sexta-feira, 5 de outubro de 2007

27° Domingo do Tempo Comum ( Pe. Carlo B.)

A Palavra de Deus que a Liturgia hoje nos oferece, diz respeito a um dos desejos mais bonitos de toda pessoa que não interprete a sua dimensão espiritual somente como uma das tantas coisas da vida, que não se detêm nas praticas religiosas mas entra no maravilhoso caminho da fé. Caminho este tão fascinante quanto tão mal interpretado e instrumentalizado.
Se entre a metade de 1800 até o século passado estava em auge o mito do homem capaz de viver autonomamente, desvinculado de qualquer dimensão transcendente que, segundo o dizer comum, era aliciante e extraia a pessoa do verdadeiro mundo, hoje esta visão mostrou plenamente seu fracasso. Teorias como aquelas, evidenciaram sociologicamente e existencialmente sua intrínseca inconsistência. De fato, a tentativa de eliminar a fé no coração das pessoas por meio de violências praticadas por regimes nomeadamente ateus, resultou numa perca de identidade dos próprios povos. Este fato se retorceu sobre os mesmos sistemas, derrotando-os a partir de seu interior. O mesmo ocorreu no contexto existencial, no caso de outros sistemas economico-culturais que quiseram substituir o anseio profundo do coração do homem pelo mito do bem-estar: acabaram vítimas da fuga em massa e da desconfiança difusa. Drogas, violência, complicação dos relacionamentos interpessoais, depressão e neurose generalizadas, fuga da responsabilidade do individuo com a vida, diminuição da natalidade e mais ainda, são os efeitos da violência subliminar praticada como método, a fim de impor um sistema controlado e controlável.
A história ensina que toda vez que se forçam as situações num sentido, inevitavelmente se prepara o terreno para o seu oposto o qual, freqüentemente, irrompe de forma desequilibrada. O contexto no qual hoje vivemos é caracterizado justamente por uma proliferação descontrolada de formas de fideísmo. Somente em torno do ano 1000, quando as pessoas esperavam pelo fim do mundo, se registrou um número tão elevado de formas e práticas religiosas excêntricas quanto hoje. Como era por se esperar, ao lado de uma fé sadia e equilibrada, que envolve o homem, como diria Jesus: “com todo o coração, com todas as forças e com toda a alma”, estamos assistindo à proliferação de seitas e formas religiosas; proliferação proporcional ao integralismo pregado por estas. Clara manifestação esta de que, também a vida interior foi minada pelo mesmo principio da fuga: quanto menos se pensa melhor fica, quanto mais claras e rígidas forem as regras, tanto menos precisa se envolver. Obviamente não é esta ligação irracional e fundamentalista que pode ser chamada “fé”. Crendice e fé são duas coisas completamente diferentes.
Percorrendo a Escritura se nos apresenta uma imagem muito bonita da fé, totalmente distante de qualquer exaltação irresponsável.
São Paulo aos cristãos de Roma aponta em Abraão o símbolo da fé nestes termos: «Pois que diz a Escritura? Abraão creu em Deus, e isso foi considerado como justiça» (Rm 4,3); isto é: Deus reconheceu em Abraão a atitude ideal no relacionamento do homem com Deus. Muitos outros personagens na Bíblia são conhecidos como pessoas “de fé”, primeira entre todas Maria de Nazaré. Ora, embora em todos os casos narrados na Escritura a “fé” tenha momentos fortes e únicos, todavia nunca a fé é vista como o gesto de um acontecimento isolado, quase que extraído do conjunto da vida da pessoa que o faz.
A fé é sempre resultado de uma posição assumida, de uma atitude fundamental pela qual a pessoa se coloca diante de Deus com todo o conjunto da sua existência. A fé é ligada a historia, ao tempo, à vida construída entre duas pessoas que se colocam, dialeticamente, uma diante da outra, com responsabilidade recíproca e comprometedora. Qualquer ato de fé é o momento de um processo; um processo que tem origem na opção fundamental com a qual acolhemos Deus assim como Ele é (e não como a imagem daquilo que nós achamos). Este processo continua no tempo, pela adesão dada através de uma história nova que se constrói a partir do próprio ato de fé.
A fé, logo, não se improvisa nem “cai do céu”, isto é o que ainda não haviam compreendido os Apóstolos, aos quais Jesus respondeu que fé deles era menor do que um grão de mostarda. De fato, bem pequeno tinha sido o percurso feito com Ele; bem pouco haviam entendido de sua pessoa! A história vivida com Jesus não era suficiente sequer para entrever o verdadeiro mistério do qual era portador. Nem o sofrimento e a derrota os Apóstolos haviam conhecido, nem sabiam o quanto era grande o poder e as forças do mal e quanto maior destas fosse a fidelidade do Pai ao amor do Filho...
Quantas coisas não conhecemos de Jesus ! Quão pouco caminho percorremos junto com Ele e já nos iludimos de possuir uma grande fé! Quanto ainda não acreditamos que a sua fidelidade é tão grande que é capaz de modificar nossa vida plenamente. Os Apóstolos tinham um santo desejo, sim, mas este devia passar por uma história, uma longa história construída dia após dia, pois a história é realmente o filtro de nossa fé, é ela que nos diz claramente em que medida somos capazes de “dar um crédito” a Deus. E isto se aprende, não se improvisa!
A origem da palavra “fé”, na Escritura, é ligada a duas atitudes, vinculadas uma à outra e dependentes reciprocamente: fidelidade e confiança. Fé, nestes termos, é a certeza baseada sobre a fidelidade recíproca entre Deus e o homem.
Naturalmente é algo que precisa de tempo para se descobrir; sabemos quanto uma pessoa nos ama pela sua fidelidade e pelo crédito que é capaz de dar. A descoberta do significado da fé é lenta, paciente, não ostensiva e imediatista. Somente dentro do nosso coração “sabemos” o quanto Deus nos amou, não obstante tudo...; sabemos quanto Ele foi fiel quando não o fomos...; sabemos quanto podemos contar com Ele. Fé não é um sentimentalismo que nos dá sensações de tranqüilidade e pacífica abstração dos dramas do mundo. Fé é um envolvimento pessoal que toca cada uma e todas as fibras do nosso ser; é uma atitude que se enraizou com o tempo e que se fundiu conosco. Quem possui a fé a traz consigo esta dimensão e com ela modifica qualquer contexto profano ou laicista, que exclui a lógica divina. É uma dimensão de vida de fidelidade e confiança em Deus que aprendemos no coração e com decisões que correspondem às decisões que Jesus de Nazaré (e não uma imagem de um Jesus ideal, que existe somente na nossa mente) tomou para si e para com as pessoas. A fé realmente liberta porque compromete no envolvimento e na fidelidade.
Quando tivermos aprendido quanto é fiel Jesus, quanto Ele é capaz de dar um crédito a nós, quanto também nós somos capazes de “crer” Nele, então teremos a certeza de que até o que nos parece impossível acontecer em nossa vida, o que parece já ser um dado de fato que não tem como mudar, pode ser mudado como uma amoreira da terra para o mar.
É a força do amor, descoberto passo-a-passo através da fidelidade e da confiança.

27º DOMINGO DO TEMPO COMUM

A fé humilde
No Evangelho deste domingo, Jesus propõe o exemplo da semente da mostarda, que de minúscula se transforma em uma árvore. Para ele, o problema da fé não está na quantidade, mas na qualidade. A fé, ainda que pequenina como a semente de mostarda, tem a força de realizar aquilo que pareceria impossível. Esse impossível aos seres humanos é descrito na figura da amoreira com suas raízes profundas e fortes, que se arranca e se transporta para o mar (Lc 17,6). Jesus conclui os ensinamentos com a narrativa do relacionamento do servo e seu senhor. Mesmo fatigado, o servo deverá cumprir sua obrigação: servir seu senhor sem esperar retribuição especial (Lc 17,7-9). Jamais o discípulo deve agir para esperar recompensas de seus méritos. Seu dever é empenhar-se totalmente no serviço perseverante do Reino (Lc 17,10). Tal modo de agir choca a mentalidade de hoje, onde a mínima prestação de serviço exige uma específica e qualificada gratificação.Hoje os discípulos que rezam: "aumenta nossa fé" são as comunidades, os agentes de pastoral com suas crises e busca de soluções para tantos problemas da vida, onde a corrupção, a violência e a impunidade andam soltas.No emaranhado complexo da história, os discípulos e missionários de Jesus são uma pequena semente fecundada pelo Espírito de Deus: sonham com o ideal de superar os maiores impasses. Uma realidade constantemente provocada pela tentação de ser presença ostensiva. Gratificante é ser cristão na hora do show. Difícil é testemunhar a fé na crise, manter a confiança diante de tantos problemas e alimentar a esperança perante o martírio. Fascinante é aclamar Jesus no sucesso. Menos confortável é reconhecê-lo e professá-lo na dor, na opressão, na violência e na perseguição. A proclamação e a acolhida da Palavra na celebração litúrgica fazem "a pequena semente" (a comunidade, a Igreja) crescer, até se transformar em uma frondosa árvore. Pela ação do Espírito Santo, faz-nos redescobrir e recuperar a auto-estima pela pequena semente. "O dinamismo missionário da Igreja não nasce da vontade dos homens que decidem se fazer propagadores de sua fé. Nasce do Espírito que atua nas celebrações litúrgicas, particularmente na Eucaristia. A missão não é nunca proselitismo ou mero serviço humano, mas decorre sempre da aliança que se constitui e se estrutura na Eucaristia e no partir do pão que é o próprio Cristo" (dom Manuel João Francisco, Ite Missa est, da palestra proferida em Santo Domingo).O encontro com o Senhor fecunda nossa fé e reanima o propósito de fidelidade no serviço sincero e gratuito da comunidade inserida na sociedade marcada pela violência e pela opressão. O Senhor renova sua palavra: "Não tenhais medo. Eis que eu estou convoco!".

DOMINGO 27 del Tiempo Ordinario - Ciclo "C" -

Las Lecturas de este Domingo contienen un llamado a la Fe, a una Fe viva... “capaz de mover montañas” ... o de mover árboles, como nos refiere el Evangelio de hoy.
En el Evangelio de hoy (Lc. 17, 5-10) los Apóstoles le piden al Señor que les aumente la Fe. Y el Señor les exige tener al menos un poquito de Fe, tan pequeña como el diminuto grano de mostaza, para poder tener una Fe capaz de mover árboles de un sitio a otro. Con este lenguaje, el Señor quiere indicarnos la fuerza que puede tener la Fe, cuando es una Fe convencida y sincera.
Nos indica, también, que la Fe es a la vez don de Dios y voluntad nuestra. O como dice el Nuevo Catecismo: La Fe es una gracia de Dios y es también un acto humano (cf.CIC #154).
Expliquemos esto un poco más: La Fe es una virtud sobrenatural infundida por Dios en nosotros. Es decir: para creer necesitamos algo que siempre está presente: la gracia y el auxilio del Espíritu Santo. Pero para creer también es indispensable nuestra respuesta a la gracia divina. Y esa respuesta consiste en un acto de nuestra inteligencia y de nuestra voluntad, por el que aceptamos creer.
Sin embargo hay una desviación muy marcada en nuestros días que consiste en exigir que todo sea comprobable, verificable, visible. Por cierto, es una desviación que siempre ha estado presente. No tenemos más que recordar a Santo Tomás.
Sucedió que este Apóstol no estuvo presente en la primera aparición de Jesús Resucitado a los demás discípulos. Y Tomás pidió comprobación, manifestando que se negaría a creer en la Resurrección de Cristo si no metía sus dedos en las heridas de las manos y su mano en la abertura del costado del Resucitado. Sabemos lo que sucedió: Apareció Cristo una segunda vez y reprendió fuertemente a Tomás, luego de tomarle la mano para que hiciera lo que se había atrevido a requerir. (cf. Jn. 20, 19-28)
Ahora bien, los seres humanos somos muy parecidos a Santo Tomás cuando se trata de verdades sobrenaturales: requerimos “meter el dedo en la llaga”, sin darnos cuenta de que practicamos una fe natural que nos lleva a creer cosas para las que no requerimos comprobación.
Un ejemplo evidente de esta fe natural confiada es la aceptación de nuestros antepasados no conocidos.
¿Quién de nosotros se ha atrevido a pedir una partida de nacimiento o de defunción para estar seguro de que tal persona es nuestro abuelo o nuestra bisabuela o nuestro tío?
Existe, entonces una fe meramente humana, por la que creemos en algo que se nos dice, como podría ser una historia, un suceso que se nos relata, o un fenómeno comprobable científicamente.
Pero hablemos de la Fe con “F” mayúscula, de la Fe sobrenatural. Esta, que es a la vez gracia de Dios y respuesta nuestra, nos lleva a creer todo lo que Dios nos ha revelado y, además, todo lo que Dios, a través de su Iglesia, nos propone para creer.
Esa Fe tiene diversas e indispensables consecuencias para nuestra vida espiritual. La Primera y Segunda Lectura de hoy nos presentan dos consecuencias muy importantes: la perseverancia en la Fe y la obligación que tenemos de comunicar esa Fe, a pesar de las circunstancias adversas.
En la Primer Lectura del Profeta Habacuc (Hab. 1, 2-3; 2, 2-4) vemos la preocupación del Profeta por el triunfo de la injusticia. Es una pregunta que siempre está presente en el corazón de los seres humanos. También otros Profetas la hicieron: Jeremías: “¿Por qué tienen suerte los malos y son felices los traidores?” (Jer. 12, 1).
Si leemos todo el texto del Profeta Habacuc (Hab. 1, 1 a 2, 4) nos damos cuenta que el Profeta primero se queja de la situación del pueblo hebreo. La respuesta de Yavé es ciertamente desconcertante: dentro de poco los Caldeos restablecerán el orden, invadiendo y saqueando todo (!!!):
“Miren, traidores y contemplen, asómbrense y quédense alelados, porque voy a realizar en su época algo que no creerían si se lo hubieran contado. Pues ahora empujo a los Caldeos, pueblo terrible y arrollador, que recorre enormes distancias para apoderarse de países ajenos. Es terrible y temible, y se hacen su propio derecho ... Este pueblo se burla de los reyes, se ríe de los soberanos; no le importan las ciudades fortificadas, pues levanta terraplenes y se apodera de ellas. ¡Y así pasa y se va como el viento ...! ¡Su fuerza es su dios!” (Hab. 1, 5-11).
Vemos en esta respuesta cómo está Dios permitiendo la acción del mal para corregir a su pueblo escogido.
Habacuc se queja nuevamente preguntando a Yavé por qué usa la invasión de los Caldeos para realizar su justicia.
Dios le responde a su Profeta con una visión que pide que deje por escrito para enseñanza de los que vengan después. Y la enseñanza es la perseverancia en la Fe. Le asegura que se hará justicia, pero a su tiempo. Y ... sabemos que el tiempo de Dios casi nunca coincide con el nuestro.
Le responde Yavé: “Es la visión de algo lejano, pero que viene corriendo y no fallará. Si se tarda espéralo, pues llegará sin falta: el malvado sucumbirá sin remedio; el justo, en cambio, vivirá por su fe”.
Dios siempre hace justicia. Actúa de acuerdo a su Justicia que es infinita. Sin embargo la Justicia Divina no siempre es clara para los humanos. Dios guarda en secreto, al menos por un tiempo, su manera de gobernar al mundo y solamente pide que nos mantengamos fieles hasta el final.
La explicación de esto se la da al Profeta Ezequiel:
“La gente de Israel dice que la manera de ver las cosas que tiene el Señor no es justa. ¿Así que mi manera de ver las cosas no es justa, gente de Israel, no será más bien la de ustedes? Juzgaré a cada uno de ustedes de acuerdo a su comportamiento. Corríjanse y renuncien a todas sus infidelidades, a no ser que quieran pagar el precio de sus injusticias. Lancen lejos de ustedes todas las infidelidades que cometieron, háganse un corazón nuevo y un espíritu nuevo. ¿O es que quieren morir, gente de Israel? A Mí no me gusta la muerte de nadie, palabra de Yavé: conviértanse y vivirán” (Ez. 18, 29-31).
Y esta enseñanza fue para el pueblo de Israel de los tiempos de Habacuc, Jeremías y Ezequiel, unos 600 años antes de Cristo, cuando Nabucodonosor hacía de las suyas, destruyendo pueblos y apoderándose de ellos.
Sabemos que el pueblo de Israel fue desterrado a Babilonia en el año 587 antes de Cristo. Luego de un tiempo –no muy corto, por cierto, pues fueron 70 años de exilio- se ve una nueva intervención de Dios, anunciada por el Profeta Ezequiel: “Los recogeré de todos los países, los reuniré y los conduciré a su tierra” (Ez. 36, 24).
Y eso hizo. En efecto, en el año 538 antes de Cristo, sin haber hecho nada los israelitas, Ciro, Rey de Persia, conquista a Babilonia y da libertad al pueblo de Israel para que regresen a su tierra, lo cual hacen, encabezados por Zorobabel, quien como primera acción organiza la reconstrucción del Templo de Jerusalén. (cf. Esdras 1 y 2)
Pero la acción de Dios es mucho más profunda. Dios hace las cosas a perfección y completas.
Lo que sucede no es un simple regreso del exilio, sino que hace efectiva la conversión del pueblo que había pedido a través de Ezequiel. Dios purifica y transforma el corazón de su pueblo, es decir, lo hace dócil a su Divina Voluntad:
“Los purificaré de todas sus impurezas y de todos sus inmundos ídolos. Les daré un corazón nuevo y podré dentro de ustedes un espíritu nuevo. Quitaré de su carne ese corazón de piedra y les daré un corazón de carne. Pondré dentro de ustedes mi Espíritu y haré que caminen según mis mandamientos ... Ustedes serán mi pueblo y Yo seré su Dios” (Ez. 25-28).
Y esta enseñanza es válida para todos los tiempos, para cualquier circunstancia de la vida del mundo, de un pueblo, de la Iglesia, de las familias y también de cada persona en particular. Es una enseñanza muy apropiada para nosotros hoy, en el momento histórico que vivimos.
Aun cuando pueda parecer que Dios está dormido, como en la barca de los Apóstoles cuando en medio de una fuerte tormenta éstos se sintieron con derecho de reclamarle: “¡Maestro! ¿es así como dejas que nos ahoguemos?” (Mc. 4, 38), Dios está siempre pendiente y exige nuestra fe perseverante. De hecho Jesús calmó la tempestad, pero no dejó de reprender a los Apóstoles con respecto de su fe y su confianza: “¿Por qué son ustedes tan miedosos?” (Mc. 4, 40). “¿Dónde está la fe de ustedes?” (Lc. 8, 25).
Pueda que las cosas se desarrollen como si Dios no estuviera pendiente, pero es preciso permanecer confiados en fe. Puede parecer que Dios tarde en intervenir, pero de seguro su actuación tendrá lugar y se verá, como la vio el pueblo de Israel, porque “sabemos que Dios dispone todas las cosas para bien de los que lo aman” (Rom. 8, 28).
Y esto que se aplica al pueblo de Israel y a nuestro mundo hoy, también puede aplicarse a nuestra vida personal.
A veces las circunstancias de nuestra vida, circunstancias difíciles, nos pueden hacer pensar que el Señor está lejos o, inclusive, que Dios no existe, o que no nos escucha. La Lectura del Profeta Habacuc nos enseña a esperar el momento del Señor. El Señor siempre está presente con el auxilio de su Gracia, aunque en algunos momentos no lo sintamos. En los momentos difíciles de nuestra vida sepamos esperar el momento del Señor con una Fe paciente, perseverante y confiada en los planes de Dios... y, sobre todo, en el tiempo de Dios.
La Segunda Lectura de la Carta de San Pablo a Timoteo (2 Tim. 1, 6-8; 13-14) nos habla de otro aspecto de la Fe. Digamos que nos habla -más bien- de una consecuencia de la Fe: la obligación que tenemos de comunicarla. La Fe, si es verdadera, nos lleva a anunciarla a los demás, a comunicar a los demás eso que creemos.
En palabras de San Pablo muy conocidas de los evangelizadores: “tomar parte en los duros trabajos del Evangelio, según las fuerzas que Dios nos dé”. Dicho en otra traducción: “compartir los sufrimientos por la predicación del Evangelio, sostenido por la fuerza de Dios”.
Ahora bien, la segunda traducción, más en línea con el escrito de San Pablo a su discípulo Timoteo, indica que muchas veces, como era el caso de los tiempos de San Pablo, quien se encontraba preso por predicar el Evangelio y quien le recordaba a Timoteo el sacrificio de Cristo, hay que estar dispuesto a sufrir cuando se vaya a dar testimonio de la Fe.
Para eso tenemos la seguridad de la gracia, porque “el Señor no nos ha dado un espíritu de temor, sino de fortaleza, de amor y de buen juicio”.
Fortaleza para no flaquear en la firmeza en la fe. Amor para desear defender y comunicar esa fe, no importa las circunstancias. Y buen juicio, para hacerlo con prudencia, pero sin temor.
Agradezcamos al Señor el don de la Fe y respondámosle con nuestro granito de mostaza para que El pueda darnos una Fe inconmovible, indubitable, una Fe confiada y paciente que sabe esperar el momento del Señor, y una Fe viva y activa, valiente y fuerte, que no teme ser anunciada, aunque haya riesgos.

«Servos anónimos somos: cumprimos o nosso dever, apenas»

Beata Teresa de Calcutá (1910-1997), fundadora das Irmãs Missionárias da Caridade
Não há amor maior
Sê sempre fiel nas pequenas coisas, pois nelas reside a nossa força. Para Deus, nada é pequeno. A seus olhos nada tem pouco valor. Para Ele, todas as coisas são infinitas. Deves pôr fidelidade nas coisas mais mínimas, não pela virtude que lhes é própria, mas por essa coisa maior que é a vontade de Deus – e que, eu própria, respeito infinitamente.Não procures realizar acções espectaculares. Devemos renunciar deliberadamente ao desejo de contemplar o fruto do nosso labor, devemos apenas fazer o que podemos, o melhor que pudermos, e deixar o resto nas mãos de Deus. O que importa, é a dádiva que fazes de ti mesmo, o grau de amor que pões em cada acção que realizas.Não te permitas desencorajar face aos fracassos, se deste de facto o teu melhor. Recusa também a glória sempre que sejas bem sucedido. Oferece tudo a Deus na mais profunda gratidão. Se te sentires abatido, isso é sinal de orgulho que mostra o quanto acreditas nas tuas forças. Deixa de te preocupar com o que as pessoas pensam. Sê humilde e nunca mais coisa alguma te importunará. O Senhor ligou-me aqui, ao lugar onde estou; é Ele quem me desligará de onde estou.

Homilia para o 27º Domingo Comum

Qual é a relevância da nossa fé para a nossa vida?
Hoje o Senhor nos reúne a fim de fortalecer nossa fé frágil e, como o grão de mostarda, torna-nos capazes de superar os limites e de realizar importantes tarefas a serviço da vida e da esperança. A presença do Espírito Santo multiplica nossas forças e renova a gratuidade da nossa fé, tema central das leituras deste domingo. Celebremos a memória da Páscoa de Jesus Cristo, que se estende e amadurece nas pessoas que doam sua vida na obra missionária da Igreja. Ou como diz o documento de Aparecida (31): "A Igreja deve cumprir sua missão seguindo os passos de Jesus e adotando suas atitudes (cf. Mt 9, 35-36). Ele, sendo o Senhor, se fez servidor e obediente até a morte da cruz (cf. Fl 2, 8); sendo rico, escolheu ser pobre por nós (cf. 2 Cor 8, 9), ensinando-nos o caminho de nossa vocação de discípulos e missionários. No Evangelho aprendemos a sublime lição de ser pobres seguindo a Jesus pobre (cf. Lc 6, 20; 9, 58), e a de anunciar o Evangelho da paz sem bolsa ou alforje, sem colocar nossa confiança no dinhero nem no poder deste mundo (cf. Lc 10, 4 ss). Na generosidade dos missionários se manifesta a generosidade de Deus, na gratuidade dos apóstolos aparece a gratuidade do Evangelho."
Na 1ª leitura o profeta Habacuc reclama com Deus por aquilo que anda mal na sociedade: violência, iniqüidade, opressão... A justiça anda longe da vida do povo. Há apenas alguém que grita por ela... Na 2ª leitura São Paulo pede a Timóteo para reavivar o dom de Deus que recebera pela imposição das mãos. Confiando no poder de Deus, Timóteo deve continuar a dar testemunho do Evangelho, com fé e amor. A fé gera a confiança em Deus. Esta por sua vez, gera a fidelidade e a perseverança. Jesus está conversando com os seus discípulos e dando-lhes instruções. Depois de ter falado de tropeços e de perdão, reflete sobre a fé. Jesus corrige e abre a perspectiva dos discípulos. Eles parecem querer mais fé; fé em maior quantidade. Jesus responde: procurem uma fé mais verdadeira, de melhor qualidade! A fé deve ser entrega total a Deus (aqui representado pelo patrão), procura a realização da sua vontade (e não procura aquilo que de bom ela pode obter para nós). A entrega não só deve ser total, mas também gratuita. Não se deve esperar recompensa. A rigor, não passamos de "servos", escravos. Mas Ele nos quis filhos, nos adotou, nos deu gratuitamente a participação na vida divina, na família de Deus. Tudo o que temos nos foi doado. Por isso a vida cristã, a vida de quem segue Jesus, é fundamentalmente um serviço aos irmãos. Se Deus nos deu tudo gratuitamente, também a nossa atitude deve ser de doação gratuita, de serviço generoso. Se o próprio Cristo "veio não para ser servido, mas para servir", também o discípulo - o seguidor de Jesus - assumirá o serviço como a sua missão, a sua honra, a sua grandeza. O servidor não alega direitos, mas celebra a alegria do servir. É muito grande a diferença entre uma prestação gratuita e alegre de serviço e uma tarefa que vai ser executada apenas por obrigação. Não entendamos mal, porém, a última expressão de Jesus: "somos servos inúteis". Ela foi bem traduzida agora: "não somos mais do que servos" e talvez outros nos possam substituir. A condição de servo, porém, não somente é útil ao Reino de Deus, mas principalmente nos torna em tudo semelhantes a Jesus, o servo de Deus por excelência.
Apesar dos aspectos positivos que nos alegram na esperança, o documento missionário de Aparecida nos trouxe também uma constatação de sombra (100a) que faz pensar: "Para a Igreja Católica, a América Latina e o Caribe são de grande importância, por seu dinamismo eclesial, por sua criatividade e porque 43% de todos seus fiéis vivem nesses locais; no entanto, observamos que o crescimento percentual da Igreja não segue o mesmo ritmo que o crescimento populacional. Na medida, o aumento do clero, e sobretudo das religiosas, distancia-se cada vez mais do crescimento populacional em nossa região. Enquanto no período 1974 a 2004 a população latino-americana cresceu quase 80%, os sacerdotes cresceram 44,1% e as religiosas só 8%. (cf. Annuarium Statisticum Ecclesiae)
Quer dizer, hoje, um padre tem atender quase o dobro das pessoas que há 30 anos atrás.
Em vez de acusar as pessoas que nos deixaram, devemos-nos perguntar como está a nossa própria fé. Que qualidade ela tem ou não tem que ninguém nos pergunta por ela? Qual é a revelância da nossa fé para a nossa vida? A nossa fé passa das fórmulas de confissões e orações aprendidas de cor? A nossa fé é realmente uma coisa que toca meu coração? E a segunda pergunta também é importante nessa avalição: "Qual é a irradiação da nossa fé? A nossa fé contagia, é passada na evangelização corpo a corpo? Ou nós sentimos vergonha de falar da nossa fé? (constatação de um bispo uruguaiano sobre o seu povo).
Mas, apesar da constatação redutiva de Aparecida, o evangelho de hoje me dá coragem: “Se vós tivésseis fé, mesmo pequena como um grão de mostarda, poderíeis dizer a esta amoreira: ‘Arranca-te daqui e planta-te no mar’, e ela vos obedeceria." O grão de mostarda é o menor de todos os grãos e já tão pouco é suficiente para movimentar algo. Então coragem! Jesus quer nos encorajar com esta imagem de fé e de esperança. Mesmo se nós, às vezes, temos que atestar muito pobre a nossa fé, um pouquinho de fé já seria suficiente para mover algo. Primeiro dentro da nosso própria vida. Furando a dura casca, a nossa fé poderia crescer e se tornar uma planta majestosa. Poderia florescer e animar e encorajar outros grãos de furar a sua dura casca e dar uma chance a sua fé pequena. Cada um/a dá o que tem de fé dentro de si. Junto, com certeza, vai ser suficiente. Podemos ter confiança em nossa fé. O evangelho nos convida.


Wolfgang Müller
homilia@terra.com.br