quinta-feira, 12 de março de 2009

3º Domingo da Quaresma (Pe Carlo B.)

Com certeza estamos diante de um dos fatos mais singulares e críticos da história de Jesus quanto à sua relação com o sistema religioso-político de Israel. É um episódio que, por sua amplidão, pode ser compreendido de muitos modos diferentes. Sem duvida a interpretação mais superficial é própria do leitor que simplesmente vê nisso um gesto de “impaciência” de Jesus ou, pior, vê um ato de raiva que demonstra a Sua instabilidade emocional. É obvio que esta leitura é própria de quem não conhece o Evangelho nem o mundo judaico. Se este fosse o sentido, não se vê porque os Evangelistas deveriam ter deixado escrito no Evangelho um texto denigratório em relação a Jesus. Logo, precisaremos percorrer outros caminhos para entrar na realidade que Jesus quis comunicar-nos e que os discípulos compreenderam (mesmo que algum tempo depois do ocorrido).
Ao contrário deste tipo de aproximações citadas, o fato foi muito bem entendido pelas pessoas envolvidas; ninguém viu isto como um ato de raiva ou revolta ou moralização simplória. Lê-se, no Evangelho, que nenhuma das autoridades chamou os guardas e os soldados do Templo para prender a Jesus; simplesmente perguntaram: «qual o sinal?». Quem sabe, usando esta mesma pergunta talvez possamos encontrar a porta do caminho que nos conduzirá para alguns aspectos do sentido profundo do episódio.
Procedamos cautelosamente e com respeito.
Não foi de escândalo nenhum o fato de Jesus ter entrelaçado tiras de couro e ter feito, com estas, algo «como que um chicote» (literalmente: “flagelo”). Jesus improvisou, não “preparou”; o que indica duas atitudes diferentes e a finalidade: não se trata de uma arma que agride, mas sim um instrumento simbólico. Ninguém se perguntou nem perguntou a Ele “por quê?”, mas simplesmente «qual o sinal?», fato que demonstra que todos sabiam o que isto significava. A questão era a abrangência do gesto, o seu alcance. Pois bem, o uso da linguagem simbólica era muito mais comum então do que agora; um símbolo é capaz de trazer à tona significados que as palavras nem sempre conseguem; com esta linguagem reiteradamente falavam os profetas (alguns gestos simbólicos podemos encontrá-los em Jer.13,1-11;19,1-5.1012;etc.). Jesus usou a mesma técnica de comunicação. O Messias esperado, aquele que iria instaurar o novo reino e promulgar a soberania de Jahwé era representado, pelos ensinamentos dos rabinos, tendo um “flagelo” nas mãos (o “flagelo” era “como um chicote”, não um chicote, feito de tiras de couro). Com este castigaria aqueles que eram tidos como pecadores e, por isso, estavam excluídos da comunidade dos homens piedosos os quais, freqüentavam o Templo, faziam orações públicas, sacrifícios etc. O “flagelo” indicava tanto chicote quanto também as “dores” do parto de um novo dia. Quando Jesus entrelaçou o “flagelo” todos entenderam que se tratava de um gesto simbólico: Jesus estava se declarando publicamente o Messias esperado e, com isto, indicava o início de novos tempos. Os Profetas vaticinavam que o Messias ter-se-ia manifestado no Templo, então os religiosos viram no gesto uma declaração religiosa de Jesus. Por outro lado os Zelotes (que no ano 6 haviam começado uma revolta contra Roma), interpretaram o gesto como o início de uma nova revolta, quista e abençoada por Deus. Para os líderes religiosos o início da era messianica coincidiria com a “purificação de Israel” tanto esperada; ou seja, quando Deus através do seu Messias castigaria os ímpios afastados. Mas, espantosamente, Jesus, invés que “flagelar” os pecadores afastados do Templo e da religiosidade, investiu contra aqueles que estavam no Templo, os “comerciantes”. É isto que surpreendeu a todos, pois eles estavam fazendo o que era seu direito e, em certo sentido, um serviço aos peregrinos que precisavam comprar animais e trocar suas moedas.
O gesto surtiu o efeito desejado, bem como Jesus gostava de fazer!
Percorramos mais algumas indicações do texto.
O Evangelista diz que «no Templo, encontrou os vendedores»; Jesus não encontrou pessoas que quisessem realizar a Páscoa de Deus, mas sim a “páscoa” dos Judeus, a festa dos “comerciantes”. Nunca no Antigo Testamento se encontra a expressão “páscoa dos Judeus”, mas sim: “páscoa do Senhor” isto porque é o Senhor que dá a festa. No entanto, a festa de Deus que liberta e salva o seu povo, mostrando assim a sua gratuidade no amor e na predileção não merecida, se transformara com o tempo na “festa dos judeus”, a mais importante fonte de renda de Jerusalém, o sistema econômico financeiro mais lucrativo do médio-oriente. Não vem o caso descrever aqui o volume das atividades e o giro de dinheiro ligado ao Templo; basta pensar que as licitações para as vendas de animais eram concorridas três semanas antes da Páscoa, vendidas ou cedidas em troca de favores; somente os cordeiros imolados passavam de 18.000, grande parte dos quais eram comprados num redil –no monte das oliveiras- de propriedade da família de Ananias, sumo Sacerdote. Era a “festa dos comerciantes” não dos homens de fé.
Um preceito do Deuteronômio diz assim: «Ninguém se apresentará diante do Senhor de mãos vazias» (Dt.16,16); mas este, que queria ser um princípio espiritual, se transformara bem cedo numa justificativa religiosa para outras finalidades bem menos religiosas: todos, a partir dos doze anos, eram obrigados a levar ao Templo parte de seus bens. Eis, então que se nos apresenta mais um significado do gesto de Jesus: não é preciso se apresentar diante de Deus com a atitude de “comerciante”, como alguém que barganha com Deus, contrata, mede, pesa. A Páscoa de Deus é pura gratuidade, não comércio. É Deus que vai ao homem para liberta-lo do lugar onde caiu; Deus não se deixa vincular às pretensões de quem se acha credor porque fez tudo o que era preciso fazer... Deus é pura gratuidade: não importa se apresentar de “mãos vazias”; talvez isto seja até melhor do que se apresentar com os sacrifícios feitos como manda a religiosidade.
Lendo o mesmo episódio narrado pelos outros Evangelistas, notamos um pequeno detalhe: Jesus “expulsou todos”, tanto os que vendiam quanto os que “compravam”. Aqui, então superamos o ensinamento moralizante quanto à atividade econômica ligada ao Templo. Trata-se de algo mais; temos mais um ensinamento de Jesus: se por um lado existem pessoas que utilizam as coisas de Deus por finalidades próprias, por outro lado é pecador também quem quer “comprar” Deus com seus sacrifícios, com suas obras. São estas as atitudes contra as quais o Messias, inesperadamente, se ergue, e não contra as pessoas que, por inúmeras motivações, “não estão no Templo” - como dizia a teologia clássica dos rabinos. A estes, o Messias não mostra o seu flagelo, mas sim o mostra a quem compra e vende a relação com o Pai. O novo tempo será inaugurado por outro estilo de vida espiritual, por outra relação com Deus.
Qual, então a nova proposta de Jesus?
Lendo o Evangelho percebemos algo estranho: Jesus se dirigiu com particular veemência contra os vendedores de pombas: «E disse aos que vendiam pombas: “Tirai isso daqui! Não façais da casa de meu Pai uma casa de comércio!”», como se estes fossem os mais perigosos mercantes. Qual deve ter sido a motivação deste proceder de Jesus?
A pomba era usada pelas pessoas da classe médio-baixa, como oferta de expiação do pecado (cfr. Lev. 5,7ss.). A idéia que está por detrás da palavra “expiação” é: voltar a ser “pio”, isto é, em condição correta diante de Deus. Isto era possível uma vez que a pessoa “devolvesse” a Deus (com um símbolo como a pomba) o que havia “usurpado” desobedecendo à Sua lei. Como é possível que a relação com Deus se resuma nisso? Isto é comércio! Mas, então, qual é o culto que agrada a Deus?
Em nosso auxilio vem o episódio do Batismo de Jesus. Quando Jesus se dispõe a seguir sem limites, por amor ao Pai, o projeto de redenção do homem, o Pai envia o seu Espírito, a sua força de comunhão constante, o seu “respiro de vida”; Lhe fala e O reconhece como “Filho amado”. Símbolo de todo este complexo momento é uma pomba. Uma pomba de reciprocidade infinita, sem medida, sem “se”, sem “porém”, sem “até que...”. Esta é a pomba agradável a Deus que realmente coloca o homem na condição correta com Deus, na relação que o Espírito gera. Não uma pombinha comprada e cedida a Deus. Ele não se contenta com pouco, deseja tudo para poder dar tudo! É esta relação que realmente tira o pecado do homem; aniquila progressivamente, passo a passo, as distâncias criadas pelo medo, egoísmo, auto-suficiência... A verdadeira pomba que une o homem a Deus é a atitude de disposição sem condições, é ter o mesmo Espírito de Jesus, de amor sem limites.
Eis então a nova proposta de Jesus: «Tenham coragem de destruir este Templo», ou seja, esta maneira de entender a relação com Deus; «E eu construirei um novo Templo», ou seja, um novo lugar onde todos poderão se encontrar com Deus do modo como Ele se deixa encontrar. Jesus (como entenderão mais tarde os cristãos principalmente por obra da reflexão Paulina) estava falando do seu “corpo”, da Igreja, comunidade onde Ele viveria até o fim dos tempos para ser Sacerdote verdadeiro que une o Pai aos homens e, assim fazendo os purifica do pecado com aquela força que brota em nós quando nos sentimos amados de amor gratuito.
«Vocês são o Templo de Deus!» dirá São Paulo aos cristãos de Corinto (1Cor. 3). A comunidade de fé, mais que uma sociedade, é o mistério da presença de Jesus no meio da humanidade, lugar de encontro e de perdão, onde se aprende a não comerciar com Deus, mas a entregar-se sem pôr condições.

3º Domingo da Quaresma (Pe. Antônio Geraldo Dalla Costa)

A Lei e o Templo

Em nossas casas, costumamos limpar todos os dias.
Assim mesmo, de vez em quando sentimos a necessidade
de uma limpeza geral... lavamos as paredes... o teto...
os vidros... para tirar o mofo que foi se acumulando...
A Quaresma também é um tempo de purificação
propício para renovar nossa vida cristã e purificar o nosso coração
daquelas impurezas que foram se acumulando ao longo do tempo.

As leituras bíblicas tratam de dois pontos fundamentais da religião judaica:
a Lei de Deus e o Templo, que, com o passar do tempo,
também estavam precisando de uma purificação...

Na 1a Leitura Deus proclama a LEI, como parte de uma Aliança. (Ex 20,1-17)

- É um momento fundamental na história da Salvação.
Deus se apresenta desde o começo como Libertador:
"Eu sou o Senhor teu Deus que te tirou da escravidão do Egito"
Os 10 mandamentos brotavam do amor de um Deus "Libertador",
que depois de ter libertado seu povo da escravidão material do Egito,
queria libertá-lo também da escravidão moral das paixões e do pecado.
- O Decálogo queria explicitar aquela lei do amor,
que Deus imprimira no coração do homem desde a Criação,
mas que este depois esquecera e deturpara.
- Os Mandamentos indicavam o caminho seguro para ser feliz e
ser o Povo da Aliança, colaborador de Deus no Plano da Salvação…
- Mas Israel não foi fiel a esse compromisso:
muitos abusos e desvios esvaziaram o verdadeiro sentido do decálogo…
- Era necessário restaurar a antiga Lei, completá-la, aperfeiçoá-la…
sobretudo no sentido do amor e da interioridade…
libertando-a de todo formalismo.
Os 10 Mandamentos não são toda a Lei,
apontam apenas os primeiros passos, o mínimo indispensável.
Precisava uma NOVA ALIANÇA… É o que Cristo veio realizar:
"Não vim suprimir a Lei… mas completar, aperfeiçoar…"

Na 2ª Leitura, São Paulo sugere uma conversão à lógica de Deus.
Seu projeto de Salvação passa pela morte na cruz.
"Nós pregamos Cristo crucificado, escândalo para os judeus e
loucura para os gentios" (1Cor 1,22-25)

No Evangelho, Jesus se apresenta como o novo TEMPLO… (Jo 2,13-25)

O Templo era um lugar muito sagrado para os judeus.

Todo judeu devia ir ao templo ao menos uma vez por ano
para oferecer um sacrifício a Deus.
Estas ofertas para os sacrifícios faziam girar muito dinheiro...
e provocavam abusos e exploração.
O gesto ousado de Cristo não é apenas zelo de purificação do templo.
É o grande sinal da morte e Ressurreição de Jesus.
É anúncio da abolição do velho templo e do culto aí celebrado.
O antigo templo já tinha concluído a sua função.
Surgirá um novo templo.
Jesus é agora o "lugar" onde Deus reside, onde se encontra com os homens.
É através de Jesus que o Pai oferece aos homens o seu amor e a sua vida.

Nós somos pedras vivas desse Novo Templo.
- O nosso testemunho é sinal de Deus para os irmãos que caminham conosco?
- As nossas comunidades dão testemunho da vida de Deus?
- A Igreja é essa "Casa de Deus" onde as pessoas podem encontrar
a proposta de libertação e de Salvação que Deus oferece a todos?
- Qual é o verdadeiro "Culto" que Deus aprecia?
Certamente é uma vida vivida na escuta de suas propostas e traduzida em gestos
concretos de doação, de entrega, de serviço simples e humilde aos irmãos.
- Jesus purificou o templo de seus profanadores… e
nos convida a purificar também o templo do nosso coração…

+ Qual a nossa atitude diante da Lei de Deus,
elencada nos 10 mandamentos, resumida por Jesus em dois,
e ampliada por ele no Sermão da Montanha?
- É um tabu ou uma resposta livre ao amor de Deus?
- Cristo nos lembra: "Quem me ama, guarda os meus mandamentos…"

+ Jesus exige respeito na casa de Deus... (antes, durante, depois…)
- Se Cristo voltasse hoje às nossas igrejas… o que aconteceria?
A quem deveria expulsar com o chicote?

A Campanha da Fraternidade nos lembra outro templo sagrado,
muitas vezes profanado pela VIOLÊNCIA,
ou pela ganância dos "vendilhões" de hoje.
A Pessoa humana é esse lugar sagrado, onde Deus quer ser respeitado…

Essa celebração deve nos levar a refletir sobre o ESPÍRITO
com que vivemos a nossa religião:
diante da Lei de Deus, nas práticas religiosas de nossa religião
e no respeito à pessoa humana !…

Só assim o nosso culto será realmente agradável a Deus!

3º Domingo da Quaresma (vocacoes.com.br)

Mercadores no Templo
A liturgia do Terceiro Domingo da Quaresma recorda-nos a aliança de Deus com seu povo selada no Êxodo e que se cumpre totalmente em Jesus Cristo. A Quaresma prepara para a Páscoa. Celebrá-la significava inserir-se no processo de continuidade da libertação do povo em vista de novos tempos. Jesus sobe a Jerusalém para a primeira das três Páscoas mencionadas em João. O majestoso Templo, símbolo central do culto judaico, fora transformado num grande mercado. No pátio externo, era possível comprar os animais para os sacrifícios e fazer o câmbio da moeda, uma vez que a moeda corrente do país não era aceita no Templo. A Páscoa que aí se comemorava não era mais festa de liberdade e vida do povo, mas sim da exploração. O que Jesus encontra no Templo é o culto (religião) transformado em comércio, um verdadeiro shopping center religioso com uma clientela cativa, que devia consumir obrigatoriamente o que lhe era proposto. A organização sacerdotal se enriquecia com o aluguel dos espaços para as bancas de vendedores e cambistas. Diante disso, Jesus fica irado. Num gesto inaudito de fúria, expulsa a todos do templo. Ele pede: “Não transformem a casa de meu Pai num mercado”. O gesto de expulsar todos do interior do Templo anuncia a chegada de novos tempos. O Deus que era antes encontrado no Templo, deturpado pela elite religiosa e política, doravante residirá e será encontrado num novo Templo, o Corpo do Filho de Deus, Jesus Cristo.Os dirigentes dos judeus reagem com arrogância diante da ação de Jesus: “Que sinal nos mostra para agires assim?”. Em vez de uma resposta direta, veladamente Ele acrescenta outra denúncia: “Destruam esse Templo, e em três dias eu o levantarei”. Nessa afirmação, está embutida a denúncia de que a elite religiosa e política será responsável pela destruição do corpo de Jesus (referindo-se à morte na cruz), mas Ele ressuscitará, vencendo o poder religioso que gera a morte. Após a ressurreição, os discípulos perceberam a amplitude e o significado do gesto: “Mas o templo de que Jesus falava era o próprio corpo”. E acreditaram nas Escrituras e na Palavra d’Ele. Em nome da religião, hoje, inúmeros são os conflitos e as situações de exploração e de exclusão, gerando insegurança nas pessoas. “Uma religião que abandona a sua função de anúncio e denúncia é tão traidora como a religião decadente das elites do Templo de Jerusalém”. Somente haverá paz e segurança quando for, de fato, respeitada a sacralidade do Templo de Deus, isso é, a dignidade da vida de seu povo.

DOMINGO 3 de Cuaresma

Hoy la Primera Lectura (Ex. 20, 1-7) y el Salmo (#18) nos hablan de la Ley de Dios. Y la Segunda Lectura (1 Cor. 1, 22-25) y el Evangelio (Jn. 2, 13-25) nos hablan de señales y de comercio.
El trozo del Libro del Exódo nos trae los preceptos que promulgó el Señor para su pueblo: los Mandamientos de la Ley de Dios, que entregó a Moisés en el Monte Sinaí, esculpidos en piedra.
Y cuando se piensa hoy en día en “ley”, en “mandamientos”, inmediatamente se nos ocurre pensar en restricciones a la libertad que ¡tanto! apreciamos y defendemos. Y no es así.
Como nos dice el Salmo de hoy (Sal 18): “la Ley de Señor es perfecta y reconforta el alma ... es alegría para el corazón ... luz para alumbrar el camino”. Muy contrario esto a lo que los hombres y mujeres de hoy pensamos de los preceptos de Dios.
Y recordamos, con motivo de esta lectura, la visita que el Papa Juan Pablo II hizo a comienzos del Tercer Milenio a ese sitio santo: el Monte Sinaí, donde Dios se reveló a Moisés y le entregó su Ley, los Mandamientos de la Alianza que Dios hizo con su Pueblo.
El Papa proclamó en esa visita allí justamente lo contrario a lo que los hombres y mujeres de hoy pensamos de la Ley de Dios. Preguntó el Papa: “Qué es esta Ley? ¡Es la Ley de la vida y de la libertad! Si el pueblo observa la Ley de Dios, conocerá la libertad para siempre”.
Juan Pablo II destacó la actualidad y el valor de los Diez Mandamientos, diciendo: “En el encuentro entre Dios y Moisés en este monte se encierra el corazón de nuestra religión, el misterio de la obediencia que nos hace libres. Los Diez Mandamientos no son la imposición arbitraria de un Señor tiránico. Fueron escritos en piedra, pero, ante todo, fueron escritos en el corazón del hombre como ley moral universal, válida en cualquier tiempo y lugar”.
Si revisamos bien los Diez Mandamientos, éstos son, como dice el Salmo, una guía invalorable para andar en el camino. Son una síntesis del amor a Dios y del amor al prójimo, y contienen exigencias mínimas para que la sociedad funcione debidamente.
En efecto, nos dice el Papa que los Mandamientos: “salvan al ser humano de la fuerza destructiva del egoísmo, del odio y del engaño”.
“Nos libran de la codicia de poder y de placer que altera el orden de la justicia y degrada nuestra dignidad y la de nuestro prójimo”.
Nos libran del amor a nosotros mismos, que es lo mismo que decir “egoísmo”, el cual no sólo hace daño a los demás, sino que, con frecuencia, nos lleva a sacar a Dios de nuestras vidas y a hacernos daño a nosotros mismos.
Los Diez Mandamientos nos libran también de las falsas divinidades, que sí nos quitan la libertad y nos llevan a la esclavitud.
Los Diez Mandamientos, nos recuerda Juan Pablo II, “son la ley de la libertad: no la libertad para seguir nuestras pasiones ciegas, sino la libertad de amar, de elegir el bien en cada situación”.
Para eso Dios nos hizo libres: para escoger el bien en cada situación, no para elegir el mal. Y los Mandamientos de Dios son esa guía hacia el bien. Y siguen vigentes hoy y siempre, porque la Ley de Dios, como nos dice el Salmo, “es santa y para siempre estable”.
Al leer el pasaje de los mercaderes del Templo de Jerusalén (Jn. 2, 13-25), los cuales fueron expulsados por Jesús a punta de látigo, las mesas de los cambistas volteadas y las monedas desparramadas por el suelo, tenemos que pensar qué nos quiere decir hoy a nosotros el Señor con este incidente. Y sobre todo cuando nos dice: “no conviertan en un mercado la casa de mi Padre”. Puede estarse refiriendo a ese mercadeo y comercio, repugnante y dañino, que con mucha frecuencia usamos en nuestra relación con Dios, concretamente en nuestra forma de pedirle a Dios.
Si pensamos bien en la forma en que oramos ¿no se parece nuestra oración a un negocio que estamos conviniendo con Dios? “Yo te pido esto, esto y esto, y a cambio te ofrezco tal cosa” ¿Cuántas veces no hemos orado así? A veces también nuestra oración parece ser un pliego de peticiones, con una lista interminable de necesidades -reales o ficticias- sin ofrecer nada a cambio. A ambas actitudes puede estarse refiriendo el Señor cuando se opone al mercadeo en nuestra relación con El.
Fijémonos que en este pasaje del Evangelio los judíos “intervinieron para preguntarle ‘¿qué señal nos das de que tienes autoridad para actuar así?’”. Y, a juzgar por la respuesta, al Señor no le gustó que le pidieran señales.
¿Y nosotros? ¿No pedimos también señales? “Dios mío, quiero un milagro”, nos atrevemos a pedirle al Señor. “Señor, dame una señal”. Más aún: ¡cómo nos gusta ir tras las señales extraordinarias! Estatuas que manan aceite o que lloran lágrimas de sangre, que cambian de posición, etc., etc.
Estos fenómenos extraordinarios pueden venir de Dios … o pueden no venir de Dios. Cuando no vienen de Dios sirven para desviarnos del camino que nos lleva a Dios, pues lo que pretende el Enemigo es que nos quedemos apegados a esas señales y que realmente no busquemos a Dios, sino que vayamos tras esas manifestaciones extraordinarias, sean aceite, sangre, lágrimas, escarchas, cambios de postura, etc., como si fueran Dios mismo.
Escarchas, lágrimas, fenómenos extraordinarios -cuando son realmente de origen divino- son signos de la presencia de Dios y de su Madre en medio de nosotros. Son signos de gracias especialísimas que sirven para llamarnos a la conversión, al cambio de vida, a enderezar rumbos para dirigir nuestra mirada y nuestro caminar hacia aquella Casa del Padre que es el Cielo que nos espera, si cumplimos la Voluntad de Dios aquí en la tierra.
Y esas señales son justamente para ayudarnos a que nos acerquemos a Dios. Pero ¿en qué consiste ese acercamiento? ¿En seguir buscando fenómenos extraordinarios? ¿En entusiasmarnos con esas señales como si éstas fueran el centro de la vida en Dios? No. El acercarnos a Dios consiste en que cumplamos su Voluntad, y en que nos ciñamos a sus criterios, a sus planes, a sus modos de ver las cosas.
Pero ¿qué sucede con demasiada frecuencia? ... Sucede que, a pesar de estas señales, seguimos apegados a nuestra voluntad -y no a la de Dios-, a nuestros criterios -y no los de Dios-, a nuestros modos de ver las cosas -y no a los de Dios.
No podemos quedamos en lo externo, en lo que podemos ver y palpar con los sentidos del cuerpo. No podemos seguir buscando estos fenómenos por todas partes, como si fueran el centro de la cuestión, pues el centro de la cuestión es otro: es buscar la Voluntad de Dios para cumplirla a cabalidad ... y así no correr el riesgo de ser expulsados de la Casa del Padre para siempre.
Y en la Segunda Lectura San Pablo también nos habla de señales: “los judíos exigen señales milagrosas y los paganos (se refería sobre todo a los griegos) piden sabiduría (conocimientos humanos) ... Pero nosotros predicamos a Cristo crucificado, que es escándalo para los judíos y locura para los paganos; en cambio, para los llamados por Dios -sean judíos o paganos- Cristo es la fuerza y la sabiduría de Dios”. Así haya muerto en la cruz. “Porque la locura de Dios (la locura de la cruz) es más sabia que la sabiduría de los hombres, y la debilidad de Dios (la debilidad de la muerte en la cruz) es más fuerte que la fuerza de los hombres”.
Así son los criterios de Dios: contrarios a los criterios de los seres humanos. Pero ... seguimos ¡tan apegados! a nuestros propios criterios, creyendo que ésos son los que sirven, olvidándonos de esta importantísima y fuerte afirmación de San Pablo y olvidándonos de lo que mucho antes ya había anunciado el Profeta Isaías: “Así como dista el cielo de la tierra, así distan mis planes de vuestros planes, mis criterios de vuestros criterios” (Is. 55, 9).
Jesús expulsó a los mercaderes y cambistas de la casa de su Padre ... No corramos nosotros el riesgo de ser expulsados para siempre de aquella Casa del Padre que nos espera en la otra Vida.

3º Domingo da Quaresma (cf.www.ecclesia.pt)

A liturgia do 3º Domingo da Quaresma dá-nos conta da eterna preocupação de Deus em conduzir os homens ao encontro da vida nova. Nesse sentido, a Palavra de Deus que nos é proposta apresenta sugestões diversas de conversão e de renovação.Na primeira leitura, Deus oferece-nos um conjunto de indicações ("mandamentos") que devem balizar a nossa caminhada pela vida. São indicações que dizem respeito às duas dimensões fundamentais da nossa existência: a nossa relação com Deus e a nossa relação com os irmãos.Na segunda leitura, o apóstolo Paulo sugere-nos uma conversão à lógica de Deus... É preciso que descubramos que a salvação, a vida plena, a felicidade sem fim não está numa lógica de poder, de autoridade, de riqueza, de importância, mas está na lógica da cruz - isto é, no amor total, no dom da vida até às últimas consequências, no serviço simples e humilde aos irmãos.No Evangelho, Jesus apresenta-se como o "Novo Templo" onde Deus se revela aos homens e onde lhes oferece o seu amor. Convida-nos a olhar para Jesus e a descobrir nas suas indicações, no seu anúncio, no seu "Evangelho" essa proposta de vida nova que Deus nos quer apresentar.