sexta-feira, 22 de junho de 2007

Solenidade da Natividade de S. João (Pe Carlo B.)

Celebramos hoje a festa do nascimento de João o Batista, uma festa vivida como uma aurora que prepara a chegada do esperado «Dia do Senhor». Dia este, que desde o profeta Amós representou a força da esperança para Israel, força que lhe permitiu caminhar através de inúmeras vicissitudes, erros, quedas e reerguimentos. Um «Dia» sonhado como objeto da verdadeira promessa, a qual não mais se identificava com uma terra e um povo –como o tinha sido na época de Abrão, do Egito, da viagem do deserto...- mas sim uma nova terra, uma nova meta situada no interior do coração das pessoas e manifestada num novo estilo de vida. A nova promessa, o dia do Senhor, estava chegando na pessoa do Salvador.

Todos os grandes atos de Deus não irrompem abruptamente na vida das pessoas nem na história do homem, isto seria uma violência, um desrespeito a o que o homem sabe e pode construir; uma tal atitude se encontra, quase como uma característica própria, nas religiões e cultos pagãos, animistas etc. Mas não pode ser assim numa religião onde, o que rege é o diálogo, a relação profunda entre pessoas que decidem caminhar junto, como o é a fé judeu-cristã. Assim, Deus preparava através de João os novos tempos.

Quanto ao Batista Jesus dirá «Entre os nascidos de mulher, ninguém é maior do que João; mas o menor no reino de Deus é maior do que ele.» (Lc. 7,28) já que a partir de Jesus o Reino de Deus está definitivamente instaurado e, mesmo a pessoa menos próxima –“menor”- de Jesus, está mais perto do Reino de Deus do que o maior entre os grandes homens do Antigo Testamento. A diferença é clara: estes últimos pertencem à esfera dos “nascidos de mulher”, das pessoas que buscam a Deus com seus esforços, humanos, os primeiros são aqueles que se deixam encontrar por Deus, o qual se faz realmente presente. A narração de hoje expressa muito bem esta transição; o texto, por obvias questões litúrgicas é limitado ao nascimento e reconhecimento de João, portanto teremos que fazer referência a um texto anterior, ao anúncio do nascimento, para compreender melhor o fato e o seu significado.

Sigamos as pegadas do Evangelho.
«Completou-se o tempo», nos diz o Evangelista; se à primeira vista isto não parece mais do que uma indicação obvia do tempo da gravidez, o seu sentido é bem maior e o podemos descobrir à luz do anúncio que o anjo Gabriel havia feito a Zacarias quando este teve a tão grande surpresa de ser sorteado para oferecer o incenso na liturgia do Templo. A surpresa fora grande para ele, pois no Templo trabalhavam cerca de 18.000 entre levitas e sacerdotes, estes últimos divididos em 24 classes. Á alegria de ter sido sorteado acrescentou-se naquele dia o dom que Deus queria lhe fazer: tornar a sua família mediação do verdadeiro sacerdócio, não aquele que oferece incenso em nome de outras pessoas, mas do sacerdócio que introduz as pessoas a Deus e Deus às pessoas. Sacerdócio onde a oferta não é apresentada ritualmente, mas realizada; realizada através da decisão de aderir sem condições, acreditando, na participação total ao projeto de Deus. À felicidade de ter sido sorteado Deus oferecia a possibilidade de descobrir a alegria de conhecer um novo sacerdócio.

«Terás alegria e felicidade...» estas foram as palavras do Anjo, alegria e felicidade de se sentir envolvido num mistério grandioso em favor de toda a humanidade. Era isto que Gabriel oferecia a Zacarias e à sua família. Mais que no nascimento de um filho, a alegria do anuncio consistia em se sentir objeto de um amor privilegiado por parte do Senhor do Universo, daquele Deus que Zacarias e sua família serviam através de sinais e ritos. Contudo, como freqüentemente acontece por uma terrível tentação, também Zacarias teve medo de se alegrar com a felicidade que Deus dá. Teve «medo» (1,13)... e o medo sempre esconde uma indisposição ao amor, revela quanto ainda somos incapazes de acreditar que Deus nos quer bem de verdade. Medo de ser felizes da felicidade de Deus..., isto é o que conduz às escolhas erradas. E assim foi: Zacarias exigiu uma “prova” que o convencesse; uma atitude de desconfiança que nos recorda o sorriso desdenhoso de Sara quando Deus lhe disse que, mesmo sendo de idade avançada, isto não seria impedimento ao projeto de Deus, o qual havia prometido uma descendência a Abrão, seu marido (Gen. 18,22). Sendo assim, a expressão «completou-se o tempo» significa: mesmo que Zacarias não tenha acreditado e oposto razoáveis dificuldades, não por isso o que Deus promete não se realiza. «Completou-se o tempo» é a declaração de que o projeto de Deus vai adiante por si próprio e nenhuma dificuldade, por quanto válida e fundada que seja, consegue se interpor à sua realização. Para o homem resta somente um fato: participar e se alegrar ou escolher ficar de fora. Queira ou não o homem participar, assim como o tempo da mulher é independente de sua vontade assim também o dia do Senhor, o novo dia, tem o seu tempo que independe das oposições que se possam interpor.

Terminada a cerimônia da oferta do incenso, o sacerdote procedia abençoando o povo com a benção de Aarão, o grande sacerdote de Israel (cfr. Nm.6,24). Todavia, a incapacidade de escutar a Deus, que vem a nós do modo e no tempo que com absoluta liberdade escolhe, tornou Zacarias impróprio para dar a benção ao povo, que estava esperando no átrio do Templo (1,21-22). O Anjo demonstrava assim qual é o verdadeiro culto que agrada a Deus: escutar e aderir, nisto consiste o sacerdócio.

Qual grande contradição: iniciar todas as orações públicas com o primeiro dos mandamentos: «Escuta, Israel» (Dt. 6,4) e ser incapazes de fato de dar ouvido a Deus quando intervém!

O nascimento do Batista é então saudado pelo Evangelista como a constatação de que o projeto de Deus tem força própria e regras próprias; e mais, tudo isto é permeado por um sentido geral de alegria, em Isabel, em toda a sua família e até nos vizinhos. Note-se que a gravidez era comumente mantida em reservo quase até o momento do parto; ora, aqui parece que o costume foi simplesmente rompido, pois os parentes «ouviram» falar da gravidez de Isabel, isto é, de uma notícia que havia se espalhado por si própria. É assim que acontece quando realmente somos envolvidos por uma autêntica experiência e de Deus que nos invade sem limites: tudo o resto é “resto”, simplesmente cai em segundo plano. A imagem que temos que manter diante dos outros, os costumes, as tradições à quais somos ligados... tudo é “resto”; Deus e o que Ele sabe fazer reinam totalmente na alma, quase num íntimo e intocável segredo que nada e ninguém poderá jamais lesar, aconteça o que acontecer.

Uma mesma expressão une Maria e Isabel: para ambas a alegria não consiste em “ter”, “possuir” um filho. Um filho não é posse e tampouco objeto de satisfação de algumas necessidades, não é um bem de consumo que podemos adquirir ou descartar quando quisermos. Nem em Maria nem em Isabel se encontra minimamente esta atitude egoísta que, infelizmente, hoje parece ser tão comum quando um filho é reduzido a um objeto de necessidade ou um supérfluo indesejado... Nas duas primas a alegria nasce pela única constatação: «Deus exaltou nela a sua misericórdia» diz Lucas de Isabel, ou seja, Isabel sentiu-se feliz de que Deus tivesse feito dela uma manifestação evidente daquilo que o Altíssimo é para os homens. O mesmo tema o reencontramos no canto de Maria, o “magnificat”.

Constatar como eram verdadeiras as palavras do Anjo, meditar longa e silenciosamente o sentido do evento que ocorrera nove meses antes, amadureceu Zacarias. Uma nova atitude surgiu em seu coração; uma atitude muito semelhante à de Abraão, com o qual havia começado a história da reciprocidade, do diálogo entre Deus e Israel. A decisão de dar ao filho o nome “João”, com certeza associa os dois grandes momentos que abrem o Antigo e o Novo Testamento. A analogia sugerida pelo Evangelho é compreensível pela reação dos familiares que participavam do rito da circuncisão, que marcava o ingresso no povo de Israel: «“Não existe nenhum parente teu com esse nome!” ». É útil saber que o mundo antigo se percebia como um eterno ciclo; aquilo que acontecia na natureza, a repetição das estações era o espelho de um outro ciclo, o da história, na qual o homem era inserido como por um fato, um destino ao qual ele era rendido. Assim pensava Abrão quando “ciclicamente”, repetia os percursos que seus pais haviam feito por séculos conduzindo o seu clã e seu rebanho. Mas Deus interrompeu o ciclo com uma proposta. Era o início da fé. Certeza de que a história vai para uma direção e esta direção leva a Deus. Mudar de direção não foi difícil para Abrão, mas o que significava tudo isto sim. Tratava-se de se lançar em algo novo, renunciando à certeza garantida que a “ciclicidade” dá. O mesmo passo o deu Zacarias: interrompeu, com um ato de profunda fé o ciclo que queria a repetição dos nomes dentro de uma família como símbolo da continuidade das coisas.

Um nome novo significaria uma vida nova, uma existência completamente entregue àquele Deus do qual havia desconfiado um tempo atrás. «João é seu nome» escreverá Zacarias numa tabuinha de barro. Gesto que nos recorda o pedido de Jahvé a Isaías: «Vai, pois, escreve isso numa tabuinha de barro, escreve-o num livro, para que fique registrado para os dias vindouros, para sempre, perpetuamente.» (Is. 30,8).
«João é seu nome»: começa uma era nova! Começa um caminho desconhecido que exige amor e fidelidade no qual não existe motivo de “pedir uma prova a Deus”, pois o nome deste caminho se identifica com o nome do filho de Zacarias: “João”, que significa: “Deus é favorável”!

Natividade de João Batista

O nascimento de São João Batista é celebrado pela Igreja como solenidade. Por esta razão, caindo em domingo do Tempo Comum, este cede espaço à solenidade. A celebração da Natividade de São João Batista faz parte do calendário litúrgico tanto da Igreja do Oriente quanto do Ocidente. Observemos que sua comemoração acontece seis meses antes do Natal do Senhor (cf Lc 1,36a). A festa da Natividade de João Batista, que assinala o início do verão no hemisfério norte, está vinculada a uma série de costumes populares, entre os quais se destacam as "fogueiras de São João". O Evangelho da festa relata os acontecimentos do nascimento, da circuncisão e da escolha do nome de João. Os fatos prodigiosos que o acompanharam suscitaram a admiração entre os familiares e vizinhos, levando-os a pensar: "O que será que este menino vai ser?". Significativa é a exclamação de Zacarias: "Seu nome é João!". Isto é, Deus se mostrou misericordioso. O contexto do Evangelho gira em torno da manifestação da graça e da bondade de Deus. As circunstâncias que envolveram o nascimento, como a idade avançada dos pais, a imposição do nome e a fala de Zacarias, sublinham que o recém-nascido é um dom gratuito de Deus. Enfim, o nascimento de João Batista anuncia a chegada dos tempos messiânicos, nos quais a esterilidade se tornará fecundidade, e o mutismo exuberância profética.João Batista é lembrado como um homem de grande austeridade (cf. Mc 1,6; Mt 3,4), típico de quem foi iniciado pelas comunidades religiosas do deserto. O que mais ressaltam os textos evangélicos de Mateus e de Lucas é, sobretudo, seu caráter profético. Profeta porque teve a graça de apontar o objeto de suas profecias. "João viu Jesus, que se aproximava dele. E disse: 'Eis o Cordeiro de Deus, aquele que tira o pecado do mundo. Este é aquele de quem eu falei...'" (Jo 1,29-30; cf. Mt 11,7-15). Para enfatizar essa pertença de João à grande descendência dos profetas da Antiga Aliança, Lucas narra seu nascimento na perspectiva do perfil das grandes vocações dos antigos profetas.O prefácio da missa do dia da solenidade dá o tom da grandeza profética de João Batista. "Proclamamos, hoje, as maravilhas que operastes em São João Batista, precursor de vosso Filho e Senhor nosso, consagrado como o maior entre os nascidos de mulher. Foi o único dos profetas que mostrou o Cordeiro redentor. Batizou o próprio autor do batismo, nas águas assim santificadas e, derramando seu sangue, mereceu dar o perfeito testemunho de Cristo". João Batista nasce com a missão de dar os retoques na obra dos tempos para acolher o Messias prometido. Mais que como o mestre de obra, apresenta-se como um vigoroso operário a serviço do Messias. Embora sua voz tenha estremecido as areias e as pedras do deserto, clamando conversão pelo testemunho de vida, o que impressiona é a consciência de sua insignificância: "Esta é a minha alegria, e a ela é muito grande. É preciso que ele cresça e eu diminua" (Jo 3,29b-30). Ao celebrarmos a solenidade do nascimento de João Batista, somos convidados a servir e a revelar Cristo Senhor presente entre os homens e mulheres de nosso tempo.

Hoy es el cumpleaños de San Juan Bautista

Hoy es el cumpleaños de San Juan Bautista, quien nació seis meses antes que el Hijo de Dios. Era primo de Jesús, pues las madres de ambos, María e Isabel, eras primas. Le tocó a Juan preceder al Mesías esperado, anunciarlo y preparar a la gente para recibirlo.
El nacimiento de San Juan Bautista fue milagroso, ya que Isabel era estéril y ya estaban viejos ambos padres, cuando sucedió su concepción. Nos cuenta el Evangelio que un día que a Zacarías, sacerdote judío le tocó entrar solo en el santuario del Templo para ofrecer el incienso, mientras el resto de la gente estaba afuera en oración, se le apareció el Angel del Señor, el cual le dijo: “Tu oración ha sido escuchada y tu esposa Isabel te dará un hijo al que llamarás Juan” (cf. Lc. 1, 5-25).
El Angel pasó luego a describirle la misión de Juan, indicándole además, que estaría “lleno del Espíritu Santo ya desde el seno de su madre”. Sin embargo Zacarías dudó de que su mujer vieja y estéril pudiera concebir. “¿Cómo puedo creer yo esto? Yo estoy viejo y mi esposa también”, a lo que el Angel respondió severamente: “Yo soy Gabriel, el que está delante de Dios. He sido enviado para comunicarte esta buena noticia, pero tú no has creído en mis palabras, las cuales se cumplirán a su tiempo. Por esto quedarás mudo hasta el día en que se realice todo lo que te he dicho”.
Efectivamente, como fuera anunciado, Isabel quedó embarazada, “porque nada es imposible para Dios” (cf. Lc. 1, 36-37). Son las palabras del mismo Angel Gabriel a la Santísima Virgen María, refiriéndose a la concepción de Juan el Bautista en el momento en que le trae el anuncio de otra concepción milagrosísima, la de su Hijo, e Hijo de Dios. María sí creyó. Sólo se limitó a preguntar cómo sería, pues ella no llevaba relación con ningún hombre. Luego de la explicación del Angel, creyó lo imposible: el mismo Dios, cubriéndola con su sombra, la haría concebir al Salvador del mundo.
Y ante la velada invitación que el Angel le hizo para ir a visitar a su prima, María “partió apresuradamente a casa de Zacarías e Isabel” (Lc. 1, 39-40). No era solamente la visita de la prima jovencita a la prima anciana embarazada: era la visita del Salvador del mundo a su Precursor. Dios quería visitar y preparar a quien iba a ser su enviado, el más grande de todos los Profetas (cf. Mt. 11, 11).
Y ¡qué preparación! ¡San Juan Bautista recibió el Espíritu Santo estando aun en el vientre de su madre!
Se cumplió lo que el Angel le había anunciado a su padre, pues apenas Isabel recibió el saludo de la Madre de Dios, el niño dio saltos de alegría en sus entrañas (cf. Lc. 1, 40-45). Pero Santa Isabel también “se llenó del Espíritu Santo”. Y así, plena de Dios, adivina el secreto que sólo María y la Trinidad conocían: “¡Bendita eres entre las mujeres y bendito el fruto de tu vientre! ¿Cómo he merecido yo que venga a mí la Madre de mi Señor?”.
¡Qué manera de preparar a San Juan Bautista! ¡Qué manera de ponerse en movimiento los planes de Dios para la salvación del mundo! Dos primas. Dos primos. Dos mujeres. ¡Dos bebés aun no nacidos! Ya había comenzado el plan de rescate de la humanidad: “Todo será por obra de la tierna bondad de nuestro Dios que nos trae del cielo la visita del Sol que se levanta, para alumbrar a aquéllos que se encuentran entre tinieblas y sombras de muerte, y para guiar nuestros pasos por el camino de la Paz” (Lc. 1, 78).
A los ojos de los demás nada ocurría. Sin embargo algunos sabían que algo muy especial estaba sucediendo, porque Zacarías e Isabel hicieron algo inesperado: no nombraron al hijo como su padre, sino “Juan”, el nombre que el Angel había indicado. Zacarías tuvo que confirmar este deseo escribiéndolo en una tablilla. Y en ese momento recuperó el habla. Y la gente se preguntaba: “¿Qué va a ser de este niño? Porque realmente la mano de Dios estaba con él”. (Lc. 1, 57-80)
La respuesta la dio Dios a través de Zacarías quien ahora, lleno del Espíritu Santo, empezó a rezar el cántico que llamamos “Benedictus”. Y en esa maravillosa alabanza a Dios, nos dice esto de su hijo: “Y tú, pequeño niño, serás el Profeta del Altísimo, pues llegarás primero que el Señor, para prepararle el camino, para enseñar a su pueblo lo que será la salvación cuando se les perdonen sus pecados” (Lc. 1, 76).
Y así fue con San Juan Bautista. Se preparó en el desierto desde su niñez hasta el día en que se dio a conocer al pueblo de Israel (cf. Lc. 1, 80). Cuando llegó el momento aparece como un maestro rodeado de discípulos, a quienes enseña a ayunar y a orar. Su voz se oye cerca del Jordán, invitando a la conversión, a la confesión de los pecados, sellando ese cambio de vida con un ritual de inmersión en el agua, prefiguración del Sacramento del Bautismo.
Algunos creían que Juan era el Mesías esperado. Pero él aclaró: “Yo bautizo con agua, pero hay uno en medio de ustedes, a quien no conocen. El viene detrás de mí y yo no merezco soltarle la correa de la sandalia” (Jn. 1, 26-27).
Al día siguiente de decir esto, Jesús vino a donde estaba Juan y éste exclamó al reconocerlo: “Ahí viene el Cordero de Dios, el que carga con el pecado del mundo. De El yo decía: Detrás de mí viene un hombre que ya está delante de mí, porque existía antes que yo. Yo no lo conocía, pero mi misión y mi bautismo con agua eran para El, para que El se diera a conocer a Israel”. (Jn. 1, 29-31).
En su predicación de conversión, San Juan Bautista denunció el adulterio del Rey Herodes y esto le ocasionó su martirio: la cabeza del más grande nacido de mujer es presentada al Rey en una bandeja de plata (cf. Mt. 14, 3-12 y Mc. 6, 14-29).
Así concluyó el testimonio del Precursor quien, al ser informado que Jesús también estaba bautizando y muchos iban donde El, respondió: “Ustedes saben muy bien que yo dije: Yo no soy el Cristo, sino el enviado que lo va anunciando ... Es necesario que El crezca y que yo disminuya” (Jn. 3, 28-30).
Que comencemos nosotros a disminuir también, para que Dios crezca en nosotros, y poder también así ser sus testigos y preparar su llegada. Que así sea.

É necessário que Ele cresça e eu diminua

Santo Agostinho(354-430), bispo de Hipona (Norte de África) e doutor da Igreja
Sermão para o nascimento de João Baptista
O nascimento de João e o de Jesus, e as suas Paixões, marcaram a diferença entre eles. Com efeito, João nasce quando o dia começa a diminuir; Cristo, quando o dia começa a crescer. A diminuição do dia, para um, é o símbolo da sua morte violenta. O seu crescimento, para o outro, a exaltação da cruz.Há também um sentido secreto que o Senhor revela... em relação a esta palavra de João acerca de Jesus Cristo: «É necessário que Ele cresça e eu diminua». Toda a justiça humana... se consomara em João; acerca dele dizia aVerdade: «Entre os filhos das mulheres, não surgiu nenhum maior do que João Baptista» (Mt 11,11). Nenhum homem teria, pois, podido ultrapassá-lo; mas ele era apenas um homem. Ora na nossa graça cristã, é-nos pedido que não nos glorifiquemos no homem, mas se alguém se glorifica que se glorifique no Senhor» (2 Co 10,17): o homem no seu Deus; o servidor no seu mestre. É por este motivo que João grita : «É necessário que Ele cresça e eu diminua.» Claro que Deus não diminuiu nem aumentou em Si mesmo, mas nos homens: à medida que progride o verdadeiro fervor, a graça divina cresce e o poder humano diminui, até que chegue à sua conclusão o reino de Deus, que está em todos os membros de Cristo, e no qual toda a tirania, toda a autoridade, todo o poder estão mortos, e Deus é tudo em todos (Col 3,11).João, o evangelista, diz: «Havia a verdadeira luz, que ilumina todo o homem vindo a este mundo» (1,9); por seu lado, João Baptista diz: «Nós recebemos tudo da Sua plenitude» (Jo 1,16). Assim que a luz que é em si própria sempre total, cresce contudo em quem por ela é iluminado, esse diminiu em si mesmo, à medida que se vai abolindo nele o que estava sem Deus. É que o homem sem Deus nada pode, a não ser pecar, e o seu poder humano diminiu quando triunfa a graça divina, destruídora do pecado. A fraqueza da criatura cede ao poder do Criador e a vaidade dos nossos afectos egoístas dissolve-se diante do amor universal, enquanto João Baptista do fundo da nossa angústia, nos grita a misericórdia de Jesus Cristo: «É necessário que Ele cresça e eu diminua».

Natividade de São João Batista

A esterilidade se tornará fecundidade e o mutismo, exuberância profética.
A festa Junina é uma celebração
brasileira de origem européia, historicamente relacionada com a festa pagã do solstício de verão que era celebrada no dia 24 de junho segundo o calendário juliano (pré-gregoriano) e cristianizada na Idade Média como "festa de São João". Ela festeja no Brasil três importantes santos católicos: São João (24 de junho), São Pedro (29 de junho) e Santo Antônio (13 de junho). Recebeu o nome de junina (chamada inicialmente de joanina, de São João) porque veio de países europeus cristianizados. A festa foi trazida para o Brasil pelos jesuítas portugueses e logo foi incorporada aos costumes dos povos indígenas e negros.
João é filho de Zacarias que, por causa de sua pouca fé, tornou-se mudo, e de Isabel, aquela que era estéril. O nascimento de João Batista anuncia a chegada dos tempos messiânicos, nos quais a esterilidade se tornará fecundidade e o mutismo, exuberância profética.
Assim, João se torna para nós hoje uma figura que inspira esperança, liberdade e bênção. Há muito que podemos aprender de João Batista. Marcelo Barros, em artigo recente, aponta para três pistas:
1. Libertar a Terra do destino de mercadoria
Há muita gente por aí que ao ver João Batista e ouvir os seus ensinamentos julgariam sem lógica. Atrasado. Contra o progresso. Por que eles têm outra lógica, uma lógica que nós julgamos perversa. A lógica deles é o mercado. O mercado sempre existiu no mundo e, em si, é uma coisa boa de relação humana e intercâmbio.... Eu adoro ver estas feiras de troca-troca que tem em alguns lugares do Brasil. Não se usa dinheiro. Troca-se um casaco de frio por uma flauta indígena, um livro por um CD e assim por diante... O mercado nacional e internacional é uma instituição de intercâmbio e sociabilidade humana, como a escola, uma Igreja e mesmo um governo. Em sociedades antigas, o mercado era subordinado às instituições sociais. A família, a Igreja, o governo.... Ninguém vendia uma coisa a um irmão ou a um parente para ter lucro... A Igreja fazia dias de feriado que todo mundo obedecia e fechava o mercado naqueles dias. Os governos garantiam preços justos para os pobres. O mercado era controlado. A sociedade capitalista emancipou o mercado e, ao contrário, colocou a sociedade sob o domínio do mercado. Aí o mercado impõe suas leis, por exemplo, o individualismo. Cada um por si e Deus por ninguém. O que importa é o interesse individual. Isso é da lógica do mercado capitalista. Daí, a crítica profética de João Batista: “Convertei-vos e crê na Boa Nova.”
2. Re-encantar a Terra com nossa vida.
Quanto à economia, o que parece desvantagem nos termos atuais, pode ser visto como vantagem no momento da crise ecológica. O transporte de mercadorias tem um custo ecológico que só se justifica para bens de primeira necessidade que não possam mesmo ser produzidos localmente. Não vai dar mais para transportar camisas de malha ou guarda chuvas da China para o Brasil. Num sistema de "economia solidária" não se pode pensar em economizar no valor do dinheiro se isso implicar uma deseconomia ecológica. A coisa tem que ir por aí: unidades de produção locais, articuladas em rede, com baixo padrão de consumo material. À primeira vista, falar em baixar o padrão de consumo pode assustar, mas só os ricos terão este problema. E os pobres que não têm, mas sonham em ter automóvel e todos os equipamentos de luxo que se importam ou são feitos com prejuízo da natureza.
Isso significará uma vida sem graça? De jeito nenhum! Nem foi para João Batista. Temos que pensar aqui no fantástico desenvolvimento das forças produtivas que não são somente materiais e a partir de um modo de produção cooperativo e solidário.
3 - O envio que vocês recebem hoje
Anunciar Jesus, para João Batista ou para nós, é missão muito séria e delicada. Não é para ir fazendo de qualquer jeito, no entusiasmo do momento. Quem evangeliza (e todos nós somos chamados a evangelizar), tem que se preparar com estudo, com a sensibilidade pela voz do povo e com a oração para cuidarmos bem os valores mais importantes da vida.
Um amigo passou na Bolívia e perguntou a uma velha índia que vendia artesanatos na rua.
- Como vai Evo Morales? Ela respondeu:- Vai bem. Mas, se não for, nós o tiramos....
Esta força indígena é nova. E abre novas questões para a História. Na véspera de assumir a presidência da República, Evo Morales recebeu uma consagração indígena em Tihuanaco. E ali ele falou o seguinte aos índios: "Se nós sobrevivemos a cinco séculos de decreto de extermínio, é porque somos portadores de valores necessários para toda a humanidade".
Um primeiro envio deste congresso pode ser o de acertarmos um diálogo mais profundo e permanente com organizações indígenas para organizar melhor a luta comum pela Terra e pela soberania nacional e comunitária, mas para um projeto além disso: para escutarmos os índios e aprendermos com sua sabedoria e seus valores. É dessa sabedoria e desses valores que nascem continuamente a fecundidade sustentável para todo o planeta. É a mesma fonte que sustentou João Batista. Ela é uma bênção da Mãe Terra, da Pachamama, para um imenso desafio que nós temos pela frente neste Brasil do agronegócio e do etanol. E quando a gente fala de missão, tem de ter claro qual a missão, por que (as motivações) e como podemos cumpri-la.
Que João Batista seja o nosso grande aliado e companheiro! Que esta festa de São João nos alegre e nos encante nesta caminhada! Que assim seja. Amém.