sábado, 7 de julho de 2007

XIV Domingo Comum (Pe Carlo)
Alguns chamaram este trecho de Lucas “manual para missionários” e, na verdade, poderia ter sido esta a regra que norteava os autênticos evangelizadores na Igreja primitiva. Sabemos muito bem quanto foi difícil para São Paulo opor-se e resistir a uma miríade de falsos missionários que, nas comunidades, afiguravam-se como portadores do verdadeiro Evangelho. Em muitos casos estes personagens apresentavam-se com a pretensa de “atualizar” o Evangelho, e ofereciam uma série de sofisticações que deveriam, em tese, aprofundar o Evangelho e aplicá-lo às várias situações histórico-culturais. Deste modo, a mensagem simples e profunda da palavra de Jesus era colocada em segundo plano respeito às “atualizações” da mesma Palavra. É como se a forma se tornasse mais importante que o conteúdo. Trata-se de uma grave e freqüente armadilha que ainda hoje desrama toda vez que perdemos o ponto de referência e o núcleo integral da Palavra que Jesus deixou. Quando isto acontece, outras coisas prevalecem sobre o singelo anúncio: ritos, práticas, costumes, sensações, misticismos, regras e assim por diante.
Toca-nos o sentimento de aflição misturado a uma profunda emoção com o qual Paulo vive o drama daquelas comunidades que corriam o risco de serem desviadas por causa de pessoas que, bem no fundo, anunciavam a si mesmas: «Ainda que nós ou mesmo um anjo vindo do céu vos pregue evangelho que vá além do que vos temos pregado, seja renegado. Assim, como já dissemos, e agora repito, se alguém vos prega evangelho que vá além daquele que recebestes, seja renegado. Porventura, procuro eu, agora, o favor dos homens ou o de Deus? Ou procuro agradar a homens? Se agradasse ainda a homens, não seria servo de Cristo.» (Gal. 1,8-10). Com angustia e ironia, Paulo chama de “superapóstolos” tais personagens que, bem no fundo, pregavam a si mesmos (Cfr. 2Cor. 10,12), e a eles responde: «Nós não pregamos a nós mesmos, mas Cristo Jesus, Senhor» (2Cor. 4,5).
Servir a Cristo ou servir a si mesmos? Qual o limite entre as duas coisas? Até onde a pregação do Evangelho é “livre” de outros interesses pessoais? Quando nossas palavras cessam de manifestar o conteúdo que Jesus deixou em herança e quando começam a manifestar a nossa, privada, visão do mundo?

Duas palavras abrem o nosso trecho do Evangelho: «discípulos» e «enviou». Diríamos nós, “discípulos e missionários”. Estas duas palavras dão o tom de leitura para todo o resto do trecho o qual, detalhadamente, indicará uma a uma as características própria que fornecem um cuidadoso ponto de referência para um bom exame de consciência, que todos deveríamos fazer cada vez que nos colocamos em relação ao anúncio da Palavra. Vejamos de percorrer o texto com um pouco de cuidado.

Toca a nossa atenção o uso do verbo “designar”. Jesus «designou» discípulos; o que é diferente do verbo “chamar”, este segundo é usado para os Apóstolos (em Mc. 3, quando da constituição dos “Doze”, o Evangelista usa o verbo epoihsen que significa “fazer deles” e não, como alguns traduzem: “designou”). Jesus «designou» discípulos; trata-se, então de pessoas que têm uma relação direta com Jesus -pois foi Ele quem os “designou”- mas não igual à dos Apóstolos. O verbo “designar” é usado por Lucas em ocasião da substituição de Judas Iscariotes por Matias (At.1,24); ali também, quem indicou o substituto é o Senhor, Ressuscitado e vivo na comunidade de fé. Matias, então não é “chamado”, mas sim “designado”. Pois bem, o verbo serve para indicar exatamente qual é a relação com a qual estes discípulos se colocam com Jesus. O verbo (anadeiknumi) indica que alguém é deputado a cumprir uma missão, uma missão onde tudo está já pronto; à pessoa indicada cabe levar a termo -cumprir- aquilo que outro dispôs com antecedência. Em suma: colher os frutos. Percebe-se imediatamente a diferença entre “missionariedade” e “proselitismo”. A primeira é um “colher os frutos” daquilo que Jesus opera ao ser anunciado, o segundo é um ato de recrutar pessoas instigando seus sentimentos. A primeira é um mandato de Jesus, o segundo é cobiça humana. As palavras que seguem em nosso texto reforçam esta visão já que o Senhor recorda que a colheita é do seu Dono: «rogai dono da messe par que envie mais operários para a sua colheita». O próprio anuncio de Jesus gera seu resultado, assim os discípulos são contemporaneamente designados para lançar a Palavra e colher frutos. O profeta Amós vê nesta contemporaneidade um sinal próprio da ação de Deus que opera livremente no homem que O acolhe. Com estas palavras: «...ao que lavra segue logo o que ceifa» (Am. 9,13) o Profeta sugere que a ação vivificadora de Deus é superabundante e tão eficaz a ponto de que até o tempo que naturalmente precisaria para o amadurecimento da colheita é aniquilado.

Anunciar Jesus com autenticidade provoca uma resposta imediata porque é a força do próprio anuncio que responde às exigências mais profundas da pessoa humana. É o Senhor que, na pessoa do discípulo, vai ao encontro dos mais profundos dramas da pessoa humana.
Ser designado para anunciar a Jesus é um dom. Dom que nasce do coração de Jesus. É um partilhar a sua felicidade de quem encontra em Jesus o que estava procurando. Ser discípulo designado para a missão é colher humildemente o que outro fez e semear para outro colher. Nunca querer semear e pretender colher por si! Com profunda e experiente espiritualidade Paulo recorda a qualquer homem da Palavra a humildade que deve acompanhar o sentido autêntico de missão: «Nem aquele que semeia, nem aquele que rega é alguma coisa, mas é Deus quem faz crescer» (1Cor. 3,7).
A leitura do trecho nos sugere ainda algumas perguntas; como e o quê anunciar?

É sugestivo o fato de que o Autor, que é o mesmo de Atos dos Apóstolos, neste último escrito associe a palavra “discípulo” à expressão «caminho do Senhor» (At. 18,25). Ora, com isto era costume indicar todo o processo pelo qual o homem, inserido numa profunda comunhão com Cristo através de uma comunidade de fé onde o Senhor está vivo e age, é progressivamente associado ao próprio Senhor, tornando-se ele mesmo uma «criatura nova» à imagem do Senhor. Pois bem, o discípulo é, deste modo, aquele que percorre por primeiro o “caminho do Senhor”, que o antecipa em sua vida para que possa ser oferecido a outras pessoas com credibilidade e autenticidade. Missionário e discípulo são, então, dois conceitos profundamente associados por uma única, profunda, transbordante experiência de Cristo a qual se transmite por si própria uma vez que o discípulo a traz sempre consigo de modo a se fundir com seu próprio ser. Nenhum anúncio pode se limitar em transmitir palavras, explicar conceitos –mesmo que da melhor maneira possível-; não pode sequer embasar-se sobre emoções transitórias ou incitamento psicológico. É um transmitir com credibilidade aquilo que vivifica a alma do discípulo. Não é um esforço para convencer alguém pois, de fato, ninguém de nós possui o poder de modificar o coração de outra pessoa; um esforço é sempre um esforço, que parte de nós mesmos. Ser discípulo e missionário é permitir um irradiar-se da pessoa de Jesus através da nossa pessoa à maneira que Paulo descrevia aos cristãos: «Não sou mais eu que vivo, é Cristo que vive em mim!» (Gal. 2,20). É um iluminar com a luz que brilha pela alegria daquele que fez do Senhor o centro de sua vida.

A este ponto, é fácil entender também as características próprias do anuncio, descritas muito detalhadamente e com um rico significado quanto a cada uma (o que, agora, não tem como parar para considerar). Em todas elas evidencia-se um mesmo principio: a sobriedade, a essencialidade. É um característica essencial para poder reconhecer o verdadeiro anuncio distinguindo-o de outros –mesquinhos- interesses aos quais este pode ser associado. Quando há essencialidade, significa que o coração do discípulo-missionário já possui o seu tesouro, não precisa de aprovação pública ou reconhecimento, não precisa de seguranças que lhe provenham de qualquer fonte. Basta-lhe aquilo que já possui dentro. E este tesouro é tão grande que transborda e se espalha, assim como a luz do Sol que alcança cada canto recôndito, por força própria, sem invadir, com a delicadeza própria do nosso Deus.

Pe. Carlo

quinta-feira, 5 de julho de 2007

DOMINGO 14 del Tiempo Ordinario - Ciclo "C"

En la Primera Lectura del Profeta Isaías (Is. 66, 10-14) se nos habla de la confianza en Dios y se nos da una imagen muy dulce, pero a la vez muy concreta y expresiva de cómo debe ser esa confianza. Así se nos describe esa imagen: “Como un hijo a quien su madre consuela, así os consolaré Yo. Como niños serán llevados en el regazo y acariciados sobre sus rodillas”.
Así debe ser nuestra confianza en Dios: como un niño en los brazos de su madre, que sabe que todo lo tiene, pues la madre sabe todo lo que necesita su niño.
Esta Lectura basa la confianza en Dios en su Poder, al concluir así: “Y los siervos del Señor conocerán su Poder”.
En el Salmo de hoy oramos alabando el poder de Dios y la confianza que hemos de tener en El, cuando hemos dicho: “Admiremos las obras del Señor, los prodigios que ha hecho por los hombres”. Y también cuando hemos repetido: “Las obras del Señor son admirables”. Este Salmo recuerda dos portentos que Dios hizo para el pueblo de Israel, mostrándoles su poder sobre la naturaleza: el paso del Mar Rojo (cf. Ex. 14) y el paso del Jordán (cf. Jos. 3).
En la Segunda Lectura (Gal. 6, 14-18), San Pablo nos hace saber que ya el mundo no tiene ningún valor para él, que el mundo y lo que éste significa están muertos para él. “El mundo está crucificado para mí y yo para el mundo”.
Y nos trae esta Lectura la famosa frase del Apóstol: “No permita Dios que yo me gloríe en algo que no sea la cruz de nuestro Señor Jesucristo”. Aceptación de la cruz, del sufrimiento, y morir a lo que el mundo nos vende (cosas que nos parecen tan importantes y tan necesarias). El seguidor de Cristo tiene que vivir como lo indica San Pablo. No puede vivir de otra manera.
En el Evangelio (Lc. 10, 1-20) hemos escuchado el relato del envío de los 72 discípulos. Y pareciera que este texto evangélico no tuviera mucha relación con las Lecturas anteriores. Sin embargo, la forma en que Jesús envía a los 72, requiere de sus discípulos una confianza absoluta en el poder de Dios.
Como “corderos en medio de lobos”, mandó Jesús a los primeros discípulos, 72 en total y en parejas de dos en dos, advirtiéndoles que la cosecha era grande y los trabajadores pocos. Los mandó por delante de El “a los pueblos y lugares a donde pensaba ir”.
La frase de los corderos y los lobos ciertamente asusta. Sin embargo, todos fueron, todos respondieron.
Hoy el Señor nos repite este mandato a todos nosotros que hemos de realizar la “Nueva Evangelización” a la cual nos llamó Juan Pablo II.
Al decirle a sus discípulos que los envía “como corderos en medio de lobos”, parece anunciarles peligros serios. Podemos pensar qué puede suceder cuando algunos pobres corderitos se encuentran ante una manada de lobos feroces. La imagen es fuerte. Pero sucede que los corderos, sus 72 discípulos, deben confiar no en su propia fuerza, sino en el poder de Dios.
Esto es tan así, que además les da instrucciones muy precisas de que no lleven ni dinero, ni morral, ni sandalias. O sea, los envía también aparentemente desprovistos de todo lo necesario desde el punto de vista humano.
¿Y qué les sucedió? ¿Qué relatan los discípulos al regresar de la misión? Estaban ¡impresionados! de lo que había sucedido. “Llenos de alegría” -nos dice el Evangelio- contaron a Jesús: “Señor, ¡hasta los demonios se nos someten en tu nombre!”. Es decir, el lobo y los lobos, se sometieron a los corderos.
Y ¿qué significa esto? Significa que, confiando en el poder de Dios, obedeciendo las instrucciones de Jesús, que es Dios-hecho-hombre, Dios pudo realizar prodigios a través de esos “corderitos”, a pesar de los “lobos”.
Pero luego el Señor les advierte: ¡Cuidado! No se entusiasmen mucho con este poder, que no es de Uds., sino de Dios.
Y es que el apóstol siempre tiene la tentación de creer que el trabajo de evangelizar, el trabajo de convertir almas, el trabajo de llevar la Palabra de Dios a los demás, es obra de él mismo o es logro de él mismo, olvidándose de que es sólo instrumento de Dios, pues es Dios mismo quien actúa en él y a través de él, para hacer su labor en medio del mundo.
Ser instrumento de Dios es ser como una trompeta por la cual pasa el aire. Quien sopla el aire y quien hace la melodía es Dios; no nosotros mismos. ¡Nosotros somos solamente trompetas! Nosotros somos instrumentos.
Los que deseamos responder al llamado a evangelizar, debemos tener esto siempre en cuenta: Evangelizar no es proyectarnos nosotros mismos. No es soplar la trompeta nosotros. Es dejar que sea Dios quien lo haga. Evangelizar no es ni siquiera llevar nosotros al Señor: es sobre todo llevar al Señor en nosotros.
Entonces: para ser verdaderos instrumentos, debemos llevar al Señor en nosotros y que así el Señor llegue a los demás. De allí que –primero que nada- debemos llenarnos de El. ¿Y cómo nos llenamos de El? En la oración, en la oración frecuente y constante. En los Sacramentos, en la recepción de los Sacramentos también frecuente y constante.
La oración y los Sacramentos nos van haciendo instrumentos dóciles en las manos del Señor, para que El sople su melodía a través nuestro y dejemos nosotros de tocar nuestra propia melodía.
Los discípulos regresaron de su misión “llenos de alegría”. Lo que más les entusiasmó era que los demonios se les sometían al nombre de Jesús.
El Señor les aclara: Es cierto que les di poder “para vencer toda la fuerza del enemigo y nada les podrá hacer daño. Pero no se alegren de que los demonios se les someten. Alégrense, más bien, de que sus nombres están escritos en el Cielo”.
Es decir, lo importante no es el triunfo en la evangelización –aunque puedan haber éxitos visibles y comprobables, los cuales –recordemos siempre- no son nuestros, sino de Dios. Lo verdaderamente importante es nuestra salvación, que también es obra de Dios y El la realiza si nosotros aprovechamos todas las gracias que nos da para ello a lo largo de nuestra vida.
Así como a los 72, Jesús nos envía hoy a nosotros, a todos los que queramos seguirle. Ese envío está incluido en esas gracias de salvación que nos da constantemente. Nos envía, y nos equipa. Y nos instruye. Y nos dice qué hacer y qué decir. Y debemos alegrarnos, no porque los demonios puedan sometérsenos, sino porque nuestros nombres están escritos en el Cielo.
Y ¿qué significa que nuestros nombres están escritos en el Cielo? Significa que Dios quiere que todos los seres humanos nos salvemos, llegando al conocimiento de la Verdad (cf. 1 Tim.2, 4). Significa que nuestro camino de santidad está trazado.
Y ese camino de santidad que nos lleva al Cielo es claro para el cristiano: amar a Dios sobre todas las cosas y al prójimo como a uno mismo.
Amar a Dios sobre todas las cosas es la dimensión vertical de nuestra vocación a la santidad. Y amar al prójimo es la dimensión horizontal de la santidad. Ambas líneas forman la cruz del cristiano. No hay la una sin la otra. Y si alguna va primero es el amor a Dios ... o mejor dicho: el Amor de Dios.
Sí. Porque nadie puede amar por sí mismo, pues el amor consiste en que Dios nos ama y con ese amor con que El nos ama, le amamos a El, y ese amor de Dios en nosotros necesariamente se desborda hacia los demás. Dicho en otras palabras: el Amor viene de Dios (cf. 1 Jn.4, 7-8 y 10). Es decir: no podemos amar por nosotros mismos, sino que Dios nos capacita para amar. Es más: es Dios Quien ama a través de nosotros.
Ahora bien, amar es servir. Amar es dar-se. Dar-se no es lo mismo que dar. Amar es dar uno de sí. Dar, sin dar-se, puede ser altruismo o mera filantropía. Pero no es el amor-caridad que viene de Dios amando en nosotros: nosotros amándole a El y El amando a través nuestro.
Amar sirviendo significa poner lo que tenemos -dinero, talento, tiempo, habilidades, capacidades, energías, posesiones, gracias, - todo, al servicio de Dios que es nuestro dueño y dueño de “nuestras” cosas ... porque todo nos viene de El. Pero ¡con qué frecuencia olvidamos esta realidad! ¡Con qué frecuencia nos creemos nosotros los dueños!
Y todo eso que tenemos y que en realidad no es nuestro sino de Dios, debe ser usado -es cierto- para nuestra salvación eterna. Todo debe ser usado teniendo en cuenta nuestra vocación de santidad, teniendo en cuenta de que la tierra no es la meta y de que vamos camino al Cielo, teniendo en cuenta que nuestros nombres están escritos en el Cielo.
Pero no basta sólo nuestra propia salvación, sino que todo debe estar también al servicio de Dios y de los demás. Lo que somos y tenemos debe servir también para el bienestar temporal y eterno de otros.
Todo esto está bien resumido en las llamadas “Obras de misericordia: espirituales y corporales”, obligación de todo cristiano:
Dar de comer al hambriento y de beber al sediento. Dar posada al peregrino. Vestir al desnudo. Atender al enfermo. Visitar al preso. Enterrar al muerto. Enseñar al que no sabe. Dar buen consejo al que lo necesita. Corregir al equivocado. Perdonar las ofensas. Consolar al triste. Tolerar pacientemente los defectos del prójimo. Orar a Dios por vivos y difuntos.
Buen programa de acción. No para hacer todo uno solo. No para hacerlo todo a la vez. Más bien para poner a disposición todo lo que Dios nos ha dado para servir cuando se presente el momento ... sin excusas, sin remilgos, sin negarnos, sin hacernos esperar, sin miedo, sin egoísmo.
Cierto que los que deseamos responder al llamado a evangelizar no podemos quedarnos con la preparación incipiente que recibimos al hacer la Primera Comunión. Pero no es indispensable tener títulos en Teología para evangelizar. Debemos, sí, que prepararnos un poquito cada día, leyendo la Sagrada Escritura, el Catecismo de la Iglesia Católica, libros, revistas y sitios web de formación católica, etc., pues hay que estar preparados para defender la Verdad que es Cristo.
Bien lo dijo San Pedro desde el comienzo de la Iglesia: “Estén siempre dispuestos para dar una respuesta acertada al que les pregunta acerca de sus convicciones” (1 Pe. 3, 15).
Pero recordando siempre: No hay Evangelización, si no hay vida de Dios en nosotros. La Evangelización –aunque nos preparemos para ésta con los conocimientos adecuados- se basa en tener confianza en Dios, y no en confiar en nosotros mismos.
¡Cómo vamos a confiar en nosotros mismos si nos dice el Señor que vamos “como corderos en medio de lobos”!

Papa Bento XVI Mensagem para do Dia Mundial das Missões 2006


A caridade, alma da missãoSe não for orientada pela caridade, isto é, se não brotar de um profundo acto de amor divino, a missão corre o risco de se reduzir a uma mera actividade filantrópica e social. Com efeito, o amor que Deus nutre por cada pessoa constitui o coração da experiência e do anúncio do Evangelho e, por sua vez, quantos o acolhem tornam-se suas testemunhas. O amor de Deus, que dá vida ao mundo, é o amor que nos foi concedido em Jesus, Palavra de salvação, ícone perfeito da misericórdia do Pai celeste. Então, a mensagem salvífica poderia ser oportunamente resumida com as palavras do Evangelista João: "E o amor de Deus manifestou-se desta forma no meio de nós: Deus enviou ao mundo o seu Filho unigénito para que, por Ele, tivéssemos a vida" (1 Jo 4, 9). O mandamento de difundir o anúncio deste amor foi confiado por Jesus aos Apóstolos depois da sua ressurreição, e os Apóstolos, interiormente transformados no dia do Pentecostes pelo poder do Espírito Santo, começaram a dar testemunho do Senhor morto e ressuscitado. A partir de então, a Igreja continua esta mesma missão, que constitui para todos os fiéis um compromisso irrenunciável e permanente.

14° Domingo do Tempo Comum - “Paz a esta casa!” (Lc 10,5)

Estamos vivendo dias especiais em nosso país. Dias em que temos a possibilidade de testemunhar o sonho de paz não somente para nós, mas para o mundo inteiro. É significativo que, ao lado de milhares de pessoas que através do esporte querem anunciar a paz possível, outras tantas milhares sofram com a violência dos conflitos nos morros e nas ruas do Rio de Janeiro.
De fato, a cidade do Rio nestes dias precisa do anúncio missionário: “A paz esteja nesta casa!” pois vive o triste contraste do sonho da paz e da realidade da violência.
Nesse sentido, o Evangelho deste domingo nos ilumina e nos desafia a não nos deter em ocasiões privilegiadas como o PAN 2007 para sermos missionários da paz, mas a assumir essa missão como vocação de discípulos de Jesus que nós somos.
Jesus designa “setenta e dois discípulos”, ou seja, muitos, não somente os “ordenados doze”... Ele quer contar com muitos discípulos pois a missão que lhes confia é muito exigente e ampla... não pode se restringir apenas aos doze...
Ele os envia “dois a dois”, não envia sozinhos para que não sejam arrogantes, autosuficientes e isolados da comunidade... O envio de missionários construtores de paz é um envio de comunidades construtoras de paz, é um envio a “ir à frente de Jesus aos lugares onde Ele próprio deve ir”.
Ao enviá-los Jesus desabafa: “A colheita é grande, mas os operários são poucos”. Um desabafo tão atual... Somos testemunhas de quantas pessoas estão se candidatando para serem voluntárias no PAN 2007, mas se ousamos perguntar quantos se candidatam para serem missionários da paz, talvez cheguemos à mesma conclusão: é uma grande missão para poucos operários!
Juntamente com o desabafo, Jesus dá dicas aos seus discípulos missionários:
v coragem: “Eu vos envio como cordeiros entre lobos!”;
v simplicidade e austeridade: “Não leveis nem bolsa, nem alforje, nem sandálias...;
v urgência: “a ninguém saudeis pelo caminho...”;
v certeza: “Em qualquer casa onde entrardes dizei: “PAZ A ESTA CASA!”. A certeza que anima o discípulo missionário é que ele é um portador de paz...

O que significa ser um portador de paz num contexto de violência e de guerra? Provavelmente é assumir uma desafiadora missão: a missão de não responder violência com violência; a missão de denunciar os agentes da violência; a missão de solidarizar-se com as vítimas da violência; a missão de tomar posição sem medo de dar a vida pela paz...
Nos últimos meses, silenciosamente, muitas pessoas no Rio têm assumido esta missão com muita ousadia e coragem... Elas não têm a pretensão de se confrontar com as forças nacionais de segurança nem com as forças locais do tráfico, mas ousam, silenciosamente plantar rosas vermelhas em memória dos mártires da violência, enterrar cruzes na praia de copacabana e nestes últimos dias colocarem-se estendidos sobre a grama com camisas vermelhas denunciando a onda de desrespeito à vida que somos testemunhas em nosso estado e particularmente na cidade do Rio..
Que impacto tem estas ações? Que impacto tiveram as ações dos discípulos missionários de Jesus em sua realidade? Provavelmente um pequeno impacto... o impacto que tem o nascimento de uma plantinha no contexto de destruição da natureza que nós testemunhamos.... ou seja... aparentemente são ações insignificantes... Os mil e tantos soldados da força nacional e os outros tantos das forças do narco-tráfico certamente fazem muito mais barulho, assim como as queimadas no Amazonas... No entanto, estas pequenas ações são, não somente importantes, mas necessárias: elas preparam o caminho para acolhermos Jesus de Nazaré neste lugar onde Ele quer chegar com seu anúncio de paz.
A celebração deste domingo é uma celebração profética. Ela protagoniza a profecia da esperança. Já na primeira leitura, ouvimos o anúncio: “Alegrai-vos com Jerusalém! Vibrai de alegria com ela... Como a mãe consola o filho, virei em pessoa para vos consolar... Vós o vereis e vosso coração ficará cheio de alegria; como uma planta que brota de novo, assim acontecerá com vossos ossos”. Que belo anúncio de esperança! Que palavra de coragem e ânimo o Senhor nos reserva neste domingo...
Qual será o motivo de alegria para nós nestes dias? Certamente não será simplesmente a realização do PAN 2007... Precisamos de mais para termos esperança e alegria! Precisamos crescer na consciência que podemos fazer mais; que hoje, os setenta e dois discípulos e missionários de Jesus somos nós... pequenos, frágeis, quase nos sentindo impotentes diante da força avassaladora da violência, mas importantes e até necessários para testemunhar que a paz ainda pode vencer a guerra; que o amor ainda pode falar mais alto que a violência; que a esperança ainda pode vencer o medo... E acima de tudo que a vida continua vencendo a morte, ainda que sejamos poucos, e que a messe seja grande... que aparentemente a morte pareça dominar com sua força tantas vezes perversa...
Que possamos sobreviver ao clima de contrastes que vivemos nestes dias no Rio de Janeiro para contarmos aos irmãos e irmãs as maravilhas que Deus realizou por nós pois “Grandes são as obras do Senhor”.
Comungarmos com Cristo Palavra viva de Deus e Pão que dá vida... é certamente força e experiência de novamente nos sentirmos enviados em missão... Muito mais do que eventos de alguns dias como o PAN 2007, o Evangelho precisa de voluntários que não estejam dispostos somente a dar algum tempo de sua vida, mas a vida toda neste tempo... para anunciarem que o tempo de Deus chegou... e a paz depende de cada um de nós... depende de mim, depende de você!


Ir. Luzia Ribeiro Furtado