quinta-feira, 24 de abril de 2008

6° Domingo Pascal (Pe Carlo)

Continuamos hoje a leitura do trecho do Evangelho do domingo passado. Ainda em clima de despedida, Jesus entrega aos discípulos as últimas e definitivas realidades que, a partir do evento pascal, irão conduzir a igreja na história dos homens como um fermento dentro da massa, rumo à meta definitiva da humanidade. A comunidade de fé é portadora de um novo principio que, com o tempo, poderá gerar uma vida nova, uma nova maneira de ser; dará um significado novo à existência do homem, será capaz de esvaziar de encanto o “gosto do poder” que tanto atrai os que não conseguem encontrar sentido maior para sua vida e precisam sentir-se fortes. É a presença do Espírito do Senhor ressuscitado. Jesus não falava do seu retirar-se como de uma morte, «eu vivo» dizia. A condição de Jesus é eternamente vida pois somente a falta de amor gera aquela morte existencial que se experimenta ao fechar-se em si mesmo. Vida e morte estão entre si em relação como o amor e o egoísmo, a confiança e a autonomia centralizada sobre as próprias convicções. Morte é viver por si e em si, vida é viver fora de si mesmo e para o Outro. Trata-se mais de uma dimensão existencial do que uma quantificação de tempo transcorrido. É isto que a Escritura entende por vida e morte. Entende-se assim, como amor é vida e tudo o que é “não-amor” é morte.
Uma vez experimentado e tocado com mão o principio vivificante do amor que movia Jesus, aos seus discípulos também Jesus assegura: «vos também vivereis». Ele garante que suas vidas terão sentido e sabor novo, significado e força. A comunidade cristã é assim portadora desta “vida”, capaz de dar rumo novo à história dos homens. Vida, não é “duração”, é uma qualidade do existir no mundo; “morte” é inconsistência, vazio, existência sem sentido. A comunidade de Jesus carrega consigo o precioso tesouro daquela força de amor que conduzia Jesus, o Espírito de amor-vida que impele a infinitamente superar-se a si mesmo, rompendo os limites impostos pelo medo de perder. É para este mundo que tem medo de “perder” que Jesus entrega, como por uma última vontade, o desejo que a comunidade leve a cumprimento, durante o tempo dos homens, o que Ele realizou em raiz: ser para o “mundo” o lugar onde é possível conhecer e confiar na sinceridade do amor que Deus tem para com os homens. Esta é a verdade sobre Deus, quando muitas são as opiniões sobre Ele. Estas, muitas vezes afastam as pessoas, as quais acabam trilhando o caminho da morte numa existência insossa e que, sendo assim, precisa do “gosto do poder” para se afirmar. Quem ama não precisa se afirmar, não precisa demonstrar nada, lhe é mais que suficiente o que faz, pois nisto já encontra o sentido de sua vida e a própria realização. O contrário, a incapacidade de amar, de confiar em alguém, conduz à solidão e à desarmonia consigo mesmo e com o mundo.
Os “profundos desequilíbrios dos quais sofre o mundo contemporâneo, encontram sua raiz no profundo desequilíbrio que está no coração do homem”, dizia o Concílio (GS 10). Ora, este “desequilíbrio” que gera as contradições das quais somos expectadores, nasce de um profundo mal-entendido. Com imagens que lhe são próprias, o livro de Gênesis tenta desde então evidenciar a raiz do drama que produz tanta destruição e morte na história dos homens: Deus é tido como rival do homem. A “serpente” induz o homem a “suspeitar” da bondade de Deus. Quando a suspeita se insinua as relações são afetadas. De onde nasce a suspeita? Será porque temos medo da gratuidade? Ou, talvez, porque desconfiamos que alguém possa ser “bom” já que nos sabemos capazes de ser bondosos e egoístas com a mesma facilidade? Se assim for, será que é justo projetar nossos medos e inseguranças, mesmo que inconscientes, sobre Deus? Esta atitude é a “idolatria” tão deprecada no Antigo Testamento e que ressurge também hoje em dia quando fazemos de Deus a projeção do nosso “eu”, recusando a verdade, que é objetiva.
Estamos na raiz, no núcleo da incompreensão da realidade, naquilo que “impede ao mundo de ver” – como diz o trecho de hoje. Enquanto o homem considerar a Deus como o seu rival, como alguém que quer ”tirar-lhe” algo, ele será incapaz de “ver”. Enquanto persistir o medo de ser despojado do valor que o homem percebe ser, ele não consegue perceber que o “espírito”, a lógica que move Deus, é outra. É o desejo de que o homem alcance a sua plena realização e felicidade, é um desejo que não tira mas acrescenta.
Com o conjunto de sua vida, dada em cada momento aos homens em nome do Pai, Jesus quis acima de tudo, mostrar o verdadeiro “espírito” que move Deus em direção ao homem. Com ouvimos: o “espírito da verdade”! Os atos de Jesus, suas palavras confortadoras e capazes de devolver a dignidade, nada de mais elevado queriam expressar do que a “verdade” sobre quem é aquele Deus que os homens tanto temem e que receiam como rival.
Deus que “compete” com o homem... com certeza esta não é a “verdade sobre Deus”. «O que é a verdade?» perguntou um dia Pilatos a Jesus . É evidente que a verdade da qual nos diz o Evangelho não é de forma alguma um objeto da especulação da mente, um paradigma intelectual ao qual se conformar. Este “principio primeiro”, base da lógica do universo físico e moral, a cultura de então chamava “verdade”. Mas na linguagem do Evangelista, que segue a tradição do AT, “verdade” significa algo diferente, significa “lealdade”. Alguém é “verdadeiro” quando é leal, quando é fiel, quando é, como diríamos nós: autêntico, consistente. O que é inconsistente é vão, falso. Falsa é, então, qualquer imagem de Deus que tenhamos fabricado em nossa mente sem dar a Deus a possibilidade de mostrar quem Ele é; isto é “falso”, inconsistente. Com certeza a imagem de um Deus-rival que desvia os sentimentos, que afasta, que relega o homem à tristeza do próprio mundo particular do qual com muito sofrimento poderá sair, esta imagem é falsa, inconsistente. Jesus é o “evento” que declara a verdade de Deus. Suas obras, suas palavras e sua vida dada revelam o autêntico rosto de Deus. Deste Espírito de Jesus, deste amor encarando, a comunidade é portadora. Nela, que experimentou e continuamente experimenta em si a presença do Senhor, aquele Espírito «permanecerá para sempre» a fim de que o mundo possa conhecer a verdade sobre Deus.
Sendo assim, a autêntica experiência de fé, que insiste na comunidade quista por Jesus, supera os limites de um misticismo individualista relegado a sensações, e se transforma numa proposta visível para “o mundo, que não pode ver”. Estas palavras de Jesus ressoam como um apelo, não como uma condenação. É o apelo de Jesus à sua Igreja para que por ela o mundo também “receba” um Espírito novo, capaz de re-equilibrar a desarmonia gerada pelo autonomismo que se transforma na única Lei. Como último desejo, à sua comunidade Jesus pede para que aqueles e ainda não vêem, “vejam” a lealdade de Deus. A Igreja, em cada cristão pode dizer ao mundo: sim, é possível uma vida mais humana confiando em Deus, tendo seu estilo de vida e suas palavras como referência.

quarta-feira, 23 de abril de 2008

DOMINGO VI DE PASCUA - CICLO A (J. ALDAZABAL)

-HACIA LA PLENITUD DE LA PASCUA
En las dos semanas que quedan de Pascua, el Señor Resucitado nos prepara para vivir el misterio de su «ausencia». Nosotros pertenecemos a las generaciones que ya desde el principio merecieron la «bienaventuranza» de los que, como Cristo le dijo a Tomás, «creen sin haber visto».
Una primera respuesta a esta situación es que Cristo mismo, a pesar de que no le vemos, porque está en estado glorioso, sigue estándonos presente: a pesar de que «vuelve» al Padre, sin embargo «no os dejaré desamparados», «yo sigo viviendo», «yo estoy con mi Padre, vosotros conmigo y yo con vosotros». Recordemos que las palabras de despedida el día de la Ascensión serán: «Yo estoy con vosotros todos los días».
Es una buena ocasión -como lo ha sido todo el tiempo pascual- para insistir en la gozosa convicción de que Cristo no nos está lejos, sino entrañablemente cercano, según su promesa: en la comunidad, en su Palabra, en sus sacramentos, de modo particular en su Eucaristía, y también en la persona del pr6jimo.
-EL ESPÍRITU,
EL MEJOR REGALO DEL RESUCITADO
Pero hoy empieza a adquirir relieve otro protagonista que llena y da sentido a esta aparente ausencia de Cristo: El nos da su Espíritu.
Ya aparece en la 1ª lectura, cuando los creyentes de Samaria reciben el Espíritu por medio de los apóstoles en lo que hoy llamamos la Confirmación, que completa el Bautismo. En la 2ª, Pedro nos asegura que Cristo bajó a la muerte «pero volvió a la vida por el Espíritu».
Y por fin, Jesús en la última cena promete a los suyos el Espíritu como «defensor», «Espíritu de la verdad», un «Espíritu que esté siempre con vosotros», "que vive con vosotros y está con vosotros".
En estas últimas semanas conviene que acentuemos este protagonismo del Espíritu en la vida de la Iglesia. No tanto como preparación a una fiesta nueva o independiente, sino como dimensión esencial de la Pascua. La Iglesia es algo más que una organización social. Su misterio interior se basa sobre todo en la presencia del Resucitado y la acción vivificadora del Espíritu. El Espíritu, el mejor don del Señor Resucitado a su comunidad, el que la anima y la lleva a la plenitud del amor y la verdad. El Espíritu, «Señor y dador de vida».
-UNA COMUNIDAD LLENA DE ESPÍRITU
Estas convicciones teológicas se tienen que traducir en la imagen que presenta la comunidad eclesial: comunidad de Cristo y del Espíritu. Siguiendo los «filones» que hayamos destacado a lo largo de la Pascua, se puede ejemplificar en estas direcciones.
a) La comunidad de Jesús ha recibido de El la riqueza de los ministerios: hoy aparecen los diáconos predicando y bautizando, y luego los apóstoles expresando más plenamente el don del Espíritu y la agregación a la Iglesia.
b) Todo ello en medio de una comunidad que se siente misionera, evangelizadora y sacramental. En este tiempo pascual la comunidad habrá tenido la experiencia de los bautizos, las confirmaciones -con la significativa visita del obispo a las parroquias- y ojalá también ordenaciones, que supondrían nuevos ministros para bien de todos. Una comunidad rica en dones, todos ellos recibidos de Cristo y animados por su Espíritu. Comunidad llena de esperanza y alegría, como la de los samaritanos. No conformista, trabajadora, misionera, testimonial.
c) Esto supone también un crecimiento en la vida pascual de cada cristiano. La carta de Pedro invita a sus lectores a que mantengan firme su fidelidad y a que tengan ánimos. Buena palabra para los cristianos de ahora, que también vivimos en un mundo difícil. Ya en aquel tiempo había contradicción entre los criterios del evangelio y los de la sociedad, además de trabas y persecuciones. Pedro les propone un modelo que les anima a la perseverancia: el mismo Cristo Jesús, que fue objeto también de persecución y fue llevado a la muerte por su testimonio de la verdad. Pero resucitó y ahora triunfa en su nueva existencia.
Tal vez el mejor testimonio que podemos dar los cristianos a la sociedad de hoy es la esperanza, la visión positiva de la vida, el aprecio a los valores auténticos: que estemos prontos, como dice Pedro a los suyos, «a dar razón de vuestra esperanza al que os la pidiere».
En el ámbito de la familia o de las actividades profesionales, un cristiano que se ha dejado contagiar por la Pascua de Cristo, es testigo de su novedad y su alegría dinámica. Testigo de que el Espíritu sigue actuando, y por tanto de que es posible este milagro: una Iglesia y una sociedad más «pascuales».
Nos reunimos para celebrar la Eucaristía, en torno al Resucitado y movidos por su Espíritu: para poder luego vivir su vida pascual en medio del mundo.
J. ALDAZABAL

DOMINGO VI DE PASCUA - CICLO A (IGNACIO OÑATIBIAMISA)

ES/EPICLESIS I/MISION.
En el evangelio Jesús promete a sus discípulos el envío del Espíritu, como lenitivo a la tristeza que percibe en ellos por el anuncio de su inminente partida. Viene a decirles que su "paso al Padre" no significa "vacío" ni "ausencia". Su presencia entre los suyos está asegurada aún después de su marcha: "No os dejaré desamparados, volveré... Yo estoy con mi Padre, vosotros conmigo y yo con vosotros". Esta promesa viene a renglón seguido de la afirmación: "Yo pediré al Padre que os dé otro Defensor, que esté siempre con vosotros". Hay conexión entre ambas promesas.
En efecto, la función del Espíritu Santo en la etapa presente de la Historia no es hacer las veces de Cristo ni llevar a término su obra. Él no es el sucesor de Cristo, sino su representante (en el sentido fuerte de la palabra): el encargado de asegurar la presencia permanente de la Persona de Cristo en su Iglesia y de que su obra de salvación vaya siendo interiorizada y asimilada por sus seguidores. Gracias al Espíritu, la resurrección ha significado para Jesús la posibilidad de una forma nueva, más profunda y perfecta, de hacerse presente a los suyos.
Quizás haya lugar para insistir, al hilo de las reflexiones precedentes, en lo que significa de seguridad para la Iglesia esta promesa del "Otro Defensor". La primera lectura nos ofrece también un punto de apoyo para ello (narra como una Pentecostés en miniatura, que viene a sellar la fundación de la Iglesia en Samaría), La Iglesia sabe que depende enteramente del Espíritu para cumplir su misión entre los hombres. De ahí la presencia, explícita o implícita, de una epiclesis o invocación al E. S. en toda celebración sacramental.
-El Espíritu que empuja a la misión
Son sintomáticas las dos alusiones al E.S. en la primera lectura, que narra la primera expansión misionera de la Iglesia, en la comunidad "herética" de Samaría, fuera de los confines del judaísmo. Vemos a Felipe, conducido por el E.S., dar testimonio de la Resurrección con la fuerza del E. que recibiera por la imposición de las manos. Por otra parte, para san Pedro (segunda lectura) dar testimonio de la fe, "dar razón de nuestra esperanza a todo el que nos la pidiere" y proclamar el misterio pascual vienen a ser casi sinónimos. El Señor resucitado es la única razón de vivir de los creyentes. En la colecta pedimos poder "manifestar en nuestras obras los misterios que estamos celebrando en estos días de alegría en honor de Cristo resucitado".
DOMINICAL 1990/11

6° Domingo da Páscoa (Pe. Antônio Geraldo Dalla Costa)

A Despedida

A Igreja celebra nos próximos dias duas grandes festas: ASCENSÃO e PENTECOSTES.

As Leituras bíblicas refletem sobre esses dois fatos:
- A Ascensão: com o discurso da Despedida.
- O Pentecostes: com a promessa do Espírito Santo...
e a Imposição das mãos dos apóstolos.

A Liturgia nos mostra que Deus está presente na sua Igreja,
pelo Espírito Santo, mesmo depois da volta de Jesus ao Pai.

A 1ª leitura narra o início da missão evangelizadora da Igreja,
fora de Jerusalém. (At 8,5-8.14-17)

Os Apóstolos Pedro e João são enviados à Samaria,
para completar a Iniciação cristã realizada pelo Diácono Felipe
conferindo o Dom do Espírito Santo aos recém-batizados,
através do gesto da imposição das mãos.

* O episódio lembra duas verdades:
- O Batismo é completado pelo Gesto da Unção do Crisma e da imposição
das mãos do Bispo, no sacramento da Confirmação.
É o momento em que recebemos a Plenitude do Espírito Santo.
- Para uma comunidade se constituir de fato como Igreja,
não basta uma aceitação isolada e independente da Palavra,
mas é convidada a viver a sua fé em comunhão com toda a Igreja.

Na 2ª Leitura, São Pedro exorta os cristãos à fidelidade
aos compromissos assumidos com Cristo no Batismo. (1Pd 3,15-18)

O Evangelho faz parte do discurso da DESPEDIDA de Jesus.
É o testamento que o mestre deixa à Comunidade antes de partir. (Jo 14,15-21)

Os discípulos se mostram abalados e tristes...
Jesus os anima, declarando que não os deixará órfãos no mundo.
Ele vai ao Pai, mas vai encontrar forma de continuar presente
e de acompanhar a caminhada dos seus discípulos.
É uma alusão à sua volta invisível, mas real,
mediante o Espírito Santo, que o substituirá junto aos discípulos
e permanecerá sempre com eles e com toda a Igreja.
É a possibilidade de viver em intensa comunhão com o Pai e o Filho,
pelo Espírito da Verdade, que nos é dado como dom da Páscoa.

Para isso, é preciso um amor autêntico,
que se manifesta na observância dos Mandamentos:
"Quem me ama... guarda os meus mandamentos..."
Só quem vive no amor, e portanto no cumprimento da vontade divina
está apto a receber o Espírito Santo.

- Jesus fala de "Os Meus Mandamentos...":
Não se trata dos 10 Mandamentos, pois já existiam no Antigo Testamento...
Pouco antes, Jesus afirmara que toda a Lei e os Profetas se resumem
em "Amar a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como ele nos amou"

Conseqüências desse amor vivenciado dos Mandamentos:
- Merece receber o Espírito Santo:
"Ele vos dará o Espírito da Verdade, que o mundo não é capaz de receber".
- É alguém amado pelo Pai...: "Ele será amado pelo Pai..."
- Torna-se capaz de perceber a manifestação de Cristo:
"Eu o amarei e me revelarei a ele..."
- Sobretudo, torna-se MORADA DE DEUS:
"Viremos a ele e faremos nele morada..."

A Comunidade cristã será então a presença de Deus no mundo:
Ela e cada membro dela se converterão em Morada de Deus,
o espaço onde Deus vem ao encontro dos homens.
Na Comunidade dos discípulos e através dela,
realiza-se a ação salvadora de Deus no mundo.
O "caminho" proposto por Jesus
para muitos parece um caminho de fracasso,
que não conduz nem à riqueza, nem ao poder,
nem ao êxito social, nem ao bem estar material,
a tudo o que parece dar verdadeiro sabor
à vida dos homens do nosso tempo.

No entanto, Jesus nos garantiu que é nessa identificação com Cristo
e nesse "caminho" do amor e da entrega,
que se encontra a felicidade plena e a vida definitiva.Jesus garantiu aos discípulos o envio de um "defensor",
de um "intercessor", que haveria de animar a comunidade cristã
e conduzi-la ao longo da sua história.

A Comunidade cristã, identificada com Jesus e com o Pai,
animada pelo Espírito, é o "Templo de Deus",
o lugar onde Deus habita no meio dos homens.
Através dela, o Deus libertador continua a concretizar
o seu plano de salvação.

Procuremos viver intensamente essa presença de Cristo,
no meio de nós, agora na Eucaristia
e depois no amor vivenciado para com os irmãos!

6° Domingo da Páscoa (Frei Faustino Paludo, ofm cap.)

O Espírito da VerdadeO Evangelho deste domingo, que faz parte do discurso de despedida de Jesus, é o testamento que o Mestre deixa à comunidade antes de partir. Os discípulos se mostram abalados e tristes. Jesus, porém, declara que eles não ficarão órfãos. Ele estará presente por meio de seu Advogado, o Espírito Santo.O amor mútuo é a forma de superar o medo, a tristeza da separação e a morte. "Se me amam, vocês obedecerão a meus mandamentos". Vivendo no amor, os discípulos estarão amando Jesus e observando os seus mandamentos. O amor para com Jesus é condição para poder cumprir seus mandamentos, da mesma forma que cumpri-los será prova do amor para com Ele. "Eu lhes dou um novo mandamento novo: amem-se uns aos outros. Assim como eu amei vocês, vocês devem amar uns aos outros" (Jo 13,34). O amor consiste em assumir os mesmos valores vividos por Jesus. O Pai, por sua vez, considera como filho aquele que procura amar da mesma forma que Jesus, o qual o vê como irmão. Na antiga aliança, Deus se manifestava por meio de sinais. Hoje, revela-se no discípulo que escolhe e assume o caminho de seu Filho. Jesus revela que exercerá uma atividade mediadora junto do Pai. "Eu pedirei ao Pai, e ele lhes dará outro Advogado, para que permaneça com vocês para sempre". Pela mediação dEle, a comunidade dos discípulos recebe o Espírito Santo, que advogará e zelará em favor do povo cristão em todas as circunstâncias. Quem sustenta a ação libertadora de Jesus no curso dos tempos é o Advogado, o Espírito da Verdade que permanece para sempre na comunidade dos discípulos. Assim, realmente, esta força mantém viva a memória da fidelidade de Jesus entre os discípulos: animada pelo Espírito, a comunidade não caminha em direção ao vazio ou à derrota, pois o caminho de Jesus conduz à Vida. O Mestre oferece aos discípulos toda a segurança. "Eu não os deixarei órfãos"; isto é, Jesus promete que não os deixará desamparados ou à mercê daqueles que cometem todo tipo de injustiças. Quem acredita na força do Espírito da Verdade não se deixa abater pela perseguição nem pelas dificuldades surgidas no interior da comunidade. Pela Ressurreição, Jesus está totalmente presente no Pai e, ao mesmo tempo, totalmente presente na comunidade dos discípulos. "Nesse dia, vocês conhecerão que eu estou em meu Pai, vocês em mim, e eu em vocês". Jesus nos tranqüiliza e nos garante a assistência: sua Ressurreição não é ausência, mas sim possibilidade de viver em intensa comunhão com o Pai e o Filho, pelo Espírito da Verdade que nos é dado, como dom da Páscoa. O Espírito alimenta o senso de comunhão e o discernimento para buscar a verdadeira vida: cabe a cada um de nós e à comunidade cristã acolher e fazer frutificar sua presença misteriosa e restauradora!

DOMINGO 6 del Tiempo de Pascua- Ciclo "A" -

El Evangelio de hoy continúa con el discurso de Jesucristo a sus Apóstoles durante la Ultima Cena. Y en sus palabras el Señor nos indica los requerimientos del Amor de Dios y también la recompensa para aquéllos que cumplan esos requerimientos.
Sabemos que Dios es infinitamente generoso en su Amor hacia nosotros sus creaturas. Pero también es exigente al requerir nuestro amor hacia El. Si no, ¿qué significan estas palabras del Señor? “El que acepta mis mandamientos y los cumple, ése me ama ... El que no me ama, no guarda mis palabras ... Si me aman, cumplirán mis mandamientos.” (Jn. 14, 15-24).
Aquí Jesús nos está mostrando, no solamente las exigencias del Amor de Dios, sino también nos está indicando algo que es esencial en el amor: quien ama complace al ser amado. Y ¿qué es complacer a quien se ama? Es justamente cuidarse de no ofenderle, de no desagradarle; por el contrario, es tratar de hacer en todo momento lo que le cause contento y agrado.
Dios nos ama con un Amor infinito -sin límites-, con un Amor perfecto -sin defectos- ... porque Dios es, no sólo la fuente de todo amor, sino que El es el Amor mismo (cfr. 1 Jn. 4, 8).
Amar a Dios es complacerlo en todo: en hacer su Voluntad, en cumplir sus mandamientos, en guardar sus palabras. “El que acepta mis mandamientos y los cumple, ése me ama ... El que no me ama, no guarda mis palabras”. Amar a Dios es, entonces, amarlo sobre todas las personas y sobre todas las cosas; amarlo a El, primero que nadie y primero que todo ... y amarlo con todo el corazón y con toda el alma.
En este pasaje del Evangelio de San Juan, Jesús nos dice cuál es nuestra recompensa por amar a Dios, como El lo merece y como El lo requiere. Esa recompensa es ¡nada menos! que El mismo: “Al que me ama a Mí, lo amará mi Padre; Yo también lo amaré y me manifestaré a él ... y vendremos a él y haremos nuestra morada en él” (Jn. 14, 21-24).
Pero ... si observamos bien nuestra actualidad: los hombres y mujeres de hoy ponemos nuestra confianza y nuestra admiración en los poderosos, en los artistas, en los modelos de belleza, en las estrellas deportivas, etc. Podríamos decir que nos identificamos con ellos, les damos todo nuestro aprecio -inclusive nuestro amor- llegando a imitar sus maneras de ser, siguiendo sus recomendaciones, etc.
Pero ... pensemos bien ... ¿qué mayor Poder que el de Dios, fuente de todo poder? ¿qué mayor Belleza que la de Dios, fuente de toda belleza? ¿qué mayor Bondad que la de Dios, fuente de todo bien? En fin, ¿quién es más merecedor de nuestro amor, de nuestra confianza, de nuestra admiración, de nuestra voluntad, que Dios?
Los hombres y mujeres de hoy hemos sido absorbidos por las cosas del mundo: poder, dinero, riquezas, placeres, frivolidades, vicios, pecados, conductas erradas, apegos inconvenientes, etc., etc. Unos más, otros menos, todos estamos sumergidos en un mundo muy alejado de los valores eternos, muy desprendido de las cosas de Dios, muy desapegado de lo que realmente es valedero y duradero.
Y corremos el riesgo de no poder recibir esa recompensa que Cristo nos ofrece, que es El mismo. “El mundo no puede recibirlo porque no lo ve ni lo conoce” (Jn. 14, 16-17). Se refiere al Espíritu Santo -es decir, el Espíritu del Padre y del Hijo- que El nos envía para estar siempre con nosotros, para enseñarnos la Verdad, para recordarnos todo lo que debemos saber.
En efecto, al estar nosotros sumergidos en lo que el Señor llama “mundo”, es decir, todos esos apegos frívolos, vacíos, insignificantes, intrascendentes, negativos, no podemos percibir al Espíritu Santo. Sólo pueden percibirlo aquéllos que aman a Dios, aquéllos que tienen a Dios de primero en sus vidas, aquéllos que buscan hacer la Voluntad de Dios, aquéllos que buscan complacer a Dios en todo. Si no es así, se permanece ciego al Espíritu Santo, no se siente su suave brisa, no se perciben sus gentiles inspiraciones.
En la Primera Lectura de los Hechos de los Apóstoles (Hech. 8, 5-8, 14-17), vemos la importancia que se daba al comienzo de la Iglesia a que los cristianos recibieran el Espíritu Santo. Fijémonos que Pedro y Juan se trasladan desde Jerusalén a Samaria, para que aquéllos que recientemente habían aceptado la Palabra de Dios, recibieran también el Espíritu Santo.
Vemos que en esta Lectura se nos dice con cierta preocupación que esos nuevos cristianos “solamente habían sido bautizados en nombre del Señor Jesús, pero no habían recibido aún al Espíritu Santo”, comentario que nos hace volver a aquellas palabras de Jesús a Nicodemo: “Quien no renace del agua y del Espíritu Santo, no puede entrar en el Reino de Dios” (Jn. 3, 5).
Significa esto que no basta que seamos bautizados y que creamos en la Palabra de Dios. Necesitamos, además, recibir el Espíritu Santo.
El es la Tercera Persona de la Santísima Trinidad. El es el Espíritu del Padre y el Espíritu de Jesús. El es la promesa que Jesús hizo solemnemente a sus Apóstoles antes de morir y antes de partir de este mundo. Veamos, entonces, qué nos dice el Señor hoy.
Nos dice que para recibir al Espíritu Santo, tenemos que creer en Dios y tenemos que cumplir sus Mandamientos; pero, además, tenemos que distanciarnos de las cosas del mundo, pues si permanecemos atados al mundo, nos quedamos ciegos: no podemos ni ver, ni conocer al Espíritu Santo. Así nos dice el Señor: “El mundo no puede recibir el Espíritu Santo, porque no lo ve ni lo conoce. En cambio, ustedes (los que hacen mi Voluntad, los que cumplen mis Mandamientos) sí lo conocen, porque habita entre ustedes y estará en ustedes” (Jn. 14, 15-18).
Por eso, Dios nos sigue interpelando con su Palabra, día a día, semana a semana. Esta semana nos promete el Espíritu Santo y nos llama a amarle a El, indicándonos cómo: cumplan lo que Yo pido, guarden mis Mandamientos, hagan mi Voluntad. Y nos indica también cuál será nuestra recompensa: nada menos que el tenerlo a El mismo y el ser amados por El como sólo El sabe hacerlo: en forma perfecta e infinita.
Mientras busquemos en las cosas de este mundo y en los seres de este mundo lo que nuestro corazón ansía, seguiremos insatisfechos, deseando siempre algo más. Ese “algo más” que siempre nos falta es el amor a Dios, pues sólo en El hallaremos el descanso, la alegría, la paz que ni el mundo, ni las criaturas pueden darnos. Sólo El es la plenitud infinita que nuestro corazón busca y no encuentra, y que sólo hallará cuando lo busque a El.
Sin embargo, nos dice San Pedro en la Segunda Lectura (1 Pe. 3, 15-18) que a veces la conducta cristiana puede traer críticas, pero advierte que “mejor es padecer haciendo el bien, si tal es la voluntad de Dios, que padecer haciendo el mal”.

Santo Hilário (c. 315-367), bispo de Poitiers, doutor da Igreja

A Trindade, 2, 31-35
«Eu apelarei ao Pai e Ele vos dará outro Paráclito para que esteja sempre convosco: o Espírito de verdade»
«Deus é espírito» diz o Senhor à Samaritana [...] ; sendo Deus invisível, incompreensível e infinito, não será num monte nem num templo que Deus deverá ser adorado (Jo 4, 21-24). «Deus é espírito» e um espírito não pode ser circunscrito, nem contido; pela força da sua natureza, ele está em todo o lado e de local algum está ausente ; em todo o lado e em tudo superabunda. Por isso é preciso adorar a Deus, que é espírito, no Espírito Santo [...].O apóstolo Paulo outra coisa não diz quando escreve : «o Senhor é o Espírito e onde está o Espírito do Senhor, aí está a liberdade» (2 Co 3, 17) [...]. Que cessem portanto os argumentos daqueles que recusam o Espírito. O Espírito Santo é um, por todo o lado foi derramado, iluminando todos os patriarcas, os profetas e o coração de todos quantos participaram na redacção da Lei. Inspirou João Baptista já no seio de sua mãe; foi por fim infundido sobre os apóstolos e sobre todos os crentes para que conhecessem a verdade que lhes é dada na graça.Qual é acção do Espírito em nós? Escutemos as palavras do próprio Senhor : «Tenho ainda muitas coisas a dizer-vos, mas não sois capazes de as compreender por agora. É melhor para vós que Eu vá, pois, se Eu não for, o Paráclito não virá a vós; mas, se Eu for, Eu vo-lo enviarei. Quando Ele vier, o Espírito da Verdade, há-de guiar-vos para a Verdade completa» (Jo 16, 7-13) [...]. São-nos reveladas, nestas palavras, a vontade do doador, assim como a natureza e o papel d'Aquele que Ele nos dá. Porque a nossa fragilidade não nos permite conhecer nem o Pai nem o Filho ; o mistério da encarnação de Deus é difícil de compreender. O dom do Espírito Santo, que se faz nosso aliado por sua intercessão, ilumina-nos [...].Ora este dom único que está em Cristo é oferecido a todos em plenitude. Está sempre presente em todo o lado e a cada um de nós é dado, tanto quanto O queiramos receber. O Espírito Santo permanecerá connosco até ao fim dos tempos, é a nossa consolação na espera, é o penhor dos bens da esperança que há-de vir, é a luz dos nossos espíritos, o esplendor das nossas almas.

6° Domingo da Páscoa

A liturgia do 6º Domingo da Páscoa convida-nos a descobrir a presença – discreta, mas eficaz e tranquilizadora – de Deus na caminhada histórica da Igreja. A promessa de Jesus – «não vos deixarei órfãos» – pode ser uma boa síntese do tema. O Evangelho apresenta-nos parte do «testamento» de Jesus, na ceia de despedida, em Quinta-feira Santa. Aos discípulos, inquietos e assustados, Jesus promete o «Paráclito»: ele conduzirá a comunidade cristã em direcção à verdade; e levá-la-á a uma comunhão cada vez mais íntima com Jesus e com o Pai. Dessa forma, a comunidade será a «morada de Deus» no mundo e dará testemunho da salvação que Deus quer oferecer aos homens. A primeira leitura mostra exactamente a comunidade cristã a dar testemunho da Boa Nova de Jesus e a ser uma presença libertadora e salvadora na vida dos homens. Avisa, no entanto, que o Espírito só se manifestará e só actuará quando a comunidade aceitar viver a sua fé integrada numa família universal de irmãos, reunidos à volta do Pai e de Jesus. A segunda leitura exorta os crentes – confrontados com a hostilidade do mundo – a terem confiança, a darem um testemunho sereno da sua fé, a mostrarem o seu amor a todos os homens, mesmo aos perseguidores. Cristo, que fez da sua vida um dom de amor a todos, deve ser o modelo que os cristãos têm sempre diante dos olhos. www.ecclesia.pt