sexta-feira, 15 de junho de 2007

XI Domingo do Tempo Comum (Pe Carlo)

Brilha como uma perola no Evangelho de Lucas o episódio que acabamos de ler. É o toque de classe dentro da teologia do Evangelista que sempre indicou Jesus como “salvador”; de fato é com esta ênfase que anjo caracterizou Jesus aos pastores quando de seu nascimento. Jesus é o salvador que entra na vida das pessoas, no lugar onde elas estão, na situação em que se encontram para resgatar-lhes a dignidade; para recuperar e “salvar” a imagem de Deus impressa em seu íntimo que freqüentemente é violentada. O episódio que acabamos de ler não tem paralelos nos outros Evangelhos, isto indica uma atenção especial dada por Lucas a este evento que deve ter chegado a seus ouvidos, com grande probabilidade, pelo próprio grupo das mulheres que seguiam a Jesus; de fato, por alguns indícios espalhados em seus escritos, parece que Lucas tenha sido bem próximo da família de Maria e das mulheres do grupo de Jesus que nos são recordadas na segunda parte do Evangelho de hoje. Vamos tentar nos colocar no ambiente e na situação para podermo-nos dispor melhor a ouvir quanto Deus quer dizer-nos com sua Palavra.
A estrutura social do ambiente judaico era fundamentalmente patriarcal, isto é, ligada ao pai de família. O pai era a figura dominante enquanto garantia a estabilidade e continuidade do grupo familiar. Subordinadas a esta exigência principal, decorriam todas as decisões, atitudes, formas de comportamento e atribuições com as quais se constituíam os laços que sustentavam a coesão das famílias em si mesmas e com as outras famílias. Ao homem cabia esta função importantíssima. Não creio que seja justo julgar de modo simplório tal tipo de sociedade quando aplicamos -com uma ponta de revanchismo machista ou feminista- a esta os parâmetros de avaliação das relações do nosso universo cultural. Homem e mulher, cada um tinha seu lugar e função bem definidas. Contudo, havia sempre preconceitos, posições e prestígios aos quais muitos não renunciavam e, como é fácil acontecer, sentimentos de poder tomavam conta de muitos homens. Se a Escritura estabelecia igual dignidade no homem e na mulher, todavia este principio básico de fato era quase que esquecido na vida do dia-a-dia. Na prática, por exemplo, a indenização por uma mulher era a metade daquela de um homem (cfr. Lv. 27,1-8).
Em relação a certos tipos de convicções convencionais, Jesus teve atitudes extremamente comprometedoras para ele e seus discípulos; o fato de acolher mulheres em seu grupo era de verdade um escândalo, uma coisa inusitada, absurda, pois nunca algum rabino havia acolhido mulheres entre seus discípulos. Alguns rabinos eram firmes sustentadores de que uma mulher não pudesse sequer se aproximar em público de um homem e falar com ele (veja o espanto dos Apóstolos no caso da mulher samaritana). Imaginemos então a situação embaraçosa na qual se encontrou o fariseu quando uma mulher, conhecida como “pecadora”, de repente se fez presente à refeição oferecida a Jesus. Durante um momento tão significativo, como era numa casa judia o convite à refeição, podia ressoar como uma grave ofensa ao hospede o fato de uma mulher se achegar assim como está narrado no texto.
Como ela tenha entrado em casa também não é difícil descobrir, pois freqüentemente a refeição oferecida a um hospede se dava no terraço da casa, uma laje coberta com taquaras ou folhagens como um caramanchão (cfr. At 10, 6-12); entre casas adjacentes era fácil e costumeiro usar estes terraços como se fossem verdadeiras ruas.
A mulher entrou, sem ser convidada. Ora, quando a reação mais esperada seria a de manifestar um certo mal-estar diante do que estava acontecendo, Jesus reage de modo inesperado, a despertar admiração, bem no estilo de Deus que sempre surpreende o homem quando mostra quanto «seus pensamentos são distantes dos nossos pensamentos tanto quanto o céu é distante da terra» (como dizia Isaias 55,9). Não somente Jesus não ficou embaraçado, mas com toda naturalidade se deixava tocar! Permitia à mulher expressar, da sua maneira, aquilo que estava em seu coração. Quando todos esperavam, ao menos, que Jesus tivesse um gesto de recusa, Ele demonstrava não somente de não se esquivar das demonstrações de afeto, mas também aceitar o presente trazido por ela, um perfume ...e isto era muito “perigoso” ao ver da opinião pública. Ainda mais se levarmos em consideração que o perfume tem ainda hoje grande significado no mundo oriental. Perfumes eram o dom mais agradável que pudesse ser oferecido a uma mulher pois simbolizavam, de alguma forma, a envolvência do amor que não pode ser identificado mas que permeia tudo. Era também sinal da benção de Deus e voto de prosperidade. Para indicar que uma pessoa era bem-vinda numa casa e que sua presença era uma “benção” para aquela casa o pai de família punha na cabeça do hospede um perfume com consistência gelatinosa que, com o calor do corpo, progressivamente ia exalando seu aroma.
O fariseu não teve a sensibilidade de colocar “perfume” na cabeça de Jesus: quando fazemos pouco caso das coisas, provavelmente é porque estas não são tão expressivas nem importantes para nós, e isto Jesus o intuiu. A este ponto se compreende facilmente a beleza do gesto da mulher e a profunda sintonia de coração que Jesus encontrou nela.
Nunca saberemos por que, nunca saberemos o que antecedeu o gesto da mulher, mas de alguma forma Jesus havia entrado em sua vida e ela estava oferecendo-lhe tudo quanto até então tinha sido a sua vida, feita de perfumes e cabelos soltos –gesto que era próprio de uma mulher que se oferecia-.
Ela não estava dando a Jesus o melhor de si mesma, como todos desejam dar a Deus, talvez estivesse entregando-lhe exatamente aquilo do qual se envergonhava, mas, paradoxalmente, estava ao mesmo tempo oferecendo-lhe realmente o melhor de si mesma: a capacidade de amar e recomeçar.
Não se importando com as considerações e rótulos aplicados indiscriminadamente por pessoas que se importam principalmente em manter a própria posição e imagem diante de todos, Jesus e a mulher se haviam encontrado. Ela não se sentiu recusada. O que para ela estava pesando tanto era acolhido sem condições por Jesus, como um dom.
Ambos não tiveram medo de perder a imagem para descobrir dentro do coração do outro o mundo maravilhoso que existe apesar de qualquer condição em que a vida leve a viver. Era verdadeiramente o “salvador”, Jesus, aquele que devolvia a dignidade ferida com seu amor sem condições. Jesus a salvava porque o amor salva.
O perfume que lhe dizia “bem-vindo”, Jesus o encontrou entre as lágrimas da mulher, “bem-vindo em minha vida” diziam aquelas lágrimas carregadas do amor que uma mulher que se sente amada sabe dar.

11° Domingo (Pe. Antônio Geraldo Dalla Costa)

A liturgia desse domingo nos apresenta
um Deus de bondade e de misericórdia,
que detesta o pecado, mas ama o pecador.
Essa descoberta faz brotar em nós amor
e vontade de viver uma vida nova.

A 1ª Leitura apresenta a história de DAVI PECADOR. (2Sm 12,7-10.12)

- Davi cometeu adultério com a mulher de Urias.
Quando soube que a mulher estava grávida, mandou colocar Urias
no lugar mais perigoso da batalha, onde acabou morrendo.
- O Profeta Natan acusa violentamente o Rei desse crime
e anuncia os castigos de Deus contra ele e a sua família.
- O Rei reconhece humildemente seu erro:
"Pequei contra o Senhor".
- Diante dessa atitude humilde e sincera de arrependimento,
o profeta termina com uma mensagem de esperança:
"O Senhor perdoou o teu pecado. Tu não morrerás".

* Deus condena o pecado, mas não abandona o pecador.
Dá-nos sempre a possibilidade de recomeçar.
Na fraqueza, Davi teve humildade em reconhecer o seu pecado
e confiança na bondade de Deus que perdoa...
- Qual é a nossa atitude em nossas fraquezas?
Reconhecemos com humildade, ou tentamos esconder ou justificar?

O Evangelho narra a História da MULHER PECADORA. (Lc 7,36-8,3)

- Jesus aceitava com alegria os convites para fazer refeições nas famílias...
Vai à casa de Simão e a conversa estava animada...

- De repente aparece uma mulher intrusa...
A mulher já era pouco valorizada, imaginemos uma prostituta?
Ela enfrenta a condenação dos "bem comportados".
Não fala nenhuma palavra. Suas lágrimas e o perfume precioso
derramado sobre os pés de Jesus, falam por ela.
O gesto tocou o coração de Jesus.

- Por que procurou Jesus? Provavelmente já conhecia Jesus...
O Mestre devia tê-la impressionado profundamente.
O seu olhar era diferente dos que a olhavam com interesse
para aproveitar de seu corpo e sua beleza...
ou dos que a desprezavam... ou a condenavam...

Por isso, estava ela aí, para manifestar a sua gratidão,
pois desde o primeiro encontro com ele, tudo tinha mudado nela...
Suas lágrimas não eram de dor, ou de remorso...
mas de alegria... de gratidão... Sua vida tinha mudado...

A parábola, que Jesus conta, parece significar, que o perdão
não resulta do muito amor manifestado pela mulher,
mas que o muito amor da mulher
é o resultado da atitude de misericórdia de Jesus.

* Dois olhares diferentes:
- Simão: - com desprezo daquela pecadora...
- com desconfiança do gesto de Cristo...
- Cristo: - Valoriza o gesto de amor daquela pecadora...
- Censura a arrogância daquele fariseu puritano...
* Três Atitudes diferentes:

- da Pecadora: De humildade em reconhecer o pecado e
de gratidão pelo perdão recebido...
- de Simão: Um "Praticante", que discrimina... condena...
- de Jesus : mostra que é amando e acolhendo
que se pode transformar os corações e despertar neles o amor.

Deus não condena, nem marginaliza, mas vem ao encontro para libertar.
Essa atitude de Deus gera o amor e a vontade de começar vida nova.

* Visões diferentes:
- Na de Simão: Deus devia estar longe daquela mulher...
- Na de Jesus: a Mulher estava bem perto de Deus.

+ Há ainda hoje situações semelhantes, em nossas comunidades?

A Igreja não é formada de "justos", mas de pecadores
que foram perdoados e sabem estarem SEMPRE necessitados
do perdão de Deus e dos irmãos...

+ Qual é a NOSSA Atitude?

- Diante dos erros e pecados dos outros:
- imitamos o exemplo de Jesus, que acolhia e perdoava...
- ou de Simão, que rejeitava e condenava?

- Diante dos nossos erros e pecados:
- Imitamos o exemplo de humildade de Davi e da pecadora,
- ou somos tentados a escondê-los, ou, de alguma forma, justificá-los?

+ O mundo de hoje não admite o pecado, mas ele existe...
Ademais, Jesus veio ao mundo,
justamente para perdoar os nossos pecados e
nos reintegrar no Caminho da Salvação.

Nesta celebração, somos convidados a ir ao encontro do Senhor
com a mesma atitude da mulher pecadora,
que muito amou e muito foi amada...

11° Domingo (A pecadora no festim)

A cena do Evangelho de hoje retrata a ceia da cortesia, da misericórdia e do perdão. Lucas encerra uma seção de ensinamentos referentes à acolhida, à fé e às obras de misericórdia em uma dura crítica aos conservadores, nomeadamente os fariseus, e descortina o horizonte do discipulado. O evangelista tece uma mordaz crítica à Lei que impede a prática da misericórdia e da graça.Em cena estão três personagens: o fariseu, a mulher e Jesus. Os personagens são muito bem caracterizados. O fariseu chama-se Simão, é honrado, não reconhece Jesus como Messias nem lhe oferece água para as habituais purificações dos hóspedes. Tenta ser cortês, mas abusa na arrogância. A mulher, como toda prostituta, não tem nome. Reconhece Jesus, demonstra humildade, reconhece sua situação e busca a mudança. Pede compaixão, alcança o perdão e a salvação. Apesar de não concordar com a postura farisaica, Jesus aceita tomar parte do banquete na casa do fariseu e não se perturba com o tratamento que recebe da mulher, acolhe sua intenção, elogia sua coragem e lhe oferece a oportunidade de uma nova vida. Condena a atitude de Simão e, com ele, a cegueira e o falso puritanismo farisaico. Vejamos como ocorreram os fatos. O banquete na casa do honrado Simão era destinado a pessoas de bem e de prestígio social. Os costumes da época previam a presença de curiosos. Quanto maior o número de convidados, maior era o prestígio do dono da casa. Mas quem rouba a cena é uma prostituta. Para o constrangimento do fariseu Simão, uma mulher de má fama entra na sala do banquete e chega até Jesus; prostrando-se a seus pés, banha-os com suas lágrimas, seca-os com os cabelos, beija-os e unge-os com perfume. A atitude da pecadora contrasta com o comportamento do fariseu. Este, que não oferecera nem água para lavar os pés dos convidados na chegada, conhecedor dos preceitos legais e cheio de si por acolher o homem importante Jesus de Nazaré e não se considerando pecador, é incapaz de entender e experimentar o perdão e o amor. A mulher, em contrapartida, enfrenta o desprezo, humilha-se na certeza de alcançar o perdão e retribui com o que tem de mais precioso. Seu gesto transborda a gratidão pela misericórdia de Deus revelada por Jesus. Para ele, a força do amor é bem maior que o peso do pecado. O perdão e o amor abrem novos caminhos para a mulher viver uma nova vida. Além do mais, Jesus aproveita a situação para mostrar quem é merecedor da misericórdia de Deus: "Aquele que se reconhece pequeno e fraco diante de Deus, mas que se deixa envolver por sua bondade". No mundo dos humanos, ninguém está livre de cometer grandes enganos, mas sempre é possível reencontrar o caminho do perdão e da salvação. A Boa-Nova de Jesus revela que se reconhecer pecador, sujeito a erros no relacionamento com Deus e com os irmãos, é o primeiro requisito para alcançar a salvação. Da consciência de pecador, brota a necessidade de confiar na misericórdia divina, sentindo-se amados, acolhidos e perdoados pelo Pai. Quem faz essa experiência sente-se impelido à gratidão, muitas vezes por meio de gestos desconcertantes como o da mulher pecadora e intrusa no banquete de Simão. No entanto, não é fácil aceitar o caminho da conversão. Este é longo e exigente. A tentação é julgar-se perfeito e suspeitar dos pecados dos outros sem medir as conseqüências. O que conta mesmo é o amor sincero e gratuito. A vida cristã consiste em retribuir o amor de Deus, que se manifesta na acolhida e no perdão em Jesus Cristo, com o amor que se revela na paz, na alegria e no serviço aos semelhantes.

11° Domingo do tempo Comum (2)

Las lecturas de hoy nos hablan de arrepentimiento y perdón. En la Primera Lectura vemos el caso de David (2 Sam.12, 7-13) y en el Evangelio el de la mujer pecadora (Lc. 7, 36 - 8, 3).
David es el prototipo del pecador arrepentido. La lectura de hoy nos trae precisamente el momento en que Dios, a través del Profeta Natán le señala a David, su escogido, el doble y grave pecado que había cometido: asesinato y adulterio.
Sin embargo, si leemos los versículos anteriores a esta lectura, podremos observar cómo Dios va llevando a David a ver cuán fea es su culpa, cuando el Profeta Natán le cuenta acerca de un rico ganadero que para alimentar a un visitante suyo, roba la única oveja que tenía un pobre (esto en clarísima referencia a la única esposa que tenía Urías, la cual había sido seducida por David). Por supuesto, el Rey se indigna ante la injusticia del ganadero rico. Pero ¡cuál no será su sorpresa cuando Natán le dice que ese ganadero es él mismo! Y David se arrepiente de verdad y con dolor: “¡He pecado contra el Señor!”.
Y este arrepentimiento maravilloso del Rey David nos ha dejado ese Salmo estupendo (Salmo 51), en el que David expone todos sus sentimientos y peticiones al Señor. A continuación, extraemos algunas de líneas de ese Salmo:
Misericordia, Señor, porque pequé.
Por tu inmensa compasión borra mi culpa, sana del todo mi pecado.
Reconozco mi culpa, Señor.
Contra Ti, contra Ti solo pequé: cometí la maldad que aborreces.
Rocíame con el hisopo y quedaré limpio.Lávame y quedaré más blanco que la nieve.
Devuélveme la alegría de la salvación.
Aparta de mi pecado tu vista. Sana en mí toda culpa.
Crea en mí un corazón puro,renuévame por dentro con espíritu firme.
No me ocultes tu rostro,no me quites tu Santo Espíritu.
Mi ofrenda es un corazón arrepentido.Mi ofrenda es un espíritu quebrantado.
Un corazón contrito y humillado,Tú Señor, no lo desprecias.

Y es importante ver que el pecado de David, aunque perdonado por su sincero y doloroso arrepentimiento tendrá consecuencias para él y su familia, entre otras, que “la muerte por espada no se apartará nunca de tu casa” y el hijo que había nacido de esa unión pecaminosa moriría (cf. 2 Sam. 12, 13-14).
¿Qué nos enseña esto? Que si bien la pena eterna consecuencia de nuestros pecados graves queda eliminada con el arrepentimiento (sin olvidar que en nuestro caso, también está la exigencia de la Confesión), la pena temporal sigue vigente. Es lo mismo que decir que nuestros pecados deben ser purificados, a pesar de haber sido perdonados. Y esa purificación puede ser aquí en la tierra o allá en el Purgatorio. (Ver Purgatorio en www.buenanueva.net).
El Evangelio nos narra el incidente de la mujer pecadora que se atreve a entrar en la casa de un fariseo que había invitado a Jesús a cenar.¡Qué escena tan comprometedora! Una mujer de la mala vida entra, sin haber sido invitada, y se coloca a los pies de Jesús, llorando sus pecados. Con sus lágrimas le lavó los pies, cosa que Simón, anfitrión descuidado, no había hecho. Y, adicionalmente, le ungió los pies con perfume.
Los ojos de todos fijos en el Maestro y la mujer. “Si este hombre fuera profeta, sabría qué clase de mujer es la que lo está tocando; sabría que es una pecadora”, piensa equivocadamente el fariseo Simón. Jesús, que sabe lo que está pensando su anfitrión, le propone un cuento al estilo del Profeta Natán con el Rey David, para ver qué responde su interlocutor.
“¿Quién ama más?”, interroga Jesús a Simón. “Supongo que aquél a quien se le perdonó más”, responde Simón correctamente. Luego pasa el Señor a reclamarle a su anfitrión que no le ha dado el trato correspondiente, que la mujer sí le ha dado: lavado de los pies, unción de los cabellos, beso de bienvenida, etc.
Simón tal vez haya cometido menos pecados que la mujer, pero está cerrado al amor. Sólo quiere averiguar quién es Jesús y -por supuesto- duda de su sabiduría y se escandaliza de su actitud hacia la mujer. Si se hubiera abierto de veras al Señor, en vez del reproche, cuánto amor no hubiera recibido de El.
Cuanto más por amor sea el arrepentimiento, como en el caso de la mujer pecadora, más recibe perdón de Dios el arrepentido. Y queda perdonada la culpa y también la pena; es decir, queda perdonado el pecado y borrada también la mancha que dicho pecado ha dejado en el alma.
En la Segunda Lectura (Gal. 2, 16-21) San Pablo nos dice que es la fe lo que nos hace justos y no el cumplimiento de la ley. Se dirige a los judíos, quienes creían en la Ley y no en Jesucristo como Salvador. La fe nos lleva a la esperanza y al amor. Y el amor a la entrega, que hace exclamar al Apóstol: “Estoy crucificado con Cristo. Vivo, pero ya no soy yo el que vive, es Cristo quien vive en mí”.
Ese amor que nos pide Jesús: amar a Dios por encima de todo lo demás, nos va llevando a esa unión íntima con El, pudiendo llegar a sentir también que Cristo vive en nuestro interior. Esa íntima unión nos lleva a sentir un arrepentimiento sincero y perfecto si alguna vez le fallamos. Ese amor lo describe bellísimamente la conocida poesía española inspirada en Jesús crucificado:
No me mueve, mi Dios, para quererteel Cielo que me tienes prometido,ni me mueve el Infierno tan temidopara dejar por eso de ofenderte.
Tú me mueves, Señor; muéveme el verteclavado en una cruz y escarnecido;muéveme ver tu cuerpo tan herido;muévenme tus afrentas y tu muerte.
Muéveme, en fin, tu amor y, en tal manera,que aunque no hubiera Cielo, yo te amara,y aunque no hubiera Infierno, te temiera.
No me tienes que dar porque te quiera,pues si aunque lo que espero no esperara,lo mismo que te quiero te quisiera.

Habla esta poesía del arrepentimiento perfecto, que es el que lo mueve el poeta, dejando descartado el arrepentimiento imperfecto para sí. Veamos esto con más detalle.
El pecado es para el alma lo que una enfermedad es para el cuerpo. Puede que sea una enfermedad larga, entonces diríamos que el alma se encuentra en “estado de pecado”. Puede que sea una cuestión pasajera, como un pecado cometido y perdonado enseguida o en breve tiempo.
El pecado siempre estará presente en el mundo, mientras el mundo que conocemos siga siendo mundo. Por eso Dios, bondadoso con nosotros sus hijos hasta el extremo, dejó previsto el remedio para todos nuestros pecados. Y ese remedio que nunca falla es: arrepentimiento y Confesión.
Y Dios está siempre dispuesto a perdonar al pecador arrepentido, como vemos repetidamente en la Biblia y muy elocuentemente en las lecturas de hoy.
Ningún pecado es perdonado sin el arrepentimiento. Así que esta parte del tratamiento es la más importante, ya que podría darse el caso de pecados confesados que no quedan perdonados porque no hay un arrepentimiento sincero del pecado o de los pecados cometidos.
Ahora bien, por la poesía hemos visto cómo el arrepentimiento puede ser “perfecto” o “imperfecto”. Y ambos sirven para recibir el perdón en el Sacramento de la Confesión, pero -por supuesto- el arrepentimiento perfecto es mucho mejor.
El arrepentimiento perfecto es el que hacemos porque sentimos de veras que con nuestro pecado hemos ofendido a Dios, quien se merece toda nuestra lealtad y todo nuestro amor. No siempre nos arrepentimos de esta manera. Pero es saludable buscar esta forma de contrición.
¿Y por qué es tan importante la contrición perfecta? Porque ésta borra todos los pecados, ¡inclusive los pecados graves, aún antes de confesarlos! Se ve claro cuán conveniente es, enseguida de haber pecado, hacer un acto de arrepentimiento porque nuestro pecado ha ofendido a Dios
Por supuesto, estamos obligados a confesarnos a la mayor brevedad. Pero si acaso nos sorprendiera la muerte antes de la Confesión, nuestros pecados están ya perdonados por ese “arrepentimiento perfecto”. Por eso se ha dicho con sobrada razón que la contrición perfecta es la llave del Cielo. Si se diera el caso de que tuviéramos que ayudar a alguna persona en el momento de su muerte y no hay un Sacerdote disponible, debiéramos ayudar al moribundo a hacer una “contrición perfecta” de sus pecados.
Sin embargo, la bondad y misericordia de Dios que no tienen límites, tampoco nos exige como indispensable el arrepentimiento “perfecto”. El permite que nos arrepintamos también de una manera no perfecta. Se llama “contrición imperfecta” o “atrición”.
Se trata del arrepentimiento por temor. ¿Y temor a qué? Temor a las consecuencias de nuestro pecado. Y no se trata de las consecuencias humanas que también acarrean nuestras faltas, como podría ser, por ejemplo, una pena legal por un robo o un asesinato. No, las motivaciones humanas no sirven para el arrepentimiento. Se trata de las consecuencias sobrenaturales que el pecado conlleva: el castigo eterno del infierno, al que ciertamente hay que tenerle miedo. Y Dios es ¡tan bueno! que le basta como arrepentimiento ese miedo al infierno.
Ambos arrepentimientos requieren de la Confesión Sacramental. El perfecto es mejor. Pero el imperfecto, el del miedo a la condenación eterna también sirve para recibir el perdón de Dios. Para la enfermedad de nuestros pecados Dios ha puesto a nuestro alcance el remedio que no falla y además nos ha dado distintas opciones. ¡Cómo no aprovecharlas: arrepentimiento (perfecto o imperfecto) y Confesión!

“A tua fé te salvou. Vai em paz” (Santo Ambrósio)

“Não são os que têm saúde que precisam de médico, mas sim os doentes” (Mt 9,12). Mostra portanto ao médico a tua ferida, para poderes ser curado. Mesmo se tu não a mostrares, ele conhece-a, mas ele exige de ti que tu o faças ouvir a tua voz. Limpa as tuas feridas com as tuas lágrimas. Foi assim que esta mulher da qual fala o evangelho se desembaraçou do seu pecado e da má reputação do seu desvio; foi assim que ela se purificou da sua falta, lavando os pés de Jesus com as suas lágrimas.Possas tu reservar também para mim, Jesus, o desvelo de lavar os teus pés, que tu sujaste enquanto caminhavas em mim!... Mas onde encontrarei eu a água viva com a qual poderei lavar os teus pés? Se não tenho água, tenho as minhas lágrimas. Fazei que lavando os teus pés com elas, eu possa purificar-me a mim próprio! Como fazer de modo que digas de mim: “Os seus numerosos pecados são-lhe perdoados, porque ela amou muito”? Confesso que a minha dívida é considerável e que “já fui resgatado”, eu que fui arrancado do barulho das querelas da praça pública e das responsabilidades do governo para ser chamado ao sacerdócio. Por consequência, eu temo ser considerado um ingrato se amo menos, dado que ele já me resgatou.Não me posso comparar à importância dessa mulher que foi justamente preferida ao fariseu Simão que recebia o Senhor em sua casa. Entretanto, a todos os que quiserem merecer o perdão, ela dá uma instrução, beijando os pés de Cristo, lavando-os com as suas lágrimas, enxugando-os com os seus cabelos, ungindo-os com perfume… se não a podemos igualar, o Senhor Jesus sabe vir em socorro dos fracos. Onde não há ninguém que saiba preparar uma refeição, levar o perfume, trazer consigo uma fonte de água viva (Jo 4,10), vem ele próprio.

11° Domingo do Tempo Comum


Hoje nos reunimos para uma grande festa: a celebração do amor e do perdão. Somente quem ama consegue perdoar. Deus, que é amor, nos perdoa sempre.

As leituras de nossa celebração são uma grande riqueza e nos fazem conhecer a nossa verdadeira realidade e a realidade de Deus. Nós somos pecadores e nossas quedas são contínuas. Deus não erra nunca e tem uma sensibilidade muito grande para entender nossas fraquezas e nos acolher em seu coração misericordioso.

A primeira leitura, tirada do Segundo Livro de Samuel ( 2Sm 12,7-10.13), vem nos recordar a grande coragem do Profeta Natã. Encontra-se com o Rei Davi e aponta o erro dele. Em nome de Deus é portador de uma mensagem de vida que tem duas faces: a primeira é que Deus conhece o seu pecado porque nada fica oculto aos olhos d’Ele. A Segunda é que este mesmo Deus que o conhece, o ama e está disposto a dar-lhe o perdão.

Davi se valeu de seu posto de Rei, para matar Urias e ficar com a mulher dele. A função do Rei em Israel não era essa. O Rei devia defender o direito dos pequenos. A função dos governantes hoje é a de cuidar das pessoas e propiciar que tenham vida digna, que sejam cidadãs. Também hoje autoridades nas mais diversas esferas, usam de seu posto para proveito próprio, esquecendo-se do povo.

Quando uma pessoa importante em nosso meio comete algum erro, ficamos meio sem jeito de falar com ela. Natã não teve medo. Foi até Davi e disse que o seu pecado estava diante de Deus. Onde estão os “Natãs” de hoje? Vendo o arrependimento do Rei Davi, o profeta não demorou em anunciar a misericórdia e o amor de Deus que perdoa sempre.

O Evangelho conta a história de uma outra pessoa pecadora: a mulher que entra na casa de Simão, o fariseu, para encontrar-se com Jesus.

Imaginemos o quadro: Jesus tendo a mulher a seus pés num gesto de amor, reconhecendo sua bondade. O fariseu apegado à lei, julgando internamente a Jesus e à mulher: “Se ele fosse mesmo um profeta saberia quem está lavando os seus pés, pois ela é uma pecadora.”

Jesus conta uma parábola e faz o fariseu deduzir qual é o verdadeiro significado da palavra AMOR. Acontece a mais bela lição de vida para nós hoje: quem ama perdoa. Quem é perdoado, ama.

A sentença estava dada para aquela mulher que todos já haviam condenado. Disse Jesus: “Teus pecados estão perdoados”. É isso que Ele diz para cada um de nós hoje. E, para perdoar-nos não precisa nem mesmo de nosso amor. O perdão de Deus é incondicional. Se verdadeiramente O amamos e nos amamos, sentimos o seu perdão e vivemos a liberdade de filhos e filhas. Se não experimentamos o amor verdadeiro, concreto, solidário e aberto, seremos como aquele fariseu que vê erro em tudo e não consegue se abrir à graça generosa e gratuita de Deus.

A segunda leitura coroa nossa reflexão de hoje a nos lembrar que Cristo vive em nós. Somos justificados pela fé e não pela lei. Cremos em Cristo e não desprezamos a graça de Deus que nos recoloca no caminho. Não é mérito meu estar no caminho de Cristo, no caminho do perdão e do amor. Tudo é graça de Deus presente em nossas vidas.

De uma maneira muito prática vamos fazer alguns propósitos. Hoje, nossa celebração é a grande festa do amor e do perdão. Cada um de nós precisa perdoar alguém ou a si mesmo. Cada um de nós precisa também pedir perdão.

Tome a iniciativa. Perdoe: é bom para você. Peça perdão: é muito bom também. Ouvi uma historinha da qual nunca me esqueço:

Dois irmãos eram muito unidos. Quando morreu o pai, a distribuição da herança os distanciou e ficaram inimigos. Certa vez um deles foi viajar e contratou um operário para reforçar a cerca de sua propriedade contra uma possível invasão de seu vizinho, seu irmão. Quando voltou de viagem, percebeu que o operário não tinha feito o que havia pedido. Ao invés de reforçar a cerca, acabou de derrubá-la e uniu as duas propriedades por uma ponte. Correu então para consertar o terrível erro do operário. Para sua surpresa, quando deu o primeiro passo na ponte, veio de lá seu irmão vizinho, de braços abertos correndo-lhe ao encontro: que ótima esta sua idéia de construir uma ponte. Há muito eu queria um jeito de aproximar-me de você e não sabia como.

Seja ponte, construa caminhos, derrube cercas. Quando você se aproxima de alguém que precisa do seu perdão ou a quem você precisa pedir perdão, sem sombra de dúvidas, você está se aproximando de Deus, está fazendo comunhão com Ele.

Perdoar não é fácil. Pedir perdão também não é. Mas, quem disse que ser cristão é fácil?

Lembre-se sempre da lição de hoje: Quem ama perdoa. Quem é perdoado, ama.