sexta-feira, 25 de maio de 2007

Domingo de Pentecostes (Pe. Carlo Battistoni)

Junto com a celebração da Páscoa, um dos momentos mais fortes da vida religiosa de Israel era reviver a dimensão do caminho o caminho, suas etapas, seus momentos fortes. Tudo isto era celebrado através de um rito que, provavelmente, os hebreus aprenderam das liturgias Egípcias: as peregrinações. Eram festas caracterizadas pela alegria. Eram realmente festas ! Tão bem o salmo nos descreve os sentimentos de um hebreu que podia celebrar sua peregrinação: «Que alegria quando ouvi que me disseram: “vamos à casa do Senhor”, e agora os meus pés se detêm, Jerusalém, em tuas portas...!”» (Sal 122,1). Também a festa de Pentecostes, celebrada cinqüenta dias após a Páscoa, era uma festa de peregrinação.
Para um povo que havia encontrado a própria identidade caminhando no deserto ao lado de seu Libertador, nada mais podia expressar o encanto de se descobrir “povo” do que reviver ritualmente o que significa “caminhar com Jahvé”. De fato, foi aderindo à proposta feita por Deus pelas mãos de Moisés que Israel aprendeu a arte de “caminhar com”; assim fazendo, se descobriu não mais como um grupo de semitas que se deslocavam pelos vales e colinas do Médio Oriente em busca de pastagens para suas ovelhas, mas como um povo, uma nação. Foi “caminhando com” Deus, que descobriram que a história tem uma lógica, que vai para alguma direção e é conduzida por Aquele que fez o tempo. Foi caminhando com Aquele do qual desconheciam o nome, que este mesmo Deus se lhes havia revelado com o nome de “Jahvé”, o que, na língua deles, significava: “Aquele que será contigo”. Esta forma de linguagem significa mais ou menos o seguinte: “Aquele que será algo para você na medida em que estiver caminhando com ele”. Um Deus, então que se faz conhecer pela intensidade e continuidade do caminhar-junto. Não caminhar com Jahvé é, para os hebreus ser um “não-povo” (como recordam o profeta Oséias, 1,6.9; e a 1a. carta de Pedro: «vós que um tempo éreis um não-povo hoje sois o povo de Deus» 1,10).
Celebrar a festa de Pentecostes significava celebrar a descoberta de Deus durante o caminho. A esta festa os apóstolos participaram; da Galiléia onde haviam retornado e de onde Jesus os havia enviado ao mundo na sua Ascensão, foram em peregrinação rumo a Jerusalém. Mas aquela peregrinação não foi como as outras de suas vidas. Se no coração dos antigos pais a alegria da libertação se misturava com o medo do incógnito da viagem, tanto mais estes sentimentos se faziam presentes para o novo, pequeno, tímido ”Israel de Deus”: o povo que o Senhor havia adquirido com seu sangue.
Qual seria, para este novo Israel, a Igreja do Senhor, o sentido de uma peregrinação a Jerusalém? Qual seria o deserto pelo qual o Senhor Ressuscitado os conduziria? Os antigos pais tinham Moisés à sua frente, mas o que estaria à frente dos Apóstolos, para onde iriam dirigir seu olhar? Perguntas sem respostas. Nunca Deus nos dá respostas antes de empreendermos a viagem para a qual nos convida. As respostas se descobrem somente ao longo da mesma viagem: o nome de Deus é Jahvé...
Inicialmente –como nos descreve o Levítico - a Pentecostes era a festa do agradecimento pela colheita, mas, na época de Jesus, esta festa já estava adquirindo uma nova fisionomia. È dentro desta nova fisionomia que podemos compreender melhor o significado da solenidade que hoje celebramos.
Israel inseriu esta festa como uma etapa de todo o caminho da salvação. Deste modo a carregava de um sentido dinâmico ligado a todo o projeto de Deus. Especificamente se começou a dar ênfase ao “dom da Lei”, das dez palavras de Jahvé, através das quais Ele faria de Israel o seu povo, um povo consagrado a fim de que as nações pagãs pudessem conhece-Lo. Era, então, a festa da Aliança baseada sobre a Lei.
Sendo assim é fácil compreender a riqueza de sugestões espirituais e teológicas que a narração de Atos nos oferece. Àquela festa, Lucas deu novo significado.
Infelizmente Jesus havia experimentado sobre a própria pele quanto a Lei é insuficiente por si mesma; sentiu o drama de quem é violentado pela Lei que freqüentemente é usada como instrumento de poder, desculpa para interesses, justificativa para se acomodar... Paulo chama esta situação: «maldição da Lei» (Gal. 3,13). “Maldição” porque e lei não é capaz de gerar amor. Porque a lei nos indica o que é certo e o que é errado e fazendo isto nos dá limites, mas o amor não tem limites entre os quais agir. A regra é capaz de apaziguar a nossa consciência dizendo-nos qual é a nossa obrigação e até onde vai... mas onde há obrigação não há amor.
A festa de Pentecostes estava apresentando uma nova Lei, sendo enriquecida com a potência do amor, o Espírito que dá a vida e não deixa o homem definhar em limites. Definitivamente o Senhor estava levando às últimas conseqüências a Aliança num decisivo gesto já almejado pelos profetas, os sonhavam com uma aliança renovada. Nesta nova aliança o que contava deveria estar implantado no coração da pessoa, na sua relação amorosa com Deus, no sentimento de perceber-se “na presença da pessoa amada”. Era a aliança no espírito, regida pela sintonia do coração e não por uma leitura interesseira da Lei. «Esta é a aliança que firmarei com a casa de Israel, depois daqueles dias, diz o Senhor: imprimirei a minha lei em seu coração; eu serei o seu Deus, e eles serão o meu povo» (Jer, 31,33); e ainda dizia Ezequiel: «Dar-vos-ei coração novo e porei dentro de vós espírito novo; tirarei de vós o coração de pedra e vos darei coração de carne» (36,26). Era este o desejo de Deus: a consagração do coração das pessoas quando por causa de uma amor experimentado e vivido ao longo de um caminho trilhado juntos. A Lei não dá a força de amar, enquanto a relação com Deus for baseada sobre o “certo e errado” saberemos somente se estamos no “certo ou errado”. Sentir a presença do amor dá a força de amar. Isto é o que vinha oferecer Deus pelo seu Espírito. O dom do Altíssimo ao seu novo Israel nada mais seria do que sentir definitivamente presente, discreto e suave como o respiro de alguém que nos abraça, o seu Filho em ato continuo de caminhar junto, para espalhar o amor de Deus à humanidade. Aquele Pentecostes foi a definitiva Aliança, baseada sobre o amor dado até o sangue.
Era a força de amor, a mesma que havia permeado a vida de Jesus, que o Senhor estava entregando à sua pequena comunidade, ao Israel da nova Aliança, a fim de que junto com a Palavra do Pai esta tivesse a força para transformá-la em vida. A partir daí os limites da lei seriam rompidos pelo poder do amor. Um poder que é a todos compreensível, uma “linguagem” que fala todas as línguas; que, como o fogo, enquanto permanece sempre igual a si mesmo é distinto e identificado em cada chama, em cada pessoa, no respeito da história, da cultura, da sensibilidade.
Aquele Espírito de amor que moveu Jesus a cada passo estava pronto para conduzir a nova e última etapa da história do homem com Deus. Um novo Israel estava empreendendo a definitiva viagem rumo à comunhão, que é liberdade verdadeira, que é realização plena oferecida a todas as nações.

quarta-feira, 23 de maio de 2007

"Envias o teu sopro... e renovas a face da terra"

Aelred de Rielvaux (1110-1167), monge cisterciense inglês
Sermão sobre as sete vozes do Espírito Santo no Pentecestes,
Sermões inéditos,
"Envias o teu sopro... e renovas a face da terra" (Sl 103,30)Segundo o desígnio de Deus, no princípio, o Espírito de Deus encheu o universo, "desdobrando o seu vigor de um extremo do mundo ao outro e governando todas as coisas com doçura" (Sb 8,1). Mas, no que toca à sua obra de santificação, foi a partir do dia de Pentecostes que "o Espírito do Senhor encheu o universo" (Sb 1,7). Porque é hoje que este Espírito de doçura foi enviado pelo Pai e pelo Filho para santificar toda a criatura segundo um plano novo, uma maneira nova, uma manifestação nova do seu poder e da sua força. Outrora, "o Espírito não tinha sido dado, porque Jesus ainda não tinha sido glorificado" (Jo 7,39)... Hoje, vindo da sua morada celeste, o Espírito é dado às almas dos mortais com toda a sua riqueza, toda a sua fecundidade. Assim, este orvalho divino estende-se sobre toda a terra, na diversidade dos seus dons espirituais. E é justo que a plenitude das suas riquezas tenha escorrido para nós desde o alto dos céus, uma vez que, poucos dias antes, por generosidade da nossa terra, os céus tinham recebido um fruto de maravilhosa doçura... A humanidade de Cristo é toda a graça da terra; o Espírito de Cristo é toda a doçura do céu. Produziu-se então uma troca salvífica: a humanidade de Cristo subiu da terra ao céu; hoje, do céu desceu a nós o Espírito de Cristo... Em todo o lugar o Espírito santo age; em todo o lugar o Espírito toma a palavra. Sem dúvida que, antes da Ascensão, o Espirito do Senhor foi dado aos discípulos quando o Senhor lhes disse: "Recebei o Espírito Santo. Todos aqueles a quem perdoardes os pecados, ser-lhes-ão perdoados; àqueles a quem os retiverdes, ser-lhes-ão retidos". Mas, antes do Pentecostes, não se ouviu a voz do Espírito Santo, não se viu brilhar o seu poder. E o seu conhecimento não tinha chegado aos discípulos de Cristo, que não tinham sido confirmados na coragem, uma vez que o medo os obrigava ainda a esconder-se numa sala fechada à chave. Mas, a partir desse dia, "a voz do Senhor domina as águas.... cria lâminas de fogo... e todos exclamam: Glória!" (Sl 28,3-9)

EL ESPIRITU DE DIOS

La fiesta de Pentecostés es la fiesta culminante del calendario cristiano. En ella conmemoramos el cumplimiento de las promesas de Dios, el coronamiento de la obra de Jesús, la adquisición más alta posible del hombre sobre la tierra.
El Espíritu Santo es la tercera persona de la Trinidad Santa, el Amor infinito de Dios, por el que Dios sale de Sí mismo, levanta de la nada la creación entera, nos da la vida y quiere asociarnos al gozo de su vida eterna.
El Espíritu de Dios, que es amor infinito y omnipotente, es el autor de la misteriosa encarnación del Hijo de Dios hecho hombre en el seno de la Virgen María. El Espíritu de Dios, el amor de Dios actuante en su corazón de hombre, guiaba a Jesús en su vida, para anunciar la presencia y los dones de Dios. Y el Espíritu de Dios, como síntesis de la vida divina y de la comunión espiritual y vital con Dios, fue la gran promesa de Jesús a sus discípulos: Os conviene que yo me vaya, cuando creáis de verdad en Mí recibiréis el Espíritu Santo de Dios, El os hará comprender lo que ahora no podéis entender, El os dará fortaleza para vivir santamente, El os sostendrá en las dificultades y os ayudará a ser mis testigos, El será el lazo de unión con Dios y con los hermanos, que os vivificará y glorificará para siempre en la gloria de Dios, Padre mío y Padre vuestro.
Este don universal de Dios hace que los hombres, venidos de mil puntos distintos y lejanos, podamos participar de una misma vida, que todos nos encontramos en ese punto de encuentro universal que es la vida de Jesús. El Espíritu de Dios, presente y operante en nuestros corazones, hace que todos los pueblos sean un solo pueblo, que todos podamos entendernos y vivir en paz y unidad, a pesar de las diferentes lenguas, razas y culturas. Dios nos ama a todos y con el abrazo universal de su amor nos acerca, nos reúne, y nos hace verdaderamente hermanos en la medida en que recibimos un mismo Don y una misma Vida.
Esto es lo que creemos y lo que tenemos que vivir como cristianos. Contra esta maravilla de la revelación y la donación de Dios, pueden muy poco las insidias y las calumnias y los menosprecios que tengamos que soportar. Aquí está el origen y la fuente inagotable de nuestra alegría y de nuestra fortaleza. Con San Pablo, los cristianos podemos decir “Quién podrá quitarnos el amor de Dios? Y si nadie nos puede quitar este don precioso del Espíritu de Dios ¿qué importa lo que digan o lo que no digan de nosotros? En El y por El somos fuertes y estamos felices. Esta es la verdad y la grandeza de nuestra esperanza y de nuestra vida.

Nasce a Igreja

Celebramos hoje a festa de Pentecostes,
encerrando na Liturgia o Ciclo Pascal...
PENTECOSTES é uma festa,
que já existia no Antigo Testamento.
- Para Israel: Inicialmente era uma festa ligada às colheitas.
- Mais tarde, tornou-se uma celebração da Aliança, feita no Sinai,
que acontecia 50 dias depois da Páscoa. Era a FESTA DA LEI...
- Hoje: É a Plenitude do Mistério Pascal, com o Dom do Espírito Santo à Igreja.
É o NATAL DA IGREJA... o Dia das Comunidades... o Dia da nossa CRISMA...
As leituras bíblicas nos ajudam a entender melhor esta festa:
Na 1ª Leitura, São Lucas apresenta o fato 50 dias após a Páscoa,
fazendo coincidir com o Pentecostes judeu. (At 2,1-11)
O interesse do autor é apresentar a Igreja como Comunidade,
que nasce de Jesus, que é assistida pelo Espírito
e que é chamada a testemunhar aos homens o projeto do Pai.
Para isso se serve de imagens e símbolos que devem ser interpretados:
Os apóstolos estão "trancados" numa casa...
O Espírito Santo se manifesta através do VENTO e chamas de FOGO:
- Símbolos de manifestação de DEUS
muito usados no Antigo Testamento:
- Lembram a 1a ALIANÇA realizada no Sinai:
Foi em meio a trovões e relâmpagos...
Agora fogo e vento simbolizam a Nova Aliança...
não mais escrita na pedra, mas gravada nos corações...
- Simbolizam também a Ação do ESPÍRITO SANTO:
Ele é força, animação, luz, purificação, coragem, missão.
- É o oposto de BABEL:
Lá ninguém mais se entende...
Agora desmoronam as barreiras de línguas e raças...
para formar um novo povo, sem fronteiras, onde todos se entendem.
Todos falam a mesma linguagem, a língua do Espírito de Jesus.
* Acontece uma grande TRANSFORMAÇÃO nos Apóstolos:
Os discípulos, antes medrosos e ignorantes,
agora anunciam com entusiasmo e sabedoria
as maravilhas de Deus em praça pública.
- Como explicar? A Ação do Espírito Santo neles...
Na 2ª Leitura, Paulo afirma que o Espírito é a fonte
de onde brota a vida da comunidade cristã.
É ele que concede os dons, que enriquecem a comunidade
e fortalecem a unidade de todos os membros. (1Cor 12,3b-7.12-13)
* Devemos acolher os apelos do Espírito Santo
para que ele possa continuar fazendo ainda hoje
as maravilhas que realizou no começo da Igreja.
No Evangelho, São João apresenta o fato no mesmo dia da Páscoa. (Jo 20,19-23)
- Os Apóstolos reunidos de portas fechadas por medo das autoridades.
- Jesus ressuscitado aparece,
deseja a PAZ: "A Paz esteja com vocês",
e envia em MISSÃO: "Assim como o Pai me enviou, eu também vos envio."
- Para isso lhes dá:
- uma força, o ESPÍRITO SANTO: "Recebei o Espírito Santo..."
- O Dom do PERDÃO e da RECONCILIAÇÃO:
O nosso Pentecostes...
Diante do Fato, talvez invejemos a sorte dos Apóstolos.
E nos esquecemos que o Pentecostes continua acontecendo.
Também em nossa vida houve um PENTECOSTES...
No BATISMO: - Recebemos a 1a vez o Espírito Santo.
- Fomos inseridos na Igreja, obra do Espírito Santo...
Mas na nossa CRISMA, recebemos a Plenitude do Espírito Santo...
Por isso, o BATISMO é a nossa PÁSCOA...
a CRISMA é o nosso PENTECOSTES....
Lendo a Bíblia, notamos um fato:
Sempre que Deus escolhia uma pessoa para uma missão importante,
ungia-o e enviava o seu Espírito.
- No Antigo Testamento: Sacerdotes, Profetas e Reis...
- Cristo: no Batismo, antes de iniciar a vida apostólica...
- Maria: Quando aceitou ser a Mãe do Salvador...
- Assim todo cristão: quando inicia a sua missão de cristão adulto...
Pelo Batismo: entramos na família, nos tornamos membros da Igreja.
Pela Crisma: nos tornamos membros adultos, atuantes e responsáveis na Igreja...
A chama do Espírito Santo transformou totalmente os apóstolos...
Que essa mesma chama ILUMINE E AQUEÇA a nossa vida
no caminho da Unidade, do Bem e da Verdade...

Por isso, rezemos: "Vinde Espírito Santo, enchei os corações dos vossos fiéis
e acendei neles o fogo do vosso amor"...

Solenidade de Pentecostes (III)

Depois de uma longa caminhada de celebrações pascais, hoje celebramos a plenitude da Páscoa, o dom do Espírito Santo enviado pelo Pai e pelo Cristo glorioso para todos. Assim, 50 dias depois da Páscoa, celebramos a constituição do novo povo de Deus (a Igreja) com a missão de dar continuidade à obra de Jesus Cristo.O contexto de Pentecostes para o Evangelista João é o mesmo da Páscoa. Ao anoitecer do primeiro dia da semana, os discípulos de Jesus estavam clandestinamente reunidos, avaliando juntos os últimos acontecimentos. Tristes, decepcionados e com a sensação de fracasso. As portas do local estavam fechadas. Paralisados pelo temor de serem submetidos às mesmas torturas que o Mestre havia passado. Subitamente, ele se colocou no meio deles e os saudou: "A paz esteja com vocês!". Imaginem o espanto! O sentenciado de quem todos estavam falando aparece vivo, dando sinais de sua identidade, mostrando as mãos e o lado. A alegria tomou conta do ambiente e espantou as trevas do medo. "A paz esteja com vocês!". Soprando sobre eles, o Ressuscitado diz: "Recebam o Espírito Santo". A paz e o dom do Espírito coincidem. Além do mais, à paz e ao Espírito, une-se o perdão dos pecados. "Os pecados daqueles que vocês perdoarem serão perdoados".O dom do Espírito associado à paz recorda o momento primordial da criação em que o Espírito pairava sobre o caos, quando, mediante a Palavra criadora do Criador, cada coisa foi chamada à integridade da vida. A experiência do pecado, porém, rompeu a harmonia do projeto inicial da criação, jogando-a no caos primitivo. Mas a Páscoa de Cristo, nova criação, reconciliou as criaturas com o Criador, selando assim a paz com o sangue derramado na cruz (cf. Cl 1,20). O perdão dos pecados e a reconstrução da paz são obras do Espírito. Quem recebeu esse dom do Senhor é convidado a comunicá-lo aos outros. Portanto, ao receberem o dom do Espírito, os discípulos também foram enviados a promover a reconciliação entre pessoas e grupos humanos. A Igreja, como comunidade de batizados, recebeu de seu divino fundador a tarefa de criar condições para que o Espírito penetre e transforme os corações oprimidos pelo pecado, isto é, pelo medo, apatia, dúvida, silêncio e ineficácia. Todavia, como aos primeiros discípulos do Mestre, hoje o medo e a apatia rondam a Igreja. Por conseqüência, diminuem a fé e a esperança em Jesus Cristo e na possibilidade do Espírito gerar uma nova sociedade com base no amor solidário, na verdade, na justiça e na paz. No dia de Pentecostes, vem à minha memória um perene texto publicado pelo Conselho Mundial das Igrejas (em 1968), ressaltando os efeitos da presença do Espírito de Deus na Igreja. Em síntese, diz: Se está presente o Espírito, sob sua ação Deus não fica longe do mundo, mas aproxima do homem o Reino de Deus; Cristo não pertence ao passado, mas é o Ressuscitado; o Evangelho não é letra morta, mas potência de vida; a Igreja não é uma organização, mas comunhão no amor trinitário; a missão não é propaganda, mas Pentecostes; a autoridade não é domínio, mas serviço libertador; o culto não é evocação do passado, mas atualização dos fatos salvadores de Deus e antecipação da consumação do futuro esperado; a moral não é ética natural de escravos submetidos ao látego da lei, mas agir como cristãos, isto é, Lei do Espírito em Jesus Cristo.Enfim, o Espírito Santo foi doado pelo Ressuscitado aos discípulos para que todos tenham a oportunidade de viver em paz uns com os outros, harmonizados e reconciliados, hoje e nos tempos futuros!

Pentecostes

Os judeus tinham uma festa de Pentecostes, que se celebrava 50 dias após a páscoa. Nesta festa, recordavam o dia em que Moisés subiu ao monte Sinai e recebeu as tábuas da Lei, contendo os ensinamentos dirigidos ao povo de Israel. Celebravam assim, a aliança do Antigo testamento que o povo estabeleceu com Deus: Eles se comprometeram a viver segundo seus mandamentos e Deus se comprometeu a estar sempre com eles.
Vinham pessoas de todos os cantos para a festa de Pentecostes no Templo de Jerusalém. Deus havia prometido mandar seu espírito em ocasiões diversas: Durante a Última Ceia, Jesus lhes promete a seus apóstolos o seguinte: “Eu rogarei ao Pai e Ele vos dará outro Consolador, para que fique eternamente convosco. O Espírito da verdade, quem o mundo não pode receber, porque não o vê nem o conhece; mas vós o conhecereis, porque ficará convosco e estará em vós.” (Jo 14, 16-17)
Mais adiante lhes disse: “Disse-vos estas coisas, permanecendo convosco. Mas o Consolador, que é o Espírito Santo, a quem o Pai enviará em meu nome, ele vos ensinará todas as coisas e vos fará lembrar tudo o que vos tenho dito” (Jo 14, 25-26)
Ao terminar a cena, volta a fazer a mesma promessa: “Contudo, digo-vos a verdade, a vós convém que eu vá; se eu não for, não virá a vós o Consolador; mas, se eu for, vo-lo enviarei. Ele, quando vier, argüirá o mundo do pecado, da justiça e do juízo. Sim, do pecado, porque não creram em mim; da justiça, porque vou para o Pai e vós não mais me vereis; Enfim, do juízo, porque o príncipe deste mundo já está julgado. Tenho ainda muitas coisas a vos dizer, mas vós não as podeis suportar agora. Quando, porém, vier o Espírito da verdade, conduzir-vos-á à verdade integral. Pois, não há de falar de si mesmo, mas dirá tudo o que tiver ouvido e anunciar-vos-á as coisas que estão por vir. Ele me glorificará, porque há de receber do que é meu e vo-lo anunciará.” (Jo 16, 7-14)
No calendário do ano litúrgico, comemora-se Pentecostes no domingo subseqüente à festa da Ascensão de Jesus. O significado do termo para os católicos, representa a festa celebrada pela Igreja 50 dias após a Ressurreição de Jesus (Páscoa).
Depois da Ascensão de Jesus, encontravam-se os apóstolos reunidos com a Mãe de Deus. Era o dia da festa de Pentecostes. Os apóstolos tinham medo de sair para pregar. Repentinamente, escutou-se um forte vento e línguas de fogo pousaram sobre cada um deles. Cheios do Espírito Santo, passaram a falar em línguas desconhecidas. Nesses dias, haviam muitos estrangeiros em Jerusalém, que vinham de todas as partes do mundo para celebrar a festa de Pentecostes judia. Cada um ouvia falar os apóstolos em sua própria língua e compreendiam perfeitamente o que eles falavam. Todos eles, nesses dias, não tiveram medo e saíram a pregar ao mundo os ensinamentos de Jesus. O Espírito Santo lhes concedeu forças para a grande missão que tinham de cumprir: Levar a Palavra de Jesus a todas as nações e batizar todos os homens em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo.
O Espírito Santo de Deus é a terceira pessoa da Santíssima Trindade. A Igreja nos ensina que o Espírito Santo é o amor que existe entre o Pai e o Filho. Este amor é tão grande e perfeito que forma uma terceira pessoa. O Espírito Santo enche nossas almas no Batismo e depois, de maneira perfeita, na Confirmação. Com o amor divino de Deus dentro de nós, somos capazes de amar a Deus e ao próximo. O Espírito Santo nos ajuda a cumprir nosso compromisso de vida com Jesus.
Sinais do Espírito Santo - O vento, o fogo e a pomba
Estes símbolos nos revelam o poder que o Espírito Santo nos dá: O vento é uma força invisível, porém, real. Assim é o Espírito Santo. O fogo, é um elemento que limpa. O Espírito Santo é uma força invisível e poderosa que habita em nossos corações e purifica nosso egoísmo para dar espaço ao amor. A pomba representa a simplicidade e a pureza que devemos cultivar em nosso coração.
Nomes do Espírito Santo
O Espírito tem recebido diversos nomes ao longo do Novo testamento: O Espírito de Verdade, o Advogado, o Paráclito, o Consolador, o Santificador.
Missão do Espírito Santo
1. O Espírito Santo é santificador: Para que o Espírito Santo possa cumprir com sua função, é necessário que nos entreguemos totalmente a Ele e deixemo-nos conduzir docilmente por suas inspirações, para que possamos nos aperfeiçoar e crer todos os dias na santidade.
2. O Espírito Santo mora em nós: Em João 14, 16, encontramos a seguinte passagem: “Eu rogarei ao Pai e Ele vos dará outro Consolador, para que fique eternamente convosco”. Também em I Coríntios 3, 16: “Não sabeis que sois templo de Deus e que o Espírito de Deus habita em vós?”. E por esta razão é que devemos respeitar nosso corpo e nossa alma. Está em nós, porque é o “doador da vida” e do amor. Se nos entregarmos à sua ação amorosa e santificadora, fará maravilhas em nós.
3. O Espírito Santo ora em nós: Necessitamos de um grande silêncio interior e de uma profunda pobreza espiritual para pedir que ore em nós o Espírito Santo. Deixar que Deus ore em nós sendo dóceis ao Espírito. Deus intervém por aqueles que o amam.
4. O Espírito Santo nos leva a verdade plena: Ele nos fortalece para que possamos ser testemunhas do Senhor, nos mostra a maravilhosa riqueza da mensagem cristã, nos enche de amor, de paz, de gozo, de fé e crescente esperança.
O Espírito Santo e a Igreja:
Desde a fundação da Igreja no dia de Pentecostes, o Espírito Santo é quem a constrói, anima e santifica, lhe dá vida e unidade e a enriquece com seus dons. O Espírito Santo segue trabalhando na Igreja de muitas maneiras distintas, inspirando, motivando e impulsionando os cristãos, em forma individual ou como Igreja num todo, ao proclamar a Boa Nova de Jesus.
Por exemplo, inspira ao Papa a levar suas mensagens apostólicas à humanidade; inspira o bispo de uma diocese a promover determinado apostolado, etc.
O Espírito Santo assiste especialmente ao Representante de Cristo na Terra, o Papa, para que guie retamente a Igreja e cumpra seu trabalho de pastor do rebanho de Jesus Cristo.
O Espírito Santo constrói, santifica, dá vida e unidade à Igreja.
O Espírito Santo tem poder de nos animar e nos santificar e lograr êxito em nossos atos que, por nossas forças, jamais realizaríamos. Isto o faz através de seus sete dons.

Solenidade de Pentecostes (II)

Estamos celebrando “Pentecostés”, cincuenta días después de la Resurrección. De esa cifra, “50”, viene la palabra “Pentecostés”, día de la venida del Espíritu Santo a los Apóstoles, reunidos con la Santísima Virgen María.
Jesús había hablado de esto en varias oportunidades y había asegurado a los Apóstoles que después de El irse, vendría el Espíritu Santo. Una de las personas a quien habló Jesús sobre el Espíritu Santo fue a Nicodemo.
Nicodemo era un judío, perteneciente al grupo religioso de los Fariseos, que tenía una preocupación sincera por conocer la Verdad acerca de Dios y acerca de Jesús. El era maestro de la Ley, pero quería aprender del verdadero Maestro. De allí que un día fue de noche, a escondidas, a ver a Jesús, para aprender de él. (cf. Jn. 3, 1-9). Tanto aprendió y tanto creyó en Jesús que fue uno de los pocos “valientes” que estuvo para el momento de la sepultura de Cristo (cf. Jn. 19, 39).
En esa noche de enseñanza, Nicodemo le pregunta sorprendido a Jesús: “¿Cómo puede volver a nacer un hombre ya viejo?” (Jn. 3, 4). ¡Claro! Tenía que sorprenderse: el Maestro le acababa de decir nada menos que esto: “En verdad te digo, nadie puede ver el Reino de Dios si no nace de nuevo, de arriba”.
Ante el asombro de Nicodemo, Cristo le explica: “El que no renace del agua y del Espíritu Santo, no puede entrar en el Reino de Dios ... Por eso no te extrañes que te haya dicho que necesitas nacer de nuevo, de arriba” (Jn. 3, 3-7).
Y ¿qué es nacer de nuevo, de arriba? Para entender esto, no hay más que ver a los Apóstoles antes y después de Pentecostés (cfr. Hech. 2, 1-11 y 5, 17-41). Antes eran torpes para entender las Sagradas Escrituras y aún para entender las enseñanzas que recibieron directamente del Señor. También eran débiles en su fe, deseosos de los primeros puestos y envidiosos entre ellos. Eran, además, temerosos para presentarse como seguidores de Jesús, por miedo a ser perseguidos.
Pero luego de recibir el Espíritu Santo en Pentecostés, cambiaron totalmente: se lanzaron a predicar sin ningún temor, llenos de sabiduría divina, con un poder de comunicación especial dado por el Espíritu Santo. En el idioma que fuera necesario, llamaban a todos -judíos y extranjeros- a la conversión.
A los que creían en el mensaje de Jesucristo Salvador, los iban bautizando. Así comienzan a formar nuevos discípulos y comunidades de cristianos, sin dejar de asistir a los necesitados.
Los torpes de antes comienzan a actuar con la Sabiduría de Dios. Los envidiosos de antes asumen cada uno el lugar que le corresponde en la Iglesia de Cristo. Los temerosos de antes sufren persecuciones y llegan incluso a sufrir el martirio.
Así comenzó la primera evangelización. Ahora en nuestros días, al comienzo de este Tercer Milenio, el Papa Juan Pablo II nos llamó a realizar una “nueva evangelización”. Pero para eso necesitamos ser transformados por el Espíritu Santo, como los Apóstoles en Pentecostés.
Nos dijo el Papa que el objetivo prioritario de la “Nueva Evangelización” es el fortalecimiento de la fe y del testimonio de los cristianos. (TMA 42)
Y ¿por qué es necesario fortalecer nuestra fe? Porque la mayoría de los hombres y mujeres de este Tercer Milenio nos hemos alejado demasiado de Dios.
. Unos, porque queremos valernos por nosotros mismos, estando a espaldas de Dios.
. Otros, porque hemos dejado enturbiar y hasta apagar la fe cristiana con elementos provenientes del paganismo.
. Otros, porque nos hemos dejado convencer con los errores de las sectas y de los nuevos movimientos religiosos, que tienden a asemejarse a la Iglesia de Cristo, pero no lo son.
. Otros, porque creemos que la religión es cosa que se diseña a la medida de cada cual, como quien escoge los elementos en un carrito de supermercado, o como quien usa los ingredientes que desee para preparar una receta de cocina.
Por ello, esa Fe que recibimos en el Bautismo necesita ser purificada de toda confusión y necesita ser fortalecida, para que cada cristiano pueda dar testimonio de Cristo.
Y … ¿en qué consiste dar testimonio de Cristo? Es ser y vivir, pensar y actuar como Cristo lo haría si estuviera en nuestro lugar. Precisamente en esto consiste evangelizar. Básicamente en eso consiste la “nueva evangelización” a la cual el Papa Juan Pablo II nos llamó.
Pero, para poder ser y actuar como Cristo, tenemos que “volver a nacer”; es decir, tenemos que nacer del Espíritu Santo.
¿Cómo sabemos que hemos nacido del Espíritu Santo? Veamos algunos síntomas:
. Quien ha nacido del Espíritu Santo se da cuenta de que Dios es lo más importante en su vida.
. Quien ha nacido del Espíritu Santo se da cuenta de que quiere vivir para Dios y para lo que El le indique.
. Quien ha nacido del Espíritu Santo se da cuenta de que, aunque se ocupe de todo lo que tiene que ocuparse, (trabajo, estudios, familia, amigos, etc.) toda su vida está centrada en Dios.
. Quien ha nacido del Espíritu Santo sabe que va caminando hacia Dios su encuentro definitivo con El, que tendrá lugar al fin de los tiempos o nos llega en el momento de nuestra muerte.
. Quien ha nacido del Espíritu Santo, además, siente necesidad de comunicarlo a los demás.
¿Cómo volver a nacer? ¿Cómo nacer del Espíritu Santo? ¿Cómo puede suceder esa trasformación?
Veamos qué hicieron los Apóstoles. En primer lugar creyeron y obedecieron el anuncio del Señor: “No se alejen de Jerusalén, sino que esperen lo que prometió el Padre, de lo que Yo les he hablado: que Juan bautizó con agua, pero ustedes serán bautizados en el Espíritu Santo dentro de pocos días” (Hech. 1, 4-5).
En segundo lugar perseveraban en la oración junto con María, la Madre de Jesús.
“Todos ellos perseveraban en la oración con un mismo espíritu ... en compañía de María, la Madre de Jesús ... Acudían diariamente al Templo con mucho entusiasmo” (Hech. 1, 12-14 y 2, 46).
El secreto es la oración, la oración con la Santísima Virgen María, la oración diaria y perseverante, como los Apóstoles antes de Pentecostés.
Para “volver a nacer” hay que creer en Dios, obedecerlo y orar. Así “seremos bautizados en el Espíritu Santo”. Que así sea.

Solenidade de Pentecostes

Inspiración del Espíritu Santo
El Espíritu Santo es el fuego de Amor que viene de mi Padre y de Mí. Entra el corazón de todos aquellos que se abren a recibir nuestras bendiciones con sinceridad. El Espíritu Santo se siente en casa en los corazones de los creyentes que guardan los mandamientos de Dios. El Espíritu Santo descendió sobre mí el día de mi Bautismo. Yo prometí que nos les dejaría huérfanos y que les enviaría el Espíritu Santo como el ayudador que les enseñaría todo lo que deberían saber acerca de mi Reino de los Cielos. El descendió sobre los Apóstoles el día de Pentecostés, en la forma de lenguas de fuego; les iluminó con sabiduría, les inflamó con el amor por mi Palabra y les dio coraje para proclamarla. Ahora, desde Pentecostés, El Espíritu Santo es dado a todos los que creen en mí y son bautizados en el nombre del Padre, del Hijo y del Espíritu Santo. El amor es un fuego refinador que purifica y da sabiduría; consuela el alma y la fortalece en la fe en aquellos que le reconocen. Es una llama viviente que se radica en el corazón y debe de ser avivada por la fe y las buenas obras. El Espíritu Santo enciende el fuego del Amor en cada corazón. Se vuelve el maestro y la luz que guía el alma en el camino de la santidad. Santifica con deseos puros de Dios y su Divina Voluntad. La mayoría de la gente en el mundo rechazan el Espíritu Santo porque sus corazones están fijos en las cosas del mundo. Ellos han permitido que el materialismo tome posesión de sus almas y ya no tienen espacio para la santidad. Aquellos que aceptan los regalos santos de Dios, deben darse cuenta de los trucos del adversario que trata de engañarlos para que sucumban al espíritu del mundo. Una vez que ellos rechazan el Espíritu Santo, se vuelven presa fácil para el demonio y de su reino de oscuridad. Abran sus corazones diariamente con deseo por el Espíritu Santo. Dejen que el fuego purificador de mi amor les aumente su fe, esperanza y caridad.