sexta-feira, 24 de agosto de 2007

21º Domingo do Tempo Comum

ANUNCIAR SEMPRE: A PORTA É ESTREITA

Estamos encerrando o mês das vocações. O dia da catequista e do catequista deve ser celebrado com a mesma alegria e empolgação com que foram celebrados o dia do Padre, da Família e do Religioso.

Todas as vocações são importantes na divulgação e vivência do Projeto de Deus que Jesus nos trouxe. Ser catequista constitui hoje um grande desafio, frente às muitas ofertas, ao leque muito aberto de possibilidades que nossas crianças, nossos jovens e nossas famílias têm à sua frente.

Diante de tanto relativismo, precisamos continuar a afirmar o ABSOLUTO: Deus.

Este Absoluto, no entanto, não é o distante, o todo poderoso da força e da imposição. Ele é o Deus amoroso que entrega em nossas mãos a continuidade do Projeto que seu filho iniciou. O que devemos anunciar como absoluto é o amor, o serviço, a fraternidade, a prática da justiça e da verdade, a compreensão, o cuidado, a alegria de sermos de Deus.

A primeira leitura de hoje (Is 66,18-21) nos diz:
que Deus conhece nossas obras e nossos pensamentos;
que nossos ouvidos devem estar atentos e nossos corações abertos para Ele;
que seu chamado nos dá missões diferentes, mas todas, especiais;
que no serviço do Reino não existem funções inferiores, todas são muito importantes.

O Evangelho (Lc 13,22-30) nos apresenta um Jesus missionário incansável. "Ele atravessava as cidades e povoados ensinando..." Ainda hoje, inúmeros homens e mulheres catequistas, andam para lá e para cá ensinando, anunciando e comprometendo-se com o Reino de Deus a exemplo de Jesus.

A preocupação dos ouvintes de Jesus no evangelho lido hoje era com a Salvação. "Senhor, é verdade que poucos se salvam?". Jesus não dá um manual de comportamento cheio de leis e regras para seguirem. Ele aponta o essencial: "fazei o possível para entrar pela porta estreita".

A salvação não vem com os cultos que fazemos, com a leitura bíblica, com a participação nas missas, com a reza de terço ou com nosso envolvimento nesta ou naquela pastoral. (Há pessoas que estão em muitas pastorais).



Estas práticas são importantes, mas precisam estar acompanhadas do que é essencial. O essencial:
é entrar pela porta estreita;
é ser de Deus;
é acreditar no outro;
é ter o amor como regra de ouro;
é exercitar a fraternidade, a justiça e a verdade;
é anunciar Deus pelas ações do dia a dia.

A salvação não está garantida porque somos catequistas, padres, agentes de pastoral, bispos, leitores na missa dominical, freiras, diáconos, teólogos, etc. Também não está garantida porque comungamos todos os domingos ou porque rezamos o terço todos os dias.

Nossas práticas pastorais e devocionais, nossa atuação e nossas funções no corpo da igreja precisam estar sintonizadas com a porta estreita. "nisto reconhecerão que sois meus discípulos, se vos amardes uns aos outros" Jo 13,35 – Eis a porta estreita.

O texto do evangelho de hoje termina assim: "há últimos que serão os primeiros e primeiros que serão os últimos".

Por fim a carta aos Hebreus vem nos consolar. Nela vemos que a dinâmica de Deus é pedagógica. Ele nos corrige porque esta é a função do Pai. "Meu filho, não desprezes a educação do Senhor, não desanimes quando Ele te repreende..."

De uma certa forma, toda a Igreja é catequista, continuadora do projeto de Jesus.

O mundo nos propõe a porta larga da competição, do consumismo, do cada um para si, do poder, do prazer, da posse, da força.

Jesus nos propõe a porta estreita da cooperação, da partilha, da solidariedade, da fraternidade, do serviço, do pão, do perdão e do amor.

Reimont Luiz Otoni Santa Bárbara

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