

O Mundo de hoje se preocupa em mostrar
a grandeza dos Poderosos.
Deus demonstra a grandeza dos Humildes.

As Leituras Bíblicas confirmam essa verdade.

A 1a Leitura descreve o regresso do Rei vitorioso a Jerusalém. (Zc 9,9-10)

O povo aguardava uma entrada triunfal do rei e
o profeta Zacarias anuncia uma entrada humilde e pacífica,
montando não um cavalo de guerra, mas um jumento.

* Esta profecia faz lembrar a entrada de Jesus em Jerusalém.
O povo esperava um Rei messiânico poderoso.
E Jesus não se impõe pelo luxo ou pela força de um exército poderoso,
mas montando um jumentinho, levando a todos a paz.
Com este gesto, provará que conquistará o coração dos homens,
com o seu amor... não pelas armas.

Na 2ª Leitura, São Paulo ensina que a vida "segundo a carne" gera morte;
e que a vida "segundo o Espírito" gera vida. (Rm 8,9.11-13)

O Evangelho narra o retorno dos Apóstolos
da 1a Missão Apostólica. (Mt 11,25-30)

- Os Apóstolos voltam cansados, mas alegres e exultantes,
por terem expulsado até os demônios.
- Jesus os escuta com muita atenção e interesse:
muitos aceitaram sua pregação... outros não...
- Jesus faz uma oração de louvor, porque a proposta de salvação
encontrou acolhimento no coração dos humildes:
"Eu te bendigo, Pai, Senhor do céu e da terra,
porque escondestes estas coisas aos sábios e inteligentes
e os revelastes aos pequeninos."

* Os Grandes e poderosos, os sábios e inteligentes não perceberam
a presença do Reino de Deus e não acolheram a sua mensagem...
Eram os escribas e fariseus, versados no conhecimento da Lei e da Religião,
mas orgulhosos e insensíveis a tudo o que não se acomodasse
ao seu modo de pensar e de agir.
Os Pequenos, os pobres, os humildes, os marginalizados
estes sim acolheram com entusiasmo a sua palavra e o seu Reino.
Só conhece Deus quem é simples e humilde e está disposto a seguir Jesus
no caminho da entrega a Deus e da doação de vida aos homens.

+ E Jesus acrescenta: "SIM PAI, porque assim foi do teu agrado" :

Oração despercebida, mas lema de vida para muitos (inclusive meu)...
- Sim Pai: atitude de Cristo: sua vida foi um contínuo SIM PAI...
- mesmo agora que desejava que todos acolhessem a boa nova...
- no horto das Oliveiras...
- no Pai Nosso...

- Sim Pai deve ser também o nosso caminho da Salvação.
É a vontade de Deus, vivida como se manifesta a cada momento...
Dizendo Sim Pai, algo maravilhoso vai acontecer.
Será o princípio de uma vida nova e a origem de um novo amor.
- Quem vive esse SIM PAI: encontra a Paz, que Cristo veio trazer.

+ E Jesus faz um CONVITE:
"Venham a mim todos vocês que estão cansados de carregar
o peso do seu fardo, e eu lhes darei descanso...
porque a minha carga é suave e o meu fardo é leve".

Jesus convida os "casados". Eles são muitos hoje entre nós...
Na vida quanta miséria humana: quantos problemas, quantos sofrimentos
quanta desilusão e quanto amor negado!
Há problemas que não tem solução, há dor que nenhum analgésico cura,
há escuridão onde a luz não penetra!
Cansados e aflitos são todos os que sofrem na vida.
São os pobres de Deus, aos quais Jesus dirige sua alegre notícia
e entre os quais ele se sente como um deles:
"Venham a mim vocês todos que estão cansados... e eu os aliviarei..."

Que riqueza a mensagem da Palavra de Deus desse domingo!
Vamos acolhê-la em nosso coração com simplicidade e humildade...
Se alguma coisa nos pesa na vida, depositemos a nossa confiança no Senhor...
Só ele poderá aliviar o peso de nossos sofrimentos...

Quando os planos de Deus não correspondem àqueles que nós desejaríamos, rezemos com generosidade: "SIM PAI, porque assim foi do teu agrado..."
Estou convencido que muito mais Paz começará a reinar em nosso coração...

Jesus manso e humilde de coração,
fazei o nosso coração semelhante ao vosso !

CANTO: Vinde a mim, se estais aflitos...
Pe. Antônio Geraldo Dalla Costa

DOMINGO 14 del Tiempo Ordinario - Ciclo "A" -

Hoy tenemos en el Evangelio uno de los pasajes más preciosos... y tal vez uno de los menos aprovechados: es aquella oración en que Jesús clamaba así al Padre Celestial: “¡Te doy gracias, Padre, Señor del Cielo y de la Tierra, porque has escondido estas cosas a los sabios y entendidos, y las has revelado a la gente sencilla! Gracias, Padre, porque así te ha parecido bien.” (Mt. 11, 25)
Sí, al Padre le ha parecido mejor esconder las cosas de su Reino -esconder su Sabiduría- a los sabios, a los cultos, a los racionalistas, a los que no creen en nada que no sea comprobable, a los que necesitan “ver para creer”. Y, por el contrario, sí se las ha revelado a la gente sencilla, a los que creen no saber mucho o tal vez no saber nada, a los que están prestos a ser enseñados por el Espíritu Santo, a los que saben que nada saben que no les venga de Dios, a los que saben que nada son ante Dios. A ésos sí les revela el Padre sus secretos.
Conocida esta oración del Señor, no sorprende, entonces, que San Pablo, dirigiéndose a los griegos, quienes se dedicaban con mucho ahínco a la búsqueda del saber humano, les dijera esto: “Si entre ustedes alguno se considera sabio, según los criterios de este mundo, considérese que no sabe, y llegará a ser verdadero sabio. Pues la sabiduría de ese mundo es necedad a los ojos de Dios” (1 Cor. 3,18-20). Luego pasa a citar frases del Antiguo Testamento: “Dios atrapa a los sabios en su propia sabiduría ... El Señor conoce las razones de los sabios, y sabe que no valen nada” (Job 5, 13 y Sal. 94, 11).
¡Qué distinto ve Dios las cosas a como las vemos nosotros los humanos! Si alguno quiere ser verdadero sabio, que se reconozca incapaz de saber y de conocer por sí solo, que se reconozca insuficiente, que sepa que nada puede por su cuenta, porque ... querámoslo reconocer o no ... nada puede el hombre por sí solo. En esto consiste la “pobreza de espíritu”. Sólo los sencillos, los “pobres de espíritu” podrán conocer la verdadera “Sabiduría” -aquélla que viene de Dios. Es decir: podrán ver las cosas a los ojos de Dios, podrán ver las cosas como Dios las ve.
Aunque no forman parte de las Lecturas de este Domingo, para mejor entender esta oración de Jesús, vale la pena repasar el 1o. y el 2o. Capítulo de la Primera Carta de San Pablo a los Corintios. Al leer a partir de 1 Cor. 1, 17 hasta 2, 15, puede entenderse mejor la discrepancia, que -por cierto- no es mera diferencia, entre “saber humano” y “Sabiduría Divina”.
El “saber” humano logrado con el raciocinio, va en sentido contrario de la “Sabiduría” que viene de Dios. En estos Capítulos, San Pablo echa mano de algunos pasajes del Antiguo Testamento para descalificar el saber humano y realzar la “locura” de la humildad, de la debilidad, para realzar la “locura de la cruz”: todo un Dios, que es la Sabiduría perfecta se rebaja hasta morir fracasado en una cruz.
Es la descripción de Dios que leemos en la Primera Lectura tomada del Profeta Zacarías (Za. 9, 9-10). Un Dios, que siendo Rey, “viene humilde y montado en un burrito”. Y con esa humildad -continúa el Profeta Zacarías- “hará desaparecer los carros de guerra y los caballos de combate ... y su Poder se extenderá de mar a mar y hasta los últimos rincones de la tierra”.
Ese Dios humilde, que desea nuestra humildad y nuestra pequeñez, destruirá a los fuertes y poderosos que creen no necesitar a Dios porque creen bastarse a sí mismos. Si el Evangelio y las citas de San Pablo nos oponen el saber humano a la Sabiduría Divina, esta lectura del Profeta Zacarías opone el poder divino a la pretendida fortaleza humana.
Continuemos con San Pablo a los Corintios: “Como dice la Escritura: ‘Haré fallar la sabiduría de los sabios y echaré abajo las razones de los entendidos’ (Is. 29, 14). Sabios, filósofos, teóricos: ¡cómo quedan! ¿Y cómo queda la sabiduría de este mundo? ... Dios la dejó como tonta ... Porque la “necedad” de Dios es más sabia que la sabiduría de los hombres, y la “debilidad” de Dios es mucho más fuerte que la fuerza de los hombres ... Fíjense, hermanos, a quiénes ha llamado Dios. Son pocos los de ustedes que pueden considerarse cultos y son pocos los que son pudientes o que vienen de familias famosas. Pero Dios ha elegido lo que el mundo tiene por necio, con el fin de avergonzar a los sabios; y ha escogido lo que el mundo tiene por débil, para avergonzar a los fuertes. Dios ha elegido a la gente común y despreciada; ha elegido lo que no es nada, para rebajar a lo que es. Y así ningún mortal ya podrá alabarse a sí mismo delante de Dios ... La Escritura, pues, nos dice: ‘No se sientan orgullosos, más bien estén orgullosos del Señor’ (Jer. 9, 22) ... Yo mismo, hermanos, no llegué a ustedes con palabras y discursos elevados para anunciarles el mensaje de Dios ... me presenté a ustedes débil, inquieto y angustiado: mis palabras y mi predicación no tenían brillo ... Pero sí se manifestó el Espíritu de Dios con su poder, para que ustedes creyeran, y no ya por la sabiduría de un hombre, sino por el Poder de Dios ... Sólo el Espíritu de Dios conoce los secretos de Dios ... Hablamos, no con palabras llenas de sabiduría humana, sino aprendidas del Espíritu de Dios, para expresar las cosas espirituales en un lenguaje espiritual. El hombre que se queda en lo humano no entiende las cosas del Espíritu de Dios. Para él son necedad y no las puede entender, pues éstas sólo se pueden entender a partir de una experiencia espiritual ... ‘¿Quién ha conocido el pensamiento de Dios?’ (Is. 40, 13) Pues ... nosotros conocemos el pensamiento de Cristo”. (1 Cor. 1, 17-20 y 2, 1-15)
A esto precisamente se refiere el Evangelio de hoy al continuar así: “Nadie conoce al Hijo sino el Padre, y nadie conoce al Padre sino el Hijo y aquél a quien el Hijo se lo quiera revelar” (Mt. 11, 26-27).
Y ¿a quién quiere revelarse Dios? ¿A quién quiere revelar Dios sus secretos? No a los sabios, a los cultos, a los racionalistas. No. Dios se revela a los sencillos: a los que saben que no saben, a los que no necesitan pruebas, a los que se abren a las enseñanzas del Espíritu Santo.
Por eso nos dice San Pablo en la Segunda Lectura de hoy: “Ustedes no viven conforme al desorden egoísta del hombre, puesto que el Espíritu de Dios habita verdaderamente en ustedes. Quien no tiene el Espíritu de Cristo no es de Cristo” (Rm. 8, 9-13).
Pero debemos tener en cuenta de que para ser de Cristo no basta haber recibido su Espíritu en el Bautismo. Es necesario hacer crecer la Vida del Espíritu de Dios en nosotros, para poder actuar de acuerdo a ese Espíritu que nos inunda de Sabiduría Divina, y dejar así de seguir actuando de acuerdo a la sabiduría del mundo.
La Santísima Virgen María, modelo de humildad y de esa Sabiduría que viene de Dios, sabe que nada puede por sí sola. Por ello reconoce que, no ella, sino Dios, el Poderoso, “ha hecho grandes cosas” en ella. (Lc.1, 49)
Pequeñez. Sencillez. Humildad. Virtudes evangélicas necesarísimas, que nos llevan a ser pobres en el espíritu. Pero ¡qué lejanas están estas virtudes de lo que nuestro mundo actual -tan distinto de Dios- nos propone!
1) Ante la pequeñez espiritual del Evangelio, se nos propone el engrandecimiento de propio yo.
2) Ante la sencillez del Evangelio, se nos proponen los racionalismos estériles.
3) Ante la humildad del Evangelio, se nos propone la soberbia de lograr cualquier cosa con tan sólo proponérnosla.
4) Ante la pobreza en el espíritu del Evangelio se nos propone la auto-suficiencia y el engreimiento del ser humano.
Pero las proposiciones contenidas en la Palabra de Dios son para todos los tiempos. Y ésta nos aconseja reconocernos incapaces ante el Todopoderoso ... para poder llegar a ser sabios. Hacernos pequeños -necesitados como los niños ... para que Dios pueda crecer en nosotros. Hacernos humildes ... reconocernos que no somos nada ante Dios ... para poder ser engrandecidos por El.
Sólo así, podremos salirnos del grupo de los “sabios y entendidos”, a quienes le quedan escondidos los secretos de Dios y podremos, entonces, ser contados entre la “gente sencilla” a quienes el Padre revela sus secretos, los secretos de su Sabiduría.
La Segunda Lectura (Rm. 8, 9.11-13) nos recuerda nuestra futura resurrección, asegurándonos que el Espíritu Santo dará nueva vida a nuestro cuerpos mortales. Así como Cristo resucitó, también nosotros resucitaremos.
Adicionalmente San Pablo nos insta a dejar el egoísmo y las malas acciones. El egoísmo (la preferencia de nuestro “yo”) y las malas acciones (el pecado) están muy conectados, pues el pecado es básicamente egoísmo: anteponer nuestro “yo” al “Tú” de Dios, preferirnos a nosotros mismos antes que preferir a Dios. San Pablo nos asegura que tenemos todo el auxilio del Espíritu Santo, para dejar ese egoísmo que nos lleva al pecado.
Al comienzo de esta lectura, nos dice el Apóstol: “Ustedes no viven conforme al desorden egoísta del hombre, sino conforme al Espíritu, puesto que el Espíritu de Dios habita verdaderamente en ustedes”.
Y, vivir conforme al Espíritu de Dios, no solamente es dejar el egoísmo y el pecado, sino que es también vivir de acuerdo a la Sabiduría Divina. Para ello debemos aprovechar todas las gracias que el Espíritu Santo continuamente derrama en nosotros, para dejar de ser sabios y entendidos, y llegar a ser de la gente sencilla de la cual nos habla el Evangelio de hoy.
Con el Salmo 144 hemos implorado la misericordia del Señor en el responsorio: Acuérdate, Señor, de tu misericordia.