sexta-feira, 19 de junho de 2009

XII Domingo do Tempo Comum (Pe Carlo)

A leitura do Evangelho de hoje nos recorda um episódio que, sem dúvida, deve ter causado um grande efeito nos discípulos a ponto de ser narrado numa forma tão descritiva que parece colocar-nos no barco, junto com Jesus e alguns dos Apóstolos.
O fato se dá no primeiro tempo da pregação de Jesus e de suas atividades junto à multidão. Estava findando um dia de contato intenso com as multidões. Alguns curiosos outros esperançosos..., todos pareciam buscar naquele estranho personagem, respostas a seus anseios. Respostas que não tinham encontrado até então nos meios típicos de um sistema religioso que exigia, mas não devolvia algo em troca. Respostas ao sentido de suas vidas, ao porque da dor, da doença... olhares sedentos que não podiam deixar Jesus pensar um momento sequer em si mesmo, se ocupar com aquilo ao qual teria direito: um pouco de paz, de tranqüilidade, de descanso. O amor que Jesus sente não deixa espaço para pequenos, justos, direitos e, como sempre, o Senhor fará uma opção entre o amor para os outros e tudo quanto seria um justo direito de acordo com o senso comum: «Vamos para a outra margem! ». A “outra margem” do mar da Galiléia era o território chamado “Decápole”, isto é, dez cidades de forte influência grega onde os costumes e a religião judaica estavam sendo substituídos progressivamente com cultos e moral pagã. Era um território que precisava reencontrar suas raízes religiosas, reencontrar-se com o seu Deus apesar da forte pressão da cultura dominante.
Para Jesus, levar às pessoas o rosto atencioso e forte de Deus não era um ofício, era sua vida. Não era uma atividade, o que, pelo contrário, pode acontecer até em nossas “pastorais”, grupos, ou maneiras de impostar a nossa vida de fé; tudo encerra num determinado momento e horário, após o qual voltamos ao nosso “justo”, pequeno mundo, feito de “justos”, pequenos privilégios.
É claro, não estamos falando em multiplicar exageradamente o que fazemos, é necessário em tudo ter um equilíbrio; às vezes, querendo fazer o que não nos compete e estar onde não devemos estar, gera problemas sérios. A questão, então, se coloca sob outro prisma: não é a quantia de coisas que fazemos o importante, mas a atitude de estar sempre dispostos, assim como Jesus o qual, depois de um longo dia em que atendeu às necessidades de todos, ainda disse: «Vamos para a outra margem!». Esta disposição é gerada pela intensidade de envolvimento e pela intensidade com a qual aquilo que cremos faz parte da nossa vida ou é um simples “trabalho” que desenvolvemos. É isto que confere peso e credibilidade às ações e palavras que saem de nós. É facílimo perceber quando alguém coloca tudo si mesmo naquilo que diz e que faz. Nele se vê aquela “inteligência do coração” que lhe permite alcançar os recônditos sentimentos escondidos nos olhares das pessoas sedentas; permite-lhe de antecipar seus pedidos de ajuda e de compreensão, como estava fazendo Jesus em relação aos habitantes da Decápole. È a “inteligência do coração” que também nos ensina como saber ir além do “direito”, além do “certo e errado” porque, simplesmente, é “preciso” encontrar-se em nome de Deus com a pessoa que Deus coloca à minha frente.
O grau de envolvimento, a intensidade com a qual nos deixamos tomar é que dá consistência àquilo que dizemos e fazemos. As idéias... bem, as idéias todo mundo tem!
Estava findando o dia. A perspectiva era de mais um dia ao serviço daqueles que o Pai amava. Jesus pediu para atravessar o lago de Genezaré, em torno do qual se desenvolvera até então a grande parte de sua vida: “Passamos para a outra margem”, também do outro lado havia pessoas sedentas. A narração parece nos sugerir o desejo indefesso de Jesus e sua prioridade de responder aos apelos dos homens, acima de qualquer outra coisa.
O Evangelista, que parece escrever o relato de alguém que estava no barco aquele dia, nos diz que Jesus entrou no barco «assim como estava», e isto é típico de alguém que está tomado por algo de grande importância, algo que o envolve completamente e lhe faz esquecer de si mesmo. È um pouco como a primeira paixão: envolvente, total, sem medida –com seus lados positivos e negativos...- Oxalá tivéssemos este tipo de paixão pelas coisas de Deus; paixão tão encantadora que nos faz esquecer de nós mesmos! Deste modo agiríamos de verdade como os “filhos” dos quais fala Jesus quando recorda que «o vosso Pai sabe o de que tendes necessidade antes que lho peçais» (Mt. 6,8). Por isso, se o nosso coração estiver tomado pelas coisas de Deus, não menos o coração de Deus será tomado pela vontade de nos verem realizados e felizes.
A narração evidencia o enorme contraste entre a tempestade em torno do barco e a tranqüilidade de Jesus que… dorme «num travesseiro»! Enquanto o mundo fora do barco parece desabar, no barco existe uma grande paz. Jesus descansa, a paz existe, mas ainda não passou para os discípulos, não se deixaram envolver: eles estão apavorados. Ainda mais se entende seu medo se levarmos em consideração que o mar em fúria e a tempestade sempre foram consideradas na cultura hebraica como os instrumentos de Belial, o demônio. Deste modo, por exemplo, Davi agradecia a Deus: «As vagas da morte me cercavam, as torrentes de Belial me impuseram terror. Os laços do Sheol me rodearam, as ciladas da morte estavam armadas diante de mim. Na minha aflição, eu clamei pelo Senhor, eu clamei pelo meu Deus» (2Sam. 22,5-7).
Assim sendo, o contraste entre o mar em fúria e a paz de Jesus pode ser associado um pouco com a nossa mesma vida: tempestades que nos rodeiam e que parecem nos engolir com a sua força, olhando para nós, vemos ainda mais o medo tomar conta, pois percebemos a nossa limitação diante dos assaltos das ondas. Por outro lado... Jesus dorme, parece não se importar, parece não ver o que estamos passando.
Mas é bem nesta condição que se decide nossa vida; quando nos sentimos à mercê daquilo é superior a nos mesmos. É este o momento em que podemos optar entre contar com as nossas forças, com a nossa experiência de “barqueiros” ou apelar humildemente a Deus, o único senhor daquilo que existe, para que Ele possa fazer o que for preciso. Sim, Jesus não age prescindindo da nossa decisão de olhar para Ele, o Senhor respeita as nossas opções sejam quais forem. Somente age quando esquecemos de olhar para nós mesmos e nossos medos para recorrermos a Ele com o nosso apelo incondicional.
Aquele “barco” é o barco do nosso coração: sabemos que Jesus está presente, mas ainda não aprendemos a desfrutar da paz que brota da certeza da presença do Senhor na nossa vida, ao nosso lado, no centro das nossas tempestades.
Quando nos deixamos envolver pela presença de Jesus, quando Sua presença nos basta, quando em nós as coisas de Deus ocupam mais do que “um tempo”, mas representam o centro de nossas vidas, quando assim for, não haverá espaço para apoiarmo-nos em nosso “eu”, que traz consigo inquietude e medo, aprenderemos a crer na presença do Senhor, então haverá tranqüilidade e segurança. Paz é viver da presença de Deus, o único “lugar” que não pode ser atingido por nenhum, dos demônios que violentam nossa vida, nossas relações, nosso sorriso.

XII Domingo do Tempo Comum (vocacoes.com.br)

Tempestade no lago
O Evangelho de hoje é um teste da fé e da coragem de quem segue Jesus na hora dos conflitos. A comunidade encontra-se em alto-mar e é açoitada pelos ventos e ondas do mar. A Boa-Nova do Reino enfrenta a resistência das forças do mal. A mensagem e a ação de Jesus que revelam o Reino de Deus provocam reações: de fé que faz compreender o mistério revelado ou de rejeição de quem não aceita as consequências do seu seguimento. A jornada cotidiana caminha para seu fim. Jesus convida os discípulos a passar para a outra margem do lago. Em outros termos, “aqui concluímos a missão, vamos ao encontro de outros povos (os gentios) para lá também semear a boa semente”. Ser da comunidade dos seguidores de Jesus é estar sempre a caminho. Isto pode ser penoso e assustador: a missão supõe confiança e coragem. A barca deixou o porto onde estava ancorada, acompanhada por outras embarcações e levando Jesus. Partir em missão não é privilégio só das comunidades dos primeiros cristãos, mas dos cristãos de todos os tempos e lugares. Todos são convocados à travessia para ir ao encontro de outros povos e culturas!Uma grande tempestade se desencadeou e as ondas se precipitavam sobre a barca. Os discípulos lutavam com todas as suas forças contra a fúria dos ventos e das águas. Jesus dormia na proa com a cabeça sobre o travesseiro. É o contraste da serenidade e da luta da fé. Em meio às tensões e aos conflitos, as comunidades têm a impressão de que lutam sozinhas e de que foram abandonadas pelo Senhor. Assustados e cansados de tanto remar, os discípulos acordam o Mestre e reclamam: “Não te importas se vamos afundar?”. Nas horas de perigo indagamos: “Onde está Deus? Por que Ele não intervém? Por que não manifesta seu poder?”. O silêncio de Deus é desconcertante e causa medo. Ele deixa as coisas acontecerem e, no momento oportuno, manifesta o seu poder. Jesus censurou os discípulos, pois eles só se lembram d’Ele na hora do desespero. Quem tem fé sabe que Ele está presente em todos os momentos. Mas quantos só se recordam de Deus nas horas difíceis e rezam com fervor somente nas dificuldades! Jesus ordena aos ventos se calarem. Reina a bonança! Extenuados de tanto labutar para não naufragar, os discípulos dão provas de sua pouca fé e de sua covardia para enfrentar as solicitações da nova realidade a ser evangelizada. Desconhecem “a força que carregavam na barca”. Desconhecem o mistério de Jesus. Só a fé plena lhes possibilitará reconhecê-lo como Filho de Deus. Acalmar os ventos e as águas agitadas era uma prerrogativa de Deus. Mais que confiar nas próprias forças, as comunidades necessitam aderir corajosamente a Jesus se quiserem obter sucesso nas travessias dos mares da missão. O Evangelho deste domingo se constitui numa profissão de fé na divindade de Jesus. “Quem é esse homem a quem até o vento e o mar obedecem?”. Jesus se manifesta com poder divino: n’Ele podemos confiar!

12º Domingo do Tempo Comum

Comentário ao Evangelho do dia feito por Catecismo da Igreja Católica §§280, 288-292
«Quem é este, a quem até o vento e o mar obedecem?»
A criação é o fundamento de «todos os desígnios salvíficos de Deus», «o princípio da história da salvação» que culmina em Cristo. Por seu turno, o mistério de Cristo derrama a luz decisiva sobre o mistério da criação; revela o fim em vista do qual «no princípio, Deus criou o céu e a terra» (Gn 1,1) ; desde o princípio, Deus tinha em vista a glória da nova criação em Cristo (Rm 8, 18-23). [...]A revelação da criação é inseparável da revelação e da realização da aliança de Deus, o Deus Único, com o seu povo. A criação é revelada como o primeiro passo para esta Aliança, como o primeiro e universal testemunho do amor omnipotente de Deus. [...]«No começo, Deus criou o céu e a terra». [...] «No princípio era o Verbo [...] e o Verbo era Deus [...]. Tudo se fez por meio d'Ele e, sem Ele, nada se fez.» (Jo 1, 1-3). O Novo Testamento revela que Deus tudo criou por meio do Verbo eterno, o seu Filho muito amado. Foi n'Ele «que foram criados todos os seres que há nos céus e na terra [...]. Tudo foi criado por seu intermédio e para Ele. Ele é anterior a todas as coisas, e todas se mantêm por Ele» (Cl 1, 16-17). A fé da Igreja afirma igualmente a acção criadora do Espírito Santo: Ele é Aquele «que dá a vida», «o Espírito Criador», «a Fonte de todo o bem».Insinuada no Antigo Testamento, revelada na Nova Aliança, a acção criadora do Filho e do Espírito, inseparavelmente unida à do Pai, é claramente afirmada pela regra de fé da Igreja: «Existe um só Deus [...]: Ele é o Pai, é Deus, é o Criador, o Autor, o Ordenador. Fez todas as coisas por Si mesmo, quer dizer, pelo Seu Verbo e pela Sua Sabedoria», «pelo Filho e pelo Espírito» que são como «as Suas mãos» (Santo Ireneu). A criação é a obra comum da Santíssima Trindade.

XII Domingo do Tempo Comum

Deus preocupa-se com os dramas dos homens? Onde está ele nos momentos de sofrimento e de dificuldade que enfrentamos ao longo da nossa vida? A liturgia do 12º Domingo Comum diz-nos que, ao longo da sua caminhada pela terra, o homem não está perdido, sozinho, abandonado à sua sorte; mas Deus caminha ao seu lado, cuidando dele com amor de Pai e oferecendo-lhe a cada passo a vida e a salvação.A primeira leitura, fala-nos de um Deus majestoso e omnipotente, que domina a natureza e que tem um plano perfeito e estável para o mundo. O homem, na sua pequenez e finitude, nem sempre consegue entender a lógica dos planos de Deus; resta-lhe, no entanto, entregar-se nas mãos de Deus com humildade e com total confiança.No Evangelho, Marcos propõe-nos uma catequese sobre a caminhada dos discípulos em missão no mundo... Marcos garante-nos que os discípulos nunca estão sozinhos a enfrentar as tempestades que todos os dias se levantam no mar da vida... Os discípulos nada têm a temer, porque Cristo vai com eles, ajudando-os a vencer as forças que se opõem à vida e à salvação dos homens.A segunda leitura garante-nos que o nosso Deus não é um Deus indiferente, que deixa os homens abandonados à sua sorte. A vinda de Jesus ao mundo, para nos libertar do egoísmo que escraviza e para nos propor a liberdade do amor, mostra que o nosso Deus é um Deus interveniente, que nos ama e que quer ensinar-nos o caminho da vida.
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DOMINGO 12 del Tiempo Ordinario

Andamos por esta vida como en barcas que a veces van navegando bien, sin mayor problema ... cuando vamos por aguas tranquilas. Sin embargo, los problemas se presentan cuando la navegación se hace difícil, por las tempestades y tormentas propias de la vida de cada uno.
Y en esos momentos de navegación difícil comenzamos a flaquear y a temer. Nos pasa lo mismo que sucedió a los Apóstoles en el Evangelio de hoy, el cual nos narra el conocido pasaje de la tormenta en medio de la travesía de una orilla a otra del lago: “se desató un fuerte viento y las olas se estrellaban contra la barca y la iban llenando de agua” (Mc. 4, 35-41). Sucede que Jesús iba con ellos en la barca. Pero ¿qué hacía el Señor? ... “Dormía en la popa, reclinado sobre un cojín”. Fue tan fuerte la borrasca y tanto se asustaron, que lo despertaron, diciéndole: “Maestro: ¿no te importa que nos hundamos?”.

Nos sucede lo mismo a nosotros. Cuando estamos navegando bien, sin problemas, sin tempestades, ni olas turbulentas, tal vez ni nos acordamos de Dios. Pero cuando la travesía se hace difícil y borrascosa, creemos que Jesús está dormido y que no le importa la situación por la que estamos pasando. Tal vez hasta lo culpemos de lo que nos sucede y hasta le reclamemos indebida e injustamente. Y eso no se hace con Dios ... podría reprendernos también.
En este pasaje Cristo muestra a los Apóstoles el poder de su divinidad. Con una simple orden divina, el viento calla, la tempestad cesa y sobreviene la calma.
Pero sucede que ahora, salvados de la tormenta que amenazaba con hundirlos, surge en ellos un nuevo temor. “¿Quién es éste, a quien hasta el viento y el mar obedecen?” Se quedan atónitos del poder del Maestro. Ya ellos habían sido testigos de unos cuantos milagros de Jesús. Quizá hasta el momento habían pensado que era un gran Profeta o simplemente alguien muy especial. Pero de allí a ver a la naturaleza embravecida obedecerle así ...
Y ese Jesús, que ha mostrado un poder que sólo Dios tiene, les dirige unas preguntas que tienen sabor de reclamo: “¿Aún no tiene fe? ¿Por qué tenían tanto miedo?” Es como si les dijera: ¿No les ha bastado ver los signos que he hecho ante ustedes? ¿No se dan cuenta aún de Quién soy? Sólo Dios puede dar órdenes al viento, a las olas y a las tempestades. Por eso quedan con temor, atónitos, de ver el poder divino actuando delante de ellos y, además, reclamándoles su falta de fe.
Entonces, en la Liturgia de hoy, estamos siendo testigos, junto con Job y los Apóstoles, de la omnipotencia divina. Job la palpa en una visión desde la cual Dios le habla. Y los Apóstoles la ven manifestada, nada menos que en Jesús, el Maestro, con quien viven día a día.
La Primera Lectura (Job. 38, 1.8-11) es la respuesta de Dios a los reclamos, lamentos y preguntas que Job le hacía, motivado por sus infortunios, sus sufrimientos y las pérdidas que había sufrido en su familia, su salud, sus bienes. Nos dice esta lectura que Dios habló a Job desde la tormenta y le mostró su poder con respecto del mar. Dios se muestra como dueño de la creación, como señor del mar al que le puso límites: “Hasta aquí llegarás, no más allá. Aquí se romperá la arrogancia de tus olas”.
Con esto, Dios da a entender a Job, y a todos nosotros, que no podemos osar discutir con Dios, ni reclamarle. En subsiguientes capítulos, Job termina por retractarse y acepta el señorío de Dios. Por cierto, en el Epílogo del Libro de Job vemos que Dios le restituye “al doble” todos sus bienes materiales, familiares y de salud. La actitud de Job es de sumisión y resignación. En ese sentido sigue siendo un ejemplo para todos nosotros.
Sin embargo, la actitud del cristiano debe superar la de Job. A la sumisión al poder divino, debemos añadir nuestra plena confianza en lo que Dios tenga dispuesto para nuestras vidas: tempestades o calma, alegría o sufrimientos, carencias o plenitudes. Todo lo que Dios disponga, sabemos, es para nuestro mayor bien: nuestra salvación eterna. Así confiados, estaremos serenos en las tempestades, alegres en los sufrimientos, plenos en las carencias.
Viviendo así, creyendo así, actuando así, estamos cumpliendo con lo que nos dice San Pablo en la Segunda Lectura (2 Cor. 5, 14-17): “El que vive en Cristo es una creatura nueva; para él todo lo viejo ha pasado. Ya todo es nuevo”. Enfocar así las desventuras, sufrimientos y carencias significa “vivir en Cristo” y “ser creaturas nuevas”. Y ser “creaturas nuevas” significa no turbarse ante las tribulaciones y sufrimientos, sino andar en plena confianza en Dios. Sólo El sabe lo que nos conviene.
Pero ... ¿somos creaturas nuevas o creaturas viejas?
¿No podría el Señor mostrarnos toda su omnipotencia como a Job, después de sus cuestionamientos y protestas? ¿No podría el Señor reclamarnos a nosotros también, como reclamó a los Apóstoles después de clamar la tormenta? ¿Qué hacemos ante los sufrimientos, los peligros, los inconvenientes, las tempestades que se nos presentan en nuestra vida personal, familiar o nacional?
¿Confiamos realmente en el poder de Dios? ¿Confiamos realmente en lo que Dios tenga dispuesto para nuestra vida: sea calma o sea tempestad? ¿O creemos que debe despertar y hacer un milagro, para que las cosas sean como nosotros consideramos conveniente? ¿No llegamos a creer, inclusive, que no le importa lo que nos suceda? ¿Realmente duerme el Señor?
¡Qué débil es nuestra fe! Débil, como la de los Apóstoles en ese momento, débil como la de Job. Nos olvidamos que Dios está siempre con nosotros, para guiar nuestra barca en medio de tempestades y tormentas, en una presencia escondida y silenciosa, como la del Maestro dormido en la barca. No hace falta que haga milagros, aunque estemos en medio de una tempestad. ¡No tenemos derecho a reclamarle milagros!
El gran milagro es que El nos lleva sin ruido, en silencio, a escondidas a través de olas borrascosas cuando hay tempestades. Pero también está presente cuando todo parece tranquilo, cuando parece que no tuviéramos necesidad de El, pues todo como que anda bien.
Sea en la tormenta, sea en la calma, Dios está presente. Y El desea que nos demos cuenta de que está allí, presente en la vida de cada uno de nosotros, esperando que sepamos de su presencia silenciosa. En todo momento, sea de tempestad, sea de calma, el Señor está derramando sus gracias para guiarnos por esta vida que es la travesía que nos lleva a la otra: la Vida Eterna.

sexta-feira, 29 de maio de 2009

O ANO SACERDOTAL

Caros Sacerdotes,

O Ano Sacerdotal, anunciado por nosso amado Papa Bento XVI, para celebrar o 150º aniversário da morte de S. João Maria Vianney, o Santo Cura D’Ars, está às portas. O Santo Padre o abrirá a 19 de junho p.f., festa do Sagrado Coração de Jesus e Dia Mundial de oração pela santificação dos sacerdotes. O anúncio deste ano especial teve uma repercussão mundial positiva, especialmente entre os próprios sacerdotes. Todos queremos empenhar-nos com determinação, profundidade e fervor, a fim de que seja um ano amplamente celebrado em todo o mundo, nas dioceses, nas paróquias, em cada comunidade local, com envolvimento caloroso do nosso povo católico, que sem dúvida ama seus padres e os quer ver felizes, santos e alegres no trabalho apostólico quotidiano.

Deverá ser um ano positivo e propositivo, em que a Igreja quer dizer antes de tudo aos sacerdotes, mas também a todos os cristãos, à sociedade mundial, através dos meios de comunicação global, que ela se orgulha de seus sacerdotes, os ama, os venera, os admira e reconhece com gratidão seu trabalho pastoral e seu testemunho de vida. Realmente, os sacerdotes são importantes não só pelo que fazem, mas também pelo que são. Ao mesmo tempo, é verdade que alguns deles apareceram envolvidos em problemas graves e situações delituosas. Obviamente, é preciso continuar a investigá-los, julgá-los devidamente e puni-los. Estes casos, contudo, dizem respeito somente a uma porcentagem muito pequena do clero. Na sua imensa maioria, os sacerdotes são pessoas muito dignas, dedicadas ao ministério, homens de oração e de caridade pastoral, que investem toda sua vida na realização de sua vocação e missão, muitas vezes com grandes sacrifícios pessoais, mas sempre com amor autêntico a Jesus Cristo, à Igreja e ao povo, solidários com os pobres e os sofridos. Por isso, a Igreja está orgulhosa de seus sacerdotes em todo o mundo.

Este ano seja também ocasião para um período de intenso aprofundamento da identidade sacerdotal, da teologia do sacerdócio católico e do sentido extraordinário da vocação e da missão dos sacerdotes na Igreja e na sociedade. Isso exigirá congressos de estudo, jornadas de reflexão, exercícios espirituais específicos, conferências e semanas teológicas em nossa faculdades eclesiásticas, pesquisas científicas e respectivas publicações.

O Santo Padre, em seu discurso de anúncio, durante a Assembléia Plenária da Congregação para o Clero, a 16 de março p.p., disse que com este ano especial pretende-se “favorecer esta tensão dos sacerdotes para a perfeição espiritual da qual sobretudo depende a eficácia do seu ministério”. Por esta razão, deve ser, de modo muito especial, um ano de oração dos sacerdotes, com eles e por eles, um ano de renovação da espiritualidade do presbitério e de cada presbítero. A adoração eucarística pela santificação dos sacerdotes e a maternidade espiritual de monjas, de religiosas consagradas e de leigas referente a sacerdotes , como já proposto, tempos atrás, pela Congregação para o Clero, poderiam ser desenvolvidas com frutos reais de santificação.

Seja um ano em que se examinem de novo as condições concretas e a sustentação material em que vivem nossos sacerdotes, às vezes submetidos a situações de dura pobreza.

Seja, ao mesmo tempo, um ano de celebrações religiosas e públicas, que levem o povo, as comunidades católicas locais, a rezar, a meditar, a festejar e a prestar uma justa homenagem a seus sacerdotes. A festa na comunidade eclesial constitui uma expressão muito cordial, que exprime e nutre a alegria cristã, uma alegria que brota da certeza de que Deus nos ama e festeja conosco. Será uma oportunidade para desenvolver a comunhão e a amizade dos sacerdotes com a comunidade que lhes foi confiada.

Muitos outros aspectos e iniciativas poderiam ser nomeados para enriquecer o Ano Sacerdotal. Aqui deverá entrar a justa creatividade das Igrejas locais. Por esta razão, convem que cada Conferência Episcopal, cada diocese, cada paróquia e comunidade local estabeleçam, quanto antes, um verdadeiro e próprio programa para este ano especial. Obviamente, será muito importante começar o ano com um evento significativo. No próprio dia da abertura do Ano Sacerdotal em Roma com o Santo Padre, 19 de junho, as Igrejas locais são convidadas a participar, de algum modo, quiçá com um ato litúrgico específico e festivo. Os que puderem vir a Roma para a abertura, venham para manifestar assim a própria participação nesta feliz iniciativa do Papa. Deus, sem dúvida, abençoará este empenho com grande amor. E a Santíssima Virgem Maria, Rainha do Clero, intercederá por todos vós, caros sacerdotes!

Cardeal Dom Cláudio Hummes
Arcebispo Emérito de São Paulo
Prefeito da Congregação para o Clero

DOMINGO DE PENTECOSTES

El nombre “Pentecostés” indica los cincuenta días que separan la Venida del Espíritu Santo de la Resurrección del Señor. En esta fiesta celebramos la venida del Espíritu Santo a los Apóstoles.
Pentecostés marca el comienzo de la actividad apostólica en la Iglesia, porque fue justamente al recibir al Espíritu Santo que los Apóstoles comenzaron a cumplir el mandato de Jesús antes de su Ascensión al Cielo: predicar su mensaje de salvación a todos (cfr. Mt. 28, 19-20).
Algo parecido a ese mandato leemos en el Evangelio de hoy, el cual nos narra una de las apariciones de Jesús resucitado a los Apóstoles (Jn. 20, 19-23): “‘Como el Padre me ha enviado, así también los envío Yo’. Dicho esto, sopló sobre ellos y les dijo: ‘Reciban el Espíritu Santo’”.
Pero ... pensemos ... ¿Quién es el Espíritu Santo? El Espíritu Santo es nada menos que el Espíritu de Dios; es decir, el Espíritu de Jesús y el Espíritu del Padre. El es la presencia de Dios en medio de nosotros los hombres. El Espíritu Santo es el cumplimiento de esta promesa de Jesús: “Mirad que estoy con vosotros todos los días hasta el fin del mundo” (Mt. 28, 20).
Se ha comparado el Espíritu Santo con la brisa y con el fuego. Porque, en efecto, El es como una suave brisa que, como nos dice el Señor “sopla donde quiere” (Jn. 3, 8). Ahora bien, si el Espíritu Santo es la brisa, nosotros debemos ser como las velas de una barca, siempre en posición de ser movidos por esa brisa; es decir, debemos ser perceptivos a las inspiraciones del Espíritu Santo y dóciles a éstas, para poder navegar por esta vida guiados por El hacia nuestra meta definitiva.
También se ha comparado el Espíritu Santo con el fuego. Porque, en efecto, el Espíritu Santo también se manifiesta así: como fuego, como calor abrasador, como calor en el pecho ... El fuego que ardía en el corazón de los peregrinos de Emaús, mientras oían hablar a Jesús resucitado era el Espíritu Santo: “¿No sentíamos arder nuestro corazón cuando nos hablaba en el camino y nos explicaba las Escrituras?” se dijeron los discípulos de Emaús en cuanto Jesús se les desapareció (Lc. 24, 32).
Vemos en la Primera Lectura que el Espíritu Santo se presentó como una ráfaga fuerte de viento y descendió en forma de lenguas de fuego a los discípulos reunidos en torno a la Santísima Virgen el día de Pentecostés (Hech. 2, 1-11).
El Espíritu Santo nos asiste a cada uno de nosotros en nuestro peregrinar a la meta a que hemos sido llamados: el Cielo prometido a aquéllos que cumplan la Voluntad de Dios. Al Espíritu Santo se le atribuyen muchas funciones para con nosotros los hombres, siendo tal vez la principal, la de nuestra santificación. Es El quien, con sus suaves inspiraciones, nos va sugiriendo cómo transitar por el camino de la santidad.
El Espíritu Santo es el Espíritu de la Verdad. Así nos dijo Jesucristo: “Tengo muchas cosas más que decirles, pero ustedes no pueden entenderlas ahora. Pero cuando venga El, el Espíritu de la Verdad, el los llevará a la verdad plena ... El les enseñará todas las cosas y les recordará todo lo que Yo les he dicho” (Jn. 16, 12 y 14, 26).
Así que el Espíritu Santo es Quien nos lleva a conocer y a vivir todo lo que Cristo nos ha dicho; es decir, nos lleva a conocer y a aceptar el Mensaje de Cristo en su totalidad: nos lleva a la Verdad plena.
Es tan importante la acción del Espíritu Santo en nuestra vida que, nos dice San Pablo en la Segunda Lectura (1ª Cor. 12, 3-7.12-13) que ni siquiera podemos reconocer a Jesús como Dios, si no nos lo inspira el Espíritu Santo. “nadie puede llamar a Jesús ‘Señor’ si no es bajo la acción del Espíritu Santo”. En esto consiste el don de la Fe. Es un regalo de Dios, del Espíritu de Dios.
También sabemos por esta lectura y por la experiencia cristiana que el Espíritu Santo nos capacita para cumplir la tarea de evangelización que, como bautizados, todos tenemos que realizar.
Y es el Espíritu Santo el que hace comunidad entre nosotros, seamos quienes seamos, vengamos de donde vengamos. El Espíritu Santo, como el viento “sopla donde quiere”, le dijo Jesús a Nicodemo (Jn. 3, 8). Como dice San Pablo en la Segunda Lectura: no importa la raza, ni la condición (“judíos o no judíos, esclavos o libres”), hemos sido llamados para formar el Cuerpo Místico de Cristo, en el cual cada uno tiene un tipo de función, a la cual Cristo nos ha llamado.
En Pentecostés conmemoramos la Venida del Espíritu Santo a la Iglesia y rogamos porque ese Espíritu de Verdad se derrame en cada uno de nosotros, que formamos parte de la Iglesia. En efecto vemos también en esta Segunda Lectura cómo actúa el Espíritu Santo en la Iglesia. “Hay diferentes actividades, pero Dios, que hace todo en todos, es el mismo. En cada uno se manifiesta el Espíritu para el bien común”. Y nos da el Espíritu Santo diferentes funciones a cada uno, como los diferentes miembros de un cuerpo tiene cada uno su función, pero todos formamos un mismo cuerpo: el Cuerpo Místico de Cristo, que es la Iglesia.
¿Cómo fue esa primera venida del Espíritu Santo?
Recordemos que los Apóstoles habían visto a Jesús irse de la Tierra, cuando ascendió al Cielo, y sabían que ya El no estaba con ellos como antes. Cierto que en los cuarenta días que transcurrieron entre su Resurrección y su Ascensión, Jesús Resucitado estuvo apareciéndoseles para fortalecerlos en la fe. Pero después de la Ascensión ellos sabían que debían continuar su camino y cumplir la misión que les había encomendado. Pero ahora sería diferente, pues serían acompañados y conducidos por el Espíritu Santo.
Antes de Pentecostés recordemos que los Apóstoles eran temerosos y tímidos, torpes para comprender las Escrituras y las enseñanzas de Jesús.
Pero veamos en la Primera Lectura (Hech. 2, 1-11) y continuando a lo largo del libro de los Hechos de los Apóstoles cómo, luego de recibir el Espíritu Santo en Pentecostés, cambiaron totalmente: se lanzaron a predicar sin ningún temor y llenos de sabiduría divina, se les soltaron las lenguas con un nuevo poder de lenguaje dado por el Espíritu Santo, llamando a todos a la conversión, bautizando a los que acogían el mensaje de Jesucristo Salvador. Forman discípulos y comunidades, asisten a los necesitados ... sufren persecuciones, llegando a la santidad e, inclusive, hasta el martirio.
¿Cómo pudo suceder todo esto? Fue obra del Espíritu Santo. Es decir, el protagonista fue el Espíritu Santo. Pero es importante observar qué hacían los Apóstoles antes de Pentecostés para poder imitarlos y también nosotros recibir el Espíritu Santo: “Todos ellos perseveraban en la oración con un mismo espíritu ... en compañía de María, la Madre de Jesús ... Acudían diariamente al Templo con mucho entusiasmo” (Hech. 1, 12-14 y 2, 46).
El secreto de la acción del Espíritu Santo en nosotros y a través de nosotros está en la oración: oración perseverante, frecuente, con entusiasmo, con la Santísima Virgen María. ¡Ven, Espíritu Santo!
Oración maravillosa para este tiempo de Pentecostés -y para todo momento- es la Secuencia del Espíritu Santo, que forma parte de la Liturgia de este Domingo y con la que hemos invocado al Espíritu Santo:

HIMNO AL ESPIRITU SANTO
(SECUENCIA DE PENTECOSTES)

Ven, Espíritu Divino,manda tu Luz desde el Cielo, Padre amoroso del pobre,don en tus dones espléndido, Luz que penetra las almas,fuente del mayor consuelo.
Ven dulce huésped del alma, descanso de nuestro esfuerzo,tregua en el duro trabajo,brisa en las horas de fuego,gozo que enjuga las lágrimas,y reconforta en los duelos.
Entra hasta el fondo del alma, divina luz y enriquécenos,mira el vacío del hombresi Tú le faltas por dentro,mira el poder del pecado,cuando no envías tu aliento.
Riega la tierra en sequía,sana el corazón enfermo,lava las manchas e infundecalor de vida en el hielo,doma el espíritu indómito,guía al que tuerce el sendero.
Reparte todos tus dones,según la fe de tus siervos,por tu bondad y tu graciadale al esfuerzo su mérito,salva al que busca salvarsey danos tu gozo eterno.
Amén.

Comentário ao Evangelho do dia feito por São Bruno de Segni

Do Pentecosts judaico ao Pentecostes cristão
O Monte Sinai é o símbolo do Monte Sião. [...] Reparai até que ponto as duas alianças se ecoam uma à outra, com que harmonia a festa de Pentecostes é celebrada em cada uma delas. [...] O Senhor desceu ao Monte Sião no mesmo dia e de maneira muito semelhante a como tinha descido ao Monte Sinai. [...]Escreve Lucas: «Subitamente ressoou, vindo do céu, um som comparável ao de forte rajada de vento, que encheu toda a casa onde se encontravam. Viram então aparecer umas línguas à maneira de fogo, que se iam dividindo, e poisou uma sobre cada um deles» (Act 2, 2-3). [...] Sim, tanto num como noutro monte se ouve um ruído violento e se vê um fogo. No Sinai, foi uma nuvem espessa, no Sião o esplendor de uma luz muito forte. No primeiro caso, tratava-se de «imagem e sombra» (Heb 8, 5), no segundo caso da realidade verdadeira. No passado, ouviu-se o trovão, hoje discernem-se as vozes dos apóstolos. De um lado, o brilho dos relâmpagos; do outro, prodígios por todo o lado. [...] «Moisés mandou sair o povo do acampamento, para ir ao encontro de Deus, e pararam junto do monte» (Ex 19, 17). E, nos Actos dos Apóstolos, lemos que «ao ouvir aquele som poderoso, a multidão reuniu-se e ficou estupefacta» (v. 6). [...] O povo de toda a Jerusalém reuniu-se aos pés da montanha de Sião, ou seja, no lugar onde Sião, a imagem da Santa Igreja, começou a ser edificado, a colocar os seus fundamentos. [...] «Todo o Monte Sinai fumegava, porque o Senhor havia descido sobre ele no meio de chamas», diz o Êxodo (v. 18). [...] Como poderiam deixar de arder aqueles que tinham sido abrasados pelo fogo do Espírito Santo? Assim como o fumo assinala a presença do fogo, assim também, pela segurança dos seus discursos e pela diversidade das línguas que falavam, o fogo do Espírito Santo manifestou a Sua presença no coração dos apóstolos. Felizes os corações que estão cheios deste fogo! Felizes os homens que ardem com este calor! «Todo o monte estremecia violentamente. Os sons da trombeta repercutiam-se cada vez mais» (vv. 18-19). [...] Assim também a voz dos apóstolos e a sua pregação se tornaram cada vez mais fortes, fazendo-se ouvir cada vez mais longe, até que «por toda a terra caminha o seu eco, até aos confins do universo a sua palavra» (Sl 18, 5).

Pentecostes (in: ecclesia.pt)

O tema deste Domingo é, evidentemente, o Espírito Santo. Dom de Deus a todos os crentes, o Espírito dá vida, renova, transforma, constrói comunidade e faz nascer o Homem Novo.O Evangelho apresenta-nos a comunidade cristã, reunida à volta de Jesus ressuscitado. Para João, esta comunidade passa a ser uma comunidade viva, recriada, nova, a partir do dom do Espírito. É o Espírito que permite aos crentes superar o medo e as limitações e dar testemunho no mundo desse amor que Jesus viveu até à últimas consequências.Na primeira leitura, Lucas sugere que o Espírito é a lei nova que orienta a caminhada dos crentes. É ele que cria a nova comunidade do Povo de Deus, que faz com que os homens sejam capazes de ultrapassar as suas diferenças e comunicar, que une numa mesma comunidade de amor, povos de todas as raças e culturas.Na segunda leitura, Paulo avisa que o Espírito é a fonte de onde brota a vida da comunidade cristã. É ele que concede os dons que enriquecem a comunidade e que fomenta a unidade de todos os membros; por isso, esses dons não podem ser usados para benefício pessoal, mas devem ser postos ao serviço de todos.
www.ecclesia.pt

Domingo de Pentecostes (Pe Carlo)

O caminho litúrgico intenso que trilhamos neste Tempo Pascal, nos ajudou a compreender que a Páscoa não é um fato ligado a um momento mas que é um evento, cujas conseqüências se prolongam ao longo da história. Páscoa é uma realidade nova implantada no mundo dos homens e que age a partir de seu interior, modificando relações, perspectivas, valores e, até a própria natureza. A festa de hoje lança uma ponte entre o evento pascal e a vida da comunidade cristã, para que possamos entender melhor o seu significado, sua identidade e função.
Esta festa encerra o tempo de meditação sobre o evento Pascal para dar início à caminhada quotidiana. Passos lentos e imperceptíveis que a comunidade cristã dá na sua peregrinação no mundo dos homens a fim de que possa ser dada a todos a oportunidade de participar do dom que Deus nos ofereceu em Cristo.
Alguns gostam de indicar a festa de hoje como a festa da Igreja, outros do Espírito Santo, outros vêem hoje a festa da “fundação”, do começo da Igreja... Seja o que for, com certeza indica o início da nova, última e definitiva maneira de Cristo operar junto com os homens na história humana. Trata-se de uma belíssima festa, cujo valor pode ser compreendido melhor uma vez depurada de algumas formas espalhafatosas com as quais, às vezes, se pretende mais representar sensações do que transmitir conteúdos de fé. Algumas informações sobre a origem da festa, talvez podem ajudar-nos a sentir a “alegria” que sempre é associada a esta festa. O primeiro passo é o de esquivar-nos o mais possível de representações entusiásticas, que são mais próximas do mundo pagão do que cristão. Desde sempre, de fato, a relação entre os deuses e os homens, foi representada por indivíduos que se apresentavam como invadidos, pelo espírito dos deuses. Estes “sacerdotes”, través de métodos estáticos personificavam o limite entre a divindade e a humanidade. Ritualmente, neles entravam em conflito a dimensão divina e humana; esta, não podendo suportar a presença de algo tão superior como o espírito dos deuses, respondia com gemidos, gritos, gestos estranhos, cortes na própria carne, mudança de voz etc. Manifestações como estas, se encontram também entre as primeiras formas de profetismo em Israel, mas bem cedo são consideradas como manifestações falsas que não indicam a presença do Espírito de Jahvé; veja-se, por exemplo, a diferença entre Elias e os profetas de Baal (1Rs. 18,22.28). É impróprio e não conforme a nossa fé identificar o Espírito com fenômenos como tais.
Pentecostes significa “festa do qüinquagésimo dia”. Sua origem é muito antiga, trata-se de uma festa agrícola atestada desde o tempo em que Israel se tornou um povo sedentário; isto é quase 1200 anos antes de Jesus. Era de um momento de grande alegria que devia ser celebrado de modo tal que ninguém fosse excluído da alegria comum. Estas palavras do Deuteronômio prescrevem que a festa e a alegria sejam proporcionadas a todos: «Alegrar-te-ás perante o Senhor teu Deus, tu, e o teu filho, e a tua filha, e o teu servo, e a tua serva, e o levita que está dentro da tua cidade, e o estrangeiro, e o órfão, e a viúva que estão no meio de ti, no lugar que o Senhor teu Deus, escolher para ali fazer habitar o seu nome» (Dt. 16,11; note-se que a repetição “e”, “e”... é tipicamente manifestação de uma fórmula gravada na memória litúrgica). A alegria comum, logo, era o centro desta festa, era a manifestação exterior de um significado mais profundo que tentaremos descobrir. Esta mesma alegria a encontramos no evento narrado em Atos dos Apóstolos; em ambos os casos, trata-se de uma alegria comunitária, não particular. A festa, logo, não é um sentimentalismo privado mas resultado de algo que envolve a comunidade como uma só coisa; ali há espaço e direito também para os que estão à margem da vida comum: «servo, estrangeiro, órfão, viúva». Como uma só coisa; é assim que Deus via e vê o seu povo, tanto o antigo Israel, libertado do Egito, quanto a sua comunidade cristã, na qual «escolheu ali fazer habitar o seu nome», isto é, o seu Filho.
De onde se originava a alegria tão celebrada? Creio que possamos identificar pelo menos três fatores principais. Fazendo uma transposição temporal, não será difícil para cada um encontrar uma profunda analogia entre a festa em sua origem, e o evento que celebramos hoje.
Quanto ao primeiro elemento: o símbolo principal da festa era representado pelo “primeiro feixe de trigo” da colheita do ano. Este era apresentado a Jahvé como oferta. O feixe de trigo oferecido representava a gratidão pela colheita. Para todo homem da antiguidade o alimento é um dom de Deus, hoje nós esquecemos muito esta dimensão porque na maioria dos casos não temos mais uma relação viva com o nosso alimento, simplesmente o encontramos no supermercado já bem embalado. Para os antigos, considerar e receber o alimento como dom recordava a dimensão de gratuidade na qual a pessoa deve viver a sua existência. Para um hebreu existia um significado a mais: poder colher o próprio trigo, significava não estar mais obrigado a trabalhar como servo dos Egípcios para garantir o direito à sobrevivência. Naquele feixe estava presente o símbolo da liberdade que Deus havia proporcionado gratuitamente ao seu povo.
Com a primeira colheita de trigo cada família fazia um pão que era oferecido a Deus em agradecimento; este pão era dado também aos pobres. Seguindo esta linha, não é difícil descobrir a beleza deste momento. Muitas vezes, em suas parábolas, Jesus indicou o mundo como o “campo de Deus”, no qual Ele, o Senhor, semeia a sua palavra, a qual dará frutos, mesmo que uma parte se perca e outra seja sufocada. Jesus havia semeado a sua palavra e algumas pessoas, com todos os seus limites e erros, haviam permitido que germinasse em suas vidas. Era a primeira colheita de Jesus. Aquele grupo de fiéis era o primeiro feixe de trigo nascido de uma semente que morreu, o primeiro “pão” confeccionado com aquilo que Jesus havia semeado. Assim, analogamente a o que acontece quando celebramos a Eucaristia, o Pai acolheu aquele fruto, da morte do grão de trigo, e, como pelo Espírito ainda hoje modifica o pão em corpo de Cristo, do mesmo modo fez daquele grupo mais do que um grupo de pessoas, fez deles o Corpo de Cristo, para usar a linguagem de São Paulo. O Corpo de Cristo presente no mundo até o fim dos tempos. Nascia a Igreja. Cheia de dificuldades, problemas, pecados, mas cheia de perdão, de força de amar, portadora de um tesouro maior do que ela mesma: o próprio Cristo.
O segundo elemento é ligado ao primeiro. Sendo Israel povo nômade, ele via naquela colheita a realização da promessa feita. Colher uma safra de trigo significava estabilidade, realização de uma promessa como antecipação de uma outra. O hebreu sabia que a promessa de uma “terra” nova oferecida imerecidamente por Jahvé, era o penhor de uma outra promessa que se estenderia a toda a humanidade, às «ilhas mais distantes» (cfr. Sof. 2,11). Era a promessa de uma nova “terra”, um novo “mundo” onde reinaria a paz, a justiça, a fraternidade. Um mundo onde Jahvé é o Senhor, reina. Paralelamente, a comunidade cristã via realizada a promessa do novo mundo, instaurado pela vinda de Jesus e sua Páscoa; uma promessa com sabor de algo definitivo, irrevogável, que superava o tempo e o espaço uma vez que o Senhor ressuscitado apareceu vivo e concretizou a promessa de permanecer «sempre» com eles. Não só, sabiam que um novo “mundo” era de fato possível. E isto o experimentavam olhando no interior da própria comunidade, a qual, desde o início, se caracterizava como comunidade de perdão recíproco. Não podemos desconsiderar, por exemplo, que a presença de Maria na comunidade cristã, ao lado daqueles que abandonaram a si mesmo o Filho Dela, caracteriza a comunidade como comunidade de perdão, de acolhida. Seu olhar, privo de crítica, dizia que de fato um mundo novo estava ali. A leitura do Evangelho de hoje também associa imediatamente o “espírito” dado ao perdão recíproco. É, logo, uma comunidade que se rege sobre princípios novos, porque ao centro dela está a presença de Deus, não as opiniões relativistas, ou restritos critérios de “justo e errado”. Aquela comunidade era o início de um novo “mundo” feito de relações mais humanas.
Quanto ao terceiro, o significado decorre da data de sua celebração no primeiro dia depois de sete semanas. Repetir anualmente o ciclo de sete semanas tinha uma função educativa que relembrava a todo hebreu o grande jubileu previsto pela Lei; jubileu que recorria a cada 50 anos. O jubileu era a festa que, recordando a liberdade, se abria à esperança de que os homens fossem mais équo, justos, conformes com o projeto de Deus. A Lei previa uma série de práticas que serviam para esta finalidade, entre elas a libertação de escravos, redistribuição de terras, perdão de dívidas, etc. (o que de fato raramente ocorreu, embora previsto). Era uma esperança sempre aberta. Todavia, um mundo mais humano só é possível quando o homem vive a comunhão com Deus; é isto que no “sétimo” dia da criação exige o livro de Gênese. A criação como Deus a quer, somente é possível quando os homens são capazes de estabelecer as suas relações recíprocas apontando o olhar para Deus. Do contrário somente haverá conflitos de opiniões, razões e pontos de vista.
Na época de Jesus, tanto nas comunidades de Qumrã, quanto no ensinamento comum do judaísmo que se inspirava no “Livro dos Jubileus”, a Pentecostes era tida como festa que lembrava o instrumento privilegiado –no entender dos hebreus- que Deus havia dado para orientar o olhar do homem em sua direção. Era a Lei, ou melhor, os cinco rolos da Lei como cinqüenta eram os dias decorridos desde a Páscoa judaica. Era a festa da renovada aliança estipulada pela Lei do Sinai.
A comunidade dos discípulos, porém, havia conhecido uma outra “Lei”, não escrita em livros, uma lei que brotava do coração de Jesus quando olhava nos olhos dos necessitados, dos “perdidos”, dos sofredores. Era uma Lei nova não feita de regras mas de compaixão, de esperança dada, de amparo oferecido até às últimas conseqüências. Mas como viver esta nova lei, esta nova aliança baseada “no sangue”, isto é, na vida dada completamente a Deus e aos outros? É muito difícil, a não ser que intervenha algo, uma força maior que a Lei, uma força que nasce do coração, da decisão fundamental de superar a próprio bem-estar, a própria comodidade para se projetar fora de si mesmo. E isto a lei, a regra, a obrigação não têm poder de dar. Existe somente um fator capaz de conduzir infinitamente o homem fora de se mesmo: a consagração plena a Deus. Consagração que é o ato com o qual o todo do homem deseja fundir-se com o todo de Deus e ao qual Deus responde dando um desejo infinito de Infinito: o Seu Espírito.
Sim, o jubileu, o qüinquagésimo ano, como o sétimo dia, todos indicavam a consagração exclusiva a Deus: Ele em primeiro lugar. Pertencer ao Pai fora a força de Jesus, o dom que a comunidade recebeu foi o de sentir o mesmo Espírito que eternamente rege esta relação de pertença entre o Pai e o Filho. É o Espírito que dá a força, é capaz de conduzir cada homem e, neste, a humanidade inteira, para um mundo novo onde as leis servem, sim, mas não se impõem na novidade das relações que o amor gera.
Naquele dia, naquela festa das primícias, da renovada aliança, Deus Pai acolheu a primícia de Jesus; aceitou como oferta agradável aquele feixe de homens assim como aceitava a consagração dos primogênitos de Israel. Acolheu e santificou, envolveu com o mesmo Espírito aquela pequena antecipação de um mundo que inexoravelmente vai para o triunfo do amor. Aquela comunidade de fé, envolvida pelo Espírito foi a resposta do Pai ao amor do Filho. É isto que significa ser e viver o mistério da Igreja.

quinta-feira, 21 de maio de 2009

Ascensão do Senhor (Pe Antonio Geraldo)

"Ide e Evangelizai"

Celebramos hoje a festa da ASCENSÃO do Senhor.
A Ascensão faz parte do Mistério pascal de Cristo.
Cristo terminou sua missão terrena elevando-se ao céu e
é o ponto de partida para ser testemunhas e anunciadores
de Cristo exaltado, que voltou ao Pai para sentar-se à sua direita.

Na 1a Leitura, temos o Início dos Atos dos Apóstolos. (At 1,1-11)

Esse livro pretende mostrar, que os ensinamentos e ações de Jesus
continuam nos ensinamentos e nas ações da Comunidade cristã…

Elementos a aprofundar:

- 40 dias: É um número simbólico, catequético…
É o tempo necessário para um discípulo aprender e repetir as lições do mestre.
- Numa refeição: num contexto de intimidade e comunhão…
- Recomendações: Ficar em Jerusalém… aguardando o Espírito Santo…
- MISSÃO: "Sereis minhas testemunhas em Jerusalém…
Judéia, Samaria e até os confins da terra..."
- "Elevou-se… e uma nuvem o encobriu...":
Exprime o Mistério de Deus presente e escondido aos olhos do povo.
- ANJOS: convidam os discípulos não ficar de braços cruzados,
olhando para o céu, mas descer seguir o caminho de Jesus.

O FATO não deve ser interpretado ao pé da letra,
como uma reportagem histórica,
mas como uma encenação literária de um dado da fé.
Lucas não tem a intenção de fornecer informações
sobre o lugar, a forma e o tempo da ascensão.... (há contradições...)
mas lembrar o compromisso missionário, que a Igreja recebeu de Cristo.
Termina a missão terrena de Jesus e inicia a missão da Igreja.

Lucas faz desse acontecimento um divisor de águas.
Com a Ascensão, termina o seu Evangelho e inicia os Atos dos Apóstolos.
São duas etapas diferentes da História da Salvação.
A Ascensão não é uma despedida, mas uma nova presença do Mestre,
que se manifesta mediante sinais da missão evangelizadora dos discípulos.
O Projeto de salvação e de libertação de Jesus
passou para as mãos da Igreja, animada pelo Espírito.

Na 2ª Leitura, São Paulo vê na Ascensão a glorificação de Cristo
e o anúncio do retorno de toda a humanidade a Deus. (Ef 1,17-23)

O Evangelho apresenta o papel dos discípulos no mundo,
após a partida de Jesus ao encontro do Pai. (Mc 16, 15-20)

O texto é um acréscimo posterior ao evangelho de Marcos.
É um resumo das aparições de Jesus e da Missão da Comunidade cristã.
Narra TRÊS CENAS:
1) Jesus ressuscitado define a MISSÃO dos Discípulos.
- Os Destinatários: A Missão é UNIVERSAL: "Ide por todo o mundo...
- O Conteúdo do anúncio: "Pregai 'o Evangelho' a toda a criatura".

* A Palavra EVANGELHO
- Na boca de Jesus, designa o anúncio do Reino
que suscita a fé e o acolhimento da salvação.
- Para as comunidades cristãs, é o anúncio de um ACONTECIMENTO:
Em Jesus Cristo, Deus veio ao encontro dos homens,
manifestou-lhes o seu amor, inseriu-os na sua família,
convidou-os a integrar a comunidade do Reino, ofereceu-lhes a vida definitiva. - O anúncio do "Evangelho" obriga os homens a uma opção.
Quem aderir à proposta de Jesus chegará à vida plena e definitiva.- A obra missionária será acompanhada de Sinais,
que atestarão autenticidade e continuidade da ação libertadora do Mestre.
E enumera sinais da presença do Mestre:
Expulsarão demônios, falarão novas línguas,
resistirão ao veneno das serpentes, curarão doentes impondo as mãos.

2) Jesus PARTE ao encontro do PAI.
Jesus sobe ao céu e senta-se à direita de Deus:
Mostra a soberania de Jesus, como Senhor da História e do Universo...
Não é o afastamento de Cristo, mas uma nova presença no mundo.

3) Os discípulos PARTEM ao encontro do MUNDO:
a fim de concretizar a missão que Jesus lhes confiou.
"Os discípulos então partiram e pregaram por toda a parte..."
Na ação missionária, os discípulos não estão sozinhos...
O Senhor os ajudava e confirmava sua palavra pelos sinais".

* A Igreja é essencialmente uma comunidade missionária, cuja missão
é testemunhar no mundo a proposta de Salvação e Libertação,
que Jesus veio trazer.

+ A Ascensão de Jesus nos faz lembrar:

- A nossa ascensão: "Ele subiu não para se afastar da nossa humanidade,
mas para nos dar a esperança de que um dia... iremos ao seu encontro,
onde ele nos precedeu..." (Prefácio)
- A nossa vocação missionária: A Igreja é uma "Comunidade Missionária",
cuja missão é testemunhar no mundo a proposta de salvação e de libertação,
que Jesus veio trazer aos homens.
- E Nós, vivemos o ideal missionário,
conscientes de que na Igreja de Cristo, todo batizado é missionário.

- Cristo pode contar, hoje, com todos nós?
Pe. Antônio Geraldo Dalla Costa

Fiesta de la Ascensión de Jesucristo

La Fiesta de la Ascensión de Jesucristo al Cielo es una fiesta importante y de gran significación. Sin embargo, hace evocar sentimientos encontrados de nostalgia y de alegría. De nostalgia, por la partida de Cristo, Quien regresa a la gloria que comparte desde toda la eternidad con el Padre y con el Espíritu Santo. De alegría, pues hacia esa gloria conduce a la humanidad por El redimida.
El mismo Señor nos muestra esos sentimientos las veces que en el Evangelio hace el anuncio de su ida al Padre. “He deseado muchísimo celebrar esta Pascua con vosotros ... porque ya no la volveré a celebrar hasta ...” (Lc.22, 15-16). “Me voy y esta palabra los llena de tristeza” (Jn. 16, 6).
En cada uno de los anuncios de su partida, Jesús trataba de consolar a los Apóstoles: “Ahora me toca irme al Padre ... pero si me piden algo en mi nombre, yo lo haré” (Jn. 14,12 y 14). Inclusive trató de convencerlos acerca de la conveniencia de su vuelta al Padre: “En verdad, les conviene que yo me vaya, porque si no me voy, no podrá venir a ustedes el Consolador. Pero si me voy, se los enviaré ... les enseñará todas las cosas y les recordará todo lo que yo les he dicho” (Jn. 16, 7 - 14, 26).
Recordemos que Jesucristo había resucitado después de su muerte, una muerte que fue ¡tan traumática! -traumática para El por los sufrimientos intensísimos a que fue sometido- ... y traumática también para sus seguidores, para sus Apóstoles y discípulos, que quedaron estupefactos ante lo sucedido el Viernes Santo.
Luego viene para ellos la sorpresa de la Resurrección. Al principio no creyeron lo que les dijeron las mujeres, luego el mismo Señor Resucitado se les apareció en cuerpo glorioso, y entonces recordaron y creyeron lo que El les había anunciado. Pero la verdad es que los Apóstoles no entendían bien a Jesús cuando les anunciaba todo lo que iba a suceder: lo de su muerte, su posterior resurrección y luego también lo de su Ascensión al Cielo.
Para fortalecerles la Fe, después de su Resurrección, el Señor pasa unos cuarenta días apareciéndose en la tierra a sus discípulos, a sus Apóstoles, a su Madre.
Es lo que nos refiere la Primera Lectura del Libro de los Hechos de los Apóstoles: “Se les apareció después de la pasión, les dio numerosas pruebas de que estaba vivo y durante cuarenta días se dejó ver por ellos y les habló del Reino de Dios. Un día, les mandó: ‘No se alejen de Jerusalén. Aguarden aquí a que se cumpla la promesa de mi Padre, de la que ya les he hablado ... Dentro de pocos días serán bautizados con el Espíritu Santo.’” La promesa del Padre era el Espíritu Santo, el Consolador, que vendría unos días después en Pentecostés.
Y luego de esos cuarenta días, llegó el momento de su partida. Entonces, los llevó a un sitio fuera y luego de darles las últimas instrucciones y bendecirlos, se fue elevando al Cielo a la vista de todos los presentes.
Si la Transfiguración del Señor fue algo tan impresionante, ¡cómo sería la Ascensión! Quedaron todos los presentes tan impactados de esa triste, pero gloriosa despedida, en la que el Señor subía para sentarse a la derecha del Padre, que aún después de haber desaparecido Jesús, ocultado por una nube, los Apóstoles y discípulos seguían mirando fijamente al Cielo.
Fue, entonces, cuando dos Ángeles interrumpieron ese éxtasis colectivo de amor, de nostalgia, de admiración al Señor, cuyo cuerpo radiantísimo había ascendido al Cielo, y les dijeron: “¿Qué hacen ahí mirando al cielo? Ese mismo Jesús que los ha dejado para subir al Cielo, volverá como lo han visto alejarse” (Hech. 1, 11).
Importantísimo recordar ese anuncio profético de los Ángeles sobre la segunda venida de Jesucristo, en la que volverá de igual manera: en gloria y desde el Cielo. Jesucristo vendrá, entonces, como Juez a establecer su reinado definitivo. Así lo reconocemos cada vez que rezamos el Credo: de nuevo vendrá con gloria para juzgar a vivos y muertos, y su Reino no tendrá fin.
Estamos hablando de la Segunda Venida de Cristo. Pero para saber cómo será y cómo no será la Segunda Venida de Cristo, debemos detallar bien cómo fue la Ascensión de Jesucristo al Cielo. ¿Cómo lo vieron subir? Con todo el poder de su divinidad, glorioso, fulgurante y, ascendiendo, desapareció entre las nubes. Entonces … ¿cómo vendrá?
El anuncio de los Ángeles es clarísimo y corrobora anuncios previos hechos por Jesús mismo. Al responder a Caifás en el momento de su injustísimo juicio antes del su Pasión y Muerte dijo lo siguiente: “Verán al Hijo del Hombre sentado a la derecha del Dios Poderoso y viniendo sobre las nubes” (Mt. 26, 64).
Ya anteriormente lo había anunciado a sus discípulos: “Entonces aparecerá la señal del Hijo del Hombre. Verán al Hijo del Hombre viniendo en las nubes del cielo, con el Poder Divino y la plenitud de la Gloria. Mandará a sus Ángeles, los cuales tocarán la trompeta y reunirán a los elegidos de los cuatro puntos cardinales, de un extremo al otro del mundo” (Mt. 24, 30-31)
Sin embargo han habido, hay y habrá muchos que querrán hacerse pasar por Cristo. Y hay uno en especial, el Anticristo, que hará creer que él es Cristo. Entonces hay que estar precavidos, pues Cristo vendrá glorioso con todo el poder de su divinidad, como los Apóstoles Lo vieron irse.
Tengamos en cuenta que el Anticristo será un hombre que se dará a conocer como Cristo y con la ayuda de Satanás realizará milagros y prodigios, y engañará a muchos, pues desplegará un gran poder de seducción. He aquí la descripción que nos hace San Pablo:
“Entonces aparecerá el hombre del pecado, instrumento de las fuerzas de perdición, el rebelde que ha de levantarse contra todo lo que lleva el nombre de Dios o merece respeto, llegando hasta poner su trono en el Templo de Dios y haciéndose pasar por Dios ... Al presentarse este Sin-Ley, con el poder de Satanás, hará milagros, señales y prodigios al servicio de la mentira. Y usará todos los engaños de la maldad en perjuicio de aquéllos que han de perderse, porque no acogieron el amor de la Verdad que los llevaba a la salvación ... así llegarán hasta la condenación todos aquéllos que no quisieron creer en la Verdad y prefirieron quedarse en la maldad ” (2 Tes. 2, 3-11).
Entonces, ¿qué hacer? Siguiendo, el consejo de la Sagrada Escritura, no debemos dejarnos engañar. Los datos sobre la Segunda Venida de Cristo son muy claros: Cristo vendrá en gloria. El Anticristo no. Hará grandes prodigios, pero no puede presentarse como tenemos anunciado que vendrá Cristo en su Segunda Venida. De allí que Jesús nos advierta:
“Llegará un tiempo en que ustedes desearán ver uno solo de los días del Hijo del Hombre, pero no lo verán. Entonces les dirán: está aquí, está allá. No vayan, no corran. En efecto, como el relámpago brilla en un punto del cielo y resplandece hasta el otro, así sucederá con el Hijo del Hombre cuando llegue su día”. (Lc. 17, 22-24)
Esto es tan importante que el Señor nos lo dijo en otras ocasiones. Jesús nos advierte clarísimamente y nos explica con más detalle aún cómo será de sorpresiva y deslumbrante su Segunda Venida:
“Si en este tiempo alguien les dice: Aquí o allí está el Mesías, no lo crean. Porque se presentarán falsos cristos y falsos profetas, que harán cosas maravillosas y prodigios capaces de engañar, si fuera posible, aun a los elegidos de Dios. ¡Miren que se los he advertido de antemano! Por tanto, si alguien les dice: En el desierto está. No vayan. Si dicen: Está en un lugar retirado. No lo crean. En efecto, cuando venga el Hijo del Hombre, será como relámpago que parte del oriente y brilla hasta el poniente” (Mt. 24, 23-28).
Pero por encima de la nostalgia de su partida, por encima de la advertencia de cómo será su Segunda Venida, para que nadie nos engañe, el misterio de la Ascensión de Jesucristo es un misterio de fe y esperanza en la vida eterna.
La misma forma física en que se despidió el Señor, la cual resalta San Pablo en la Segunda Lectura (Ef. 4, 1-13): subiendo al Cielo- nos muestra nuestra meta, ese lugar donde El está, al que hemos sido invitados todos, para estar con El.
Ya nos lo había dicho al anunciar su partida: “En la Casa de mi Padre hay muchas mansiones, y voy allá a prepararles un lugar ... Volveré y los llevaré junto a mí, para que donde yo estoy, estén también ustedes” (Jn. 14,2-3).
El derecho al Cielo ya nos ha sido adquirido por Jesucristo. El nos ha preparado un lugar a cada uno de nosotros: nos toca a nosotros vivir en esta vida de tal forma que merezcamos ocupar ese lugar.
Ahora bien, a pesar de todos estos anuncios, los Apóstoles y discípulos no alcanzaban a entender la trascendencia de lo anunciado. La Santísima Virgen María seguramente fue preparada por su Hijo para el momento de su partida, con gracias especiales para poder consolar y animar a los Apóstoles.
Jesucristo estaba dejando a Pedro como cabeza de la Iglesia y como su Representante. Pero también estaba dejando a su Madre como Madre de su Iglesia, ya que siendo Ella Madre de Cristo, era también Madre de su Cuerpo Místico. Por eso Ella los reunió y los animó, orando con ellos en espera del Espíritu Santo.
La Ascensión, entonces, nos invita a estar en la tierra, haciendo lo que aquí tengamos que hacer, todo dentro de la Voluntad de Dios. Pero debemos estar en la tierra sin perder de vista el Cielo, la Casa del Padre, a donde nos va llevando Cristo por medio del Espíritu Santo, Quien nos recuerda todo lo que Cristo nos enseñó.
Y nos recuerda también lo que debemos enseñar a otros, pues debemos llevar la Palabra de Dios a todo el que desee escucharla. Es el llamado de Cristo que nos trae la Aclamación antes del Evangelio: “Vayan y enseñen a todas las naciones, dice el Señor. Y sepan que Yo estaré con ustedes todos los días hasta el fin del mundo” (Mt. 28, 19-20).
Es el llamado a la Nueva Evangelización, a la que insistentemente nos llama la Iglesia.
Para cumplir con esto, San Pablo nos recuerda en la Segunda Lectura (Ef. 4. 1-13) lo siguiente:
“El que subió fue quien concedió a unos ser apóstoles; a otros ser profetas; a otros ser evangelizadores; a otros ser pastores y maestros.
“Y esto para capacitar a los fieles, a fin de que, desempeñando debidamente su tarea, construyan el Cuerpo de Cristo,
“hasta que todos lleguemos a estar unidos en la Fe y en el conocimiento del Hijo de Dios,
“y lleguemos a ser hombres perfectos, que alcancemos en todas sus dimensiones la plenitud de Cristo”.
La Fiesta de la Ascensión de Jesucristo al Cielo:
. nos despierta el anhelo de Cielo, la esperanza de nuestra futura inmortalidad, en cuerpo y alma gloriosos, como El, para disfrutar con El y en El de una felicidad completa, perfecta y para siempre.
. nos advierte cómo será la Segunda Venida de Cristo, para que no seamos engañados por el Anticristo.
. nos invita a llevar la Palabra de Dios a todos, seguros de que el Espíritu Santo, Quien es el verdadero protagonista de la Evangelización, nos capacita para responder a este llamado. Así contribuimos a construir el Cuerpo de Cristo que es la Iglesia, en esta época en que hay que realizar la Nueva Evangelización, atrayendo a la Iglesia a aquéllos que se han alejado.

Ascensão do Senhor

Celebramos hoje o domingo da Ascensão. Esta festa mais do que uma espécie de despedida ou de ausência, deveria ser vista como “coroamento de uma caminhada”, continuidade e presença do Cristo Senhor no meio de sua comunidade em missão. “Os discípulos partiram e o Senhor os ajudava e, por meio de sinais que os acompanhavam, provava que o ensinamento deles era verdadeiro” (Mc 16, 20). A Ascensão comprova que o Senhor continua no meio da comunidade dos discípulos. Portanto, ela é início da missão. O mesmo Senhor que nos envia, garante estar sempre presente, para a nossa alegria e tranqüilidade. A festa da Ascensão do Senhor recorda ainda que aquele que realizou bem sua missão, foi colocado numa posição de destaque. Jesus foi glorificado! A sociedade tem o costume de premiar as pessoas que se destacam no cumprimento de algum serviço ou missão. Sem fazer muito alarde, os Atos dos Apóstolos faz a seguinte narrativa: “Depois de dizer isso, Jesus foi levado ao céu à vista deles (os discípulos)”. Subiu ante os anjos maravilhados ao mais alto dos céus e tornou-se o mediador entre Deus e a humanidade redimida, juiz do mundo e Senhor do universo.Cristo está sentado à direita do Pai: está na posse da glória e da honra da divindade. Sentar-se à direita do Pai significa que o Reino do Messias foi definitivamente inaugurado, segundo a visão do profeta Daniel. Sentado à direita do Pai, Cristo glorioso, como mediador, intercede sem cessar por nós e derrama o Espírito Santo sobre a Igreja para que cumpra na terra a sua missão.Ao entrar na glória, Jesus é a prova máxima de que Deus cumpriu suas promessas: o céu e a terra se uniram. As barreiras entre o humano e o Divino, foram canceladas. Em Jesus Cristo ressuscitado e elevado ao céu, a humanidade já participa da glória do Pai. “Somos cidadãos do céu” (Fl 3,20). Na opinião do apóstolo Paulo, a Ascensão do Senhor ao céu, redimensiona os procedimentos humanos: “Se vocês foram ressuscitados com Cristo, procurem as coisas do alto, onde Cristo está sentado à direita de Deus...” (Cl 3,1s). O discípulo de Cristo vive neste mundo sem ser do mundo: caminha entre as realidades que passam, abraçando somente as que não passam. A Ascensão do Senhor é de tamanha grandeza que nos impulsiona à missão. Não é mais possível permanecer imóveis e admirados olhando para o céu a exemplo dos primeiros discípulos (At 1,10-11): temos que nos tornar testemunhos do Reino que não tem fim!

Comentário ao Evangelho do dia feito por Cardeal John Henry Newman (1801-1890)

«Eles não são deste mundo como Eu não sou deste mundo»
Começai desde já, neste tempo santo de Páscoa, a vossa ressurreição com Cristo. Vede como Ele vos estende a mão! Ele ressuscita; ressuscitai com Ele! Saí do túmulo do velho Adão, abandonai as vossas preocupações, as invejas, as inquietações, as ambições mundanas, a escravatura do hábito, o tumulto das paixões, os fascínios da carne, o espírito frio, terra a terra e calculista, a ligeireza, o egoísmo, a preguiça, a vaidade e as manias de grandeza. Esforçai-vos doravante por fazer o que vos parece difícil mas que não deveria, e não deve, ser negligenciado: velai, rezai e meditai. [...]Mostrai que o vosso coração, as vossas aspirações e toda a vossa vida estão com o vosso Deus. Reservai em cada dia algum tempo para ir ao Seu encontro. [...] Não vos peço que abandoneis o mundo nem que abandoneis os vossos deveres nesta terra, mas sim que retomeis a posse do vosso tempo. Que não consagreis horas inteiras ao lazer ou à vida em sociedade enquanto apenas consagrais alguns instantes a Cristo. Que não rezeis unicamente quando estais cansados e à beira de adormecer; que não vos esqueçais por completo de O louvar ou de interceder pelo mundo e pela Igreja. Comportai-vos segundo as palavras da Sagrada Escritura: «Procurai as realidades lá de cima». Mostrai a vossa pertença a Cristo, pois o vosso coração «ressuscitou com Ele» e «a vossa vida está oculta n'Ele» (Col 3,1-3).

Ascensão do Senhor

A Festa da Ascensão de Jesus que hoje celebramos, sugere que, no final do caminho percorrido no amor e na doação, está a vida definitiva, a comunhão com Deus. Sugere, também, que Jesus nos deixou o testemunho e que somos nós, seus seguidores, que devemos continuar a realizar o projecto libertador de Deus para os homens e para o mundo.No Evangelho, Jesus ressuscitado aparece aos discípulos, ajuda-os a vencer a desilusão e o comodismo e envia-os em missão, como testemunhas do projecto de salvação de Deus. De junto do Pai, Jesus continuará a acompanhar os discípulos e, através deles, a oferecer aos homens a vida nova e definitiva.Na primeira leitura, repete-se a mensagem essencial desta festa: Jesus, depois de ter apresentado ao mundo o projecto do Pai, entrou na vida definitiva da comunhão com Deus - a mesma vida que espera todos os que percorrem o mesmo "caminho" que Jesus percorreu. Quanto aos discípulos: eles não podem ficar a olhar para o céu, numa passividade alienante; mas têm de ir para o meio dos homens, continuar o projecto de Jesus.A segunda leitura convida os discípulos a terem consciência da esperança a que foram chamados (a vida plena de comunhão com Deus). Devem caminhar ao encontro dessa "esperança" de mãos dadas com os irmãos - membros do mesmo "corpo" - e em comunhão com Cristo, a "cabeça" desse "corpo". Cristo reside no seu "corpo" que é a Igreja; e é nela que se torna, hoje, presente no meio dos homens.
www.ecclesia.pt

Festa da Ascensão (Pe Carlo)

A festa da Ascensão que celebramos hoje é a festa daquele valor cristão que chamamos esperança. A esperança cristã não é um devaneio utópico, mas sim a atitude com a qual sabemos dar o devido valor às coisas quotidianas justamente porque sabemos aonde terminará a história e mais, sabemos isto com um penhor que nos garante de antemão que o resultado é real. Somente sabendo qual é a meta é que se sabe exatamente o que fazer. A esperança cristã faz com que o nosso modo de viver não seja casual nem movido por impulsos imediatos desconexos, os quais, às vezes, deixam uma amargura no final, quando esgotam todo o seu atrativo. Não se trata de uma alienação fantasiosa, ao contrário é a profunda capacidade de mergulhar no presente, com todos os seus problemas e dramas, justamente porque o olhar não fica preso no imediato presente.
É isto que nos dirá o texto do Evangelho de hoje. Vamos começar a nossa leitura.
Estava terminando a fase das aparições através das quais, Jesus visava educar os seus discípulos para a nova maneira com a qual Ele continuaria presente na sua comunidade após a Ressurreição. O nosso Evangelista, Marcos, encerrou a narração do Evangelho com a Ressurreição de Jesus e com o medo dos discípulos. O trecho que acabamos de ler, foi acrescentado posteriormente por um evangelista anônimo que quis explicitar a maneira com a qual Jesus estaria presente na sua comunidade e ao mesmo tempo desvincular a comunidade dos graves problemas que estava vivendo para que se projetasse na sua missão. Mesmo que tenha sido adicionado pouco depois, o trecho é considerado canônico, ou seja, que transmite fielmente o que a Igreja sentia durante o período em que os Apóstolos ainda estavam vivos. O nosso Autor anônimo retoma a narração de Marcos no ponto em que Ele a havia encerrado: a incredulidade dos Apóstolos. Marcos tinha a sua motivação para deixar o leitor com um sentimento de algo não resolvido, mas a comunidade primitiva sentia uma ligação muito forte entre o tempo que estava vivendo -tempo de dificuldades, perseguições e traições etc.- e o que era chamada a viver. Vivia o seu presente, profundamente mergulhada nos problemas cotidianos, mas sabia que aquela condição não era a definitiva. Esta tensão entre o “agora” e o “depois disso” deixava em aberto uma questão: qual é a relação entre os fiéis e Jesus, uma vez que estava clara a Sua promessa de permanecer para sempre com os seus?
O nosso Autor não indica o lugar de Ascensão como sendo um lugar geográfico à parte (como, por exemplo em Lc. 24,50), a intenção de descrever um evento não é a principal. Por outro lado ele se detêm sobre o contexto em que o fato se dá. Notamos a presença de três fatores. Primeiro: os onze estavam reunidos. Segundo: estavam reunidos à mesa. Terceiro: os sentimentos deles podiam ser resumidos com aquela expressão que Jesus usou para indicar o fechamento que afasta de Deus: “dureza de coração” (sklherokardian, esclerose do coração), que é a fonte principal do pecado. O que podemos deduzir de primeira instância? A Ascensão de Jesus, mais que um episódio de “adeus”, é entendida pelo Evangelista como uma resposta à situação negativa que surge quando o fiel sente o Senhor como se estivesse. É a resposta à tentação de olhar somente para o passado com aquele saudosismo que impede de encontrar novos caminhos. Trata-se de uma resposta que acontece dentro da própria comunidade que pode estar em crise, ferida por uma traição, envergonhada por não ter tomado atitudes apropriadas (como o foi para os discípulos em relação a Jesus), tudo isto sim, mas em todo caso é uma comunidade ainda reunida em torno de uma mesa.
De modo algum o Evangelista se refere à Ascensão de Jesus como a um egresso, pelo contrário, reforça o fato de que o Senhor continua sempre presente, atuando junto com a sua comunidade: «O Senhor agia com eles» diz o texto. Nas palavras de Jesus encontramos principalmente a preocupação para com a sua comunidade, de modo que esta não definhe sob a pressão da tentação. Sendo assim, o Senhor indica o caminho que a comunidade deve percorrer: a resposta à tentação de fechar-se é o seu oposto, é projetar-se fora de si mesma, dos seus problemas e da comiseração dos próprios erros. A saída é muito simples: «Ide pelo mundo inteiro e anunciai o Evangelho a toda criatura! » pois será durante o caminho, quando o fiel escolhe de projetar-se fora, no mundo inteiro, atento às necessidades universais, que encontrará todas as forças necessárias para superar até os problemas internos da sua comunidade. É a estes problemas específicos que se refere, por exemplo, o simbolismo do veneno tomado num cálice. Obviamente se trata de uma figura de linguagem. O “veneno” era o símbolo da traição, pois beber a um cálice significava amizade, partilha de vida. Jesus, por exemplo, perguntou a Tiago e João se fossem capazes de tomar o mesmo seu cálice. Todavia, numa comunidade pode acontecer que alguém esconda, dentro de uma aparente fraternidade, um “veneno”. Ora, o veneno é associado à serpente indicando assim o orgulho e a presunção que geram a separação, a ruptura, a fuga. Diante disso, porém a comunidade cristã tem força maior do que a tristeza da decepção de ter sido traída.
A força que nasce do interior do cristão que se projeta fora do “seu” mundo, que olha para a meta à qual é chamado, é tamanha que ele, embora ferido, é capaz de curar as feridas dos outros. Outro rico simbolismo o encontramos na imagem das línguas novas: A diferença das línguas, na Escritura, foi sempre associada a um pecado, o pecado de pretender alcançar a Deus com os próprios meios, como narra a história da torre de Babel. Esta é a língua dos homens, os quais agindo assim “não se entendem”. Outra, nova, é a linguagem do cristão, uma linguagem capaz de ser entendida por todos. É a linguagem do Evangelho, que não é feita somente para alguns privilegiados, mas é capaz de ser entendida por todos os homens, já que parte da fragilidade de todos os homens para conduzir o homem a Deus, por um caminho que não passa pelo triunfo e o poder. É uma linguagem realmente “nova”! Não é preciso, aqui, imaginar vocabulários esotéricos, isto não faz parte da sobriedade do Evangelho, é suficiente pensar na linguagem que todo homem entende, que é a linguagem daquele amor que leva em consideração a fragilidade humana.
Uma vez dadas estas indicações o Senhor não precisaria mais estar com eles da maneira com a qual ficara até então. Todo o que era necessário tinha sido dito; a este ponto o Evangelista encerra a narração com extrema compostura: «Dito isto, o Senhor foi recebido ao céu, e sentou-se à direita de Deus ».
Creio que mereça uma pequena explicação a linguagem usada pelo Evangelista. Costumamos imaginar a Ascensão como uma “subida” para as alturas entre as nuvens. Sem negar a maneira com a qual é possível representar esta verdade da nossa fé, uma leitura um pouco mais atenta nos faz compreender melhor o que já acreditamos.
O termo (anelhfqh) usado é bastante estranho, pode significar tanto uma “subida” quanto o ato de ser recebido; mesmo assim creio que possamos encontrar um maior esclarecimento recorrendo a um antigo texto do livro de Gênese que diz respeito a um certo Henoc: «Henoc caminhou com o Deus e não foi mais pois Deus o havia tomado» (Gen. 5,24). Naquele texto se enumera os anos de vida de cada um dos Patriarcas; em todos encontramos a expressão: «depois morreu»; mas não em Enoc, ele simplesmente “foi tomado”. Deus o tomou para si, deixando aberta a perspectiva de uma “não-morte”. O judaísmo manteve sempre aberto este questionamento em seus livros espirituais (Apocalipse de Henoc), mas nunca encontrou uma resposta. A resposta veio em Jesus; este último ato, a Ascensão, sancionava para sempre a maneira com a qual Ele estaria sempre presente na sua comunidade e, contemporaneamente, presente aonde a comunidade de fé é chamada. A Ascensão se tornou a esperança garantida, a perspectiva real, a antecipação visível.
A narração utiliza a expressão: “Céu”. Esta palavra, mais do que indicar um lugar físico que não seja terra ou água, na tradição Bíblica significa o lugar onde Deus está. Ou seja, a dimensão própria de Deus, como dizia o Salmo: «Se eu subir ao céu, lá tu estás...» (Sal. 139); e ainda, «Os céus são os céus do Senhor; mas a terra a deu aos filhos dos homens» (Sal. 115,3). “Terra” e “céu” são sinônimos da dimensão humana e da dimensão divina. Jesus assumiu em plenitude a condição que lhe é própria, aquela que desde sempre e para sempre o define como Deus... aquela dimensão onde Ele nos espera, que será nossa. Em outras palavras: Jesus continuará agindo na comunidade a partir da condição à qual o homem não tem acesso, que o homem não pode compreender porque não lhe pertence. Esta condição é também o “lugar” que Deus quis desde o início para nós, porque nos fez dignos Dele.
Após a aparente derrota aclamada pelos adversários e inimigos, Jesus senta “à direita de Deus”, para indicar sua dignidade real, definitiva e eterna. Jesus assume sua realeza “no céu”, assim como bem entenderam os discípulos recordando o Salmo 11 «O trono do Senhor está no céu». Ele é rei à maneira divina!
Saber que Jesus já está onde estaremos, projeta nossos corações para o encontro com a pátria definitiva e nos permite colocar cada valor no seu devido lugar.

sexta-feira, 15 de maio de 2009

VI Domingo do Tempo Pascal (mercaba.org)

(Artículo primero: el amor)
Las lecturas de hoy nos han centrado claramente en la consigna del amor como el programa prioritario de los cristianos. Como si la Pascua, que estamos celebrando, tuviera aquí su clave principal: ¿amamos o no amamos? Este es el "mandamiento" por excelencia, que nunca acabamos de aprender y cumplir. No está mal que nos miremos a este espejo y nos examinemos, para saber si estamos siguiendo bien los caminos del Resucitado.
(Un amor en tres tiempos)
La carta de san Juan, y de nuevo el evangelio de san Juan, nos proponen este tema del amor con una "lógica" que nos podría parecer un poco extraña.
* Ante todo, nos asegura que Dios es amor. No somos nosotros los que amamos primero. Es él el que nos ha amado, anticipándose a nosotros. Y lo ha demostrado en toda la historia, sobre todo en su momento central, cuando hace ahora dos mil años nos envió a Cristo su Hijo.
La mejor prueba del amor de Dios la tenemos precisamente en la Pascua que estamos celebrando desde hace cinco semanas: ha resucitado a Jesús y en él a todos nosotros, comunicándonos su vida. De Dios podemos resaltar su inmenso poder, su sabiduría, su santidad. Pero hoy hemos escuchado una definición sorprendente: Dios es amor. Y ahí está el punto de partida de todo.
* Un segundo paso es constatar que Cristo Jesús es la personificación perfecta de ese amor: "Como el Padre me ha amado, así os he amado yo". En Cristo vemos el amor de Dios en acción. Cristo nos muestra su amor: "Ya no os llamo siervos, os llamo amigos". Y lo puede decir con pleno derecho, porque es el que mejor ha hecho realidad esa palabra: "Nadie tiene amor más grande que el que da la vida por sus amigos".
El Cristo de la Pascua, el entregado a la muerte y resucitado a la vida, es el que puede hablar de amor. En la misma escena en que dice estas palabras -su cena de despedida- hará con sus discípulos un adelanto simbólico de su entrega en la cruz: se ciñe la toalla y les lava los pies. El amor del que sirve, del que se entrega hasta el final, del que no se busca a sí mismo.
* Y ahora viene la conclusión. Amaos unos a otros: Es el tercer momento de esta propuesta del amor. Una conclusión que parece como que rompe la lógica, porque se podría suponer que acabara de otro modo: si Dios os ama, si yo os he demostrado mi amor, responded vosotros con vuestro amor a Dios y a mí. Y sin embargo, la conclusión de Jesús es otra: "Amaos unos a otros". Es una lógica sorprendente, pero que Juan subraya una y otra vez. Sólo el que ama a los demás "ha nacido de Dios", sólo el que ama "conoce a Dios".
(Amor de hijos y de hermanos)
"Amor" es una palabra que usamos mucho y que puede llegar a vaciarse de contenido. Pero aquí se nos presenta cargada de contenido. El que se siente amado por Dios, el que tiene conciencia de "hijo" de Dios y "hermano" de Cristo, tiene un programa de vida clarísimo: tiene que amar a su hermano. Si yo soy hijo de Dios, y los demás también lo son, todos nos debemos sentir hermanos y amarnos. Es un programa que nos ofrece los mejores ideales y a la vez la más auténtica alegría: "Os he hablado de esto para que mi alegría esté en vosotros y vuestra alegría llegue a plenitud". La alegría de Cristo es profunda y seria: es la alegría del que se ha sacrificado por los demás hasta las últimas consecuencias. En nuestra vida familiar y social tenemos muchas ocasiones para ejercitar este primer mandamiento, hecho cercanía, comprensión, perdón, ayuda generosa...
(Un amor universal: el caso de Cornelio)
Hemos escuchado en la primera lectura un caso muy hermoso de esta caridad fraterna, concretada en la actitud de tolerancia y universalismo. La comunidad primera, por medio de Pedro, primero, y luego de todos, aceptan en la fe a una familia pagana, romana por más señas (o sea, de la nación ocupante), la familia del centurión Cornelio. Iluminados por el Espíritu, se dan cuenta de que Dios no hace "acepción de personas", que no distingue entre naciones y lenguas y procedencias. La comunidad cristiana aprendió así una lección de apertura.
Esto sigue costándonos a nosotros. Es difícil aceptar a personas de distinta formación, de carácter, cultura, ideología y edad diferentes... Y, sin embargo, la lógica es clara: Dios quiere a todos, Cristo se entregó por todos, por tanto nosotros debemos amar también con corazón universal.
En cada Eucaristía escuchamos todos la misma Palabra, recibimos el mismo alimento de vida, y nos damos la paz. Que se note también en la vida que estamos aprendiendo a amar con el mismo corazón universal de Dios y de Cristo.

J. ALDAZABAL
MISA DOMINICAL 2000-7-45

VI Domingo da Páscoa (Pe Carlo)

No domingo passado ouvimos o Evangelho no qual Jesus usou a belíssima imagem da videira e seus ramos. Vimos que se tratava de um discurso de adeus, um discurso próprio de quem está deixando a vida e com esta, entrega as coisas mais importantes para as pessoas amadas. Com a imagem da videira o Senhor queria deixar a entender que tipo de relação continuaria entre Ele e a sua comunidade, mesmo após a sua morte. Trata-se de uma relação essencial. Com esta imagem Jesus indicava o que há em comum na ligação entre a videira e os ramos: uma “seiva”, uma força vital geradora que encontra sua fonte nas raízes da videira verdadeira, aquela que Deus plantou, e que produz frutos nos ramos. Continuando a leitura do texto percebemos como Jesus se preocupa com a “existência”, o dia-dia dos cristãos, nos quais o Pai poderá colher os frutos da sua videira.
O centro da preocupação de Jesus agora é o Pai: como poderá Ele colher seus frutos?
A intensidade do amor para o Pai e o desejo profundo de que a obra por Ele iniciada alcance seu êxito é facilmente perceptível pela ênfase com a qual Jesus dá o seu recado com um imperativo incomum na linguagem de Jesus: «eu vos ordeno». Esta expressão Jesus a usa somente quando fala da necessidade de que o desejo do Pai possa se realizar. Ele nunca faz isto em relação a preceitos ou regras morais, mas sempre em relação à realização de um projeto maior que o homem. Ou seja, Jesus não se dá a conhecer como um alguém que traz novas regras de comportamento como já haviam feito muitos, mas como alguém que tem dentro de si um desejo tão impelente, forte, que se transforma num “dever”. Um “dever” que não nasce da obrigação ética; é uma resposta de reciprocidade. Justamente porque Jesus sente este desejo tão impelente em seu coração, que a vontade do Pai se transforma em “mandato”. Jesus revela que o recebeu do Pai (Jo. 10,18), portanto, que nasceu do Pai.
Jesus fala assim da sua missão; diz que este “mandamento” é «vida eterna» (Jo. 12,50), isto é, a vida como será na eternidade, como será para sempre. Falar, então de “mandamento” para Jesus é bem mais que a obrigação que um hebreu tinha respeito à Lei, é responder a um forte impulso que nasce de dentro do coração, quando a vontade de Deus coincide com a vontade daquele que está disposto a servir a Deus. Ora, isto só é possível quando se consegue construir um profundo e firme laço de amor mútuo, firme a tal ponto que não existam mais “duas vontades” que competem, mas uma só.
Nos últimos momentos da vida de Jesus a palavra que indica “mandamento” é usada sempre com freqüência maior. O Evangelista nos refere que durante a última ceia, depois de ter lavado os pés dos discípulos e feito o seu último gesto de amor para Judas, Jesus falou novamente deste “mandamento”: «Vos dou um novo mandamento: que vos ameis uns aos outros». O gesto de lavar os pés e o de dar um pedaço de pão para Judas, foram entendidos muito facilmente pelos discípulos, acostumados com a força da linguagem simbólica. Em dois gestos Jesus havia qualificado em que consiste o amor: serviço humilde e perdão.
No texto do Evangelho de hoje, Jesus fala novamente deste mandamento.
Notamos que inicialmente Ele usa o termo ao plural: “mandamentos”. Precisamos aqui supor mais uma série de preceitos? Obviamente não, não é esta a ótica do Evangelista. Digamos que a única vontade de Jesus precisa se expressar em situações contingentes e imediatas, as quais exigem respostas que coincidam com o desejo de Deus. E estas são muitas. Da mesma maneira a nossa vida é uma seqüência constante de situações às quais precisamos dar sempre respostas; ora estas não devem partir de princípios, mas precisam ser dadas a partir daquele sentimento que nasce em nosso coração quando a nossa vontade coincide fundamentalmente com o desejo de Deus. Guardar os mandamentos, então, significa fazer tesouro das respostas que Jesus deu às situações práticas, imediatas que a vida Lhe ofereceu enquanto vivia a Sua missão, o Seu “mandamento”. Àquele que conseguir «guardar» como coisa preciosa as atitudes de Jesus, o Senhor garante duas coisas: que «permanecerá no amor» e que descobrirá o amor «como» o Pai o entende.
A importância deste verbo, “permanecer” é tal que o Evangelista o utiliza ao narrar do Batismo de Jesus dando o testemunho de João Batista: «Vi o Espírito descer como uma pomba e permanecer (do verbo gr. menw) sobre Ele» (Jo. 1,32) e em outros importantes contextos. Dentre estes gostaria de lembrar quando Jesus falou em Cafarnaum após a multiplicação dos pães, no famoso discurso do cap. 6 que ocasionou o abandono de um grande número de discípulos. Foi nestes termos que o Senhor manifestou esta realidade: «Quem comer a minha carne e beber o meu sangue permanece em mim, e eu, nele.» (Jo. 6,56). Não se trata de um simples “ficar” ao lado de alguém; o sentido último da palavra é: “existir com”. É um “existir”, com alguém. Ou seja: toda a minha existência tem sentido porque “alguém” está comigo. O contrário, o grão de trigo que não é lançado à terra, este “permanece” só, insignificante, em outras palavras: deixa de existir (Jo. 12,24 usa o mesmo verbo).
Ora, acabamos de ler que Deus deseja «um fruto que permaneça».
“Frutos que permaneçam”, então, são os frutos que Deus poderá colher da sua videira feita de raízes, caule -o Filho- e ramos -a comunidade de fé-. Como não ver aqui a grande dignidade à qual Jesus eleva aquele que se dispuser a trilhar o Seu caminho? Assim fazendo Ele nos eleva a colaboradores constitutivos do mesmo projeto do Pai pelo qual o Filho deu a sua vida. Não é algo fascinante? E mais encantador é ouvir estas palavras: «Fui eu quem vos escolhi… »! “«Fui eu», sim, «Fui eu», não um qualquer. Eu que sei o que o Pai deseja, escolhi vocês, independentemente daquilo que vocês pensam de si mesmos, independentemente daquilo que sabem ou não fazer, eu, simplesmente, escolhi”. “Quer confiar na minha decisão?”.
Repete-se em nós o sentimento de Maria que viu a grandeza da missão e contemporaneamente a limitação que carregava em si.
A resposta sem condições, o desejo de se dar sem querer nada em troca é o que está por detrás da palavra “amor” (agaph) usada neste trecho. Este amor é o amor «como o Pai ama o Filho» e «como o Filho amou os seus» (cfr.). Um amor que dá, sem querer nada em troca. É um dar, não desperdiçar, nem jogar a vida. É “dar”, decidir de dar, numa atitude continua de atenção ao projeto de Deus, o qual impele como um “mandamento”. Viver este amor que dá, permite que se realize em nós aquilo que é indicado com a palavra “permanecer”, permite que Deus possa colher seus frutos como Jesus desejava. Permite viver, porque a vida do homem está na sua opção radical de fazer comunhão, responder com reciprocidade, dar sem cobrar.

VI Domingo do Tempo Pascal (Pe Antonio Geraldo)

"Amai-vos como eu vos amei"

A liturgia nos convida a contemplar o amor de Deus,
manifestado na pessoa, nos gestos e nas palavras de Jesus,
e dia a dia tornado presente na vida dos homens
pela ação dos discípulos de Jesus.

Na 1ª Leitura Pedro na casa de Cornélio anuncia Jesus e sua ação salvífica.
Cornélio e sua família acolhem o anúncio e são batizados. (At 10,25-26.34-35.44-48)

* A Salvação, oferecida por Deus através de Jesus Cristo,
e levada ao mundo pelos discípulos, não um patrimônio dos judeus
ou dos cristãos oriundos do judaísmo, mas é um dom destinado a todos
os que tem um coração aberto às propostas de Deus..

Na 2ª leitura, São João mostra que "Deus é amor". (1 Jo 4,7-10)

* É uma das definições mais profundas e completas de Deus.
Deus nos mostrou seu Amor, enviando o seu Filho, para nos salvar.
Cristo mostrou em gestos concretos o amor de Deus pelos homens.
Se Deus é amor, o amor deve ser também uma realidade sempre presente
na vida dos "filhos de Deus".

No Evangelho, Jesus definiu aos discípulos o caminho a percorrer:
Testemunhar o amor de Deus no meio dos homens. (Jo 15,9-17)

O texto faz parte do Discurso da Despedida na última ceia.
É o último discurso de Jesus aos discípulos, antes de ser preso.
São as últimas recomendações aos seus "amigos", antes de partir.

Deus tinha dado aos hebreus, através de Moisés, 10 mandamentos no Sinai.
Mas os rabinos criaram 613 mandamentos e milhares de prescrições.
Jesus resume toda a lei do Antigo Testamento em 2 mandamentos:
amor a Deus e ao próximo.
E no fim da vida fala de um só mandamento: "Este é o meu mandamento:
amai-vos uns aos outros, como eu vos amei..."

- O Evangelho de hoje não é apenas um discurso para os apóstolos
reunidos no cenáculo para a última ceia, mas um discurso
que o Ressuscitado dirige hoje do céu para todos os discípulos.
É um resumo... uma síntese de muitas coisas em poucas palavras...
Cada frase nos abre um mundo... Cada afirmação tem uma riqueza imensa.
Mas se quisermos resumir num pensamento central,
poderíamos dizer que todas se reduzem ao AMOR.

+ Os discípulos são "amigos" de Jesus.
"Já não vos chamo servos, mas amigos..."

Amigo é muito mais de que um servo, um colaborador, é um confidente,
com o qual existe uma comunhão de vida, de planos e ideais...
Um Deus com sentimentos humanos nobres e profundos.
+ A Iniciativa é de Jesus:
"Não fostes vós que me escolhestes, mas fui eu que vos escolhi".

* O Amor partiu dele, não de nós.
Desse amor, nasce a vitalidade e a amplidão da sua Missão.
Baseada nisso, a resposta dos discípulos se torna fecunda em frutos duradouros. Conseqüentemente, a oração deles ao Pai também será ouvida,
porque feita em nome de Cristo.

+ A Igreja é a "comunidade de amigos",
que acolhem o convite de Jesus e colaboram na missão
de testemunhar ao mundo o Amor do Pai, com alegria e entusiasmo.
O melhor testemunho em Deus em quem acreditamos
e da Boa nova que anunciamos é nossa comunhão.

+ Os "amigos de Jesus" devem amar COMO ele amou.
A prova concreta que amamos é a observância dos Mandamentos:
"Quem me ama, guarda os meus mandamentos...
Este é o meu mandamento: que vos ameis uns aos outros como eu vos amei".
- Amar como ele, é tornar visível em nós o amor de Deus...
- Amar como ele, é amar também os "amigos" de Jesus...
* Seremos "amigos de Jesus", quando somos testemunhas
desse mundo novo que Deus quer oferecer aos homens e
que Jesus anunciou na sua pessoa, nas suas palavras e nos seus gestos.

Aqui reside a "identidade" dos discípulos de Jesus...
O Amor é a base e o fundamento do cristão;
sem amor não há cristão, nem cristianismo.

- O amor fundado em Cristo supera as divergências, anula as distâncias,
elimina o egoísmo, as rivalidades, as discórdias.
- Esse amor dá aquela fecundidade apostólica,
que Jesus espera dos seus discípulos.
Só quem vive no amor pode levar ao mundo o fruto precioso do Amor.

* As nossas comunidades são, realmente, cartazes vivos que anunciam o amor,
ou são espaços de conflito, de divisão, de luta pelos próprios interesses,
de realização de projetos egoístas?

+ Concluamos com uma verdade muito consoladora:
- Deus é AMOR...
- SOMOS AMADOS por ele...
- ELE nos convida a PERMANECER NO SEU AMOR,
"amando-nos uns aos outros, como ele nos amou!"
Pois, "Onde existe o amor e a caridade, Deus aí está!"

Pe. Antônio Geraldo Dalla Costa

DOMINGO 6 del Tiempo de Pascua

San Juan Apóstol y Evangelista centra su Evangelio y sus cartas en el tema del Amor. Y termina convenciéndonos de que el Amor de Dios y el amor a Dios son la misma cosa. En efecto, en la narración que nos brinda San Juan del discurso que Jesús hace a sus Apóstoles durante la Ultima Cena, la noche anterior a su muerte, el Evangelista hace un maravilloso recuento de este tema tan importante. El Evangelio de hoy nos trae parte de ese discurso tan profundo y significativo (Jn 15, 9-17).
Las palabras de Jesús en ese conmovedor momento hay que revisarlas línea a línea. Parece como si constantemente estuviera repitiendo lo mismo, pero cada línea tiene su matiz y su significado especial.
“Permanezcan en mi Amor. Si cumplen mis mandamientos permanecen en mi Amor, lo mismo que Yo cumplo los mandamientos de mi Padre y permanezco en su Amor” (Jn. 15, 9-10). Amar a Dios y permanecer en su Amor es hacer lo que El nos pide. La palabra “mandamientos” no se refiere sólo a los que conocemos como los 10 Mandamientos, sino a “todo” lo que Dios desea de nosotros. Es el caso entre Dios Padre y Dios Hijo: éste hace lo que el Padre quiere y es así como permanece amando al Padre.
Quiere decir que nosotros permanecemos amando a Dios si actuamos de la misma manera: haciendo lo que Dios desea de nosotros. Si nos fijamos bien, los amores humanos funcionan de la misma manera: el enamorado hace lo que la enamorada desea y viceversa; uno busca complacer al otro. Amar a Dios es, entonces, también complacer a Dios ... en todo.
“Les he dicho esto para que mi alegría esté en ustedes y su alegría sea plena” (Jn. 15, 11). La verdadera felicidad está en permanecer amando a Dios, cumpliendo los deseos de Dios y no los propios deseos. Así nuestro gozo será “pleno”. Las alegrías humanas son pasajeras, efímeras, incompletas, insuficientes. Pero ... ¡nos aferramos tanto a ellas! Si nos convenciéramos realmente de estas palabras del Señor sobre la verdadera alegría, nuestra felicidad comenzaría aquí en la tierra y, además, continuaría para siempre en la eternidad.
También toca San Juan el tema del amor en sus cartas. En el Segunda Lectura de hoy (1ª Jn. 4, 7-10) tenemos un trozo de su Primera Carta. Y es alentador y agradable ver en ella planteamientos similares a los que nos da en el Evangelio.
“Este en mi mandamiento: que se amen los unos a los otros como Yo los he amado” (Jn. 15, 12). “Amémonos los unos a los otros, porque el Amor viene de Dios. Todo el que ama conoce a Dios. El que no ama no conoce a Dios, porque Dios es Amor ... El Amor consiste en esto: no en que nosotros hayamos amado a Dios, sino que El nos amó primero” (1ª Jn.4, 7-8 y 10).
El Amor viene de Dios. Es decir: no podemos amar por nosotros mismos, sino que Dios nos capacita para amar. Es más: es Dios Quien ama a través de nosotros. El que ama -el que ama de verdad- no con un amor egoísta, sino con un amor generoso y oblativo por el que se busca el bienestar del ser amado y no el propio, ése que ama así, ama así porque conoce a Dios. El que ama egoístamente, pensando en sí mismo, en realidad no ama; y no ama porque no conoce a Dios, porque no ama a Dios, porque no complace a Dios, sino que se complace a sí mismo.
"Nadie tiene amor más grande a sus amigos, que el que da la vida por ellos” (Jn. 15, 13). El verdadero amor, ese Amor que viene de Dios, con el que podemos amar nosotros, amando como Dios quiere que amemos, puede llegar a la oblación total, a la entrega total de la vida por el ser amado. Y no se trata solamente, ni principalmente, de llegar a la muerte física por el otro, como hizo Jesús por nosotros y como hizo, por ejemplo, un San Maximiliano Kolbe.
Se trata de la oblación de todo lo que consideramos como propio, como nuestros deseos, como nuestras inclinaciones, etc., para optar por los deseos del ser amado. En este caso, para seguir el orden que nos propone San Juan: dejar todos lo deseos nuestros por los deseos de Dios.
Esa oblación es un constante morir a nosotros mismos, al ir dejando lo que consideramos nuestro, para irnos entregando a Dios y a sus deseos y designios. Esa oblación es dar la vida por Dios. Así, si fuera necesario y nos llegara el momento, estamos ya preparados para ofrecer aún nuestra vida física, como lo hizo Cristo y como lo han hecho los santos mártires.
“El Padre les concederá todo lo que le pidan en mi nombre” (Jn. 15, 16). Queda claro que Cristo es nuestro mediador ante el Padre. Pero ... ¿concede el Padre “todo” lo que le pedimos? Para comprender bien esta promesa debemos revisar las lecturas del domingo pasado.
“Si permanecen en Mí y mis palabras permanecen en ustedes, pidan lo que quieran y se les concederá” (Jn. 15, 7). “Puesto que cumplimos los mandamientos de Dios y hacemos lo que le agrada, ciertamente obtendremos de El todo lo que le pidamos”. (1ª Jn. 3, 22-23).
Notemos aquí lo que parecen ser condiciones para que Dios nuestro Padre nos complazca en lo que le pidamos: cumplir sus mandamientos, permanecer unidos a El, vivir su Palabra, etc.
Realmente, aunque así lo parezca, no es que Dios nos ponga condiciones, sino sucede que, al estar unidos a Dios, a su Voluntad, a su Palabra, sabremos entonces qué pedirle, pues al estar unidos a El, sabremos pedirle precisamente lo que El desea darnos: aquello que nos conviene para nuestra salvación.
Esto es importante, pues mucho se abusa de una palabra del Señor relacionada con las peticiones en la oración: “Pidan y se les dará”. Y en esto se apoyan muchos para pedir y pedir, y luego tal vez terminar frustrados, pues Dios no responde a los pedidos. ¿Por qué sucede esto?
Porque casi siempre se corta esta frase y se deja fuera el complemento final: “Vuestro Padre que está en los cielos dará cosas buenas a los que se las pidan” (Mt. 7, 7-11). Sucede que quien está en unión con Dios sabe pedir esas “cosas buenas” de que nos habla el Señor y no aquellas cosas que simplemente se nos antojan como necesarias y buenas, sin que realmente lo sean.
A la luz de todas estas enseñanzas de San Juan cabe preguntarse: ¿es lo mismo Amor de Dios que amor a Dios? Según San Juan son la misma cosa, pero el primero es el origen y el segundo es la consecuencia. No hay amor a Dios, si primero no hay Amor de Dios.
El Amor consiste en que es Dios Quien ama. El amor a Dios por nuestra cuenta y esfuerzo es sencillamente imposible. También es imposible el amor verdadero para con los demás, si no es Dios Quien ama en nosotros.
La Primera Lectura (Hech. 10, 25-26; 34-35; 44-48) nos trae un trozo importante de los sucesos al comienzo de la Iglesia: para sorpresa de los seguidores de Cristo, Dios Espíritu Santo comienza a derramarse también entre los gentiles, es decir, entre los que no eran judíos.
Para comprender mejor este pasaje que nos trae la Liturgia de hoy, vale la pena leer el texto completo, es decir todo el Capítulo 10 del Libro de los Hechos de los Apóstoles.
Hay que ubicarse en la situación de los primeros cristianos: ellos creían que Cristo, judío de raza, había venido para ellos, que efectivamente eran el Pueblo escogido de Dios.
Pero, como Dios es impredecible, les da esta sorpresa: los no judíos comienzan a recibir el Espíritu Santo de la misma manera y con las mismas manifestaciones que se daban entre los judíos.
Dios borra toda raza, creencia, nacionalidad, y se revela –como ha seguido haciéndolo- a quien quiere, como quiere y cuando quiere.
A San Pablo lo sorprendió cuando lo detuvo, tumbándolo de un caballo mientras se dirigía a Damasco a perseguir y asesinar cristianos, pues se oponían a las tradiciones judías que él guardaba con celo.
Con Cornelio fue diferente. Nos dice el texto sagrado que este militar “era de los que temen a Dios, daba muchas limosnas al pueblo y oraba constantemente”. Sugiere la descripción que se nos da de este buen hombre que Cornelio, a pesar de no ser judío creía en el Dios Unico de los judíos.
Pero no tan sólo creía, sino que oraba constantemente. En efecto, en la revelación que Dios le hace a Cornelio por medio de una visión angélica, le reconoce que sus oraciones y sus limosnas “han llegado a la presencia de Dios”.
No es demasiado frecuente el que Dios haga lo de San Pablo. Sin embargo se siguen dando casos de esas gracias imprevistas, fuertes, espectaculares, como la que experimentó Saulo camino a Damasco.
Ahora bien, lo que sí es harto frecuente es que a los que temen a Dios y oran, Dios se les revele y los llene del Espíritu Santo, llevándolos a la Verdad plena, enrumbándolos en el Camino y comunicándoles la Vida que es Cristo, “Camino, Verdad y Vida”.
Por todas estas maravillas que Dios hizo al antiguo Pueblo de Israel, las que hizo a judíos y no-judíos al comienzo de la Iglesia y por las que sigue haciendo en medio de nosotros, el Salmo 97 canta al amor y lealtad de Dios, amor y lealtad que siempre han estado presentes, tanto en el Antiguo, como en el Nuevo Testamento, como en nuestros días.