quinta-feira, 29 de maio de 2008

9° Domingo do Tempo Comum (Pe. Carlo)

O trecho do Evangelho que acabamos de ler encerra em Mateus uma coletânea de ensinamentos sobre o conjunto da fé cristã, chamada “Discurso da montanha” (Mt. 5-7). Com grande probabilidade esta longa coleção de palavras, nasceu da necessidade dos primeiros pregadores itinerantes que precisavam de um compêndio que recolhesse num único livrinho os ensinamentos de Jesus. Com estes pressupostos podemos entender mais facilmente a expressão: «estas minhas palavras», pois não se trata de preceitos ou regras que devem ser cumpridas, mas sim do conjunto da visão que Jesus tem sobre o mundo, as relações dos homens com Deus e as relações destes entre si. Trata-se de um todo, descrito com incrível acuidade nos seus pormenores, que nos permite penetrar a leitura do mundo e de sua história que Jesus têm e o seu estilo de encarnar o homem novo.
O processo do pensamento religioso de Israel, como também o de muitas religiões da época, dificilmente era capaz de superar a idéia de que, para ser justo diante de Deus e conquistar a vida eterna o essencial fosse seguir os preceitos e as regras que se encontram depositadas em livros ou na sua interpretação (por exemplo o Talmud). Com Jesus, porém, estamos diante de algo novo: se tentássemos organizar esquematicamente ou por assunto os ditos de Jesus, tentando extrair deles alguns princípios teríamos um trabalho muito pouco proveitoso e algumas surpresas, descobriríamos uma série de aparentes “incoerências”, de contradições etc. o que não acontece, por exemplo, com uma legislação. É bem aqui que está a novidade: a fé do discípulo de Jesus não se identifica com a obediência a normas, mas com a adesão a uma pessoa. Ora, uma pessoa é uma pessoa, não um tratado. A pessoa age movida por um valor que está na base da sua vida e que orienta tudo, palavras, atos e atitudes que às vezes parecem ser contraditórias... Uma pessoa é sempre um mistério indefinível, que não pode ser enquadrado em esquemas (esta foi a tentação de Davi, dos fariseus e rabinos e muitos outros como Judas o Iscariotes ou algumas visões de Jesus contemporâneas). Seguir a Jesus é, então penetrar o Seu mundo, o Valor que rege o sentido do Seu existir no mundo dos homens, a Sua relação com o Pai… Mas isto é impossível somente apegando-se a uma ou outra frase, como pretendem alguns que constroem a sua fé sobre palavras de Jesus isoladas completamente do conjunto. «Estas minhas palavras» não são as normas que Jesus dá, mas sim o caminho para poder penetrar o Valor, a motivação, o porquê… enfim a Sua «vontade», o seu “coração” – diria um hebreu.
A passagem que lemos se abre imediatamente com o alerta sobre um possível mal-entendido no qual pode cair um discípulo. São colocadas, uma diante da outra, duas situações; a primeira significada por estas palavras: «Nem todo o que me diz: Senhor, Senhor! entrará no reino dos céus» e a segunda com: «aquele que faz a vontade de meu Pai, que está nos céus». Entre uma e outra encontramos uma clara separação: «mas». Com a primeira Jesus não critica a dimensão da oração ou da vida interior, seria um grave engano interpretar assim o que Ele disse; não podemos encontrar aqui uma crítica ou uma oposição entre “espiritualidade” ou “prática” (como já aconteceu em certas épocas), mas sim um alerta contra a ilusão de que dizer «Senhor, Senhor» seja suficiente para «entrar» no onde está o coração de Jesus, entrar no Seu mundo. Jesus se limita em dizer: «nem todo aquele». O tipo de relacionamento que pressupõe esta maneira de agir é sem dúvida fundamental, pois não é possível que sejamos capazes de construir uma relação madura com Deus se não formos capazes de estabelecer uma relação de intimidade e profunda afetividade.Todavia o alerta de Jesus é sobre o perigo de que a oração não seja mais para Deus mas para nós mesmos, para ficarmos apaziguados com as sensações; e pior, quando estas não são mais capazes de satisfazer o nosso emocional pode existir o perigo de correr atrás de estímulos sempre mais diversos, esquisitos, que acabam alienando do mundo real quem que se achava “discípulo” de Jesus mas que na verdade corria atrás de si mesmo usando um Jesus imaginário.
O que resguarda o verdadeiro discípulo de Jesus deste risco?
A chave nos é oferecida pela segunda proposição: «Aquele que faz a vontade». Como primeiro ato, vamos nos livrar daquele preconceito materialista onde o “fazer” se reduz a um simples “aplicar”, “cumprir”; se assim fosse estaríamos novamente caindo na atitude de alguns judeus que Jesus tanto criticou. O Evangelista poderia ter usado vários verbos para indicar este “fazer”; alguns indicam o movimento das mãos (prassw), outros o esforço de construir (ergazomai) etc., no entanto a opção de Mateus para tentar expressar o que Jesus pensava se definiu na escolha de um verbo (poiew) que significa “dar forma”, “tornar visível”, “fazer com que exista, que possa ser apalpado”. Evidentemente isto dá uma conotação diferente a quanto lemos; e ainda mais quando descobrimos que Mateus usa o mesmo verbo usado no livro de Gênese, quando Deus “dá forma”, “existência”, “ser” a o que não tinha forma, existência, ser. Eis, então que, com a expressão “fazer”, Jesus põe o discípulo em direta relação com a continuidade do projeto de salvação que Deus estabeleceu para o mundo, para o homem e suas relações. O discípulo “realiza”, no sentido de que torna visível, possível para o mundo, identificável para quem o queira o grande desejo de Deus, sua «vontade». Isto não porque “trabalha com as suas mãos” mas porque encarna em si mesmo o que Deus tem em si mesmo, o que Jesus tem em si mesmo. Diríamos, usando uma expressão de S. Afonso: “Quem faz a vontade de Deus se torna um homem segundo o coração de Deus” (Com. in Ps.29). Tudo isto acontece não com o simples esforço humano nem com a autodeterminação do homem, mas sim com um lento, paciente, atento processo de assimilação entre o coração do discípulo que ama o Senhor e por isso O segue como pessoa, e o coração de Jesus que continuamente se comunica ao discípulo. Trata-se, então de um diálogo feito de profundo desejo de fusão, não de mero pragmatismo nem sentimentalismo. “Fazer” é acreditar que é possível, é dizer ao mundo: “aqui é possível ver que o Reino não é uma fantasia”. É sonhar o sonho de Jesus, é ser missionário com todo o próprio ser, que diz, que deixa transparecer a cada momento o Valor que rege a própria existência, sem precisar de um excesso de palavras. Creio, que um verdadeiro discípulo só pode ser um grande poeta (a origem da palavra vem do mesmo verbo, “poieo”) ou seja, alguém que é capaz de dar forma, visibilizar, traduzir para todos, algo que existe mas que é dificilmente percebido por todos. O discípulo é um anunciador que faz da sua existência uma poesia a Deus, que deixa transbordar a sintonia da própria vontade com a de Jesus.
O texto afunda ainda mais o seu significado. Nos diz respeito à própria ação humana. Uma vez que o Reino é oferecido às pessoas, uma vez que a Palavra de Deus abre novas perspectivas para o homem, deste momento em diante nenhum ato humano é neutral diante de Deus. A Palavra coloca o homem objetivamente diante de si mesmo e da terrível possibilidade de escolher sabendo que a sua opção não será insignificante diante de um projeto que supera o próprio indivíduo. Ouvindo ou não ouvindo, o homem define a si mesmo como «sábio» ou «insensato», isto porque a história tem um seu desfecho próprio, ela irá na direção que Deus deseja. Símbolo disto são os «ventos e enchentes»: estes vêm para todos, prescindindo daquilo que o homem possa pressupor, imaginar, construir com a sua maneira de perceber a história. Esta segue regras diferentes das que podemos imaginar (e disto tivemos muitas vezes experiência nos séculos: nenhum dos grandes sistemas com os quais se pretendia salvar o mundo funcionou, pois o homem de hoje não é mais feliz do que o homem de ontem). O trecho colocado novamente a pessoa diante da sua responsabilidade para com a história, seus atos não são indiferentes, ouvir ou não comportará um ou outro resultado para o inteiro gênero humano, para o seu “mundo”, a sua “casa”. Como são atuais estas palavras! Principalmente no contexto hodierno em que assistimos a uma progressiva aceitação da desresponsabilização como dado de fato: ninguém é responsável, a culpa é do “sistema”, do “governo”, da “globalização”, da “sociedade” e assim por diante. A desresponsabilização é a regra comum que está se tornando sempre mais cômoda, fácil, que deixa tudo em paz. Mas não é este o homem como Deus o imaginou!
Nós, pessoas de fé, por quanto mínima que for, precisamos pedir diariamente a Deus que seja possível “fazer a Sua vontade”, que seja possível ao homem ver que o Pai é pai e nenhum rival do homem; precisamos pedir diariamente que as pessoas possam descobrir de serem amadas para amarem a Deus e para isso o nosso inteiro ser está envolvido com todas as forças, o coração, a mente.
Permito-me encerrar com algumas simples, sábias palavras de S.Nilo Abade: “Não temos que rezar para que Deus faça o que desejamos, mas para que sejamos capazes de dar vida àquilo que Ele deseja”.

Santo Afraate (?-c. 345), monge e bispo em Niínive, perto de Mossul, no actual IraqueExposições nº 1

«Porque ninguém pode pôr outro fundamento diferente do que foi posto, isto é, Jesus Cristo» (1Co 3, 11)
Um rei não permanece numa casa que se encontra vazia de tudo. Um rei exige toda uma ornamentação doméstica, por forma a que nada lhe falte. [...] O mesmo acontece ao homem que se torna uma habitação para Cristo-Messias: provê a tudo quanto convém ao serviço do Messias que nele habita, provê às coisas que Lhe agradam.Com efeito, começa por construir o seu edifício sobre a rocha, que é o próprio Messias. Sobre esta rocha faz assentar a fé, e é sobre a fé que se eleva todo o edifício. Para que a casa se torne Sua morada, é-lhe exigido o puro jejum, estabelecido sobre a fé. É-lhe exigida a oração pura, recebida na fé. É-lhe exigido o amor, montado sobre a fé. Tem igualmente necessidade de esmolas, dadas com fé. Que peça a humildade, amada com fé. Que escolha para si a virgindade, apreciada na fé. Que leve para sua casa a santidade, plantada sobre a fé. Que medite igualmente na sabedoria, encontrada na fé. Que peça para si a condição de estrangeiro, proveitosa na fé. Terá de ter simplicidade, combinada com a fé. Que peça igualmente paciência, que é realizada por meio da fé. Que se torne perspicaz pela doçura, adquirida pela fé. Que ame a penitência, que aparece à fé. Que peça ainda a pureza, guardada pela fé. [...] Eis as obras exigidas pelo rei Messias, que habita nos homens que constroem por meio de tais obras. Com efeito, a fé é composta por muitas coisas e adorna-se com muitas cores, porque é semelhante a um edifício construído com diversos materiais, e o seu edifício eleva-se até aos céus. [...]O mesmo se passa com a nossa fé: o seu fundamento é a verdadeira rocha, Nosso Senhor Jesus, o Messias. [...] Este fundamento é a base de todo o edifício. Se alguém acede à fé, está firmado sobre a rocha, isto é, sobre Nosso Senhor Jesus, o Messias. E o seu edifício não será abalado pelas torrentes, nem colocado em perigo pelos ventos, nem se abaterá nas tempestades, porque o edifício foi construído sobre a rocha, que é o verdadeiro fundamento.

9° Domingo do Tempo Comum (Pe. Antônio Geraldo Dalla Costa)

Os Dois Caminhos

A Liturgia de hoje é um convite a construir nossa vida
sobre o alicerce sólido da PALAVRA DE DEUS.
Quando Ela está no centro de nossa vida, caminhamos
com segurança ao encontro da realização plena.

Na 1ª Leitura, temos um Discurso de Moisés, no final de sua vida.
Ele relembra aos hebreus os compromissos assumidos para com Deus
e os convida a renovar a Aliança com o Senhor.
É um CONVITE a ter a Palavra de Deus sempre presente:
"gravada no coração e na alma". (Dt 11,18.26-28.32)

Moisés mostra DOIS CAMINHOS:
- Se o Povo aceitar, será uma fonte de bênção e de vida...
- Se viver sem ela, será motivo de morte e maldição...
* Para os hebreus, a Salvação consistia na observância fiel à Lei...

Na 2ª Leitura, São Paulo afirma que a observância da Lei não é suficiente.
Deus salva pela fé em Cristo Salvador, não pela observância da lei:
"Agora sem o concurso da Lei manifestou-se a justiça de Deus...
O homem é justificado pela fé, sem a prática da Lei Judaica..." (Rm 3,21-25a.28)

* Portanto, a Salvação é um dom gratuito de Deus e
não o resultado de nossos méritos pessoais.
Mas supõe as obras da "fé, que atua pela caridade" (Gl 5,6)
As nossas boas obras comprovam a autenticidade de nossa fé.

No Evangelho, temos o final do Sermão da Montanha.
Cristo (o novo Moisés) oferece à Comunidade a nova Lei,
que deve guiar o novo Povo de Deus. (Mt 7,21-27)

Cristo mostra DOIS CAMINHOS:
- Apenas ouvir (ou anunciar) a Palavra de Deus;
- Ouvir (anunciar) e pôr em prática a Palavra de Deus (Dizer e Fazer).
Para ingressar no Reino, é necessário "cumprir a vontade do Pai".

O texto tem duas partes:
Na primeira parte, Mateus oferece critérios para identificar
os falsos profetas, os falsos discípulos, os falsos cristãos:
São aqueles que dizem "Senhor, Senhor", mas não fazem a vontade de Deus;
profetizam, expulsam demônios, fazem milagres em nome de Deus,
mas não mantêm com Deus uma relação de comunhão e de intimidade;
têm Deus nos lábios, mas o seu coração está cheio de maldade…
Falam muito e bem, mas as suas obras denunciam a sua falsidade.
O verdadeiro profeta, o verdadeiro discípulo, o verdadeiro cristão
é aquele que, além das palavras que diz, faz a vontade do Pai.

Na segunda parte, temos a parábola das duas casas:
uma construída sobre a areia e outra sobre a rocha."Quem ouve as minhas palavras e as põe em prática",
constrói sobre a rocha. Ela resistirá aos temporais da vida...

+ O Evangelho de hoje nos afirma que:

- Não basta INVOCAR "Senhor, Senhor", ou ter gestos externos de piedade.
Os ritos externos têm valor enquanto expressão de uma atitude interior
de adesão a Deus e de cumprimento da sua vontade…
Os ritos, as orações, os sacramentos, as práticas religiosas, são excelentes,
se mudam nossas vidas, se nos levam aos atos, se criam em nós disposições tais que, saindo daqui, vamos pedir perdão do mal que fizemos,
se prestamos serviços que tínhamos recusado, restituímos o que não nos pertence,
se nos reconciliamos com aqueles que não vemos mais...

- Precisa FAZER a vontade do Pai
A palavra de Jesus vivida com fidelidade todos os dias,
deve ser a rocha firme sobre a qual construímos a nossa vida cristã.
Deve ser a base dos nossos pensamentos, das nossas palavras e das nossas ações.Muitas pessoas do nosso tempo estão convencidas de que ser cristão
é apenas ter o nome inscrito no livro de batizados de uma paróquia,
ou fazer parte de um movimento, ou estar ligado à comissão de festas,
ou aparecer na Igreja nos casamentos e funerais, ou momentos especiais…

O Evangelho é bem claro:
"Ser cristão" não é possuir um bilhete de identidade que atesta o nosso batismo; mas é procurar viver sempre de acordo com as propostas de Deus.

E nós que tipo de cristãos somos?
Somos cristãos apenas porque um dia na infância os nossos pais nos batizaram,
ou porque nós assumimos todos os dias o compromisso
de "fazer a vontade do Pai que está nos céus?"
Que sentido tem cumprir escrupulosamente os ritos externos da religião e
no resto da vida ignorar os valores de Deus?
* Em que tipo de alicerce queremos construir a casa de nossa vida?
- Sobre a rocha firme da Palavra de Deus ouvida e praticada,
- ou sobre valores efêmeros do dinheiro, do poder, da fama, da glória,
da mentira, da injustiça ou da violência?

O nosso futuro dependerá de nossa escolha atual?

DOMINGO 9 del Tiempo Ordinario

Ya pasadas las Fiestas de la Resurrección del Señor, su Ascensión gloriosa a los Cielos, la Venida del Espíritu Santo en Pentecostés, la fiesta de la Santísima Trinidad y, habiendo celebrado el domingo pasado la Fiesta del Corpus Cristi, retomamos nuevamente el llamado “Tiempo Ordinario” de la Liturgia, que continúa desde ahora hasta el Adviento, cuando comenzará nuevamente el Año Litúrgico al iniciar nuestra preparación para el Nacimiento del Dios-Hombre. Es así como durante este tiempo, que está caracterizado por la influencia del Espíritu Santo, la Liturgia de la Iglesia nos presenta una serie de lecturas que nos permiten ir detallando y profundizando mejor las enseñanzas de Jesucristo.
Las Lecturas de este Domingo nos invitan nuevamente a tomar muy en serio el cumplimiento de la Voluntad de Dios.
Una de las frases más duras de Jesús está en el Evangelio de hoy (Mt. 7, 21-27): “No todo el que diga ‘Señor, Señor’ entrará en el Reino de los Cielos”. Jesús contrasta el cumplimiento de la Voluntad del Padre con la oración que es vacía e hipócrita.
Y continúa el Señor con una parte más fuerte: “Yo les diré en su cara: ‘Nunca los he conocido. Aléjense de mí, ustedes, los que han hecho el mal’”.
Notemos que nos advierte que no todos los que digan Señor, Señor entrarán. Significa que algunos sí podrán entrar ... pero otros no. ¿Cuál es la diferencia? Unos adoran a Dios, otros no.
Los que podrán entrar será seguramente porque en esa oración, reconocen a Dios como “Señor”. Lo le que dicen, lo dicen con sinceridad y queriendo significar lo que dicen. Eso es adorar a Dios. Lo demás son palabras falsas.
Para orar así, hay que decirlo con sinceridad -y significando lo que decimos. Hay que reconocer a Dios como “Señor”, y decirlo con convicción, porque sabemos que El es eso: “Señor”, Dueño, Jefe. Y nosotros lo seguimos, lo obedecemos, aceptamos su Voluntad y hacemos su Voluntad.
Esa es la condición: “entrará el Reino de los Cielos el que cumpla la Voluntad de mi Padre que está en los cielos”. Los que recen con palabras vacías, sin significar y ejecutar lo que dicen, no podrán entrar. Así de simple y así de fuerte.
También contrapone Jesús el cumplimiento de la Voluntad del Padre al ejercicio de falsos carismas. Carismas muy impresionantes -por cierto- como son el de expulsar demonios y el de realizar milagros.
Seguramente se refiere el Señor a toda esa gama de milagreros, brujos, psíquicos, astrólogos que han proliferado mucho en la actualidad y que -mal usando el nombre de Jesús ... usurpando ese Nombre sagrado- engañan con curaciones aparentes, predicciones tontas, ofertas irreales, eliminación del sufrimiento, falsa paz ... y hasta números ganadores en el negocio del juego, etc. etc. etc.
Con ésos será el Señor muy duro. Lo advierte en este Evangelio:
“Aquel día muchos me dirán: ‘¡Señor, Señor!’, ‘¿no hemos hablado y arrojado demonios en tu nombre y no hemos hecho, en tu nombre, muchos milagros?’. Entonces yo les diré en su cara: ‘Nunca los he conocido. Aléjense de mí, ustedes, los que han hecho el mal’”.
Esa será la ventura de estos falsos profetas de nuestro tiempo y los de todos los tiempos de la historia de la humanidad. Siempre los ha habido. Pero ... ¿y a los que se hayan dejado llevar por sus engaños malignos? ¿Cuál será su ventura?
Muchas veces la Sagrada Escritura nos advierte sobre estos engaños y cómo ofenden a Dios. Caer en eso es ser cómplice del Mal, es caer en las redes del Enemigo de Dios. Pero la respuesta más simple está en el mismo Evangelio de hoy: “no entrará al Reino de los Cielos sino el que cumpla la Voluntad de mi Padre”. Es muy simple. Se trata de cumplir en todo la Voluntad de Dios. Y caer en esas falsedades malignas no es cumplir la Voluntad de Dios.
Sigue más adelante Jesús con una comparación sobre la tontería que es hacer una edificación en la arena y hacerla sobre roca. Por supuesto la que está en la arena se cae a la primera acción de las lluvias, de las corrientes y de los vientos.
Pues bien, así de tontos como el constructor en arenas es el que, conociendo estas instrucciones del Señor, sigue a profetas falsos, astrólogos, brujos, psíquicos, adivinos, eliminadores del sufrimiento, conseguidores de todo lo que uno desea, otorgadores de falsa paz, anunciadores de números premiados, etc. “El que escucha estas palabras mías y no las pone en práctica”
No sucede lo mismo con la casa construida en la roca. Pueden venir vientos y tempestades, pero la casa está firmemente cimentada en la roca. ¿Y quién es esa “roca”? Es Cristo. Es Dios. Es su Palabra. Son sus instrucciones. Es su Voluntad.
Significa que vendrán vientos. Vendrán tempestades y lluvias. Pero unidos a su Voluntad, unidos a El verdadera y sinceramente, podremos sentir los embates de las tempestades del Enemigo de Dios, pero no podrán derribarnos. “Vino la lluvia, bajaron las crecientes, se desataron los vientos y dieron contra aquella casa; pero no se cayó, porque estaba construida sobre roca”.
No quiere decir que estaremos libres de ataques, pues estaremos sometidos a las mismas tentaciones y riesgos que el constructor tonto, pero estaremos firmes y fuertes cimentados en la roca.
La Primera Lectura (Dt. 11, 18.26-28.32) tomada del Libro del Deuteronomio, que es un libro de Ley, nos ratifica lo mismo. O -mejor dicho- Jesús ratifica y explicita lo que la Ley de Moisés dijo mucho antes:
“He aquí que pongo delante de ustedes la bendición y la maldición. La bendición, si obedecen los mandamientos del Señor su Dios ... la maldición, si no obedecen ... y se apartan del camino ... para ir en pos de otros dioses que ustedes no conocen”.
¿Nos damos cuenta los hombres y mujeres de hoy que seguir a los falsos profetas de estos tiempos es ir contra Dios y en pos de “otros dioses”; es decir, en pos de “ídolos”? ¿Nos recordamos la ira de Dios cuando el pueblo de Israel adoraba a los falsos dioses o ídolos?
“Maldición y bendición” (Dt. 11, 26). He allí nuestras opciones. “Nunca los he conocido. Aléjense de mí” (Mt. 7, 23). ¡Qué riesgo! ¡Qué tontería es dejarse llevar por ofertas malignas pero muy bien disfrazadas de benignas! Podemos condenarnos por esas falsas luces, esos falsos colores, por buscar nuestra voluntad y no la de Dios.
La Segunda Lectura (Rm. 3, 21-25.28) nos trae el contraste entre la Fe y el cumplimiento de la Ley. Por mucho tiempo -desde la Reforma Protestante hasta nuestros días- esta “aparente” oposición entre Fe y obras ha sido uno de los argumentos de división entre los Católicos y los Cristianos Protestantes.
Y tan “aparente” era que ya antes de finalizar el siglo, esta inexplicable diferencia quedó resuelta con la “Declaración Conjunta sobre la Doctrina de la Justificación” firmada en 1997 entre Católicos y Luteranos.
El documento Católico-Luterano arroja muchas luces sobre esta Carta de San Pablo, pero primero explicaremos algunas frases del Apóstol:
“Por medio de la fe en Jesucristo, la actividad salvadora de Dios llega, sin distinción alguna, a todos los que creen en El”. Es decir, la salvación está disponible -no asegurada- para todos los que creemos en Jesucristo Salvador.
“Todos son justificados gratuitamente por su gracia”. Todos los que somos justificados (santificados) lo somos, sin mérito alguno de nuestra parte.
“Sostenemos, pues, que el hombre es justificado por la Fe y no por hacer lo que prescribe la Ley de Moisés”. La Ley de Moisés tiene dos dimensiones: una dimensión se refiere a la relación entre el ser humano y Dios, y a la relación de los seres humanos entre sí. La otra se refiere a las prácticas, ceremonias, ritos, costumbres, etc., como eran la circuncisión, la observancia del sábado, las purificaciones, los alimentos considerados impuros, etc.
Esta frase de San Pablo se opone a esa segunda parte de la Ley y la dirige principalmente a los judíos convertidos a Cristo que pensaban que debían continuar observado esa parte de la Ley, y no sólo observarla ellos, sino imponérsela también a los cristianos no judíos.
Sin embargo, aplicada esta frase a nosotros hoy en día, tenemos que tener muy en cuenta que la Fe sin obras no es Fe genuina. La Fe debe ir acompañada de obras, que son las consecuencias de esa Fe. La primera de esas “obras” es nuestra confianza absoluta y constante en Dios, pues Fe sin confianza no es Fe. Además, la Fe no es solamente adhesión de nuestro entendimiento a Dios, sino también adhesión de nuestra voluntad a la Voluntad de Dios, como bien nos lo dice Cristo en el Evangelio de hoy.
Las obras consecuencias de la Fe en Cristo no son principalmente obras físicas -como pudiera pensarse-, ni siquiera obras apostólicas o de caridad. Estas también son “obras” consecuencia de la Fe, pero no son las primeras, ni las únicas. Nuestra mayor y más importante obra de Fe y nuestra mejor respuesta a esa Fe, que es regalo de Dios, es buscar y cumplir en todo su Voluntad.
Así que, las obras a las que se opone San Pablo son solamente las de la Ley de Moisés que ya explicamos. San Pablo no se opone -por supuesto- a las buenas obras que necesariamente se derivan de la Fe en Cristo.
El Salmo 30 nos recuerda Quién es nuestra fortaleza y nuestro refugio, en Quien ponemos nuestra Fe y nuestra confianza. Nos recuerda que la fortaleza y la capacidad de realizar buenas obras no viene de nosotros mismos, sino de Dios que nos salva.

9° Domingo do Tempo Comum

A liturgia do 9º Domingo Comum é um convite a construir a vida sobre o alicerce firme da Palavra de Deus. Quando a Palavra de Deus está no centro da vida e dá forma aos pensamentos, sentimentos e acções, o homem caminha, com segurança, ao encontro da realização plena, da vida definitiva. No Evangelho, Mateus convida a sua comunidade – e as comunidades cristãs de todos os tempos e lugares – a enraizar a sua vida na Palavra de Jesus e a traduzir essa adesão em acções concretas. Para ser cristão, não chega dizer palavras bonitas de adesão ao Senhor; mas é preciso esforçar-se por cumprir, em cada instante, a vontade de Deus e viver de acordo com os valores propostos por Jesus nas bem-aventuranças. A primeira leitura, na mesma linha, convida os crentes a deixarem que a Palavra de Deus envolva e penetre toda a sua vida, marque os seus pensamentos, sentimentos e acções. Garante-nos que construir a vida à volta da Palavra de Deus é assegurar a felicidade e a vida definitiva. A segunda leitura não se refere tão directamente ao tema do domingo (a Palavra de Deus); mas garante-nos que a salvação resulta do dom gratuito de Deus, tornado presente em Cristo, a Palavra viva de Deus, que veio ao encontro dos homens para os subtrair ao caminho da escravidão, do pecado e da morte.