quinta-feira, 13 de setembro de 2007

“Alegrai-vos! Encontrei a ovelha perdida” (Pe. Luiz Carlos de OliveiraRedentorista)

Parábolas da alegria divina
A missão de Jesus tem por destinatários os abandonados. Todos são convocados, mas, a predileção de Jesus é por aqueles que, por si mesmos, não podem ir em busca dos bens da redenção. São as ovelhas perdidas da casa de Israel (Mt 10,6). Os fariseus, vendo os publicanos e pecadores aproximarem-se de Jesus para ouví-lo, criticam duramente: “Este homem acolhe os pecadores e faz refeição com eles” (Lc 15, 2). Fazer refeição era entrar em comunhão. ‘Os fariseus não admitiam os impuros à mesa, pois, jantar com os impuros é se contaminar e se tornar, com isso, “inimigo de Deus”’ (Pe. José Bortolini). No pensamento desses importantes fariseus e mestres na lei, os pensadores religiosos, Ele era um fora da lei. Embora fosse muito observante da lei, não interpretava a lei como eles. Jesus conta, então, as três parábolas dos perdidos: ovelha, moeda e o filho perdido, para mostrar o pensamento do Pai a respeito desta sua atitude. O pastor deixa no deserto as 99 e vai em busca da ovelha que se desgarrou. A ovelha fora do rebanho é totalmente impotente e não se resolve. O pastor põe em risco 99% do rebanho para salvar 1%. É muito ousado. E quanto fica feliz, quanto encontra a ovelha! Quanto maior é a miséria, maior é a misericórdia de Deus. Entre nós há muitos resquícios de farisaísmo. Estamos cultivando o mesmo sistema de puro e impuro. As pessoas pensam que Deus age porque somos bons e merecemos. Para conosco Deus age com sua bondade misericordiosa e não como um pagador de nossos bons esforços. Como Deus somos chamados a buscar o frágil. Aprendendo com DeusDeus sabe perdoar e buscar os perdidos. Ele não é como o irmão do filho que saíra de casa, se perdera, e é acolhido pelo com tanto entusiasmo pelo pai. O pai da parábola e o pastor da ovelha são imagens do Pai do Céu. Jesus, para exercer essa misericórdia do Pai, mistura-se e faz comunhão com os pecadores. É solidário. O pai, mesmo deixando o filho partir, não o tira de seu coração. Sempre está à espera. Quando o vê voltando todo arrebentado, sente compaixão. Esse é o sentimento de Deus para conosco, sobretudo para com os sofredores. O Pai não cobra, restitui toda a bela vida que o Filho tinha antes. E nós temos a idéia de um Deus que é justo e cobra todos os centavos de nossa dívida. O filho mais velho recusa até continuar ser irmão, pois diz: “esse teu filho”. O pai lhe devolve a fraternidade dizendo: “esse teu irmão”. Um pecador que se converta vale a fidelidade de tantos que não precisam de conversão. Pior, quando não crescem mais. É uma festa.Salvos pela misericórdiaHoje na Igreja temos que pensar em ter mais misericórdia de tantos que vivem situações insolúveis. Será que Jesus os condenaria? Não é o caso também de repensar nossas atividades pastorais e deixar um pouco de lado “as ovelhas sadias” para buscar as perdidas? Não é o caso de essas ovelhas que já se criaram e garantiram na fé, de se dedicarem mais os necessitados? Paulo se diz que foi salvo por misericórdia. Como já recebemos a misericórdia, alegremo-nos com o filho que volta. A atitude dos fariseus é condenada por Jesus. Deus não é assim: Ele é o Pai que ama e salva os filhos. Precisamos de uma Igreja que suje as mãos e se comprometa com os necessitados. Do contrário somos contrários ao evangelho de Jesus. Uma religião voltada só para si e seus costumes, não passou ainda para a mentalidade de Jesus. Cada celebração eucarística em um eco feliz da alegria do Pai que acolhe todos os filhos perdidos. Nossa Igreja tem portas abertas. Leituras: Êxodo 32,7-11.13-14;Salmo 50; 1 Timóteo1,12-17; Lucas 15,1-10.Ficha:1. A missão de Jesus tem por destinatários os abandonados. Por isso se mistura com os pecadores e é recusado tb ele pelos fariseus e doutores. Jesus conta então as parábolas da ovelha e moedas perdidas e a parábola do filho que se extraviara. O pastor, imagem de Deus, deixa as 99 ovelhas no deserto, com riscos e vai atrás do 1% perdido. Jesus nos ensina a superar o farisaísmo do puro e impuro e ir buscar os pecadores. 2. Deus sabe buscar e perdoar os perdidos. Não é como o irmão que recusa o irmão que retorna da miséria. Jesus, para exercer a misericórdia, mistura-se com os pecadores. O Pai está sempre à espera e se comove quando nos vê sofridos. Deus não tem uma atitude de cobrança com os que voltam. Sente compaixão e abraça, acolhe, dá o direito à vida. E faz festa. 3. Paulo se sente um beneficiado da misericórdia. Assim também a Igreja deve continuar a exercer a misericórdia, tendo coragem de deixar de cuidar só das ovelhas gordinhas e ir em busca das perdidas. Mesmo os cristãos bem resolvidos na vida cristã devem assumir a atitude misericordiosa de Jesus e ir em busca das ovelhas perdidas. A Igreja precisa se comprometer.

Nenhum comentário: