sexta-feira, 17 de agosto de 2007

Assunção (Pe Carlo)

A festa de hoje celebra o desfecho do grande desejo de Deus. È a declaração última e definitiva ao homem que o sonho de Deus é possível; é possível não obstante todos os inimigos, as dificuldades e a fragilidade à qual o ser humano é submetido. A leitura do Evangelho nos envolve por um clima de alegria, alegria esta que é experimentada quando se vê o projeto de Deus realizado.
A festa de hoje tem origem relativamente recente, foi instituída pelo papa Pio XII em 1950, mas encontra suas origens numa convicção que afundava suas raízes nos primórdios da fé cristã.
Nascida inicialmente, de modo espontâneo no meio do povo cristão e meditada em seguida pelos Padres da Igreja, se afirmava a convicção de que, como Maria foi sempre unida ao filho Jesus em toda sua vida, partilhando intimamente e sem limites cada situação e atitude, da mesma forma esta união continuaria também ao findar dos anos de Maria. Na antiguidade cristã não encontramos testemunhas, fatos, cultos, orações que nos digam algo a respeito da morte de Maria, contudo, em lugar destas, temos uma documentada tradição que fala de uma “dormição” de Maria. O transpasso desta para a outra vida não é descrito em termos de uma morte análoga àquela que experimentamos todos nós, mas de forma diferente, quase um “adormecer” tranqüilo, entregar-se nos braços Daquele que a abraçou com “sua sombra” . Sem ruptura de continuidade entre esta e a outra vida que nos é destinada como oferta gratuita desde a fundação do mundo.
Um privilégio ? Sem dúvida, mas não algo que esteja fora da lógica do projeto de Deus como nos é descrito desde o início da Sagrada Escritura, projeto válido para todos e cada um dos homens; que, aliás, deveria se realizar para todos uma vez que o pecado não tivesse espaço na vida. Digamos que em Maria, mais uma vez, Deus consegue realizar o seu desejo de ter como interlocutor um homem livre, confiantemente entregue, capaz de receber tudo como dom: a vida e a morte.
Tentemos debruçar-nos, por alguns momentos, sobre quanto as Escrituras nos dizem a respeito, para podermos apreciar a festa de hoje e agradecer a Deus que, em Maria, nos antecipa o destino do homem de fé.
Em primeiro lugar é preciso livrarmo-nos de alguns esquemas preconcebidos, dos quais não temos culpa, mas que nem sempre nos ajudam a entender as linguagens da Escritura. Implícita ou explicitamente, a idéia de “céu” nos reconduz à idéia de “lugar”, mesmo se tenhamos já abandonado a visão “física” deste lugar. No entanto, somente em alguns trechos ligados às primitivas formas religiosas do povo hebreu, “céu” é ligado a um “lugar”, na maioria dos casos, com o amadurecimento religioso da fé, “céu” indica a condição na qual se encontra Deus, em contraste com a condição na qual se encontra a vida humana. Ou seja: condição de infinito e condição de limite, condição de plena realização e condição de fatigoso caminho... e a assim por diante. Logo, dizer que Maria é Assunta ao “Céu” indica reconhecer que n’ Ela se realizou o projeto desejado por Deus, o sonho de ver a sua criatura amada a seu lado eternamente, feliz e grata. Maria, humana como todos os homens, na qual não havia divindade por natureza, assume a posição que é oferta a cada homem que crê: receber como dom a divindade que não tem por sua constituição natural. A nossa festa nos diz que isto é possível !
A palavra “assunção” tem procedência e significado um pouco mais complicados, espero conseguir transmiti-lo.
No livro de Gênesis (cap. 5), há uma lista de “patriarcas” que vieram depois do primeiro homem. Todos eles são descritos por meio de números simbólicos, com pessoas que viveram 900,800,600 anos; a enumeração de seus nomes termina sempre com a expressão: “sua vida foi de.... anos, depois morreu”. No entanto, existe um personagem, Enoque, do qual não se usa a expressão “morrer” e esta é assim substituída: ”E Enoque andou com Deus; e não apareceu mais, porque Deus o tomou para si”. Algo de análogo se diz também no 2º livro de Reis (cap. 2) em relação a Elias, outro homem que não viveu a morte como experiência de morrer, mas que foi levado num “carro de fogo” (note-se que o “fogo” é a representação figurativa da idéia de “presença de Deus”). Em ambos os casos o significado é mais ou menos o seguinte: Deus continuou neles o que eles haviam tentado viver em suas vidas, deu pleno cumprimento à finalidade que eles tinham se proposto como sentido de sua existência. È o que Ele fará com todos os que decidirem profundamente, como Maria, orientar suas vidas para a doação incondicional, alegre, confiante a Deus.
O que se deu em Maria sem dúvida foi um privilégio, mas um privilégio que tem profundas raízes bíblicas e merece toda a consideração necessária; realmente é triste sinal de escravidão a atitude preconceituosa daqueles que desdenham Maria fazendo d’ Ela uma “peça secundaria” do projeto de Deus.
E mais ainda.
Um dos ensinamentos mais claro quanto ao projeto de Deus é que Ele “Não criou a morte e não tem algum prazer na destruição daqueles que são para a vida” de fato, Deus “Criou tudo para a existência, as criaturas são sãs, não há nelas o veneno da morte” (Sab. 1). Deus é Deus da vida, a morte não tem espaço n’ Ele e naquilo que Ele faz. Não creio que seja justo dizer: a morte é natural, não é verdade, se assim fosse seria terrível e insignificante a nossa vida. A morte não é natural, por isso que instintivamente sentimos repulsão e medo. Um trecho do mesmo livro da Sabedoria nos ilumina: “Os ímpios invocam sobre si a morte com gestos e palavras”. Logo, perece que a idéia de morte na Escritura não se identifique imediatamente com a idéia de “duração”, isto é o tempo em que a nossa natureza nasce, cresce, se desenvolve e termina suas funções, parece quase ser uma “estado de ânimo” ou, diríamos hoje, uma situação existencial. “Vida” significa proximidade de Deus com todas as conseqüências; morte é distância de Deus (na linguagem Bíblica: pecado) com todas as conseqüências que são tristeza, medo, frustração etc. Pois bem, ainda o Livro da Sabedoria (cap.2) diz que “Os que pertencem ao demônio fazem experiência da morte”. Obviamente todos terminam seus anos, não precisa pressupor uma supernatureza nem para Maria. Quando a vida é vivida em sintonia com Deus, o momento em que definham os nossas forças não é vivido como uma “experiência” de ruptura, de fim de todas as expectativas, termino das esperanças... Os que optaram pelo estilo de vida proposto pelo “demônio”, isto é o egoísmo – nos diz este trecho - no final farão “experiência” do último momento como trauma, medo, desespero, pois é o dia que põe fim à soberba e presunção humana.
Maria soube escolher na vida. Para ela, por primeira se realizou o que Deus tinha preparado para todos os seus filhos. A Ela, primeira entre os que crêem, se podem aplicar as palavras de Paulo aos Corintos : “Oh morte, onde está a tua vitória ?”.
Aprendamos hoje a fazer a escolha certa, para que o último momento, aquele da verdade, seja um abraço do Pai.

Assunção (Pe. Antônio Geraldo Dalla Costa)

Celebramos hoje a ASSUNÇÃO de Nossa Senhora.
Foi oficialmente declarada como Verdade de fé,
pelo papa Pio XII em 1950,
mas o fato já era aceito pela Igreja desde o início.
É um dos quatro dogmas marianos.
Lembramos que Maria, quando "adormeceu" no Senhor,
foi elevada ao céu em corpo e alma.
Seu corpo não sofreu a corrupção,
conseqüência do pecado original, que ela não teve.

As Leituras nos ajudam a aprofundar o sentido da festa de hoje:

A 1ª Leitura nos fala de um grande SINAL. (Ap 11,19a;12,1-6a.10a)
Uma mulher apareceu no céu vestida de sol e coroada de 12 estrelas.
Apesar de perseguida pelo dragão, vitoriosa dá à luz um Filho...

* Esse sinal representa a Igreja (novo Israel),
mas pode ser aplicado a Maria.
Maria participa na vitória de Cristo sobre o Mal.

2. Na 2ª Leitura, São Paulo fala da participação no mistério da Ressurreição: primeiro Cristo e depois os que são de Cristo... (1 Cor 15,20-27)

* A Assunção reconhece o lugar privilegiado da Mãe de Deus,
no grande movimento da Ressurreição.

3. No Evangelho apresenta Maria, no episódio da VISITAÇÃO. (Lc 1,39-56)

Pela Visitação, na Judéia, Maria levava Jesus pelos caminhos da terra.
Pela Dormição e pela Assunção, é Jesus que leva a sua mãe
pelos caminhos celestes, para o templo eterno, para uma Visitação definitiva.

* Nesta festa, com Maria proclamamos a obra grandiosa de Deus,
que chama a humanidade a se juntar a ele pelo caminho da ressurreição.

O texto apresenta uma CATEQUESE:

+ "Entrou na casa de Zacarias e SAUDOU Isabel...
Ouvida a SAUDAÇÃO, Isabel exultou de alegria"

- A saudação usada é "Shallon", que significa Paz...
Para os judeus é o resumo dos bens prometidos por Deus ao seu Povo.
Nos lábios de Maria, significa: o Messias esperado já chegou...

* Maria leva com Jesus a Paz, a Alegria...

+ "Bendita és tu entre as mulheres..."

- Saudação dirigida a Jael e Judite, no Antigo Testamento...
Maria também pertence à categoria dos instrumentos frágeis e pobres,
com que Deus se serviu para realizar as suas maravilhas...

+ "Donde me vem a honra de vir a mim a Mãe do meu Senhor?"

- Palavras de Davi, quando recebeu a Arca da aliança em Jerusalém.
Maria é a nova Arca da Aliança.
Desde que Deus escolheu fazer-se homem,
não habita mais em construções de pedra, em um templo,
em um lugar sagrado, mas no ventre de uma mulher.
O Filho de Maria é o próprio "Senhor".

* Levar o Senhor dentro de si não é um privilégio reservado a Maria.
Cada um de nós é chamado a ser, como Maria, uma "Arca da Aliança",
com a tarefa de levar o Senhor aos homens.

* Existe um SINAL evidente que permite verificar
se os cristãos de hoje são "arca da aliança": é a ALEGRIA.
Maria onde chega, provoca uma explosão de alegria (Isabel... em Belém...):
- A nossa presença nos diversos ambientes...
provoca alegria ou às vezes é motivo de tristeza?
- As comunidades comunicam alegria e esperança?
- Os pobres e marginalizados exultam de alegria em nossos encontros?

+ "Bem-aventurados és tu porque acreditaste..."

É a primeira bem-aventurança no evangelho de Lucas...
Maria é bem-aventurada não porque viu,
mas porque confiou na Palavra do Senhor.

* FÉ autêntica funda-se na escuta da Palavra e
se manifesta na adesão incondicional a essa Palavra...

* Não é fácil acreditar... quando não vemos... não compreendemos...
Mas Maria nos ensina que vale a pena confiar nas palavras do Senhor.

+ "Minha alma glorifica o Senhor..."

- O CÂNTICO DE MARIA descreve o programa de Deus,
que ele começou a realizar desde o início,
que prosseguiu em Maria e que cumpre agora na Igreja.

- Palavras que lembram o "Canto de Ana", Mãe de Samuel...
É um canto composto depois da Ressurreição de Cristo,
inicialmente atribuído à "Virgem ISRAEL": pobre, humilhada,
desprezada pelos povos vizinhos, mas agora glorificada...

* Nos lábios de Maria: Ela é a Virgem Israel, porque dela nasceu o Salvador.
É um grito de alegria, de gratidão e de esperança...

Alegremo-nos pela glorificação de Maria
e pela ESPERANÇA de nossa própria Glorificação.
Um dia poderemos estar lá, onde ela já está...

No dia dedicado aos "RELIGIOSOS", Maria é apresentada
como Modelo de pessoa consagrada e um "Sinal" de Deus no mundo de hoje.

“Apareceu um grande sinal do Céu” -- Pe. Luiz Carlos de Oliveira (CSsmoR.)

Aquela que acreditouDesde tempos antigos o povo cristão reconheceu esse privilégio de Maria: ser levada ao Céu em corpo e alma. As narrativas de seus últimos dias nós as encontramos nos apócrifos. No século VIII é atestada a tradição de uma igreja construída sobre a tumba de Maria em Jerusalém, com a conseqüente celebração de sua Assunção. Em Roma, no tempo do Papa Sérgio I (687-701), já se tem notícia da celebração desta festa. Os muçulmanos, desde longínqua data, vão em peregrinação à dita casa de Maria em Éfeso, no dia 15 de agosto. Maria foi sempre o grande sinal que Deus colocou para nós. O texto do Apocalipse dizendo da Igreja, dá também uma Palavra de Deus sobre Maria. Por que esse interesse e devoção por Maria, na sua Assunção? A Igreja vê nela a realização completa da obra da redenção, porque ela acreditou. A fé que Maria demonstrou parte de sua fiel aceitação da ação do Espírito nela. Não só traz em si o Filho, mas é portadora do Espírito que toca Isabel e João em seu seio. Por isso, cheia do Espírito Santo, ela clama: “Bendita és tu entre as mulheres e bendito é o fruto de teu ventre” e acrescenta: “Bem aventurada aquela que acreditou” (Lc 1,41-43). Maria, no ato de fé, reconhece a Deus como o autor de todas as maravilhas que acontecem nela (49), e acontecem na Igreja, que também leva em seu seio o Salvador. A saudação de Isabel a Maria é a proclamação pascal do Cristo Senhor.Assimilada ao FilhoO dogma da Assunção é mariano, pois se trata de Maria. Mas, na realidade, é uma Verdade de Cristo que acontece em Maria: “Em Adão todos morrem, assim também, em Cristo todos reviverão [...] é preciso que Ele reine até que todos os seus inimigos estejam debaixo de seus pés. O último inimigo a ser destruído é a morte” (1Cor 15,22.25-26). Em Maria, como protótipo para toda a humanidade, é realizado integralmente esse plano da redenção. Não precisamos esperar para ver se é verdade. Desde sua concepção imaculada, sua maternidade divina e virgindade integral, Maria, por dom e por obediente colaboração, tornou-se um evangelho do cumprimento das promessas. A festa de hoje celebra a memória da total assimilação da Mãe de Deus a Seu Filho, na glorificação daquela que primeiro foi levada ao Céu e seguiu o Filho na Glória divina. Essa é nossa esperança, já realizada nela. Ao ser proclamada por Isabel “Mãe de meu Senhor”, Maria recebe o reconhecimento de todos os que são movidos pelo Espírito. Ela é templo do Espírito, Arca da Aliança, Cidade do grande Rei. A festa tem sua fonte na Escritura, na santa Tradição e nos Santos Padres.Missão redentora de MariaA Assunção de Maria dá também a certeza de que essa caminhada de glorificação começa, no momento presente, na transformação das estruturas humanas em Reino de Deus. Maria, em seu canto de louvor a Deus (Magnificat), resume o evangelho libertador que Cristo anuncia em Nazaré: “O Espírito do Senhor está sobre mim, porque Ele me ungiu para evangelizar os pobres, proclamar a remissão dos presos, aos cegos a recuperação da vista, para restituir a liberdade aos oprimidos e para proclamar um ano da graça do Senhor” (Lc 4,18-19). Maria propõe a transformação: dispersou os soberbos, derrubou os poderosos dos tronos e elevou os humildes. Encheu de bens os famintos e despediu os ricos de mãos vazias. Socorreu a Israel, seu servo, tudo pela misericórdia de Deus que nos visitou, como reza Zacarias (Lc 1,78). Só celebra bem Maria quem faz memória de Cristo e memória dos sofrimentos dos pobres e da atenção de Deus por eles.

Assunção de Nossa Senhora

A solenidade de Maria elevada aos céus e glorificada por Deus é sinal da humanidade transformada por Jesus Cristo. É garantia de que a força do mistério da morte e da ressurreição de Cristo se expande sobre toda a humanidade. Na festa da Assunção de Maria, celebrada desde o século IV, contemplamos o sinal da vitória de toda a humanidade pela ressurreição de Jesus Cristo, nosso Salvador.O Evangelho de Lucas, no texto evangélico deste domingo, relata o itinerário do discernimento dos desígnios de Deus e o canto de louvor de Maria pelas maravilhas que o Senhor começara a realizar nela, que seriam depois plenificadas na vida de seu filho, Jesus. Após a comunicação do anjo de que seria a mãe do Filho de Deus e informada da gravidez de Isabel, sua prima, Maria apressadamente se dirige à região montanhosa da Judéia, com o firme propósito de chegar à casa de Isabel. No encontro das duas mulheres, estão o Precursor e o Prometido das nações. Da convivência e da partilha de ambas, manifesta-se o segredo de Deus: "Você é bendita entre as mulheres, e é bendito o fruto de seu ventre!". "Bem-aventurada aquela que acreditou!". A bem-aventurança proclamada por Isabel revela que Maria é a primeira discípula fiel a Deus e solidária no serviço aos irmãos. É a servidora aderindo ao plano de Deus e prestando serviço à sua prima Isabel. Tomada pela ação maravilhosa de Deus, Maria entoa: "O Senhor fez em mim maravilhas. Santo é seu nome!". A "serva do Senhor" proclama a história da salvação. A ação de Deus, pela morte e ressurreição de Cristo, inverteu a lógica das relações pensadas a partir dos grandes. Agora, na nova sociedade, os pobres, os famintos, os excluídos e os humilhados ocuparão o centro e os poderosos e orgulhosos irão para a periferia. O poder do Senhor virou a mesa. A inversão de sujeitos ressalta o poder de Deus e as maravilhas que ele realiza em favor dos seus eleitos, coroando suas esperanças. O cântico de Maria é a memória da ação misericordiosa de Deus revelada aos que permanecem fiéis ao seu projeto. Em Maria glorificada, cantamos a alegre ação de graças ao Deus que olha para a humildade de seus servos (as). Assim, celebrar a Assunção da Virgem Maria é reassumir o compromisso com a causa da vida no mundo, cultivando a afeição e a ternura, de modo que, ao nos empenharmos em favor de um mundo novo, germine e cresça em nós o homem novo e a nova mulher!

Asunción de la Santísima Virgen María al Cielo

Celebramos hoy la Festividad de la Asunción de la Santísima Virgen María al Cielo en cuerpo y alma. Las Lecturas son referidas a la Virgen. Y aunque trataremos el tema de la Asunción, revisemos primeramente algo de los textos de hoy.
La Primera Lectura, tomada del Apocalipsis (Ap. 11, 19; 12,1-6, 10), nos habla de una figura prodigiosa que aparece como sol radiante en el Cielo: una mujer a punto de dar a luz que gemía con dolores de parto.
Se refieren estos textos sobre todo a María, pero también podrían aplicarse a la Iglesia. Por cierto, los dolores de parto no se refieren a los de la generación física del Mesías, los cuales la Virgen María no padeció, sino más bien se refieren a los dolores de la Pasión de su Hijo, dolores que la Madre compartió con el Hijo.
La batalla descrita en que el dragón barre un tercio de las estrellas, se refiere a los ángeles rebeldes que se opusieron a Dios y fueron barridos del Cielo.
La mujer que huye al desierto, se refiere más bien a la Iglesia, protegida por Dios durante la persecución. Termina el texto con la victoria de Cristo y de su Iglesia.
El Evangelio nos relata la Visita de María a su prima Santa Isabel, y nos trae la bellísima oración de la Santísima Virgen María, el Magnificat, en la cual la Virgen, siendo la más grande de las criaturas humanas, se presenta como la más humilde de todas. Ella, que es la Madre del Mesías, refiere toda la grandeza y toda la gloria a Dios, que ha hecho maravillas en ella.
Sin embargo, la fiesta de hoy, la Asunción de la Santísima Virgen María al Cielo, nos recuerda nuestra futura inmortalidad, nuestro destino final después de nuestra vida en la tierra. Predicar sobre esto había perdido vigencia, pero hoy vuelve a estar sobre el tapete el tema de nuestra muerte y lo que nos espera después de esta vida.
Y lo que se llamaban “los Novísimos” (muerte-juicio: infierno o gloria) están de moda otra vez, pues el Papa Juan Pablo II, ese gran comunicador de nuestro tiempo, nos habló de los Novísimos, que él denominó “realidades últimas”.
En sus Catequesis, el Papa nos dijo que el recordar esas “realidades últimas”, nos ayuda a vivir mejor las “realidades penúltimas”, o sea, nos ayuda a vivir mejor nuestra vida aquí en la tierra.
¿Cómo, entonces, no hablar de las “realidades últimas” sobre todo en la Fiesta de la Asunción de la Santísima Virgen María? ¿Qué relación hay entre estas “realidades últimas” y la Asunción de la Virgen al Cielo?
Sabemos que la Asunción de María en cuerpo y alma al cielo es un Dogma de nuestra fe católica, expresamente definido por el Papa Pío XII hablando “ex-cathedra”. Y ... ¿qué es un Dogma? Puesto en los términos más sencillos, Dogma es una verdad de Fe, revelada por Dios (en la Sagrada Escritura o contenida en la Tradición), y que además es propuesta por la Iglesia como realmente revelada por Dios.
En este caso se dice que el Papa habla “ex-cathedra”, es decir, que habla y determina algo en virtud de la autoridad suprema que tiene como Vicario de Cristo y Cabeza Visible de la Iglesia, Maestro Supremo de la Fe, con intención de proponer un asunto como creencia obligatoria de los fieles Católicos.
Un Dogma de Fe, entonces, es una verdad de obligatoria creencia para todo Católico. Y por el Dogma de la Asunción sabemos que María, “terminado el curso de su vida terrena, fue asunta en cuerpo y alma a la gloria celestial” (de la Bula que declara el Dogma de la Asunción el 1-11-1950).
No quedó definido si la Santísima Virgen murió o no. Solamente que su cuerpo no quedó sometido a la corrupción del sepulcro y que ha sido ya glorificado.
Algunos pueden creer que éste en un “dogma inútil”, como se atrevió a proclamar hace algún tiempo un Teólogo. Pero ... ¿por qué, lejos de ser “inútil”, es importante que los Católicos recordemos y profundicemos en el Dogma de la Asunción de la Santísima Virgen María al Cielo?
El Catecismo de la Iglesia Católica responde clarísimamente a este interrogante:
“La Asunción de la Santísima Virgen constituye una participación singular en la Resurrección de su Hijo y una anticipación de la resurrección de los demás cristianos” (#966). ¡Nada menos!
La importancia de la Asunción para nosotros, hombres y mujeres de comienzos de este Tercer Milenio de la Era Cristiana, radica -entonces- en la conexión que hay entre la Resurrección de Cristo y la nuestra. La presencia de María, mujer de nuestra raza, ser humano como nosotros, quien se halla en cuerpo y alma, ya glorificada en el Cielo es esto: un anuncio o preludio de nuestra propia resurrección.
Veamos con más detalle, entonces, en qué consiste eso que los Católicos tenemos como uno de nuestros dogmas.
Los seres humanos que llegan directamente al Cielo, o aquéllos que al morir deben pasar una fase de purificación (purgatorio) y después de terminar esta fase, van pasando al Cielo, a todos ellos, Dios los glorifica sólo en sus almas y deben esperar el fin del mundo para ser glorificados también en sus cuerpos.
No así la Santísima Virgen María, quien tuvo el privilegio único de ser glorificada tanto en su alma, como en su cuerpo, al finalizar su vida terrena. En esto precisamente consiste el dogma de la Asunción.
El Papa Juan Pablo II, en una de sus Catequesis sobre el tema, explicó esto en los siguientes términos:
“El dogma de la Asunción afirma que el cuerpo de María fue glorificado después de su muerte. En efecto, mientras para los demás hombres la resurrección de los cuerpos tendrá lugar al fin del mundo, para María la glorificación de su cuerpo se anticipó por singular privilegio” (JP II, 2-julio-97).
María, un ser humano como nosotros -salvo por el hecho de haber sido preservada del pecado original- está en la gloria del Cielo, en cuerpo y alma. Esta “realidad última” de María Santísima es preludio de nuestra propia “realidad última”.
El Cielo y la gloria en cuerpo y alma es el fin último de cada uno de nosotros los seres humanos. Para eso hemos sido creados por Dios, y cada uno es libre de alcanzar esa realidad o de rechazarla. Cada uno es libre de optar por esa felicidad total y eterna en el Cielo, en gloria, o de rechazarla, rechazando a Dios.
Por ley natural, entonces, los cuerpos de los seres humanos se descomponen después de la muerte y sólo en el último día volverá a unirse cada cuerpo con su propia alma. Todos resucitaremos: los que hayamos obrado mal y los que hayamos obrado bien. Será la “resurrección de los muertos (o de la carne)”, que rezamos en el Credo. “Unos saldrán para una resurrección de vida y otros resucitarán para la condenación” (Jn. 5, 29).
¿Y cómo serán nuestros cuerpos gloriosos? Nuestros cuerpos resucitados serán nuestros mismos cuerpos, pero en un nuevo estado: inmortales, sin defecto, ya no se corromperán, ni se enfermarán, ni se envejecerán, ni se dañarán, ni sufrirán nunca más. Serán cuerpos realzados hasta la gloria.
Dice la Bula de la Asunción que la Virgen María “no estuvo sujeta a la ley de permanecer en la corrupción del sepulcro, ni tuvo que esperar la redención de su cuerpo hasta el fin del mundo”.
Nosotros sí. Pero tenemos la seguridad de nuestra futura inmortalidad, de nuestra futura resurrección en cuerpo y alma gloriosos. Si optamos por Dios, amándolo sobre toda otra cosa, persona o consideración, si buscamos hacer su Voluntad en todo ... resucitaremos como Cristo y estaremos en el Cielo, en gloria ... como El y su Madre, la Santísima Virgen María.
Sabemos que nuestra meta, entonces, es llegar al Cielo. Llegar al Cielo es “la carrera que tenemos por delante”, esa carrera de la cual nos habla San Pablo (Hb. 12, 1). El Cielo es la meta de nuestra carrera. San Pablo, que según sus escritos pudo vislumbrar el Cielo, no lo puede describir y dice del Cielo lo siguiente: “ni el ojo vio, ni el oído escuchó, ni el corazón humano puede imaginar lo que Dios tiene preparado para aquéllos que le aman” (1 Cor. 2, 9). Así es el Cielo: indescriptible, inimaginable, insondable, inexplicable para el ser humano, pues somos limitados para comprender lo ilimitado de Dios. Y el Cielo es básicamente la presencia de Dios.
Al morir, pues, nuestra alma se separa del cuerpo. El alma pasa a la Vida Eterna: o al Purgatorio para posteriormente pasar al Cielo, o al Cielo directamente, o al Infierno. Y el cuerpo, que es material, queda en la tierra, bien descomponiéndose o bien hecho cenizas si ha sido cremado, o de alguna otra manera, según haya sido la muerte.
Volvamos, entonces, al Misterio de la Asunción de la Virgen María al Cielo. Este Misterio nos recuerda la promesa del Señor de nuestra resurrección: resucitaremos como El ... Y ¿qué significa resucitar? Resurrección es la re-unión de nuestra alma con nuestro cuerpo glorificado. Resurrección no significa que volveremos a una vida como la que tenemos ahora. Resurrección significa que Dios dará a nuestros cuerpos una vida distinta a la que vivimos ahora, pues al reunirlos con nuestras almas, serán cuerpos incorruptibles.
Nuestros cuerpos resucitados serán nuestros mismos cuerpos, pero en un nuevo estado: serán inmortales (ya no volverán a morir); serán sin defecto, y ya no se corromperán, ni se enfermarán, ni se envejecerán, ni se dañarán, ni sufrirán nunca más. ¡Serán cuerpos gloriosos!
Y ¿cómo es un cuerpo glorioso? ¿Cómo es el cuerpo glorioso de la Santísima Virgen María? Los videntes que dicen haber visto a la Virgen -y la ven en cuerpo glorioso, como es Ella después de haber sido elevada al Cielo- se quedan extasiados y no pueden describir ni lo que sienten, ni la belleza y la maravilla que ven.
Conocemos de otro cuerpo glorioso: el de nuestro Señor Jesucristo después de resucitar. Era ¡tan bello! el cuerpo glorioso de Jesús, que no lo reconocían los Apóstoles ... tampoco lo reconoció María Magdalena. Y cuando el Señor se transfigura ante Pedro, Santiago y Juan, en el Monte Tabor, mostrándoles todo el fulgor de su Gloria ... era ¡tan bello lo que veían! ¡tan agradable lo que sentían! que Pedro le propuso al Señor hacerse tres tiendas para quedarse a vivir allí mismo. Así es un cuerpo glorioso.
Esta Fiesta importante de la Iglesia, esta Fiesta importante de la Santísima Virgen María, en la que conmemoramos su subida al Cielo en cuerpo y alma, nos recuerda nuestra futura inmortalidad. Y sírvanos este recuerdo, y esta seguridad que tenemos de resucitar como Cristo resucitó, para erradicar de una vez por todas de entre nosotros los Católicos, esa creencia estúpida en ese mito, en esa mentira, que es la re-encarnación.
La re-encarnación niega la resurrección ... y niega muchas otras cosas. Parece muy atractiva esta falsa creencia. Sin embargo, si en realidad lo pensamos bien ... ¿cómo va a ser atractivo volver a nacer en un cuerpo igual al que ahora tenemos, decadente y mortal, que se daña y que se enferma, que se envejece y que sufre ... pero que además tampoco es el mío?
Aun partiendo de una premisa falsa, suponiendo que la re-encarnación fuera posible, si no fuera un mito, una mentira ... ¿cómo podemos estar pensando los cristianos, que tenemos la seguridad y la promesa del Señor de nuestra futura resurrección ... cómo podemos pensar que es más atractivo re-encarnar, por ejemplo, en un artista de cine, o en un millonario, o en una reina ... que resucitar en cuerpos gloriosos?
Entonces, ante la promesa del Señor de nuestra futura inmortalidad al ser resucitados con El, y ante la maravilla de lo que serán nuestros cuerpos resucitados ¿cómo a algunos hombres y mujeres de hoy puede ocurrírsenos que re-encarnar -si es que esto fuera posible- en otro cuerpo terrenal, decadente, que no es el mío y que además volverá a morir, puede ser más atrayente que resucitar en cuerpo glorioso como el de la Santísima Virgen María?
Celebremos la Asunción de María al Cielo renovando nuestra fe y nuestra esperanza en nuestra futura inmortalidad. Que así sea.

Dionísio o Cartuxo (1402-1471), monge

Comentário ao Evangelho de Lucas, 12, 72-74
Acender no coração dos homens o fogo do amor de Deus
“Vim trazer fogo à terra”: desci do alto dos céus e, pelo mistério da Minha encarnação, manifestei-Me aos homens para acender no coração humano o fogo do amor divino. “E que quero se não que arda” – isto é, que pegue e se torne uma chama activada pelo Espírito Santo, que faça brilhar actos de bondade!Cristo anuncia a seguir que terá de morrer na cruz para que o fogo deste amor incendeie a humanidade. Foi, efectivamente, a santíssima Paixão de Cristo que valeu à humanidade dom tão grande, e é sobretudo a memória da Sua Paixão que acende uma chama nos corações fiéis. “Tenho de receber um baptismo”; ou seja: compete-Me e está-Me reservado, por especial disposição de Deus, receber um baptismo de sangue, banhar-me e como que mergulhar nas águas do Meu sangue derramado na cruz, a fim de resgatar o mundo inteiro. “E que angústia é a Minha até que tal se cumpra” – por outras palavras, até que Minha Paixão seja completa, e que Eu possa dizer: “Tudo está consumado!” (Jo 19, 30).

ASSUNÇÃO

Na primeira série de uma escola primária, começou a chorar um menino depois que a aula começou. O professor perguntou a ele: “Diga-me, porque você chora?” Mas o menino não queria responder logo. Só depois que o professor falou com ele um tempinho com muita paciência: “Você sente dor?” Aí o menino criou coragem e falou assim: “Eu esqueci como parece minha mãe.” Aí os outros colegas de classe riram do menino. Mas o professor logo entendeu o menino e lhe disse: “Você esqueceu o rosto de sua mãe? Isso é muito grave realmente. Você tem que ir para casa logo e ver a sua mãe. “ O menino voltou contente e continuou o seu desenho.Algo parecido deve ter acontecido com o vidente da aparição de Nossa Senhora de Guadalupe. Como índio o Juan Diego pertencia a um povo que era militarmente vencido e cultural e religiosamente humilhado. Os missionários pregavam um Deus como Pai no céu; para os nativos, porém, faltou o lado materno de Deus. A colina Tepeyac perto da capital mexicana era para os indígenas o lugar onde veneraram Tonantzin, o lado materno de Deus. Mas agora este rosto materno de Deus ficou esquecido.É justamente nesta colina onde aparece em dezembro de 1531 a mãe de Deus ao índio Juan Diego. Sua roupa e suas feições pareciam de uma menina indígena. Dirigiu-se em língua indígena a ele. Ela mandou ele se apresentar no seu bispo e pedir que fosse construído um santuário neste lugar. Tudo o que conta o pobre índio para o bispo não convence ele. Por isso, ele pede um prova e vai recebê-la. Após a cura do tio do índio, Nossa Senhora, a “rainha dos céus”, pede o índio ir ao topo da colina. Lá, ele vai encontrar uma abundância colorida de flores. O índio Juan Diego sobe a colina, mesmo sabendo que nesta época não crescem flores nestas pedras. Ele cata várias flores e as coloca no seu manto. Descido da colina, ele as entrega à “rainha dos céus” e ela, por sua vez, coloca as flores de volta no manto do índio e o envia, pela terceira vez, ao bispo. Após ter superado algumas barreiras, ele chega até o bispo mostrando as flores para ele. Mas ao mostrar as flores no manto, as flores se transformam na imagem de Nossa Senhora que até hoje é venerado no santuário de Guadalupe. Só podemos imaginar o grande valor que estas aparições de Maria tenham para os índios privados e humilhados de sua cultura. Maria deve se tornar para eles uma estrela pela qual eles conseguem orientar a sua vida. Em Maria, eles devem ter redescoberto o rosto materno de Deus que os conquistadores destruíram. E o que significam para nós os acontecimentos de Guadalupe?Nós benzemos hoje nesta celebração flores e ervas medicinais. Flores são símbolo de beleza e alegria. A Igreja, nós todos devemos aceitar o questionamento, porque chegamos a tal ponto que a grande maioria da humanidade não associa beleza e alegria com nossa fé e nossa igreja católica. Como chegamos a falar sobre a fé logo em termos morais de deveres, obrigações e pecados? Quem ainda fala sobre as flores da fé? Quem fala com alegria sobre a felicidade que encontrou na fé, sobre a esperança com a qual a nossa fé nos preenche? Em Guadalupe, brilha nas flores da colina a beleza da fé, uma verdade que é vivenciada com cada fibra do corpo e com toda capacidade da alma. A cura do tio do índio Juan Diego por Maria prova que a mensagem de Jesus Cristo integra a salvação do ser humano por inteiro, corpo, espírito e alma. As ervas medicinais nos lembram nesta festa da Assunção de Nossa Senhora que nós cristãos não devemos só anunciar uma salvação eterna no céu. A nossa fé não é um consolo barato para os pobres deste mundo, mas é uma fé que quer resgatar a dignidade, a saúde, a paz, a alegria e a felicidade de todos, principalmente dos mais necessitados. O olhar para o céu, mesmo assim, é importante. Maria, assunta ao céu, não pertence mais a um povo ou a uma cultura específicos. Por isso, ela pode aparecer em Guadalupe como mulher indígena enquanto na África ou mesmo no Brasil como mulher negra. A beleza da mensagem cristã só se dá com todo seu volume se a nossa fé cria raízes em cada cultura e não só na cultura tradicional européia ocidental. Na leitura ouvimos de uma senhora que aparece no céu. A igreja refere essa imagem a Maria e a si mesmo. Vamos, por isso, tentar de viver os valores cristãos de maneira que as pessoas reconhecem também o rosto materno de Deus na igreja e cada vez menos um aparato de poder e castigo dos velhos tempos. Aí também estas pessoas serão capazes de entoar o cântico de Maria que ouvimos no evangelho. Que assim seja. Amém.
Wolfgang Müller