quinta-feira, 7 de agosto de 2008

19° Domingo do Tempo Comum

A liturgia do 19º Domingo do Tempo Comum tem como tema fundamental a revelação de Deus. Fala-nos de um Deus apostado em percorrer, de braço dado com os homens, os caminhos da história. A primeira leitura convida os crentes a regressarem às origens da sua fé e do seu compromisso, a fazerem uma peregrinação ao encontro do Deus da comunhão e da Aliança; e garante que o crente não encontra esse Deus nas manifestações espectaculares, mas na humildade, na simplicidade, na interioridade. O Evangelho apresenta-nos uma reflexão sobre a caminhada histórica dos discípulos, enviados à «outra margem» a propor aos homens o banquete do Reino. Nessa «viagem», a comunidade do Reino não está sozinha, à mercê das forças da morte: em Jesus, o Deus do amor e da comunhão vem ao encontro dos discípulos, estende-lhes a mão, dá-lhes a força para vencer a adversidade, a desilusão, a hostilidade do mundo. Os discípulos são convidados a reconhecê-l'O, a acolhê-l'O e a aceitá-l'O como «o Senhor». A segunda leitura sugere que esse Deus apostado em vir ao encontro dos homens e em revelar-lhes o seu rosto de amor e de bondade, tem uma proposta de salvação que oferece a todos. Convida-nos a estarmos atentos às manifestações desse Deus e a não perdermos as oportunidades de salvação que Ele nos oferece.
(in: www.ecclesia.pt)

Comentário ao Evangelho de Mateus, 11, 6 (Orígenes (c. 185-253), presbítero e teólogo)

«Tu és verdadeiramente o Filho de Deus»
Quando tivermos suportado as longas horas da noite escura que domina os momentos de prova, quando tivermos feito o melhor que sabemos, [...] tenhamos a certeza de que, para o fim da noite, quando «a noite vai adiantada, e o dia está próximo» (Rom 13, 12), o Filho de Deus virá até junto de nós, caminhando sobre as ondas. Quando O virmos aparecer assim, ficaremos perturbados, até compreendermos claramente que é o Salvador que vem ao nosso encontro. Pensando ainda que vemos um fantasma, gritaremos de medo, mas Ele dir-nos-á imediatamente: «Tende confiança, sou Eu, não temais.»Talvez essas palavras de conforto façam surgir em nós um Pedro a caminho da perfeição, que desça da barca, seguro de ter escapado à prova que o abalava. Inicialmente, o seu desejo de se aproximar de Jesus permitir-lhe-á andar sobre as águas. Mas, tendo ele uma fé ainda pouco segura, estando ainda cheio de dúvidas, aperceber-se-á da «força do vento», terá medo e começará a afundar-se. Escapará porém a tal infortúnio, apelando para Jesus com um forte brado: «Senhor, salva-me!» E, mal este Pedro acabe de dizer «Senhor, Salva-me!», já o Verbo terá estendido a mão para o socorrer, agarrando-o quando ele começava a afundar-se, censurando-lhe a falta de fé e as dúvidas. Notemos, porém, que Ele não diz: «Incrédulo!», mas antes: «Homem de pouca fé!», e acrescenta: «Por que duvidaste?», ou seja: «Tinhas alguma fé, mas deixaste-te levar na direcção contrária.» E Jesus e Pedro voltarão a entrar para a barca, o vento acalmará e os outros discípulos, compreendendo os perigos a que escaparam, adorarão a Jesus dizendo: «Tu és verdadeiramente o Filho de Deus» – palavras que só os discípulos próximos de Jesus, os que se encontravam na barca, podem proferir.

19° Domingo do Tempo Comum (Pe Carlo)

O episódio que acabamos de ler é atípico em relação aos muitos atos extraordinários que Jesus realizava. Os milagres que o Senhor cumpria não eram gestos teatrais com a finalidade de convencer as pessoas, prodígios deste tipo muitas vezes foram solicitados pelas autoridades religiosas de Israel para que Ele demonstrasse ser o Messias esperado. Em todos estes casos a resposta foi negativa; tanto para os fariseus, que exigiam um milagre demonstrativo: «Mestre, queremos ver de tua parte um sinal» (Mt. 12,38), quanto para os sacerdotes, que pediam um ato exclusivamente possível a um deus: «Desce da cruz!» (Mt. 27,42). Para Jesus a fé não pode ser resultado de um ato esmagadoramente demonstrativo pois, quem, diante de um homem que desce da cruz, não ficaria obrigatoriamente constringido a admitir a divindade de Jesus? Mas Deus respeita tanto o homem que não violenta a sua liberdade de escolher, e da maneira de escolher. Deste modo, o trecho de hoje não pode ser entendido se o lermos com uma chave interpretativa errada. Por exemplo, como se Jesus quisesse fazer um gesto espetacular diante dos discípulos. Se assim fosse, não teria sido suficiente a multiplicação dos pães apenas realizada? Evidentemente precisamos trilhar outro caminho para podermos penetrar aquilo que o Evangelista quis nos deixar.
A narração se desenvolve em dois quadros, no primeiro o centro é a barca sacudida pelas ondas, no segundo é a pessoa de Pedro diante de Jesus. As duas cenas convergem na exclamação final dos discípulos: «Realmente, tu és o Filho de Deus!». É, logo, uma narração que diz respeito à fé, aos seus momentos, às suas dinâmicas, aos limites e belezas que recolhe em si. O fato é, como às vezes costumava fazer Jesus, um ato explicativo, capaz de se imprimir no coração muito mais do que as palavras. Jesus nunca disse o que é a fé, simplesmente mostrava o que significa viver a fé. Com esta perspectiva, então procuraremos deixar-nos ensinar como se vive de fé.
Logo de início notamos que Jesus «mandou os discípulos subirem no barco», é difícil encontrar este verbo aplicado aos discípulos nos Evangelhos. O verbo é usado pelos Evangelistas quando Jesus faz algo que é necessário para a fé, como no caso da menina, filha do chefe da Sinagoga (Lc. 8,55). Aqui estamos diante de algo semelhante. Os discípulos vinham de uma experiência única, admirável; eles mesmos haviam se dado contas que o pouco –uns pães e uns peixinhos- que se oferece a Deus confiando em Jesus, é capaz de saciar a fome de muitos. Eles mesmos, que haviam sugerido a Jesus de “livrar-se” do problema da fome da multidão despedindo-a, eles mesmos haviam constatado que Deus não age assim. A admiração, o estupor, a sensação de poder que estavam sentindo logo depois do fato, mantinha os discípulos se comprazendo com o ocorrido, sentindo-se também objetos da atenção da multidão. Se a multiplicação dos pães se deu à “tardezinha” e o barco se encontrava no meio do lago de Genezaré em torno da quarta vigília da noite (três horas da madrugada), levando em consideração a dimensão do “mar da Galiléia”, isto significa que os discípulos se demoraram bastante antes de obedecer à exigência de Jesus! Bem, já temos aqui uma pequena sugestão quanto à vida na fé: é preciso fugir da tentação do “estrelismo”, de “ser destaque”, da tentação de se comprazer na admiração das multidões. Isto é bem perigoso e destinado a cair de um momento para outro, como veremos continuando na leitura.
Ao protagonismo dos discípulos Jesus responde com uma outra atitude: o encontro com o Pai, «para orar a sós », na intimidade de uma relação mais valiosa do que a admiração das multidões. Foi importante para Jesus saciar a fome das pessoas sim, no entanto de mais valia foi o fato de constatar que sempre pode contar com o Pai, o qual havia atendido ao seu pedido que precedeu o milagre. Mais do que a aprovação das multidões a fé exige o reconhecimento da ação de Deus e o agradecimento do mais profundo do coração.
Eis que a narração opõe um segundo contraste: «enquanto ainda» Jesus estava em oração, a barca estava sendo sacudida. De um lado uma profunda calma de outro o medo e a tempestade. O contraste faz pressentir o sentimento de abandono dos discípulos, tão seguros de si mesmo ainda poucas horas antes. Um sentimento que nos recorda a atitude de Marta: «Se você estivesse aqui meu irmão não teria morrido» (Jo. 11,21). Jesus parece sempre ausente quando estamos mais precisando… Então, toda a certeza? Toda a firmeza? Todo o entusiasmo? Resta somente a profunda experiência da fragilidade e da precariedade de tudo quanto não esteja embasada numa relação com Deus construída passo-a-passo, delicada e robustamente.
Com certeza a tempestade de verão no meio de um lago não é algo fácil nem para um experiente grupo de pescadores, mas o medo maior vinha de outra fonte. A água era concebida como um elemento acima do homem, um lugar estranho onde convivem a vida e a morte. Assim como sem água a terra é um teatro de morte a própria água é capaz de destruir e engolir o que estiver à sua frente. Nada pode frear a água; esta possui uma ligação com o mundo inferior, com o “sheol” (lugar dos mortos). É lugar da manifestação das divindades malignas, mas também da ação de Deus. O mar é o lugar onde moram os grandes monstros inimigos do homem e os quatro demônios inimigos de Deus (Dan. 7,3). O hebreu acreditava que -como na época do Êxodo- no final dos tempos o próprio mar, as grandes águas com seus seres malignos, destruiriam e engoliriam os ímpios: «A água do mar se levantará em turbilhão contra eles e os rios os arrastarão impetuosamente. O vento insurgirá contra eles e os dispersará como um furacão» (Sab. 5,22). Não é difícil imaginar o que passou na mente dos discípulos. E ainda mais se considerarmos a superstição da época segundo a qual a terceira e quarta vigília da noite eram os tempos do demônio.
Eis então uma segunda dimensão da fé que o Evangelho nos dá: a maturidade da fé não acontece com as coisas admiráveis por todos, mas quando se têm a certeza de que o Senhor nunca está longe, nunca abandona, ao contrário, mesmo que o sentimento que parece dominar é o de abandono, é Jesus que vai ao encontro da sua pequena comunidade de homens de fé, mesmo que estes se sintam sozinhos e à mercê do demônio, das ondas, das trevas. Jesus não nos deixa sozinhos, mesmo quando não sentimos a sua presença. Cada vez que nos encolhemos por medo, a voz de Deus vem repetir sempre: «coragem, não tenha medo». Esta é fé madura, é a experiência da própria insuficiência, mas a capacidade de ainda ouvir palavras de amizade e força.
Durante a noite tudo muda, durante a noite aparecem aqueles medos que estão escondidos no mais profundo da nossa alma; durante a noite da nossa fé é difícil distinguir o que vem de Deus e o que pode ser um demônio, um «fantasma» daqueles que dominam os nossos instintos, que atentam à felicidade; fantasmas que escondemos mas que voltam sempre com toda a sua força destruidora. Como é difícil reconhecer as coisas quando é noite! Por outro lado, se eles não tivessem demorado tanto em sua satisfação… Muitos dos nossos medos aparecem em toda a sua violência quando demoramos em acreditar, em obedecer, em confiar; é então que fazemos a experiência da nossa limitação, quando queremos, por pouco que for, determinar um caminho diferente daquele que Jesus nos propõe.
Por último, a pessoa de Pedro: a resposta mais bela e profunda da fé de um homem que havia entendido a lição. Claro que suas palavras não são um desafio a Deus, ao contrário, refletem a necessidade profunda de que a sua certeza seja confirmada: o “fantasma” é chamado «Senhor», mesmo na confusão entre a possibilidade de estar diante de um demônio; isto porque a fé faz enxergar além daquilo que os olhos vêem. A fé não é fideísmo cego, é uma dimensão profundamente humana e, como tal, precisa de confirmações. Jesus atende esta nossa necessidade autêntica, singela, contanto que não seja um desafio, o qual nunca terá respostas. A Igreja sempre distinguiu entre “dificuldade de fé” (o que é sinônimo de amor a Deus e desejo de estar com Ele conscientemente) e “dúvida de fé” (quando pretendemos reduzir Deus ao nosso critério impondo condições); a última nos conduz à solidão sem respostas.
É impossível imaginar em Pedro uma “dúvida”, pois ele está disposto ao risco, de antemão, antes que o Senhor o permita. E está disposto a enfrentar o absurdo: andar sobre a água! Isto é fé, estar dispostos de antemão, sem opor condições, sem receios sobre o futuro, sobre aquilo que “pode acontecer….”. Estar dispostos, antes mesmos que Deus diga o seu «Venha».
A fé não elimina as dificuldades, o medo do vento e das águas agitadas, a fé não aplaina os caminhos, simplesmente ensina a percorrê-los com Jesus, ensina a pedir, a confiar que o socorro está sempre ali, pronto; ensina a acolher a Sua mão estendida, sempre, sempre.

19° Domingo do Tempo Comum (Pe. Antônio Geraldo Dalla Costa)

Onde está Deus?

Muitas vezes nos perguntamos: "Onde está Deus?"
"Onde o podemos encontrar?"

As Leituras de hoje nos mostram duas cenas muito bonitas,
em que Deus vai ao encontro do homem.

Na 1a Leitura, Deus vai ao encontro de Elias. (1Rs 19,9a.11-13)

Cansado e perseguido de morte por Jesabel, Elias foge para o deserto,
a caminho do Monte Horeb, onde Moisés se encontrara com Deus...
- Lá, Elias o esperava no vento, no terremoto, no fogo, mas ele não estava lá.
Deus vai ao seu encontro de uma forma completamente diferente:
"no sopro de uma LEVE BRISA..." e ali lhe fala...

* Deus se manifesta na humildade, na simplicidade, na interioridade.
Por isso, é preciso calar o ruído excessivo, moderar a atividade desenfreada, encontrar tempo para consultar o coração, para interrogar a Palavra de Deus,
para perceber a sua presença e as suas indicações, nos sinais,
quase sempre discretos, que ele deixa na nossa história e na vida do mundo.

Na 2ª Leitura, São Paulo manifesta sua grande dor e tristeza:
Deus vai ao encontro dos homens oferecendo a todos
uma proposta de Salvação, mas o seu povo a rejeita. (Rm 9,1-5)

No Evangelho, Jesus vai ao encontro dos Apóstolos. (Mt 14,22-33)

- Jesus também cansado.... retira-se da multidão... vai ao monte para rezar...
- Enquanto isso, os apóstolos navegam "de noite" preocupados,
na barca agitada pelos ventos contrários.
- Jesus interrompe o descanso... vai ao encontro, "caminhando sobre o MAR".
- Eles o confundem: "É um fantasma..."
- E Jesus se identifica: "Coragem, SOU EU, não tenham medo".
- Pedro o desafia: "Se és Tu, manda-me caminhar sobre as águas".
- Jesus aceita: "Vem!"
- Pedro vai ao encontro de Jesus; mas, assustado pelo vento,
começa a duvidar e afundar. Então grita por socorro: "Salva-me, Senhor!".
- Jesus estende a mão e o questiona: "Por que duvidaste, homem de pouca fé?"
- Jesus entra na Barca e a tempestade se acalma.
- Então todos se prostram em adoração diante de Jesus, dizendo:
" Verdadeiramente Tu és o Filho de Deus".
* Deus se manifesta em Cristo, que estende a mão aos discípulos...

+ Esse barco agitado nos lembra onde podemos encontrar Deus:
na Comunidade, na Vida e na Família:

+ NA COMUNIDADE:
- No tempo de São Mateus, as comunidades viviam perturbadas
pelas perseguições externas e divisões internas:
Jesus lhes diz que o seu poder divino continua presente na Igreja.
- Em nossos dias, as forças do mal surgem na Igreja e fora dela.
Mas não há motivo para termos medo.
As dificuldades, que a Igreja enfrenta hoje,
devem nos fazer enxergar melhor a presença de Cristo
em novos setores da Igreja.
Ele se manifesta no ambiente tempestuoso das "periferias" do mundo,
sobretudo na população empobrecida e excluída da sociedade,
na simplicidade das comunidades nascidas da fé do povo.

+ NA VIDA:
Nós também caminhamos ao encontro de Cristo, no meio de dificuldades.
Nem sempre o reconhecemos... às vezes até o confundimos com fantasmas...
No entanto, ele continua vindo ao nosso encontro com palavras de esperança,
até reconhecermos a sua presença e assim fazermos a nossa profissão de fé.

+ NA FAMÍLIA:
onde ocupa um lugar importante o PAI, cujo dia hoje celebramos.
Ele deve ser um sinal de sua presença:

PAI é alguém que sabe ir ao encontro dos filhos, para ser :

- Uma Presença certa na hora certa...
- Jesus: "retira-se com os seus..." Suspende a oração... vai ao encontro deles...
- Quantos pais não têm tempo para retirar-se,
para um encontro com Deus e com os seus....
- Ausentes: onde os filhos buscarão as soluções? Na Rua? Na TV?

- Uma Presença que dá segurança: nas tempestades...
"Coragem, SOU EU, não tenham medo...."

- Uma Presença que demonstra compreensão,
Quando afunda... fracassa... estende a mão e questiona: "Por que duvidaste?"

- Uma presença que respeita e educa para a Liberdade...
"Deixa que eu também vá...": - "Vem..."

- Uma Presença que revela a verdadeira imagem do PAI...
Dignidade e Responsabilidade!

- O Evangelho nos conta que ao entrar Cristo na BARCA:
pararam o vento e as ondas... e voltou a tranqüilidade... a Paz...

O mesmo acontece no lar,
Quando o Pai marca a sua presença amiga e amorosa no lar,
cessam as contrariedades e voltam a paz e a alegria de viver.
Que assim seja em todas as nossas famílias...

19o Domingo do Tempo Comum

A tempestade acalmadaEm meio às tempestades de nosso tempo, o Senhor garante que navega conosco. Ele vem ao encontro e protege os pobres e indefesos, provados pelas tribulações próprias da vida. Depois que todos se saciaram, Jesus ordena que os discípulos entrem na barca e sigam para o outro lado do lago, enquanto Ele despede a multidão. Teria sido a hora própria para comemorar o feito miraculoso dEle. Mas o Mestre evita que os discípulos cedam à tentação na busca de um "Messias poderoso". Antes, revela-se como alguém que, no meio deles, serve e ampara na tribulação. No alto da montanha e na solidão, Jesus se entrega à oração. Os discípulos, por sua vez, no lago, navegam em direção à região dos gentios, a fim de dar continuidade à missão de anunciar que a sociedade se constrói pela partilha. As águas estão agitadas. Não é fácil partir para uma nova missão, em meio a novas dificuldades e tentativas de implantação do Reino de Deus. As ondas e os ventos contrários evocam as resistências ao projeto de Deus. A fragilidade da barca, a escuridão da noite, as ondas e os ventos refletem a fragilidade e os desafios enfrentados pela comunidade dos discípulos, ao longo dos séculos, na missão de propagar a Boa-Nova do Reino.Na obscuridade da madrugada, Jesus, caminhando sobre as águas, vai ao encontro dos discípulos em dificuldades e com medo. Eles o confundem: "É um fantasma!". É preciso que Ele se identifique: "Sou eu! Não tenham medo". Nas horas difíceis, "Jesus é o Deus-conosco". "Eis que estarei sempre convosco!" (Mt 28,20). O Mestre se dá a conhecer: "Sou eu, não tenham medo!". Mas Pedro o desafia: "Se és tu, manda-me caminhar sobre as águas!". Esta é uma prerrogativa divina. A cena de Jesus andando sobre as águas era para os discípulos um sinal de sua origem divina e de seu domínio sobre as forças do mal. Diante das dificuldades e dos obstáculos, Pedro, mais que assegurar-se no convite: "Venha!", começou a experimentar o medo, a insegurança e grita por socorro. "Salva-me, Senhor!". Estendendo-lhe a mão, Jesus o segurou e repreendeu-o: "Homem fraco na fé, porque você duvidou?". Em seguida, subiu à barca e a impetuosidade do vento cessou, ou seja, quando a comunidade cristã reconhece que Jesus caminha com ela, nenhum obstáculo é maior que a capacidade de superá-lo. A memória da presença do Deus-conosco é determinante para atravessar qualquer tempestade. Essa memória leva ao reconhecimento e à confissão de fé: "De fato, tu és o Filho de Deus".

DOMINGO 19 del Tiempo Ordinario - Ciclo "A"

El Evangelio de este Domingo nos trae el relato de cuando San Pedro comenzó hacer una cosa imposible para nuestra naturaleza humana: caminar sobre el agua. ¿Cómo sucedió este milagro y por qué Pedro comenzó a hundirse? (Mt. 14, 22-33)
Sucedió que, enseguida de la multiplicación de los panes y los peces, Jesús ordenó a los discípulos que subieran a la barca y se trasladaran a la otra orilla del Lago de Genesaret. El Señor despidió a la gente y subió al monte para orar a solas. Mientras tanto, los apóstoles tenían dificultades en la travesía nocturna, pues las olas eran fuertes y había viento contrario.
Y el Señor se les aparece ya en la madrugada, pero de una forma peculiar: viene Jesús caminando sobre el agua. Ellos se asustan de tal manera, que daban gritos de terror. Nos dice el Evangelista Mateo, testigo presencial del hecho, que el susto venía porque creían que Cristo era un fantasma. Y El los calma diciéndoles: “Tranquilícense y no teman. Soy yo”.
San Pedro, como siempre intrépido e impulsivo, le dice: “Señor, si eres tú, mándame ir a ti caminando sobre el agua” . Y el Señor le concede tan atrevida petición. Pero ¿qué sucede? Efectivamente, Pedro comienza a caminar sobre el agua, igual que Jesús, pero en un momento dado “al sentir la fuerza del viento, le entró miedo y comenzó a hundirse”. Dudó y se hundió.
¡Cómo nos parecemos nosotros a los Apóstoles! Nuestra vida espiritual está llena de pasajes como éste de Pedro.
Comencemos por el principio. ¡Cuántas veces Jesús pasa por nuestra vida, Jesús toca nuestra puerta ... y no lo reconocemos o no le respondemos ... y hasta podemos creer que no es Dios quien nos llama, sino “quién sabe quién”, porque lo que nos propone, no nos gusta o creemos que no nos conviene! Nos cegamos y no vemos a Dios donde Dios está.
Pedro dudó y se hundió.
San Pedro duda y comienza a hundirse. Luego el Señor lo rescata dándole la mano. Hay que confiar plenamente, para no hundirse. La seguridad nos viene, no porque no haya tormentas ni turbulencias en nuestra vida, sino porque confiamos ciegamente en que Dios no nos dejará hundir.
No es la ausencia de tempestades lo que me da paz, sino la confianza plena de que -en tierra firme o sobre las aguas, en tormenta o en calma- el Señor está conmigo. Y todas las tormentas son ¡nada! ante su Poder infinito.
La confianza no consiste en no tener tormentas alrededor, sino en saber que Dios está allí, tanto en la tormenta, como en la calma, tanto en la luz, como en la oscuridad.
Lo que sucede a los hombres y mujeres de hoy es que confían más en sus propias fuerzas y en sus propios recursos, que en Dios y en lo que Dios hace en nosotros. Creemos que lo que logramos son logros nuestros, olvidándonos que ¡nada! podemos si Dios no lo hace en nosotros.
Lo que llamamos “nuestra” inteligencia, “nuestras” capacidades, “nuestras” habilidades ... ¿son realmente “nuestras” o nos vienen de Dios? Entonces ... los logros ¿de Quién son? Ciertamente, hay un esfuerzo por parte nuestra. Pero hasta el poder hacer ese esfuerzo es gracia de Dios. Si hasta cada latido de nuestro corazón depende de Dios, ¿cómo podemos creer que los logros son nuestros?
Si confiamos en nosotros mismos y no en Dios, si confiamos más en nosotros que en Dios, estamos en peligro de hundirnos ... si es que ya no nos hemos hundido. Sea en tierra o en mar, en calma o en tempestad, podremos ir en paz y con seguridad si tenemos toda nuestra confianza puesta en Dios.