sexta-feira, 14 de dezembro de 2007

3° Domingo do Advento - Pe Carlo

A palavra que hoje Deus nos endereça nos vem do coração do mesmo Batista que, na liturgia do domingo passado nos recordava a beleza e a dinamicidade da conversão. Um homem, o Batista, envolvido plenamente pelo fascínio e a força do apelo de Deus a participar de seu projeto para com o homem. Agora, aquele homem que havia pregado que liberdade da pessoa nasce do reconhecimento da verdade, por servir a esta mesma verdade estava preso nos calabouços da fortaleza e Herodes. Daí, daquele lugar de trevas ninguém podia ter muitas esperanças nem perspectivas; aquela escuridão somente era interrompida para escutar a última palavra da vida. Contudo o eco do que estava acontecendo fora chegou até ele. Como sempre, Deus chega também onde nunca os homens pensariam possa chegar. Onde menos se espera, também aí Deus se faz presente. Para o Batista se abria uma questão de extrema importância, maior do que a prisão, maior do que o sofrimento: se Jesus fosse de fato “Aquele que devia vir”, o esperado, tudo o resto seria secundário. As trevas daquela cela seriam irradiadas por uma luz nova, a luz da esperança que encontra cumprimento. O Messias daria significado à sua vida, à sua pregação, ao seu amor para a verdade. Até a recusa violenta da verdade por parte dos poderosos teria sentido...Se morrer sem sentido é terrível, ainda pior é descobrir no final que a vida não teve sentido, que tudo quanto foi feito, dito, firmemente afirmado, não significa mais nada. È o drama que é re-proposto sempre a cada homem de uma maneira única. Um drama ao qual ele deve dar resposta antes que não haja mais tempo. Viver sem sentido é pior que morrer inutilmente. João precisava saber se a sua vida teve sentido, se suas palavras e atos fossem ou não somente um “caniço agitado pelo vento” das circunstâncias, das frustrações, das ilusões erguidas em nível de verdade ou momentos que preparavam o evento desde sempre esperado.Todos sabemos, mesmo que o afastemos de nossa consideração o quanto mais possível, que antes ou depois haverá um momento em que, sozinhos, teremos que ver quem somos, o que fizemos e o que vamos deixar como valor para alguém. Aquele, pode ser o momento de maior paz ou irreversível amargura. Saber quem era Jesus faria a diferença para o Batista. Saber quem é Jesus ainda faz a diferença e, como para o Batista, também para cada um Ele dirá quem é. Dirá a verdade como ela é. É isto que nos sugere a frase de Jesus: « Ide relatar a João o que vedes e ouvis», nem opiniões nem conjeturas, a verdade é objetiva e é oferta a todos na sua essência.Mais uma vez o Evangelho nos oferece, nas palavras de Jesus, o grande tema da conversão, da disposição fundamental ao mundo que está além do nosso restrito mundo. De fato, quem adquiriu a disposição fundamental que se manifesta na abertura e no acolhimento, ao descobrir “quem” de fato é Jesus não ficará “escandalizado” ou seja, abalado, sacudido por uma realidade bem diferente daquela imaginada. Nos “escandalizamos” tanto mais quanto mais o que vemos é diferente daquilo que cultivamos dentro de nós como valor ou princípio de vida. Quem cultivou em sua vida a “disposição”, a “conversão” como valor será «bem-aventurado», feliz por ver que o sentido que deu à sua vida corresponde exatamente ao que é verdadeiro. Sim, porque também diante da maneira nova com a qual Deus –como sempre faz- se apresentará, também naquele momento, alguém capaz de se converter, de se abrir... abrir-se-á mais uma vez. Este homem é bem-aventurado, porque encontrará uma continuidade entre todas as sua escolhas, as decisões que na vida lhe custaram tanto ao ser tomadas, e o desfecho de sua vida. A história do Batista no cubículo escuro, nos sugere uma dinâmica muito semelhante ao que o Advento nos propõe: Jesus pode dar significado àquilo que sem Ele não tem significado. Reconhecer Jesus pode sem dúvida fazer a diferença entre a raiva e a paz, entre a conflitualidade latente em nosso agir e a harmonia serena que sabe também viver a injustiça, o sofrimento, a opressão causada pelos poderosos que cultuam a si mesmos...Contudo, a conversão não se improvisa, se constrói com paciência e na receptividade, isto é, na capacidade de agradecer como por um dom as ocasiões que Deus sempre nos propõe para aprendermos a sair fora de nós mesmos. E isto acontece com os imprevistos, com as dificuldades, com as incompreensões etc. Sempre Deus tem como ajudar-nos a aprender a arte da conversão permanente. Aquele que se colocar nesta atitude verá realizado em si aquilo que, com tanta firmeza, diz Jesus: «Eis que estou em pé à tua porta e bato! Se alguém ouvir a minha voz e me abrir a porta, entrarei em sua casa e cearemos, eu com ele e ele comigo». (Ap3,20). Deus vem, Jesus vem, não deixa sem resposta quem quer saber o significado de sua vida, mesmo entre os vexames e tribulações provocadas pelos poderosos que cultuam a si mesmos.Deus vem, Jesus vem, não deixa sem resposta quem pede ajuda aos outros e confia em seu testemunho, como fez o Batista, libertando-se da tentação de chorar sobre si mesmo. Deus vem, Jesus vem, não deixa sem resposta quem tem o coração sempre projetado além daquilo que experimenta, confiante de que a promessa que Deus faz será mantida. Que estes dias de Advento reavivem em nós a certeza da fidelidade de Deus que vem ao encontro das nossas mais profundas expectativas, que vem encontrar-nos também nos lugares mais recônditos e na solidão mais profunda.

3° Domingo do Advento - Pe. Antônio Geraldo Dalla Costa

"Alegrai-vos!"

O 3º domingo do Advento é chamado "Domingo da alegria".
As Leituras bíblicas são um convite muito forte para a alegria,
porque o Senhor, que esperamos, já está conosco e
com ele preparamos o Advento do seu Reino.

Na 1ª Leitura Isaías prevê a ALEGRIA dos tempos messiânicos. (Is 35,1-6a.10)

O profeta deseja despertar a esperança e fortalecer o ânimo dos exilados.
O povo atravessava um dos piores períodos de sua história:
Jerusalém e o templo destruídos, o povo deportado na Babilônia.
Mesmo diante destas ruínas, o profeta fala do deserto que vai florir,
da tristeza que vai dar lugar à alegria, do medo que dará lugar à luz.
Ele libertará os cegos, os coxos, os mudos de suas doenças...
* É a alegria da volta à Pátria, da saúde readquirida, da liberdade reconquistada.
É a festa da intervenção do Deus que salva.

Na 2ª Leitura, São Tiago exorta à PACIÊNCIA
no esperar a vinda do Senhor. (Tg 5,7-10)

No Evangelho, Jesus mostra que o mundo novo anunciado pelo Profeta
já chegou. O texto tem 3 partes: (Mt 11,2-11)

1. A PERGUNTA de João Batista:
João Batista estava preso... por Herodes... por reprovar o seu comportamento...
No cárcere, ouve falar das obras de Cristo, tão diferente do que se esperava:
Ele anunciara um juiz severo que castigaria os pecadores...
Ao invés, defronta-se com alguém que se aproxima dos pecadores.
Perplexo, envia a Jesus dois discípulos com uma pergunta bem concreta:
"És tu aquele que há de vir, ou devemos esperar por outro"?

2. A RESPOSTA de Jesus:
Jesus revela-se retomando os seis sinais concretos de libertação,
já anunciados por Isaías há muito tempo:
"Ide contar a João o que estais ouvindo e vendo:
cegos... paralíticos... leprosos... surdos... mortos... pobres evangelizados..."
E acrescenta: "Feliz quem não se escandalizar de mim..."
* Jesus mostra a João que as suas obras inauguram a era messiânica,
mas sob a forma de atos de salvação, não de violência e castigo.

3. O TESTEMUNHO de Jesus sobre João:
- João Batista não é um CANIÇO que verga conforme o vento:
não é um pregador oportunista que se adapta conforme a situação.
- Não é um CORRUPTO que vive na fortuna e no luxo...
- É muito mais que um PROFETA... "É o maior dos nascidos de mulher".
= Mas, com surpresa, acrescenta:
"No entanto, o menor no Reino dos céus é maior do que ele".
* Os que já pertencem ao Reino transcendem àqueles
que os precederam e prepararam.
Declaração implícita da superioridade do Novo sobre o Antigo Testamento;
da Igreja sobre a Sinagoga; da Lei de Cristo sobre a Lei de Moisés.

+ A Ação libertadora de Deus deve continuar na História
através de gestos concretos dos seguidores de Cristo.
- Que sinais oferecemos hoje para convencer os homens
de que o Messias está entre nós?
A resposta de Jesus a João Batista foi clara:
"Ide contar a João o que estais ouvindo e vendo..."

+ Os cegos recuperam a vista, os surdos ouvem...
Também hoje, cristãos e comunidades, que descobrem Jesus,
recuperam a vista, abrem os ouvidos, começam a andar.
Começam a VER o mundo com outros olhos:
os olhos do evangelho, da justiça, do compromisso missionário...
Começam a ESCUTAR os clamores dos oprimidos...
Começam a ANDAR... crescer na fé...

+ Os pobres são evangelizados...
Era mentalidade dos dirigentes de então que os ricos eram abençoados
e os pobres amaldiçoados... Jesus rejeita esta mentira...
Jesus nasceu pobre, criou-se entre pobres, chamou pobres para seus discípulos.
Os POBRES vibraram com Jesus e o seguiam com entusiasmo...
E ainda hoje, a sua mensagem é acolhida com mais entusiasmo entre eles...

* Em nossa vida, há sinais que o Reino de Deus já chegou?
* O que significa hoje recuperar a vista aos cegos, a capacidade
de andar aos coxos, a audição aos surdos, a ressurreição aos mortos?

+ A Liturgia de hoje é um convite forte à alegria:
"Alegrai-vos sempre no Senhor, de novo vos digo:
alegrai-vos: o Senhor está perto". (Ant de Entrada)

O mundo vive carente de alegria.
A depressão tornou-se a doença dos tempos modernos.
Muitos, na ânsia de ter alegria, agarram-se a coisas e pessoas, que,
no máximo, só lhes conseguem proporcionar momentos fugazes de prazer.

A Boa Nova trazida no Natal é mensagem de alegria...
Gabriel na anunciação... Isabel na visitação... Maria no Magnificat...
os Anjos aos pastores...

* A ALEGRIA é uma característica de nossas Comunidades?
Somos semeadores de alegria ou motivo de dor e tristeza?
CANTO: "Alegrai-vos sempre no Senhor..."

Jesus fala sobre João Batista

A presença de Jesus entre o povo despertava a curiosidade de todos. A fama de seus prodígios se espalha e chega aos ouvidos do prisioneiro João Batista. Que sinais denotam sua presença como Messias? O precursor não perde tempo; envia discípulos para certificar-se: "És tu aquele que há de vir, ou devemos esperar outro?". Ele, "a voz que clama no deserto", anunciara o "Senhor que vinha com força" (Is 40,15), o juiz terrível, "o Senhor que chega como um fogo" para tudo purificar (Ml 3,1-3). Todavia, as informações sobre Jesus que chegam aos ouvidos do prisioneiro são totalmente diversas. Seria ele o enviado para cumprir as expectativas messiânicas? Seria o Messias esperado?Jesus não responde diretamente à pergunta. Não concede explicações teóricas revelando sua identidade. "Voltem e contem a João o que vocês estão ouvindo e vendo". Nem mesmo João Batista foi dispensado de discernir as obras que revelam a presença do Salvador. Jesus enumera uma série de sinais que, para quem conhece as Escrituras, denotam que ele é verdadeiramente o Messias."Os cegos recuperam a vista, os paralíticos andam, os leprosos são purificados... e feliz aquele que não se escandaliza por causa de mim". A partir da leitura desses sinais e da percepção de suas obras, chega-se à descoberta de que Jesus é o Messias. Então, conclui-se que não havia a necessidade de esperar outro, porque o Reino já estava presente no meio do povo. Além disso, Jesus elogia a figura João Batista perante as multidões: "O que vocês foram ver no deserto... Um profeta?". O povo via em João um profeta; Jesus vai além: João é mais que um profeta, pelo fato de ser seu precursor. A presença do Messias marca a passagem para um novo tempo: João Batista está às portas dele, anunciando sua proximidade e convidando à conversão para acolher a salvação de Deus. Ele contempla a "Terra Prometida", mas não pode entrar nela. Está à margem do Jordão pregando o batismo de penitência, mas não pode passar para o outro lado, reservado para Jesus e para os que aderirem à Boa-Nova. Jesus, por assim dizer, ressalta: "Não se detenham em João Batista. A partir dele, abram-se ao novo tempo e às condições totalmente novas que o Reino traz para quem nEle vai tomar parte!".

Domingo 3 del Adviento

Las Lecturas de este Tercer Domingo de Adviento están muy conectadas entre sí.
En la Primer Lectura (Is. 1. 6-10) el Profeta Isaías nos anuncia los milagros que haría Aquél que vendría a salvar al mundo. Y en el Evangelio (Mt. 11, 2-11) vemos a Jesús usando esas mismas palabras de Isaías para identificarse ante San Juan Bautista.
Con el Salmo 145 hemos alabado al Señor y le hemos agradecido los milagros que fueron anunciados, que realizó Jesús cuando vivió en la tierra y que sigue realizando hoy en día para el bienestar físico y espiritual de cada uno de nosotros.
En el Evangelio Jesucristo define a su primo San Juan Bautista como un Profeta, agregando que es “más que un profeta” (Mt. 11, 2-11). Y continúa describiéndolo como aquél que es su mensajero, su Precursor, aquél que va delante de El preparando el camino.
Esto fue cuando ya eran adultos -treinta años de edad tenían ambos. Juan había ya anunciado al Mesías que debía venir y había predicado la conversión y el arrepentimiento, bautizando en el Jordán. Ya había Juan caído preso por su denuncia del adulterio de Herodes. Paralelamente, Jesús ya había comenzado su vida pública y, aparte de su predicación, ya había realizado unos cuantos milagros, por lo que su fama se iba extendiendo por toda la región.
Es así como, estando Juan en la cárcel, oye hablar de las cosas que estaba haciendo Jesús. Queriendo, entonces confirmar si era el Mesías esperado, San Juan Bautista mandó a preguntarle si era El o si debían esperar a otro.
Jesús no respondió directamente, sino que ordenó que se informara a Juan acerca de los milagros que estaba realizando: los ciegos ven, los sordos oyen, los mudos hablan, los cojos andan ... San Juan Bautista ya no necesitaba más información: enseguida debe haber identificado a Jesús con la profecía del Profeta Isaías sobre la actividad milagrosa del Mesías, que precisamente nos trae la Primera Lectura (cf. Is. 35, 4-6).
Sin embargo, por más que los milagros eran algo muy impresionante y por más que ya estaban anunciados que serían hechos por el Mesías esperado, la austeridad con la cual Jesús se estaba manifestando al pueblo de Israel, contrastaba con lo que la mayoría estaba esperando del Mesías. Y esto podría defraudar a unos cuantos, pues la mayoría esperaban un Mesías poderoso e imponente.
De allí que el Señor rematara el mensaje para su primo el Precursor, con esta frase: “Dichoso aquél que no se sienta defraudado por mí”.
En efecto, a muchos de su tiempo les pareció que Jesús no hacía suficiente honor a su título de Salvador, pues como bien dijo San Pablo posteriormente: “no hizo alarde de su categoría de Dios” (Flp. 2, 6). Vemos entonces como, a pesar de ser ¡nada menos que Dios! Jesús nos da ejemplo de una labor humilde y sencilla. Y, a la vez, nos exige esa misma humildad y sencillez a nosotros.
Para ser humildes y sencillos como el Señor, debemos ver en los milagros anunciados por el Profeta Isaías y realizados por Jesús, los milagros que nuestro Redentor, puede hacer en cada uno de nosotros, especialmente en este tiempo de Adviento: ciegos que ven, sordos que oyen, mudos que hablan, cojos que andan, etc.
¿Qué tiene que ver este mensaje del Evangelio con este tiempo de preparación a la Navidad? Que debemos prepararnos, respondiendo a San Juan Bautista, el cual llamaba a la preparación para la llegada del Mesías. Porque el Mesías, el Salvador del Mundo, Jesucristo, volverá, y debemos estar preparados. Y la mejor preparación que podemos hacer es dejarnos sanar por Jesús, que ya vivió en la tierra hace dos mil años, pero que continúa viviendo en cada uno de nosotros con su Gracia.
Aprovechemos todas las gracias derramadas en este Adviento, para prepararnos a la llegada del Mesías. Pidámosle que cure la ceguera de nuestra oscuridad, para que podamos ver las circunstancias de nuestra vida como El las ve. Pidámosle que cure la sordera de nuestro ruido, para que podamos oír su Voz y seguirle sólo a El. Pidámosle que cure nuestra mudez, para que podamos proclamar su Palabra a todo el que quiera oírla. Pidámosle que cure nuestra cojera y nuestra parálisis, para que podamos andar por el camino que nos lleva al Cielo.
En la Segunda Lectura (St. 5, 7-10) el Apóstol Santiago nos recomienda la paciencia para esperar el momento del Señor. Nos invita a la perseverancia en la espera de la venida del Señor. Nos pide tener la paciencia del agricultor que espera la cosecha y, sobre todo, nos pide imitar a los Profetas -San Juan Bautista, Isaías, y otros- en su paciencia ante el sufrimiento.
Así, en paciencia y perseverancia, convirtiéndonos de nuestra ceguera, nuestra sordera, nuestra mudez, nuestra cojera, etc., nos habremos preparado bien para recibir al Mesías. Así habremos aprovechado este Adviento. Que así sea.

Terceiro Domingo do Advento

A liturgia deste Domingo lembra a proximidade da intervenção libertadora de Deus e acende a esperança no coração dos crentes. Diz-nos: “não vos inquieteis; alegrai-vos, pois a libertação está a chegar”.A primeira leitura anuncia a chegada de Deus, para dar vida nova ao seu Povo, para o libertar e para o conduzir – num cenário de alegria e de festa – para a Terra da liberdade.O Evangelho descreve-nos, de forma bem sugestiva, a acção de Jesus, o Messias (esse mesmo que esperamos neste Advento): ele irá dar vista aos cegos, fazer com que os coxos recuperem o movimento, curar os leprosos, fazer com que os surdos ouçam, ressuscitar os mortos, anunciar aos pobres que o “Reino” da justiça e da paz chegou. É este quadro de vida nova e de esperança que Jesus nos vai oferecer.A segunda leitura convida-nos a não deixar que o desespero nos envolva enquanto esperamos e a aguardarmos a vinda do Senhor com paciência e confiança.
www.agencia.ecclesia.pt

3º DOMINGO DO ADVENTO - Ir. Luzia Ribeiro Furtado

A profecia da coerência
“Ide contar a João o que estais ouvindo e vendo: os cegos recuperam a vista, os paralíticos andam, os leprosos são curados, os surdos ouvem, os mortos ressuscitam e os pobres são evangelizados”
Estamos quase às vésperas do Natal, e a liturgia deste domingo nos coloca diante da pergunta de João Batista: “És tu aquele que há de vir ou devemos esperar um outro?”
Diante da pergunta dos discípulos de João, que hoje é também nossa, propomos como ponto de partida de nossa reflexão, o testemunho de Dom Luiz Flávio Cappio, Bispo de Barra, na Bahia, que no dia 27 de novembro iniciou um jejum em solidariedade aos ribeirinhos das margens do Rio São Francisco e, com sua atitude humilde e coerente, nos questiona, nos provoca e chama-nos à reflexão:
“Nossa vida a Deus pertence e não temos o direito de tirá-la. Exatamente porque a minha não me pertence e sim a Deus, pois a ele já a entreguei há muito tempo, é que a ofereço pela vida de muitos. Não a estou tirando, apenas jejuo e rezo, como é da tradição bíblica e cristã, por tempo indeterminado, disposto a ir até o fim. Primeiro, direcionado a Deus, Senhor da Vida e da História, como sacrifício, para que Ele se compadeça de nós e mude o coração de homens cegados pelo poder e pelo dinheiro. Segundo, direcionado aos governantes deste país, como legítima forma de ação de um cidadão, esgotadas e infrutíferas todas as tentativas anteriores de amplos setores da sociedade fazerem-se ouvir e respeitar. É um gesto pessoal, mas de significado coletivo.
Meu comportamento atual não é nada mais que coerência irreformável com toda a minha trajetória de franciscano, padre e bispo a serviço da defesa e promoção da vida. Isso quis expressar em meu lema de bispo “Para que todos tenham vida” (Jo 10,10).
Diante do testemunho de Dom Luis Cappio, queremos contemplar também o testemunho que a liturgia de hoje nos apresenta em preparação próxima ao Natal. O Evangelho deste domingo começa dizendo que João estava na prisão... por qual crime? Não está claro no evangelho deste domingo, mas nós sabemos que a prisão para João foi o preço da coerência de sua profecia. Denunciar um rei podia ser considerado crime, ainda que a denúncia fosse fundamentada na verdade...
Na prisão, ele está inquieto pois no deserto preparou o tempo messiânico e agora não pode vê-lo realizar-se. Pergunta, através de seus discípulos, ao próprio Messias, se é Ele que devia vir ou se deve esperar por outro... Por trás da pergunta de João, lemos a tensão vivida naquele tempo, tensão acompanhada de conflito, de inquietações, de perguntas...
Jesus, o Messias, acalma os discípulos de João, simplesmente convidando-os a olhar para a realidade: “Ide contar a João o que estais ouvindo e vendo: os cegos recuperam a vista, os paralíticos andam, os leprosos são curados, os surdos ouvem, os mortos ressuscitam e os pobres são evangelizados”(11,5). Na resposta de Jesus temos o ponto de encontro da espera e do projeto.
Jesus retoma a promessa fundamental anunciada já em Isaías: “Fortalecei as mãos enfraquecidas... Dizei às pessoas deprimidas: CRIAI ANIMO, NÃO TENHAIS MEDO!... O Senhor vem para vos salvar!...Então se abrirão os olhos dos cegos e se descerrarão os ouvidos dos surdos. O cocho saltará como um cervo e se desatará a língua dos mudos. Os que o Senhor salvou voltarão para casa...”
Ao assumir estas palavras no momento presente em que vive, Jesus convida a multidão que o escuta a refletir sobre a pessoa de João Batista – um profeta, aliás, mais do que um profeta... O maior dos nascidos de mulher... e ainda assim menor do que o maior no Reino dos céus...
É nesse contexto de olhar sobre a realidade, de reflexão sobre a “profecia da coerência”, que vivemos a preparação próxima do Natal... A liturgia de hoje é um convite à alegria, a firme esperança do agricultor que espera ansioso a chuva de outono que fará germinar o precioso fruto da terra, um convite a fortalecer o coração, criar ânimo e vencer o medo...
A partir desta experiência de fé, é que novamente nos voltamos para o testemunho de Dom Luiz Cappio... Um homem simples que vive a coerência da profecia com radicalidade, mas sem agredir ninguém... que nos convida a refletir sobre o grito urgente da natureza e da terra hoje e sobre os riscos de uma relação mercantilista com a água, a terra, a vida...
Retomamos suas palavras no final desta reflexão: apenas jejuo e rezo, como é da tradição bíblica e cristã, por tempo indeterminado, disposto a ir até o fim. Primeiro, direcionado a Deus, Senhor da Vida e da História, como sacrifício, para que Ele se compadeça de nós e mude o coração de homens cegados pelo poder e pelo dinheiro.
Dom Luiz, nestes dias que antecedem o Natal, queremos lhe expressar nossa solidariedade, como Igreja no Brasil... Desejamos, que de fato, para o senhor, para os pobres do Nordeste, para a população ribeirinha, este de fato seja um FELIZ NATAL, e desejamos que como João, o senhor possa sentir que o movimento que lhe envolve é muito maior do que sua pessoa tomada individualmente...
Jesus de Nazaré, o Messias, continua vivo e presente entre nós... o testemunho de quem dá a “vida pela vida” é um sinal de que os sinais messiânicos continuam ainda vivos e presentes em nossa história.
Alegrai-vos sempre no Senhor. De novo eu digo: alegrai-vos! O senhor está perto!” (Fl 4,4s).

quarta-feira, 5 de dezembro de 2007

2° Domingo do Advento - Pe Carlo

No domingo passado a liturgia nos propôs a esperança, a virtude cristã embasada na certeza de que Deus age e que o resultado já é garantido, não pela presunção humana mas pela palavra que Deus dá. Também na segunda leitura de hoje Paulo nos convida a “manter viva a esperança”, a perseverar na esperança, pois esta não decepciona. Quando todo o nosso ser está tenso na expectativa, qualquer faculdade se torna mais sutil, mais perspicaz, mais capaz de intuir onde se encontra a resposta. A capacidade de esperar é uma manifestação de amor. Esperamos o que amamos, o que é importante par nós. Quando esperamos o essencial, Deus sempre nos oferece condições para encontrar o que buscamos, pois o desejo de Deus sempre teve a felicidade do homem como objetivo. Contudo, Ele nunca nos dá algo que não seja resultado de um esforço conjunto: mesmo que frágil e sem condições o homem deve ser participe de sua realização. Se assim não fosse o próprio Deus estaria desrespeitando a dignidade da sua melhor criatura e mais: nenhum paternalismo instaura dinâmicas de felicidade.
É nesta ótica que a leitura de hoje se coloca como uma proposta a todos os que estiverem bem dispostos. Uma proposta que, contemporaneamente, é percebida por alguns como resposta às expectativas tão fortes daquela época, já que desde há muito tempo Israel não tinha mais profetas e lideres religiosos confiáveis. A verdadeira fé havia se transformado em simples religiosidade feita de barganhas, o ritualismo triunfava sobre a bos disposição... Era naquele contexto que se apresentava, a quem o quisesse ouvir, a pessoa de João.
Finalmente um sinal. Sua postura recordava imediatamente os primórdios de Israel, povo que nasceu “no deserto”, que descobriu sua identidade caminhando “no deserto”, que conheceu seu Pai e Libertador “no deserto”. A partir daquele mesmo lugar, quase a dizer: «Lembrem-se do início», João oferecia aos que estivessem dispostos a ouvir o anuncio do início de uma nova história. Esta deveria começar exatamente por onde começou a primeira. Deus estava oferecendo uma nova identidade, uma nova vida assim como a oferecera àquele aglomerado de semitas que nem sequer tinham consciência de ser povo antes de percorrer o caminho do deserto.
Novamente, hoje, este dia de Advento vem reiterar a oferta de Deus para uma renovação. Ele quer fazer de nós pessoas novas e capazes de recomeçar sempre de novo a partir das nossas origens, daquilo que radicalmente existe no nosso ser. È como a poda da roseira na época certa, que aproxima o galho cada vez mais do tronco, da raiz, a fim de que prorrompa nele todo o poder vital, sua força de embelezar o mundo. È o que Deus quer fazer de nós para termos um mundo mais humano.
Finalmente um sinal. João, com seus trajes típicos de profetas (cfr. 2Rs.1,8), recordava a todos que a palavra de Deus é sempre viva e presente, mesmo quando por longo tempo não a percebemos. Recordava que o homem, para se encontrar, deve retornar ao essencial, ali, perto de suas raízes, principalmente quando se dá conte de ter-se perdido atrás de muitas coisas que tomaram conta de sua vida. João vinha dar uma palavra de clareza, uma palavra objetiva que ainda hoje nos ajuda a vermos o que realmente somos. Seu anúncio nos ajuda a dar o primeiro passo rumo à liberdade que vem da verdade sobre nós mesmos e da capacidade de recomeçar sempre como se fosse a primeira vez. Nos ajuda a não ter medo das mudanças que a conversão exige; seu apelo nos torna livres para seguir o caminho do Senhor, este também sempre novo e renovador.
Se na antiguidade Jahvé havia oferecido o caminho do deserto para desenvolver a identidade nova de Israel, agora estava oferecendo, com João, um novo caminho, um caminho que certamente prepara e dispõe o coração para os milagres que Deus reserva aos que forem capazes de percebê-los. Este novo “caminho do Senhor”, ainda hoje desafiador, começa com um simples ato, que talvez seja um dos mais difíceis: reconhecer quem somos. «Confessai os vossos pecados» dizia João, não com ênfase pessimista ou depressiva (que não levam a nada), mas de clareza e sinceridade para consigo mesmos. Se a vida nos leva a ter que assumir posições, imagens, até máscaras, porque as condições o exigem ou porque às vezes fica mais fácil... João vem dizer-nos que isto aos poucos vai criando uma distância cada vez maior entre o que somos, a nossa raiz, e o que pensamos de ser ou que “devemos” ser para ser aceitos. É uma progressiva desarmonia que vai se infiltrando em nosso coração e que pode estourar num terrível conflito quando qualquer circunstância imprevista vem nos dizer quem de fato somos. E se não estivermos preparados? E se não tivermos adquirido a capacidade de retornar à origem do nosso coração, de seus verdadeiros desejos, daquilo que é realmente cônsono a o que somos?
Sem dúvida não existe liberdade nem alegria –que desta é a manifestação- quando vivemos um papel, uma imagem, uma figura de nós mesmos. «Confessai», dizia o Batista, «Não tenhais medo de dizer a vos mesmos que houve erro de objetivos» (a palavra “pecado”, na linguagem militar da época, indicava “distância”, “erro de alvo”). O primeiro passo para a liberdade, para a nova identidade, passa por este “caminho do Senhor”, diferente do “caminho” da lógica comum.
É interessante perceber que, quando abrimos o nosso mundo ao outro, quando renunciamos às defesas, se estabelece com a outra pessoa um novo tipo de relação; uma nova dinâmica passa a existir, não mais aquela da competitividade, mas da solidariedade. “Tenham coragem de confessar os vossos pecados”...para começar a amar a vós mesmos e aceitarem-se entre si, pois, bem no fundo, são mais as coisas que unem as pessoas do que as que dividem, a começar pelos rumos e decisões erradas.
Alguém que aprende a amar a si mesmo pelo lado mais obscuro, é também mais capaz de acolher, é mais livre diante de tudo quanto se apresentar. È isto que significa “conversão”, colocar-se na atitude de quem está disposto a abandonar a própria imagem e enriquecer-se pelas situações novas, pelas pessoas desconhecidas que Deus quiser oferecer; conversão é a lógica da mudança.
Muitos, também entre os menos piedosos de Israel, haviam entendido o desafio de João; o gesto de “batismo” que pediam a João era o símbolo de seu desejo de mudança, transformação de vida. Belíssimo, mas ainda insuficiente para João. O batismo “na água” indicava o movimento que parte do homem o qual, modificando a si mesmo, se punha no caminho de purificação para se aproximar de Deus. Belíssimo mas insuficiente. João era portador de uma novidade: a purificação não é mais necessária como instrumento pra se aproximar de Deus quando Deus inverte esta lógica indo Ele mesmo ao encontro do homem. O “reino de Deus está perto”, próximo de cada um que já se dispôs à lógica da transformação. O verdadeiro batismo, não aquele da água, parte de pressupostos diferentes: é porque Deus está próximo de mim que eu desejo colocar-me na lógica da transformação, já que Deus é surpresa constante, proposta de superamento de limites ao infinito, bem o que no fundo cada um de nós deseja.
È um novo caminho “o caminho do Senhor”; parte da humilde e libertadora aceitação de nos mesmos e tem seu desfecho na possibilidade de “respirar” a presença de Deus, a qual, aos poucos, vai transformando, vivificando, extraindo de nós mesmos o melhor que Deus fez. João indicava o caminho enquanto se coloca ele mesmo neste caminho, como todos na esperança, aguardando Aquele que ofereceria o verdadeiro “batismo”, a transformação mais radical que acontece quando temos a sensibilidade de intuir, respirar a presença de Deus: é este o “batismo do Espírito” que Jesus vem oferecer: uma lenta, progressiva e penetrante ação que unifica o Criador à criatura amada.
A conversão à qual nos convida a liturgia de hoje, é mais um apelo que Deus nos faz para sermos livres; pessoas que, aceitando a si mesmas, aceitam o mundo, os outros e preparam o terreno propício para que Jesus esteja presente em nossa vida como principio e penhor de felicidade.

2° Domingo do Advento - Pe. Antônio Geraldo Dalla Costa

"Convertei-vos"

Em nossa caminhada para o Natal, a Liturgia desse domingo
nos convida a nos despir dos valores efêmeros e egoístas
que muitas vezes nos fascinam,
para dar lugar em nós aos valores do Reino de Deus.

As Leituras bíblicas apresentam duas figuras típicas do ADVENTO :
ISAÍAS e JOÃO BATISTA

Na 1ª Leitura, ISAÍAS apresenta um Enviado de Javé,
com a missão de construir um Reino de Justiça e Paz. (Is 11,1-10

É uma das maiores profecias do Antigo Testamento referentes ao Messias,
com que o profeta reaviva a esperança do seu povo,
diante das ameaças do imperialismo dos assírios. Dá as características:

- Será descendente de DAVI:
"Naqueles dias, do tronco de Jessé sairá um ramo e um broto de sua raiz".
(Jessé é Pai de Davi)

- Será cheio do ESPÍRITO do Senhor:
Sobre ele pousará o Espírito do Senhor:
Espírito de sabedoria e inteligência, de conselho e de fortaleza,
de conhecimento e de temor de Deus,(de piedade).

* É esta a origem da nossa lista dos 7 dons do Espírito Santo.

- Será portador da JUSTIÇA e da PAZ: "Trará justiça para os humildes..."
Haverá a reconciliação da Criação: voltará a harmonia perdida
entre o homem e a natureza, entre os animais selvagens e domésticos....

* Jesus é o "messias" que veio tornar realidade o sonho do profeta.
Ele iniciou esse "Reino" novo de justiça, de harmonia, de paz sem fim...
Cheio do Espírito de Deus, ele passou pelo mundo convidando os homens
a se tornarem "filhos de Deus" e a viverem no amor e na partilha.
- Mas a profecia está longe de sua completa realização.
O Reino novo trazido por Jesus só poderá se estabelecer
a partir de nossa conversão pessoal, familiar e comunitária.

Na 2ª Leitura, São Paulo exorta os cristãos a viver no amor,
dando umas indicações práticas sobre o comportamento
que devem assumir para com os irmãos. (Rm 15,4-9)

O Evangelho apresenta JOÃO BASTISTA,
que prepara os homens do seu tempo para acolher Jesus. (Mt 3,1-12) :

- Personalidade: É uma figura impressionante, que fascina o povo;
Tem um estilo de vida austera: no vestir, no comer, no falar, no morar...
Vive no "DESERTO", lugar das privações, do despojamento,
mas também lugar tradicional dos encontros entre Deus e Israel.
- Mensagem: É um Apelo à CONVERSÃO
"Convertei-vos, porque o Reino dos céus está próximo..."
"Preparai o caminho do Senhor: endireitai as veredas para ele."

- O Batismo de João: consistia na imersão na água do rio Jordão
para as pessoas que aderiam a esse apelo de conversão.
Significava o arrependimento, o perdão dos pecados e a agregação ao povo fiel.
Mas ele avisa, que aquele que vem depois dele "batizará no E.S. e no fogo..."
- Portanto o Batismo de Jesus vai muito além do batismo de João:
Confere, a quem o recebe, a vida de Deus e torna-o filho de Deus;
incorpora-o à Igreja e torna-o participante da missão da Igreja no mundo...
- É um quadro de vida completamente novo, uma relação de filiação com Deus e
de fraternidade com Jesus e com todos os outros batizados. É um Sacramento.

- Reação ao Anúncio:
- O Povo simples: reconhece seus erros e pede o Batismo...
- Os Fariseus e Saduceus: vão ao encontro de João por curiosidade apenas...
e são desmascarados: "Raça de cobras venenosas...
produzam frutos que a conversão exige e
não se iludam a si mesmos, dizendo:‘Abraão é nosso Pai' ".

+ A Voz de João Batista continua convidando à CONVERSÃO...

Não é possível acolher "aquele que vem" se o nosso coração estiver cheio de egoísmo, de orgulho, de auto-suficiência, de preocupação com os bens materiais.
Se quisermos celebrar a vinda do Senhor e participar do seu Reino,
devemos preparar o caminho, mudar o nosso coração.
Nesse itinerário, não há espaço para a hipocrisia.
Não bastam as aparências, apenas dizer que somos cristãos
porque recebemos o batismo.
A Conversão deve ser comprovada pela ação.

+ Os Frutos de conversão comprovam a autenticidade da nossa conversão:

Não bastam alguns sentimentos religiosos...ou algumas práticas piedosas...
Precisamos apresentar frutos de conversão: Paz, Fraternidade, Justiça...

- Quais os caminhos tortos, que devemos endireitar?

- Quais os frutos de conversão que Deus está esperando de nós,
neste Advento, em preparação ao Natal ?

- Estamos convencidos de que, se não dermos esse passo,
nunca será Natal em nós, nem mesmo no dia 25 de dezembro?

Deus espera que tenhamos a coragem de dar esse passo!...
Pe. Antônio Geraldo Dalla Costa

2° Domingo do Advento - Pe. Antônio Geraldo Dalla Costa

"Convertei-vos"

Em nossa caminhada para o Natal, a Liturgia desse domingo
nos convida a nos despir dos valores efêmeros e egoístas
que muitas vezes nos fascinam,
para dar lugar em nós aos valores do Reino de Deus.

As Leituras bíblicas apresentam duas figuras típicas do ADVENTO :
ISAÍAS e JOÃO BATISTA

Na 1ª Leitura, ISAÍAS apresenta um Enviado de Javé,
com a missão de construir um Reino de Justiça e Paz. (Is 11,1-10

É uma das maiores profecias do Antigo Testamento referentes ao Messias,
com que o profeta reaviva a esperança do seu povo,
diante das ameaças do imperialismo dos assírios. Dá as características:

- Será descendente de DAVI:
"Naqueles dias, do tronco de Jessé sairá um ramo e um broto de sua raiz".
(Jessé é Pai de Davi)

- Será cheio do ESPÍRITO do Senhor:
Sobre ele pousará o Espírito do Senhor:
Espírito de sabedoria e inteligência, de conselho e de fortaleza,
de conhecimento e de temor de Deus,(de piedade).

* É esta a origem da nossa lista dos 7 dons do Espírito Santo.

- Será portador da JUSTIÇA e da PAZ: "Trará justiça para os humildes..."
Haverá a reconciliação da Criação: voltará a harmonia perdida
entre o homem e a natureza, entre os animais selvagens e domésticos....

* Jesus é o "messias" que veio tornar realidade o sonho do profeta.
Ele iniciou esse "Reino" novo de justiça, de harmonia, de paz sem fim...
Cheio do Espírito de Deus, ele passou pelo mundo convidando os homens
a se tornarem "filhos de Deus" e a viverem no amor e na partilha.
- Mas a profecia está longe de sua completa realização.
O Reino novo trazido por Jesus só poderá se estabelecer
a partir de nossa conversão pessoal, familiar e comunitária.

Na 2ª Leitura, São Paulo exorta os cristãos a viver no amor,
dando umas indicações práticas sobre o comportamento
que devem assumir para com os irmãos. (Rm 15,4-9)

O Evangelho apresenta JOÃO BASTISTA,
que prepara os homens do seu tempo para acolher Jesus. (Mt 3,1-12) :

- Personalidade: É uma figura impressionante, que fascina o povo;
Tem um estilo de vida austera: no vestir, no comer, no falar, no morar...
Vive no "DESERTO", lugar das privações, do despojamento,
mas também lugar tradicional dos encontros entre Deus e Israel.
- Mensagem: É um Apelo à CONVERSÃO
"Convertei-vos, porque o Reino dos céus está próximo..."
"Preparai o caminho do Senhor: endireitai as veredas para ele."

- O Batismo de João: consistia na imersão na água do rio Jordão
para as pessoas que aderiam a esse apelo de conversão.
Significava o arrependimento, o perdão dos pecados e a agregação ao povo fiel.
Mas ele avisa, que aquele que vem depois dele "batizará no E.S. e no fogo..."
- Portanto o Batismo de Jesus vai muito além do batismo de João:
Confere, a quem o recebe, a vida de Deus e torna-o filho de Deus;
incorpora-o à Igreja e torna-o participante da missão da Igreja no mundo...
- É um quadro de vida completamente novo, uma relação de filiação com Deus e
de fraternidade com Jesus e com todos os outros batizados. É um Sacramento.

- Reação ao Anúncio:
- O Povo simples: reconhece seus erros e pede o Batismo...
- Os Fariseus e Saduceus: vão ao encontro de João por curiosidade apenas...
e são desmascarados: "Raça de cobras venenosas...
produzam frutos que a conversão exige e
não se iludam a si mesmos, dizendo:‘Abraão é nosso Pai' ".

+ A Voz de João Batista continua convidando à CONVERSÃO...

Não é possível acolher "aquele que vem" se o nosso coração estiver cheio de egoísmo, de orgulho, de auto-suficiência, de preocupação com os bens materiais.
Se quisermos celebrar a vinda do Senhor e participar do seu Reino,
devemos preparar o caminho, mudar o nosso coração.
Nesse itinerário, não há espaço para a hipocrisia.
Não bastam as aparências, apenas dizer que somos cristãos
porque recebemos o batismo.
A Conversão deve ser comprovada pela ação.

+ Os Frutos de conversão comprovam a autenticidade da nossa conversão:

Não bastam alguns sentimentos religiosos...ou algumas práticas piedosas...
Precisamos apresentar frutos de conversão: Paz, Fraternidade, Justiça...

- Quais os caminhos tortos, que devemos endireitar?

- Quais os frutos de conversão que Deus está esperando de nós,
neste Advento, em preparação ao Natal ?

- Estamos convencidos de que, se não dermos esse passo,
nunca será Natal em nós, nem mesmo no dia 25 de dezembro?

Deus espera que tenhamos a coragem de dar esse passo!...
Pe. Antônio Geraldo Dalla Costa

Mensagem de João Batista

João Batista entra em cena e aponta o caminho para quem se dispõe a acolher o novo: "Naqueles dias, apareceu João Batista, pregando no deserto da Judéia". É interessante notar que ele não se apresenta na cidade, mas no deserto. Os novos tempos que estão por chegar requerem ruptura com os paradigmas da sociedade tradicional. Do deserto, ressoa a voz: "Convertam-se, porque o Reino dos Céus está próximo". Pelo modo de se vestir e pela alimentação frugal, João Batista confunde os membros sociedade que visam tirar proveito e lucrar à custa da fome e da miséria do povo. Anuncia a aurora de uma nova "Terra Prometida". Aquele que vai chegar inaugurará um Reino onde prevalecerá a justiça. Vamos imaginar João Batista andando, hoje, por nossas cidades, observando as vitrines, passeando pelos shoppings, assistindo a TV ou navegando na internet: quais os clamores que ele faria ecoar em favor de uma vida digna? O Batista pede: "Preparem o caminho do Senhor, endireitem suas estradas". Isto é, quem deseja ser aliado do projeto de Deus precisa mudar o coração. A conversão se traduz no abandono dos antigos hábitos e na abertura ao Reino, que será revelado na pessoa de Jesus, o Deus-Conosco. João Batista, ao mesmo tempo que se faz arauto da Boa Notícia da chegada do Messias, insiste no fato de que a restauração de Israel não é apenas fruto da intervenção de Deus, mas requer a colaboração dos concidadãos. A voz de João não ecoa em vão no deserto. O povo explorado e que sonhava havia séculos com uma nova realidade adere à proposta do pregador, às margens do Jordão. Provenientes de diversas regiões, todos se mostram dispostos a deixar o passado de injustiças e a recomeçar uma nova vida. Pois a acolhida a ser dada ao Messias pede conversão. Fariseus e saduceus são impiedosamente censurados por João. "Raças de cobras venenosas, quem lhes ensinou fugir da ira que vai chegar?". Embora participem do rito da conversão, não corrigem sua conduta, isto é, aderem ao movimento messiânico sem estabelecer vínculos com a nova realidade de vida. "Não são suficientes ritos externos para acolher o reinado de Deus. Urge mudança de vida". Além disso, ele alerta: "Cuidado! O machado já está posto na raiz da árvore", ou seja, a hora da salvação ou da condenação se aproxima.João compara seu batismo com o do Messias: "Eu os batizo com água para a conversão". Reconhece que o batismo do Messias é superior. "Ele vai batizá-los com o Espírito Santo e com o fogo". Será um batismo superior pela procedência divina e pela atividade santificadora e transformadora. Ele vai separar o trigo da palha: trigo são todos aqueles que de coração sincero preparam os caminhos do Senhor, abrindo caminhos para a paz e agindo em favor da justiça. Bons frutos produzem aqueles que, mudando de postura de vida, sepultam um passado para recomeçar uma vida diferente!

Segundo Domingo do Advento

A liturgia deste domingo convida-nos a despir esses valores efémeros e egoístas a que, às vezes, damos uma importância excessiva e a realizar uma revolução da nossa mentalidade, de forma a que os valores fundamentais que marcam a nossa vida sejam os valores do “Reino”.Na primeira leitura, o profeta Isaías apresenta um enviado de Jahwéh, da descendência de David, sobre quem repousa a plenitude do Espírito de Deus; a sua missão será construir um reino de justiça e de paz sem fim, de onde estarão definitivamente banidas as divisões, as desarmonias, os conflitos. No Evangelho, João Baptista anuncia que a concretização desse “Reino” está muito próxima… Mas, para que o “Reino” se torne realidade viva no mundo, João convida os seus contemporâneos a mudar a mentalidade, os valores, as atitudes, a fim de que nas suas vidas haja lugar para essa proposta que está para chegar… “Aquele que vem” (Jesus) vai propor aos homens um baptismo “no Espírito Santo e no fogo” que os tornará “filhos de Deus” e capazes de viver na dinâmica do “Reino”.A segunda leitura dirige-se àqueles que receberam de Jesus a proposta do “Reino”: sendo o rosto visível de Cristo no meio dos homens, eles devem dar testemunho de união, de amor, de partilha, de harmonia entre si, acolhendo e ajudando os irmãos mais débeis, a exemplo de Jesus.

2° Domingo do Advento - Caminhar em direção ao Natal

Caminhar em direção ao Natal

Na rodoviária de São Paulo, alguém comprou passagem para Belo Horizonte, mas, quando percebeu, estava chegando em Curitiba. Que tristeza! Embarcou no ônibus errado. O que fazer então? Comprar passagem de volta, trocar de ônibus, voltar a São Paulo e tomar outro ônibus para Belo Horizonte. Este movimento de retorno, para pegar outro rumo, é o que a Bíblia chama de conversão. Quanto caminho errado, quem sabe, estamos tomando na vida! É hora de retornar. Nosso país, neste momento, parece perdido em seus descaminhos. Tem a chance de voltar ao seu verdadeiro caminho.
Na voz de João Batista, ecoa o grito de Isaías “preparai o caminho do Senhor”. A preparação é intensa, nestas alturas do ano. Mas o que é que estamos preparando? Presentes? Comida e bebida? Viagens de férias? Visitas a parentes e amigos? Tudo isso pode levar a um destino errado, ilusório e frustrante.
A voz de João Batista é forte “arrependei-vos porque o Reino dos Céus está próximo”. Este arrependimento é a mudança de mentalidade ou, mais concretamente, a retomada de um novo caminho. Advento nos aproxima da vinda de Jesus. Essa chegada exige preparação.
A atitude de João Batista oferece algumas pistas para o tempo do advento. Roupa de couro, alimento de gafanhotos e mel silvestre. Era o estilo dos grandes profetas de Israel. Vivia a simplicidade em plena secura do deserto. Essa atitude atraía as pessoas. Vinham para ser batizadas e confessavam seus pecados. Mas esse gesto tinha conseqüências na vida das pessoas. Daí as palavras duras a quem não vivia de maneira coerente com o batismo. São chamados de cobras venenosas, e ameaçados com a ira divina. Eram as pessoas que queriam manter seus privilégios, detendo o poder político, econômico e religioso. Subjugavam os pobres e consideravam-se puros, apenas porque cumpriam a lei.
A ameaça de João Batista remete ao julgamento de Deus. Com duas imagens da roça, ele apresenta o critério de julgamento, que é produzir bons frutos. Como um agricultor, Jesus está pronto para cortar as árvores que não produzem bom fruto. Quem sabe não sou uma árvore seca, estéril, pronta para ser cortada e lançada ao fogo? Com sua pá na mão, o mesmo agricultor está peneirando o trigo bom e jogando fora a palha seca. Será que eu não corro o perigo de ser uma palha à toa, para ser jogada fora e queimada? O Evangelho adverte a mudar de direção.
A caminhada do advento tem direção certa, pois aponta para o Natal. A primeira leitura, do profeta Isaías, apresenta um retrato do sonho natalino. Aplica a Jesus as qualidades do messias esperado, o Deus conosco, Emanuel. Ele será como um broto que nasce de um tronco seco. Mas é vivificado pelo espírito do Senhor. Repleto do espírito, ele trará novos ares ao seu povo.
Quanto se faz necessário este personagem, hoje, mais do que ontem, pois “a justiça será o cinto dos seus lombos”. Mas a justiça desse novo messias davídico tem um critério próprio, isto é, “julgará os fracos com justiça, com equidade pronunciará sentença em favor dos pobres da terra”. A justiça de Deus é para recuperar o direito dos pobres. Ela visa fortalecer os fracos, a fim de que haja condições de igualdade.
O sonho dessa nova justiça é descrito de maneira paradisíaca, em forma de harmonia de toda a criação. Esse mundo é idealizado na convivência pacífica entre lobo e cordeiro, onça e cabrito, leão e bezerro. Para tanto é necessário que o lado fraco seja reforçado, ou seja, que o cordeiro, o cabrito e o bezerro adquiram força para se igualar aos animais ferozes. Mas é mais importante que o lobo, a onça e o leão renunciem à sua violência. Só assim é possível a convivência harmoniosa entre eles e os mais fracos.
A nova vivência é representada pela imagem da criança. A paz se expressa na criancinha brincando com a serpente. O veneno se extingue. Acaba a traição. A maldade termina. É a imagem do Natal que o advento propõe preparar. Tem como centro uma criança, mensageira de paz, portadora de justiça, salvação para a humanidade.
Nossa fé nos assegura que este sonho pode se tornar realidade. Na segunda leitura, Paulo pede perseverança em vista da esperança. Ora, o cristianismo é justamente uma religião de esperança. Mas de uma esperança alegre, pois não caminhamos no vazio. Nossa espera tem uma meta segura. Na esperança, vamos construindo o futuro no qual acreditamos.
O apóstolo Paulo dá uma pista. “Acolhei-vos, portanto, uns aos outros, como também Cristo vos acolheu”. Enquanto nos acolhemos, como comunidade de irmãos, estamos vivendo o advento. Acolhendo a cada pessoa, nos preparamos para acolher a vinda de Jesus em seu Natal. Na acolhida, sobretudo das pessoas mais necessitadas, reforçamos a virtude da esperança, rumo à certeza do Reino dos Céus que se aproxima.



PRECES

1. Para que nos deixemos iluminar pela Palavra que acabamos de ouvir, e tenhamos força para deixar os caminhos errados de nossa vida, Rezemos ao Senhor.

2. Para que este advento seja um tempo especial para produzirmos bons frutos, de paz e de justiça, Rezemos ao Senhor.

3. Para que saibamos colaborar com outras organizações, igrejas e religiões, em vista da salvação universal, Rezemos ao Senhor.

4. Para que os esforços no combate à fome e à miséria criem de fato uma sociedade mais justa e igualitária em nosso país, Rezemos ao Senhor.

5. Por nossos governantes e pelas lideranças de nossas igrejas, para que se deixem guiar sempre pela justiça, Rezemos ao Senhor.




Valmor da Silva

quarta-feira, 7 de novembro de 2007

32° Domingo do Tempo Comum - Pe. Antônio Geraldo Dalla Costa

Que será o homem depois da morte?
Na Liturgia de hoje, queremos celebrar
a esperança na Vida que não morre.

Os primeiros livros da Bíblia não falam claramente
da Ressurreição dos mortos.
Só mais tarde, começou-se a falar em Israel
de um despertar daqueles que estão dormindo no pó da terra.

Na 1a Leitura, temos a 1ª profissão de fé na Ressurreição. (2Mac 7,1-2.9-14)

A experiência da morte de muitos justos,
no tempo da perseguição do rei Antíoco,
fez nascer a esperança da Ressurreição (± 170 aC).
Nessa época, temos o belo testemunho da Mãe e os sete filhos Macabeus.
Eles são obrigados a violar a prática religiosa dos antepassados.
Fortalecidos pela esperança da ressurreição,
eles preferem enfrentar as torturas e a própria morte, a transgredir a Lei...
Vejamos as respostas corajosas dos primeiros quatro irmãos:

- Um deles, tomando a palavra em nome de todos, falou assim:
"Estamos prontos a morrer, antes de violar as leis de nossos pais".
- O Segundo, prestes a dar o último suspiro, disse:
"Tu, ó malvado, nos tiras desta vida presente . Mas o Rei do universo nos
ressuscitará para uma vida eterna, a nós que morremos por suas leis"
- Depois começaram a torturar o terceiro. Apresentando a língua e as mãos,
diz: "Do céu recebi estes membros... no céu espero recebê-los de novo..."
- E o quarto quase a expirar: "Prefiro ser morto pelos homens, tendo em vista
a esperança dada por Deus, que um dia nos ressuscitará.
Para ti, porém, ó Rei, não haverá ressurreição para a vida".

* São as afirmações mais claras do A.T. sobre a vida além da morte.
Assim mesmo tinham uma idéia ainda muito imperfeita.
Era apenas a idéia de uma "revivificação dos justos",
um readquirir no outro mundo uma vida semelhante a de antes.
A idéia foi se desenvolvendo, até ser completamente iluminada por Cristo.

No Evangelho, Jesus confirma nossa fé na Ressurreição. (Lc 20,27-38)

- Essa idéia imperfeita de Ressurreição ainda existia, no tempo de Jesus.
Alguns Saduceus, que não acreditavam na Ressurreição,
inventaram uma história e fizeram uma pergunta capciosa
que visava ridicularizar a doutrina da ressurreição e da vida futura:
Uma mulher viúva sem filhos... casou com 7 maridos sucessivamente ...
Com quem ficará na vida futura?







- Jesus responde:

1. Aos Fariseus (que acreditavam numa ressurreição imperfeita):
A Ressurreição não é apenas um despertar do sepulcro para retomar a vida
de antes. A vida com Deus é uma realidade completamente nova e distinta.
É um dom maravilhoso que o Pai reservou para todos os seus filhos.
Seremos imortais, glorificados, não mais sujeitos às leis da carne.
Por isso, será desnecessário o matrimônio para a conservação da espécie.

2. Aos Saduceus: Afirma a existência da vida futura:
Deus se manifestou a Moisés como o Deus de Abraão, de Isaac e de Jacó,
muitos anos depois de terem desaparecido deste mundo.
Isso quer dizer que eles não estão mortos, mas vivem atualmente em Deus.
Portanto, se Abraão, Isaac e Jacó estão vivos, podemos falar de Ressurreição.

A RESSURREIÇÃO:

- A Ressurreição é a esperança que dá sentido a toda a caminhada do cristão.
A fé cristã torna a esperança da ressurreição uma certeza absoluta,
pois Cristo ressuscitou e quem se identifica com Cristo nascerá com ele
para a vida nova e definitiva.
A nossa vida presente deve ser uma caminhada tranqüila, confiante, alegre,
em direção a essa nova realidade.

- A Ressurreição não é a continuação da vida que vivemos neste mundo;
mas é a passagem para uma vida nova onde, sem deixarmos de ser nós próprios, seremos totalmente outros... É a realização da vida plena.

- A certeza da Ressurreição não deve ser, apenas, uma realidade que esperamos; mas deve ser uma realidade que influencia, desde já, a nossa existência terrena. É o horizonte da Ressurreição que deve influenciar as nossas atitudes;
é a certeza da ressurreição que nos dá a coragem de enfrentar
as forças da morte que dominam o mundo,
de forma a que o novo céu e a nova terra que nos esperam
comecem a desenhar-se desde já.

A Liturgia nos apresenta uma verdade consoladora:
Viemos de Deus, e com a morte, voltamos para ele.
A Morte não nos deve assustar: É o encontro maravilhoso
com os amigos e parentes, que foram na nossa frente.
E, sobretudo, vai ser o encontro com o melhor dos amigos: DEUS.
Nossa vida não termina aqui: ressuscitaremos...
"Nosso Deus é o Deus dos vivos e não dos mortos..."

- Cristo nos garante: "Eu sou a Ressurreição e a Vida.
Aquele que crê em mim, ainda que esteja morto, viverá". (Jo 11,25)
- "A esperança cristã é a ressurreição dos mortos: Tudo o que nós somos,
o somos na medida em que acreditamos na Ressurreição." (Tertuliano)

CREEMOS EN LA RESURRECCIÓN DE LOS MUERTOS.-

Muchas de nuestras dificultades para aceptar el misterio de la resurrección son de tipo saduceo. Interpretamos resucitar como revivir, en el sentido de volver otra vez a este vida. La experiencia defectuosa y unidimensional de esta vida y la falta de imaginación nos han llevado a entender la resurrección como un paso atrás -volver a esta vida- en vez de interpretarla como un paso adelante, como un adentrarnos en la vida, sin determinismos ni condicionamientos. Entender la resurrección en el sentido saduceo no sólo es difícil de creer, sino que resulta estúpido, ¿para qué volver otra vez a las andadas? Otra serie de dificultades, más serias acaso, pero no menos debidas a nuestra falta de imaginación y a la miopía humana derivada de la exacerbación seudocientífica, nace de la pretensión de querer reducir la muerte a un simple hecho que sucede al final de la vida. Nos imaginamos que la vida es un continuo entre dos extremos: el nacimiento, que le da origen, y la muerte que sería su límite. En realidad, cuando así pensamos, no hacemos sino engañarnos, pretendiendo alejar el fantasma de la muerte hasta el fin. Igual podemos decir que vivimos hasta la muerte, como que nos estamos muriendo desde que nacemos. Está claro que, con tan canijas ideas acerca de la muerte y de la vida, se nos haga difícil creer que, terminada la vida con la muerte, quede algo más que hacer.
Más cierto es -y más de acuerdo con el Evangelio- que la vida y la muerte, por paradójico que parezca, son dos modos de una misma realidad. En realidad, según Jesús, vivir consiste en ir dando la vida hasta la oblación total en eso que vulgarmente llamamos muerte, pero que, según Jesús, es el acto supremo de la vida (paso de "ésta" a la "otra"); mientras que, según el evangelio, morir es querer vivir mi vida cerrándome a los demás, que es lo que vulgarmente llamamos "aprovechar la vida". Está claro que el que vive dando la vida, no la pierde, la da. Mientras que el que vive sin querer darla, la pierde con la muerte.

32° Domingo do Tempo Comum - Sobre a Ressurreição

Sobre a ressurreição
Neste 32º domingo, somos convidados a experimentar e celebrar um dos dados fundamentais da fé cristã: a vida eterna pela ressurreição da carne. Como batizados, inseridos na história e nas atividades temporais, "esperamos a ressurreição dos mortos e a vida do mundo que há de vir". Vida em plenitude que começa neste mundo pela prática do amor fiel a Deus e pela perseverança em Cristo Jesus, engajados na construção do Reino.Em Jerusalém, Jesus entra em conflito com os promotores de uma sociedade excludente. A Palavra do Evangelho para este domingo revela a discordância entre Jesus e os saduceus. Estes se originavam da descendência sacerdotal de Sadoc e se autodenominavam "justos". Constituíam um partido influente na época, composto pelos chefes dos sacerdotes e pelos nobres anciãos da sociedade. Eles negavam a ressurreição dos mortos. Afirmavam que a vida era um estágio no tempo e que tudo terminava com a morte. Como materialistas dialéticos, mais que elucidar a realidade da vida além-morte, inventando um caso ideal de uma mulher, querem ridicularizar do ensinamento de Jesus sobre a vida eterna e seu prestígio junto do povo. Os saduceus apresentam a Jesus uma questão que envolvia a lei judaica do levirato. "Mestre, Moisés prescreveu-nos: se algum casado morrer e deixar mulher, mas não deixar filhos, case-se com ela o irmão dele e dê descendência a seu irmão" (v. 28). A lei do levirato, implantada na época do pós-exílio por Esdras e seus sacerdotes e escribas, previa que toda mulher casada que ficasse viúva, sem filhos, passasse a ser esposa de seu cunhado mais velho ou do parente mais próximo, a fim de que o falecido pudesse dar à esposa descendência (cf. Dt 25,5-10). Mais que descendência, a preocupação recaía sobre os bens. Se a viúva se casasse com um homem fora da parentela do falecido marido, os bens investidos no casamento passariam para outros. Jesus, percebendo a malícia dos interlocutores aristocratas e conservadores, não se atém à lei do levirato e responde enfaticamente que, na outra vida, as realidades são diferentes. Casamento, descendência, bens e herança são preocupações, questões desta vida, não da eternidade (v. 33-34). Lá não haverá marido ou mulher, nem herança para ser discutida. Para a eternidade, essas realidades são inúteis. O futuro não é uma reprodução da sociedade criada pela burguesia.Jesus mostra que ela??? se fundamenta na própria revelação de Deus, que se deu a conhecer como o "Deus dos vivos e não dos mortos, pois todos vivem para ele" (v. 38). A vida dos ressuscitados é totalmente diferente da vida neste mundo. É livre das limitações da vida terrena. Obviamente, isto não significa que, para a eternidade, a vida presente não conte. Ao contrário, o que foi semeado e cultivado nesta terra, no sentido do amor autêntico, da amizade, da fraternidade, da justiça, nada desaparecerá. Tudo encontrará plenitude e máxima realização. O Deus da vida tem a última palavra, não a morte: "Por vossa ordem, nós nascemos; por vossa vontade, somos governados, e, por vossa sentença, retornamos à terra por causa do pecado. Mas, salvos pela morte de vosso Filho, ao vosso chamado, despertamos para a ressurreição" (Prefácio dos fiéis defuntos, IV)

Orígenes (c. 185-243), padre e teólogo - Comentário sobre a epístola aos Romanos

«São filhos de Deus, sendo herdeiros da ressurreição»
No último dia, a morte será vencida. A ressurreição de Cristo, após o suplício da cruz, contém misteriosamente a ressurreição de todo o Corpo de Cristo. Tal como o corpo visível de Cristo é crucificado, amortalhado e depois ressuscitado, assim o Corpo inteiro dos santos de Cristo é com ele crucificado e já não vive em si mesmo. Mas quando chegar a hora da ressurreição do verdadeiro Corpo de Cristo, do seu Corpo total, então os membros de Cristo, hoje semelhantes a ossos secos, juntar-se-ão, articulação com articulação (Ez 37, 1s), cada um encontrando o seu lugar e «todos juntos constituirão um homem perfeito à medida da plenitude do corpo de Cristo» (Ef 4,13). Então a multidão de membros será um corpo, pois todos pertencem ao mesmo corpo (Rm 12, 4).

quinta-feira, 18 de outubro de 2007

ORA/PERSEVERANCIA

Muchos, al oír hablar de perseverancia, piensan inmediatamente en la machaconería, en repetir fórmulas y palabras; nunca en esa oración más profunda de encuentro silencioso, iluminador, con la verdad de Dios que nos revela nuestra propia verdad y nos esclarece la situación humana. Es ésta la oración que es indispensable y necesaria, porque es el clima en que nace y madura la fe y la vida.
La oración fortalece la esperanza cristiana, que no podemos confundir con la simple espera de algo que quizá se realice. La esperanza cristiana consiste en la certeza de conseguir algún día en plenitud y para siempre, lo añorado en lo más íntimo y verdadero de nuestro corazón, a pesar de todas las situaciones y contradicciones que hagan difícil mantener esta actitud. Una esperanza que respeta el "tiempo de Dios", pero que lleva a trabajar para adelantarlo.
Si la oración es la forma habitual de alimentar nuestra comunión con Dios y con los hombres, dejar de orar es exponernos a su lejanía, dejar de tener el "sentido de Dios" en los acontecimientos. Si la oración es tan importante para el hombre, ¿nos extrañaremos de la ausencia de Dios y de la radical injusticia en una sociedad que no reza? (...).
FRANCISCO BARTOLOME GONZALEZ

29° Domingo do Tempo Comum - O juiz iniquo e a viúva

O juiz iníquo e a viúva
Na caminhada de Jesus rumo a Jerusalém, a parábola da viúva e do juiz iníquo introduz um novo elemento: a oração. O protagonista é o juiz que não teme a Deus (Lc 18,3) e não se importava com as pessoas. A protagonista oposta é a viúva (Lc 18,3), objeto de atenção especial por sua condição desprotegida e fraca na sociedade (cf. Ex 22,21-23). Como tal, ficava exposta aos abusos legais e judiciais pelo fato de não poder pagar nem subornar. A exigência que a viúva faz ao juiz é expressa no pedido: "Faça-me justiça contra o meu adversário" (Lc 18,3). Tratava-se, possivelmente, de uma questão de herança ou de pagamento de uma dívida. Pequenos casos que o juiz, com boa vontade, podia resolver. Ele protelava a sentença favorável à viúva, talvez por comodismo ou pela importância social do devedor com quem o magistrado não queria se indispor. A justiça, nos homens da lei, desde longa data, está comprometida. O profeta Amós gritara contra essa situação (cf. Am 8,4-8). Miquéias acusara os homens da lei e as autoridades por atuarem e decidirem sempre em favor de seus interesses (Lc 3,1-11). Agindo assim, eles se perpetuam no poder e conseguem sustentar sua influência entre as pessoas (cf. Lc 16,1-13). Os pobres (representados pela viúva), por não possuírem dinheiro, normalmente não têm poder de barganha, de influência e menos ainda de decisão. Na perspectiva do juiz iníquo, os tribunais da justiça acabam se transformando em cenários férteis de injustiça e lugares onde quem possui privilégios recebe mais, e quem tem poucos está espoliado até de seus direitos. A viúva tinha tudo para desistir, mas insiste e persiste em que seu processo seja julgado. Ela não tinha dinheiro para comprar, tanto menos para comprometer a justiça. Porém, o homem da lei vê-se obrigado a pronunciar a sentença para não continuar sendo molestado pela persistência da mulher (Lc 18,5). A parábola conclui-se revelando a eficácia da oração: se o juiz iníquo se deixou dobrar aos pedidos insistentes da viúva, o que dizer de Deus, o justo juiz, ao ouvir as súplicas de seus filhos? Esta parábola é muito atual. A viúva persistente é o símbolo das pessoas desprotegidas. Teoricamente protegidas pelas leis, mas na prática enfrentam toda espécie de dissabores. Dificilmente o pequeno e o fraco (as viúvas de hoje) têm vez na sociedade. Quem não possui cartão de crédito nem dispõe de boas relações conhece a triste realidade das intermináveis filas e o cansaço de horas de espera. Aos pobres, não resta alternativa senão serem persistentes. A perseverança é uma das únicas portas existentes para que os pequenos da sociedade sejam ouvidos e atendidos. Diante da injustiça dos homens, cabem aos pobres a perseverança e a confiança em Deus. Em meio às dificuldades, a tentação é de lançar mão dos mesmos métodos dos ricos e dos poderosos. Mas a justiça definitiva cabe a Deus. O fato de alguém não ser atendido questiona a intensidade da fé e o conteúdo da oração. O que pedimos a Deus? Será que o que solicitamos corresponde a seus desígnios e ao nosso bem espiritual? Na prática, porém, a vinda do Reino e sua implantação demoram. Deus tarda em fazer justiça a seus eleitos. O Senhor vem em socorro de quem está a caminho, alimentando suas forças e coroando de êxito seus esforços na implantação do Reino de justiça e de paz. A oração perseverante ajudará os discípulos e missionários a fazer do continente latino-americano modelo de justiça e de paz!

DOMINGO 29 del Tiempo Ordinario - Ciclo "C" -

Las Lecturas de hoy nos hablan de la perseverancia en la oración. Vemos a Moisés en la Primera Lectura (Ex. 17, 8-13) con las manos en alto en señal de súplica al Señor. Mientras Moisés oraba el ejército de Israel vencía; si las bajaba, sucedía lo contrario. Llegó un momento que ya Moisés no pudo sostener sus brazos y tuvo que ser ayudado.
El Evangelio (Lc. 18, 1-8) nos habla de una parábola del Señor, en la cual nos presenta un Juez injusto que no quiere saber nada de una pobre viuda que lo busca para que le haga justicia contra su adversario. Y el inhumano Juez termina por acceder a las insistentes y perseverantes peticiones de la pobre mujer.
Jesús usa este ejemplo para darnos a entender que Dios, que no es como el Juez inhumano e injusto, sino que es infinitamente Bueno y Justo, escuchará nuestras oraciones constantes, insistentes y perseverantes.
Sin embargo, recordemos que debemos saber qué pedir y cómo pedir a Dios. Hace poco las Lecturas nos hablaban de que si pedíamos Dios nos daba: “Pidan y se les dará”. Pero debemos recordar lo que decía ese texto al final: “Dios dará cosas buenas a los que se las pidan” (Mt. 7, 11).
¿Qué significa esto de “cosas buenas”? Significa que debemos saber pedir lo que Dios nos quiere dar. Y estar confiados en que es Dios Quien sabe qué nos conviene. Esas “cosas buenas” son las cosas que nos convienen.
¿Por qué parece que Dios a veces no responde nuestras oraciones? Porque la mayoría de las veces pedimos lo que no nos conviene. Pero, si nosotros no sabemos pedir cosas buenas, El sí sabe dárnoslas. Por eso la oración debe ser confiada en lo que Dios decida, y a la vez perseverante. A lo mejor Dios no nos da lo que le estamos pidiendo, porque no nos conviene, pero nos dará lo que sí nos conviene. Y la oración no debe dejarse porque no recibamos lo que estemos pidiendo, pues debemos estar seguros de que Dios nos da tooodo lo que necesitamos.
Sin embargo, no podemos dejar de notar la pregunta de Cristo al final de este trozo del Evangelio. ¿Qué significa esa frase sobre si habrá Fe sobre la tierra cuando vuelva a venir Jesucristo?
Esta frase sobre la Fe y Segunda Venida de Jesucristo “pareciera” estar como agregada, como fuera de contexto. Pero no es así. Notemos que habla el Señor sobre “sus elegidos, que claman a El día y noche”.
Si nos fijamos bien, no hubo cambio de tema, pues a la parábola sobre la perseverancia en la oración, sigue el comentario de que Dios hará justicia a “sus elegidos, que claman a El día y noche”. De hecho, el tema que estaba tratando Jesús antes de comenzar a hablar de la necesidad de oración constante era precisamente el de su próxima venida en gloria (cf. Lc. 17, 23-37).
Esa oración perseverante y continua que Jesús nos pide es la oración para poder mantenernos fieles y con Fe hasta el final ... hasta el final de nuestra vida o hasta el final del tiempo.
Sin embargo, el cuestionamiento del Señor nos da indicios de que no habrá mucha Fe para ese momento final. Es más, en el recuento que da San Mateo de este discurso escatológico nos dice el Señor que si el tiempo final no se acortara, “nadie se salvaría, pero Dios acortará esos días en consideración de sus elegidos” (Mt. 24, 22).
¿Qué nos indica esta advertencia? Que la Fe va a estar muy atacada por los falsos cristos y los falsos profetas que también nos anuncia Jesús. Que muchos estamos a riesgo de dejar enfriar nuestra Fe, debido a la confusión y a la oscuridad (cf. Mt. 24, 23-29).
Es una advertencia grave del Señor, que nos indica que debemos estar siempre listos para ese día de la venida en gloria del Señor -o para el día de nuestro paso a la otra vida a través de nuestra muerte. Es una advertencia para que roguemos perseverantemente porque seamos salvados, en ese día en que el Señor vendrá con gran poder y gloria para juzgar a vivos y muertos.
Sabemos que por parte de Dios la salvación está asegurada, pues Jesucristo ya nos salvó a todos con su Vida, Pasión, Muerte y Resurrección. Pero de parte de nosotros se requiere que mantengamos nuestra Fe y que la mantengamos hasta el final.
De allí que Jesús nos dé el remedio para fortalecer nuestra Fe y para que esa Fe permanezca hasta el final: la oración, la oración perseverante y continua, sin desfallecer.
Pero, sin duda, la pregunta del Señor “¿creen ustedes que habrá Fe sobre la tierra cuando venga el Hijo del hombre?” nos invita una seria reflexión ... Cabe preguntarnos, entonces, ¿cómo está nuestra Fe?
¿Es una Fe que nos lleva a la esperanza de la Resurrección y la Vida Eterna? ¿O es una Fe que está esperando en el nefasto e irrealizable mito de la re-encarnación?
¿Es una Fe segura o es una fe que coquetea con las últimas novelerías escritas justamente para que nuestra Fe se vaya debilitando?
¿Es una Fe que confía en Dios o que confía en las fuerzas humanas?
¿Es una Fe que nos hace sentir muy importantes e independientes de Dios o es una Fe que nos lleva a depender de nuestro Creador, nuestro Padre, nuestro Dios?
¿De verdad tenemos la clase de Fe que el Señor espera encontrar cuando vuelva?
Y si para tener esa Fe que requerimos para el final, la receta es la oración, cabe preguntarnos también: ¿Cómo es nuestra oración?
¿Es frecuente, perseverante, constante, sin desfallecer, como la pide el Señor para que nuestra Fe no decaiga?
¿Cómo oramos? ¿Cuánto oramos?
¿Está nuestra oración a la medida de las circunstancias?
Porque ... pensándolo bien ... considerando como están las cosas en el mundo, “¿creen ustedes que habrá Fe sobre la tierra cuando venga el Hijo del hombre?”
El Salmo 120 es un himno al poder de Dios y a la confianza que debemos tener en El. Cantamos al Señor, que es Todopoderoso, pues, entre otras cosas, “hizo el Cielo y la tierra”. Y confiamos en El, pues “está siempre a nuestro lado ... guardándonos en todos los peligros ... ahora y para siempre”
La Segunda Lectura (2 Tim. 3,14 - 4,2) nos pide también firmeza en la Fe (“permanece firme en lo que has aprendido”), seguridad en la Sabiduría que encontramos viviendo la Palabra de Dios. Y además nos habla de la necesidad de la Fe para la salvación (“la Sagrada Escritura, la cual puede darte la Sabiduría que, por la Fe en Cristo Jesús conduce a la salvación”).
Pero, adicionalmente, nos habla de la obligación que tenemos de comunicar esa Fe contenida en la Palabra de Dios. Y esa obligación deriva de la necesidad que hay de anunciarla en atención -precisamente- a la Segunda Venida de Cristo: “En presencia de Dios y de Cristo Jesús, te pido encarecidamente que, por su advenimiento y por su Reino, anuncies la Palabra”.
De allí la importancia de leer la Palabra de Dios, de meditarla, de orar con la Palabra de Dios y, encontrando en ella la Sabiduría, poderla vivir nosotros y mostrarla a los demás con nuestro ejemplo y con nuestro testimonio “a tiempo y a destiempo, convenciendo, reprendiendo y exhortando con toda paciencia y sabiduría”.
En resumidas cuentas, las lecturas de hoy nos invitan a orar, a orar con perseverancia para pedir para nosotros y para todos la Fe que Jesucristo quiere encontrar cuando vuelva.

quinta-feira, 11 de outubro de 2007

DOMINGO 28 del Tiempo Ordinario - Ciclo "C" -

Las Lecturas de hoy nos hablan de dos sanaciones: una narrada en el Antiguo Testamento -la del leproso Naamán- y otra del Nuevo Testamento -la de los diez leprosos.
Con motivo de estos textos es bueno referirnos a las maneras en que Dios puede sanar. Vemos cómo en la Primera Lectura (2Re. 5, 14-17) el Profeta Eliseo manda a Naamán a bañarse siete veces en las aguas del río Jordán y, luego de hacerlo -dice la Escritura- “su carne quedó limpia como la de un niño”.
Por cierto no está esto en la parte del texto que hemos leído hoy, pero Naamán, que era el general del ejército de Siria, hombre poderoso y engrandecido, llegó con toda pompa y poder a Israel y se sintió ofendido porque el Profeta Eliseo no lo había recibido y solamente le mandó a decir que se bañara en el Jordán. Naamán se disgustó y cuando se disponía a volverse a su país, diciendo que los ríos de Siria eran mejores que los de Israel, sus servidores lo convencieron de hacer lo que el Profeta le había indicado.
En este caso vemos a Dios sanando a una sola persona (Naamán) a través de un instrumento suyo (el Profeta Eliseo), sin siquiera estar éste presente, con unas instrucciones muy precisas (bañarse 7 veces en un río).
En el caso de la curación de los 10 leprosos del Evangelio es una sanación colectiva, hecha directamente por Dios (por Jesucristo), sin estar El presente mientras la sanación sucedía (recordemos que los leprosos se sanaron mientras iban a presentarse a los sacerdotes).
Otras veces Jesucristo sanó -por ejemplo- utilizando barro para untar en los ojos de un ciego; es decir, utilizando una sustancia (Jn. 9, 1-41).
Otras veces dando una orden: “Levántate, toma tu camilla y anda” (Mt. 9, 6), le dijo a un paralítico.
O también como al criado del Oficial romano, a quien sanó sin siquiera ir hasta donde estaba el enfermo (Mt. 8, 5-12).
O como a la hemorroísa a quien sanó al ella tocar el manto de Jesús (Mt. 9. 20-22).
Otras veces fueron los Apóstoles los instrumentos que el Señor usó para sanar, como leemos en los Hechos de los Apóstoles (Hech. 3, 3-7).
Todos estos ejemplos son para indicar que Dios es Quien sana, y que Dios sana a quién quiere, dónde quiere, cuándo quiere y cómo quiere... porque Dios es soberano. Es decir : es dueño de nuestra vida y de nuestra salud. Y nuestra Fe consiste, no sólo en creer que Dios puede sanarnos, sino también en aceptar que El es soberano para sanarnos o no, y también para escoger la forma, el medio, el momento en que nos sanará.
Es así como Dios podría sanarnos milagrosamente. Hoy también se dan los milagros -“aunque Ud. no lo crea”-. Y cuando el Señor actúa así (extraordinariamente) lo hace para vitalizar la Fe de las personas: la del mismo enfermo, la de las personas alrededor de éste y la de los que reciban ese testimonio.
Dios sigue haciendo milagros hoy en día. Para cada canonización la Iglesia Católica requiere de un milagro comprobado. Para nombrar sólo un caso de los más recientes: en el proceso de beatificación de la Madre Teresa de Calcuta, se dio a conocer un milagro impresionante, no sólo por la gravedad de la enferma, sino porque la curación tuvo lugar en un asilo de las Hermanas de la Caridad, congregación fundada por ella, sucedió el día aniversario de su muerte, es decir de su llegada al Cielo y, adicionalmente, habiéndosele colocado a la paciente un escapulario que había estado en contacto con el cuerpo de nuestra futura santa, la Madre Teresa..
Sin embargo, en toda sanación el principal milagro es la conversión. Naamán -el leproso de la Primera Lectura- se convirtió al Dios de Israel: reconoció que no había otro Dios. El Señor suele acompañar sus sanaciones de un llamado a la conversión: “Tus pecados te son perdonados” - “Tu Fe te ha salvado” - “No peques más” - etc.
El Señor sana y sigue sanando. Sana cuerpos y sana almas. No importa el medio que use: puede hacerlo directamente, o a través de un instrumento escogido por El, o a través de médicos y medicinas. Pero sucede que la mayoría de los médicos creen que ellos son los que sanan, sin darse cuenta que también ellos son instrumentos de Dios, pues si Dios, que es soberano, no lo quisiera, tampoco se sanarían sus pacientes.
Quien sana es Dios. Y si algún enfermo sana a través de alguna persona, es porque Dios ha actuado. Jesucristo sanó directamente y realizó toda clase de milagros, no sólo de sanaciones, sino de revivificaciones, que son manifestaciones más extraordinarias aún que las curaciones. Y, además, realizó el más grande de los milagros: su propia Resurrección.
Por eso con el Salmo 97 alabamos al Señor por las maravillas que hace, porque nos muestra su lealtad y su amor y nos da a conocer su victoria.
Es importante tener una Fe, una Fe que cree que Dios es Todopoderoso y, además, soberano. Una Fe que acepta la Voluntad de Dios, que acepta que seamos sanados o no. Una Fe que, si se trata de que seamos sanados, acepta la sanación en la manera que Dios escoja. Una Fe agradecida, como la de Naamán, que alaba a Dios, construyéndole un altar, y como la del leproso que regresa a dar gracias a Jesús. Una Fe que recuerda que la principal sanación es la sanación del alma, que luego de una enfermedad física o de una enfermedad espiritual, nuestra alma queda re-establecida en Dios.
Que sepamos ser agradecidos, para que el Señor pueda decirnos, como al leproso del Evangelio que se regresó a dar las gracias: “Tu Fe te ha salvado”.
Pero la Fe debe, además, ser capaz también de sufrir, como sufre San Pablo en la Segunda Lectura (2Tim. 2, 8-13): “sufro hasta llevar cadenas como un malechor”, sabiendo que “la Palabra de Dios no está encadenada”.
Todo lo contrario, la Palabra de Dios cobra fuerza en la persecución, pues el sufrimiento hace fructificar la gracia. La sangre de los mártires, se ha dicho desde el comienzo de la Iglesia, riega la semilla de nuevos seguidores de Cristo. Por eso San Pablo es capaz de aceptar el sufrimiento de la persecución y la cárcel por amor a Cristo y a los elegidos, “para que ellos también alcancen las salvación y la gloria eterna”.
Es nuestro ejemplo en la evangelización: llevar la Palabra de Dios a quien quiera aceptarla, con prudencia, pero sin temer las consecuencias, porque “si morimos con El, viviremos con El. Si nos mantenemos firmes, reinaremos con El. Si lo negamos, El también nos negará. Si le somos fieles, El permanece fiel”.

A Cura dos Dez Leprosos

A cura dos dez leprosos
Caminhando rumo a Jerusalém, passando entre os povoados, Jesus é surpreendido por dez leprosos. Eles, ao tomarem conhecimento de quem estava passando, gritavam: "Jesus, Mestre, tem compaixão de nós!" (Lc 17,13). Sabendo do que eles necessitavam, ordena que se apresentem aos sacerdotes (Lc 17,14) para receberem o atestado de cura e cumprirem as prescrições legais e cultuais. Os responsáveis para avaliar a cura e a possibilidade de reintegração ou não na comunidade, eram os sacerdotes. Enquanto caminhavam, ficaram curados (Lc 17,14); mas somente um, o samaritano, voltou para agradecer (Lc 17,15), enquanto os demais seguiram o caminho ao encontro dos sacerdotes. Jogando-se aos pés de Jesus, o samaritano agradeceu pela cura. Jesus lhe disse: "Levante-se e vá. Sua fé o salvou" (Lc 17,19). Por que só um retornou para agradecer? Possivelmente os outros nove tivessem considerado a cura não como misericórdia de Jesus, mas um direito alcançado. Portanto, não havia motivos para retornar e agradecer. Jesus surpreende-se, não tanto por esperar ser reconhecido e admirado por todos, mas sim pelo fato de que os outros nove curados não tinham percebido que ele, o Mestre, estava comunicando uma nova relação entre Deus e as pessoas. Para agradecer a Deus, não é suficiente a execução de ritos sagrados, por mais importantes e belos que sejam. O que move a atitude da gratidão é a "experiência da graça". Só quem discernir no caminho da vida os inúmeros sinais da graça de Deus é capaz de voltar para trás e agradecer. É costume agradecer por algo bom que recebemos. Agradecer ao Deus da vida, do amor, da paz e da justiça até que é fácil. Mas é muito difícil quando o sofrimento, a incompreensão, a perseguição desafiam nossa fé no Deus da vida e da graça. À luz do mistério da Paixão de Jesus, podemos compreender que as provações da vida nos tornam resistentes e perseverantes. Então, por que não agradecer o Pai pelos sofrimentos que passamos? Agradecer-lhe pela força que nos dá à luz da ressurreição de Cristo, porque lutar não é em vão. Enfim, Jesus convida todos a participar de sua missão. Que ninguém fique de braços cruzados e indiferente. Inseridos na sociedade, tornemos visível o amor, a solidariedade e a gratidão. Voltemo-nos para o Senhor, como fez o leproso samaritano ao perceber-se curado. Sejamos plenos de gratidão, reconhecendo que nossa vida é formada pela ação amorosa, sempre curativa e libertadora de Deus!

sexta-feira, 5 de outubro de 2007

27° Domingo do Tempo Comum ( Pe. Carlo B.)

A Palavra de Deus que a Liturgia hoje nos oferece, diz respeito a um dos desejos mais bonitos de toda pessoa que não interprete a sua dimensão espiritual somente como uma das tantas coisas da vida, que não se detêm nas praticas religiosas mas entra no maravilhoso caminho da fé. Caminho este tão fascinante quanto tão mal interpretado e instrumentalizado.
Se entre a metade de 1800 até o século passado estava em auge o mito do homem capaz de viver autonomamente, desvinculado de qualquer dimensão transcendente que, segundo o dizer comum, era aliciante e extraia a pessoa do verdadeiro mundo, hoje esta visão mostrou plenamente seu fracasso. Teorias como aquelas, evidenciaram sociologicamente e existencialmente sua intrínseca inconsistência. De fato, a tentativa de eliminar a fé no coração das pessoas por meio de violências praticadas por regimes nomeadamente ateus, resultou numa perca de identidade dos próprios povos. Este fato se retorceu sobre os mesmos sistemas, derrotando-os a partir de seu interior. O mesmo ocorreu no contexto existencial, no caso de outros sistemas economico-culturais que quiseram substituir o anseio profundo do coração do homem pelo mito do bem-estar: acabaram vítimas da fuga em massa e da desconfiança difusa. Drogas, violência, complicação dos relacionamentos interpessoais, depressão e neurose generalizadas, fuga da responsabilidade do individuo com a vida, diminuição da natalidade e mais ainda, são os efeitos da violência subliminar praticada como método, a fim de impor um sistema controlado e controlável.
A história ensina que toda vez que se forçam as situações num sentido, inevitavelmente se prepara o terreno para o seu oposto o qual, freqüentemente, irrompe de forma desequilibrada. O contexto no qual hoje vivemos é caracterizado justamente por uma proliferação descontrolada de formas de fideísmo. Somente em torno do ano 1000, quando as pessoas esperavam pelo fim do mundo, se registrou um número tão elevado de formas e práticas religiosas excêntricas quanto hoje. Como era por se esperar, ao lado de uma fé sadia e equilibrada, que envolve o homem, como diria Jesus: “com todo o coração, com todas as forças e com toda a alma”, estamos assistindo à proliferação de seitas e formas religiosas; proliferação proporcional ao integralismo pregado por estas. Clara manifestação esta de que, também a vida interior foi minada pelo mesmo principio da fuga: quanto menos se pensa melhor fica, quanto mais claras e rígidas forem as regras, tanto menos precisa se envolver. Obviamente não é esta ligação irracional e fundamentalista que pode ser chamada “fé”. Crendice e fé são duas coisas completamente diferentes.
Percorrendo a Escritura se nos apresenta uma imagem muito bonita da fé, totalmente distante de qualquer exaltação irresponsável.
São Paulo aos cristãos de Roma aponta em Abraão o símbolo da fé nestes termos: «Pois que diz a Escritura? Abraão creu em Deus, e isso foi considerado como justiça» (Rm 4,3); isto é: Deus reconheceu em Abraão a atitude ideal no relacionamento do homem com Deus. Muitos outros personagens na Bíblia são conhecidos como pessoas “de fé”, primeira entre todas Maria de Nazaré. Ora, embora em todos os casos narrados na Escritura a “fé” tenha momentos fortes e únicos, todavia nunca a fé é vista como o gesto de um acontecimento isolado, quase que extraído do conjunto da vida da pessoa que o faz.
A fé é sempre resultado de uma posição assumida, de uma atitude fundamental pela qual a pessoa se coloca diante de Deus com todo o conjunto da sua existência. A fé é ligada a historia, ao tempo, à vida construída entre duas pessoas que se colocam, dialeticamente, uma diante da outra, com responsabilidade recíproca e comprometedora. Qualquer ato de fé é o momento de um processo; um processo que tem origem na opção fundamental com a qual acolhemos Deus assim como Ele é (e não como a imagem daquilo que nós achamos). Este processo continua no tempo, pela adesão dada através de uma história nova que se constrói a partir do próprio ato de fé.
A fé, logo, não se improvisa nem “cai do céu”, isto é o que ainda não haviam compreendido os Apóstolos, aos quais Jesus respondeu que fé deles era menor do que um grão de mostarda. De fato, bem pequeno tinha sido o percurso feito com Ele; bem pouco haviam entendido de sua pessoa! A história vivida com Jesus não era suficiente sequer para entrever o verdadeiro mistério do qual era portador. Nem o sofrimento e a derrota os Apóstolos haviam conhecido, nem sabiam o quanto era grande o poder e as forças do mal e quanto maior destas fosse a fidelidade do Pai ao amor do Filho...
Quantas coisas não conhecemos de Jesus ! Quão pouco caminho percorremos junto com Ele e já nos iludimos de possuir uma grande fé! Quanto ainda não acreditamos que a sua fidelidade é tão grande que é capaz de modificar nossa vida plenamente. Os Apóstolos tinham um santo desejo, sim, mas este devia passar por uma história, uma longa história construída dia após dia, pois a história é realmente o filtro de nossa fé, é ela que nos diz claramente em que medida somos capazes de “dar um crédito” a Deus. E isto se aprende, não se improvisa!
A origem da palavra “fé”, na Escritura, é ligada a duas atitudes, vinculadas uma à outra e dependentes reciprocamente: fidelidade e confiança. Fé, nestes termos, é a certeza baseada sobre a fidelidade recíproca entre Deus e o homem.
Naturalmente é algo que precisa de tempo para se descobrir; sabemos quanto uma pessoa nos ama pela sua fidelidade e pelo crédito que é capaz de dar. A descoberta do significado da fé é lenta, paciente, não ostensiva e imediatista. Somente dentro do nosso coração “sabemos” o quanto Deus nos amou, não obstante tudo...; sabemos quanto Ele foi fiel quando não o fomos...; sabemos quanto podemos contar com Ele. Fé não é um sentimentalismo que nos dá sensações de tranqüilidade e pacífica abstração dos dramas do mundo. Fé é um envolvimento pessoal que toca cada uma e todas as fibras do nosso ser; é uma atitude que se enraizou com o tempo e que se fundiu conosco. Quem possui a fé a traz consigo esta dimensão e com ela modifica qualquer contexto profano ou laicista, que exclui a lógica divina. É uma dimensão de vida de fidelidade e confiança em Deus que aprendemos no coração e com decisões que correspondem às decisões que Jesus de Nazaré (e não uma imagem de um Jesus ideal, que existe somente na nossa mente) tomou para si e para com as pessoas. A fé realmente liberta porque compromete no envolvimento e na fidelidade.
Quando tivermos aprendido quanto é fiel Jesus, quanto Ele é capaz de dar um crédito a nós, quanto também nós somos capazes de “crer” Nele, então teremos a certeza de que até o que nos parece impossível acontecer em nossa vida, o que parece já ser um dado de fato que não tem como mudar, pode ser mudado como uma amoreira da terra para o mar.
É a força do amor, descoberto passo-a-passo através da fidelidade e da confiança.

27º DOMINGO DO TEMPO COMUM

A fé humilde
No Evangelho deste domingo, Jesus propõe o exemplo da semente da mostarda, que de minúscula se transforma em uma árvore. Para ele, o problema da fé não está na quantidade, mas na qualidade. A fé, ainda que pequenina como a semente de mostarda, tem a força de realizar aquilo que pareceria impossível. Esse impossível aos seres humanos é descrito na figura da amoreira com suas raízes profundas e fortes, que se arranca e se transporta para o mar (Lc 17,6). Jesus conclui os ensinamentos com a narrativa do relacionamento do servo e seu senhor. Mesmo fatigado, o servo deverá cumprir sua obrigação: servir seu senhor sem esperar retribuição especial (Lc 17,7-9). Jamais o discípulo deve agir para esperar recompensas de seus méritos. Seu dever é empenhar-se totalmente no serviço perseverante do Reino (Lc 17,10). Tal modo de agir choca a mentalidade de hoje, onde a mínima prestação de serviço exige uma específica e qualificada gratificação.Hoje os discípulos que rezam: "aumenta nossa fé" são as comunidades, os agentes de pastoral com suas crises e busca de soluções para tantos problemas da vida, onde a corrupção, a violência e a impunidade andam soltas.No emaranhado complexo da história, os discípulos e missionários de Jesus são uma pequena semente fecundada pelo Espírito de Deus: sonham com o ideal de superar os maiores impasses. Uma realidade constantemente provocada pela tentação de ser presença ostensiva. Gratificante é ser cristão na hora do show. Difícil é testemunhar a fé na crise, manter a confiança diante de tantos problemas e alimentar a esperança perante o martírio. Fascinante é aclamar Jesus no sucesso. Menos confortável é reconhecê-lo e professá-lo na dor, na opressão, na violência e na perseguição. A proclamação e a acolhida da Palavra na celebração litúrgica fazem "a pequena semente" (a comunidade, a Igreja) crescer, até se transformar em uma frondosa árvore. Pela ação do Espírito Santo, faz-nos redescobrir e recuperar a auto-estima pela pequena semente. "O dinamismo missionário da Igreja não nasce da vontade dos homens que decidem se fazer propagadores de sua fé. Nasce do Espírito que atua nas celebrações litúrgicas, particularmente na Eucaristia. A missão não é nunca proselitismo ou mero serviço humano, mas decorre sempre da aliança que se constitui e se estrutura na Eucaristia e no partir do pão que é o próprio Cristo" (dom Manuel João Francisco, Ite Missa est, da palestra proferida em Santo Domingo).O encontro com o Senhor fecunda nossa fé e reanima o propósito de fidelidade no serviço sincero e gratuito da comunidade inserida na sociedade marcada pela violência e pela opressão. O Senhor renova sua palavra: "Não tenhais medo. Eis que eu estou convoco!".

DOMINGO 27 del Tiempo Ordinario - Ciclo "C" -

Las Lecturas de este Domingo contienen un llamado a la Fe, a una Fe viva... “capaz de mover montañas” ... o de mover árboles, como nos refiere el Evangelio de hoy.
En el Evangelio de hoy (Lc. 17, 5-10) los Apóstoles le piden al Señor que les aumente la Fe. Y el Señor les exige tener al menos un poquito de Fe, tan pequeña como el diminuto grano de mostaza, para poder tener una Fe capaz de mover árboles de un sitio a otro. Con este lenguaje, el Señor quiere indicarnos la fuerza que puede tener la Fe, cuando es una Fe convencida y sincera.
Nos indica, también, que la Fe es a la vez don de Dios y voluntad nuestra. O como dice el Nuevo Catecismo: La Fe es una gracia de Dios y es también un acto humano (cf.CIC #154).
Expliquemos esto un poco más: La Fe es una virtud sobrenatural infundida por Dios en nosotros. Es decir: para creer necesitamos algo que siempre está presente: la gracia y el auxilio del Espíritu Santo. Pero para creer también es indispensable nuestra respuesta a la gracia divina. Y esa respuesta consiste en un acto de nuestra inteligencia y de nuestra voluntad, por el que aceptamos creer.
Sin embargo hay una desviación muy marcada en nuestros días que consiste en exigir que todo sea comprobable, verificable, visible. Por cierto, es una desviación que siempre ha estado presente. No tenemos más que recordar a Santo Tomás.
Sucedió que este Apóstol no estuvo presente en la primera aparición de Jesús Resucitado a los demás discípulos. Y Tomás pidió comprobación, manifestando que se negaría a creer en la Resurrección de Cristo si no metía sus dedos en las heridas de las manos y su mano en la abertura del costado del Resucitado. Sabemos lo que sucedió: Apareció Cristo una segunda vez y reprendió fuertemente a Tomás, luego de tomarle la mano para que hiciera lo que se había atrevido a requerir. (cf. Jn. 20, 19-28)
Ahora bien, los seres humanos somos muy parecidos a Santo Tomás cuando se trata de verdades sobrenaturales: requerimos “meter el dedo en la llaga”, sin darnos cuenta de que practicamos una fe natural que nos lleva a creer cosas para las que no requerimos comprobación.
Un ejemplo evidente de esta fe natural confiada es la aceptación de nuestros antepasados no conocidos.
¿Quién de nosotros se ha atrevido a pedir una partida de nacimiento o de defunción para estar seguro de que tal persona es nuestro abuelo o nuestra bisabuela o nuestro tío?
Existe, entonces una fe meramente humana, por la que creemos en algo que se nos dice, como podría ser una historia, un suceso que se nos relata, o un fenómeno comprobable científicamente.
Pero hablemos de la Fe con “F” mayúscula, de la Fe sobrenatural. Esta, que es a la vez gracia de Dios y respuesta nuestra, nos lleva a creer todo lo que Dios nos ha revelado y, además, todo lo que Dios, a través de su Iglesia, nos propone para creer.
Esa Fe tiene diversas e indispensables consecuencias para nuestra vida espiritual. La Primera y Segunda Lectura de hoy nos presentan dos consecuencias muy importantes: la perseverancia en la Fe y la obligación que tenemos de comunicar esa Fe, a pesar de las circunstancias adversas.
En la Primer Lectura del Profeta Habacuc (Hab. 1, 2-3; 2, 2-4) vemos la preocupación del Profeta por el triunfo de la injusticia. Es una pregunta que siempre está presente en el corazón de los seres humanos. También otros Profetas la hicieron: Jeremías: “¿Por qué tienen suerte los malos y son felices los traidores?” (Jer. 12, 1).
Si leemos todo el texto del Profeta Habacuc (Hab. 1, 1 a 2, 4) nos damos cuenta que el Profeta primero se queja de la situación del pueblo hebreo. La respuesta de Yavé es ciertamente desconcertante: dentro de poco los Caldeos restablecerán el orden, invadiendo y saqueando todo (!!!):
“Miren, traidores y contemplen, asómbrense y quédense alelados, porque voy a realizar en su época algo que no creerían si se lo hubieran contado. Pues ahora empujo a los Caldeos, pueblo terrible y arrollador, que recorre enormes distancias para apoderarse de países ajenos. Es terrible y temible, y se hacen su propio derecho ... Este pueblo se burla de los reyes, se ríe de los soberanos; no le importan las ciudades fortificadas, pues levanta terraplenes y se apodera de ellas. ¡Y así pasa y se va como el viento ...! ¡Su fuerza es su dios!” (Hab. 1, 5-11).
Vemos en esta respuesta cómo está Dios permitiendo la acción del mal para corregir a su pueblo escogido.
Habacuc se queja nuevamente preguntando a Yavé por qué usa la invasión de los Caldeos para realizar su justicia.
Dios le responde a su Profeta con una visión que pide que deje por escrito para enseñanza de los que vengan después. Y la enseñanza es la perseverancia en la Fe. Le asegura que se hará justicia, pero a su tiempo. Y ... sabemos que el tiempo de Dios casi nunca coincide con el nuestro.
Le responde Yavé: “Es la visión de algo lejano, pero que viene corriendo y no fallará. Si se tarda espéralo, pues llegará sin falta: el malvado sucumbirá sin remedio; el justo, en cambio, vivirá por su fe”.
Dios siempre hace justicia. Actúa de acuerdo a su Justicia que es infinita. Sin embargo la Justicia Divina no siempre es clara para los humanos. Dios guarda en secreto, al menos por un tiempo, su manera de gobernar al mundo y solamente pide que nos mantengamos fieles hasta el final.
La explicación de esto se la da al Profeta Ezequiel:
“La gente de Israel dice que la manera de ver las cosas que tiene el Señor no es justa. ¿Así que mi manera de ver las cosas no es justa, gente de Israel, no será más bien la de ustedes? Juzgaré a cada uno de ustedes de acuerdo a su comportamiento. Corríjanse y renuncien a todas sus infidelidades, a no ser que quieran pagar el precio de sus injusticias. Lancen lejos de ustedes todas las infidelidades que cometieron, háganse un corazón nuevo y un espíritu nuevo. ¿O es que quieren morir, gente de Israel? A Mí no me gusta la muerte de nadie, palabra de Yavé: conviértanse y vivirán” (Ez. 18, 29-31).
Y esta enseñanza fue para el pueblo de Israel de los tiempos de Habacuc, Jeremías y Ezequiel, unos 600 años antes de Cristo, cuando Nabucodonosor hacía de las suyas, destruyendo pueblos y apoderándose de ellos.
Sabemos que el pueblo de Israel fue desterrado a Babilonia en el año 587 antes de Cristo. Luego de un tiempo –no muy corto, por cierto, pues fueron 70 años de exilio- se ve una nueva intervención de Dios, anunciada por el Profeta Ezequiel: “Los recogeré de todos los países, los reuniré y los conduciré a su tierra” (Ez. 36, 24).
Y eso hizo. En efecto, en el año 538 antes de Cristo, sin haber hecho nada los israelitas, Ciro, Rey de Persia, conquista a Babilonia y da libertad al pueblo de Israel para que regresen a su tierra, lo cual hacen, encabezados por Zorobabel, quien como primera acción organiza la reconstrucción del Templo de Jerusalén. (cf. Esdras 1 y 2)
Pero la acción de Dios es mucho más profunda. Dios hace las cosas a perfección y completas.
Lo que sucede no es un simple regreso del exilio, sino que hace efectiva la conversión del pueblo que había pedido a través de Ezequiel. Dios purifica y transforma el corazón de su pueblo, es decir, lo hace dócil a su Divina Voluntad:
“Los purificaré de todas sus impurezas y de todos sus inmundos ídolos. Les daré un corazón nuevo y podré dentro de ustedes un espíritu nuevo. Quitaré de su carne ese corazón de piedra y les daré un corazón de carne. Pondré dentro de ustedes mi Espíritu y haré que caminen según mis mandamientos ... Ustedes serán mi pueblo y Yo seré su Dios” (Ez. 25-28).
Y esta enseñanza es válida para todos los tiempos, para cualquier circunstancia de la vida del mundo, de un pueblo, de la Iglesia, de las familias y también de cada persona en particular. Es una enseñanza muy apropiada para nosotros hoy, en el momento histórico que vivimos.
Aun cuando pueda parecer que Dios está dormido, como en la barca de los Apóstoles cuando en medio de una fuerte tormenta éstos se sintieron con derecho de reclamarle: “¡Maestro! ¿es así como dejas que nos ahoguemos?” (Mc. 4, 38), Dios está siempre pendiente y exige nuestra fe perseverante. De hecho Jesús calmó la tempestad, pero no dejó de reprender a los Apóstoles con respecto de su fe y su confianza: “¿Por qué son ustedes tan miedosos?” (Mc. 4, 40). “¿Dónde está la fe de ustedes?” (Lc. 8, 25).
Pueda que las cosas se desarrollen como si Dios no estuviera pendiente, pero es preciso permanecer confiados en fe. Puede parecer que Dios tarde en intervenir, pero de seguro su actuación tendrá lugar y se verá, como la vio el pueblo de Israel, porque “sabemos que Dios dispone todas las cosas para bien de los que lo aman” (Rom. 8, 28).
Y esto que se aplica al pueblo de Israel y a nuestro mundo hoy, también puede aplicarse a nuestra vida personal.
A veces las circunstancias de nuestra vida, circunstancias difíciles, nos pueden hacer pensar que el Señor está lejos o, inclusive, que Dios no existe, o que no nos escucha. La Lectura del Profeta Habacuc nos enseña a esperar el momento del Señor. El Señor siempre está presente con el auxilio de su Gracia, aunque en algunos momentos no lo sintamos. En los momentos difíciles de nuestra vida sepamos esperar el momento del Señor con una Fe paciente, perseverante y confiada en los planes de Dios... y, sobre todo, en el tiempo de Dios.
La Segunda Lectura de la Carta de San Pablo a Timoteo (2 Tim. 1, 6-8; 13-14) nos habla de otro aspecto de la Fe. Digamos que nos habla -más bien- de una consecuencia de la Fe: la obligación que tenemos de comunicarla. La Fe, si es verdadera, nos lleva a anunciarla a los demás, a comunicar a los demás eso que creemos.
En palabras de San Pablo muy conocidas de los evangelizadores: “tomar parte en los duros trabajos del Evangelio, según las fuerzas que Dios nos dé”. Dicho en otra traducción: “compartir los sufrimientos por la predicación del Evangelio, sostenido por la fuerza de Dios”.
Ahora bien, la segunda traducción, más en línea con el escrito de San Pablo a su discípulo Timoteo, indica que muchas veces, como era el caso de los tiempos de San Pablo, quien se encontraba preso por predicar el Evangelio y quien le recordaba a Timoteo el sacrificio de Cristo, hay que estar dispuesto a sufrir cuando se vaya a dar testimonio de la Fe.
Para eso tenemos la seguridad de la gracia, porque “el Señor no nos ha dado un espíritu de temor, sino de fortaleza, de amor y de buen juicio”.
Fortaleza para no flaquear en la firmeza en la fe. Amor para desear defender y comunicar esa fe, no importa las circunstancias. Y buen juicio, para hacerlo con prudencia, pero sin temor.
Agradezcamos al Señor el don de la Fe y respondámosle con nuestro granito de mostaza para que El pueda darnos una Fe inconmovible, indubitable, una Fe confiada y paciente que sabe esperar el momento del Señor, y una Fe viva y activa, valiente y fuerte, que no teme ser anunciada, aunque haya riesgos.