quinta-feira, 11 de outubro de 2007

A Cura dos Dez Leprosos

A cura dos dez leprosos
Caminhando rumo a Jerusalém, passando entre os povoados, Jesus é surpreendido por dez leprosos. Eles, ao tomarem conhecimento de quem estava passando, gritavam: "Jesus, Mestre, tem compaixão de nós!" (Lc 17,13). Sabendo do que eles necessitavam, ordena que se apresentem aos sacerdotes (Lc 17,14) para receberem o atestado de cura e cumprirem as prescrições legais e cultuais. Os responsáveis para avaliar a cura e a possibilidade de reintegração ou não na comunidade, eram os sacerdotes. Enquanto caminhavam, ficaram curados (Lc 17,14); mas somente um, o samaritano, voltou para agradecer (Lc 17,15), enquanto os demais seguiram o caminho ao encontro dos sacerdotes. Jogando-se aos pés de Jesus, o samaritano agradeceu pela cura. Jesus lhe disse: "Levante-se e vá. Sua fé o salvou" (Lc 17,19). Por que só um retornou para agradecer? Possivelmente os outros nove tivessem considerado a cura não como misericórdia de Jesus, mas um direito alcançado. Portanto, não havia motivos para retornar e agradecer. Jesus surpreende-se, não tanto por esperar ser reconhecido e admirado por todos, mas sim pelo fato de que os outros nove curados não tinham percebido que ele, o Mestre, estava comunicando uma nova relação entre Deus e as pessoas. Para agradecer a Deus, não é suficiente a execução de ritos sagrados, por mais importantes e belos que sejam. O que move a atitude da gratidão é a "experiência da graça". Só quem discernir no caminho da vida os inúmeros sinais da graça de Deus é capaz de voltar para trás e agradecer. É costume agradecer por algo bom que recebemos. Agradecer ao Deus da vida, do amor, da paz e da justiça até que é fácil. Mas é muito difícil quando o sofrimento, a incompreensão, a perseguição desafiam nossa fé no Deus da vida e da graça. À luz do mistério da Paixão de Jesus, podemos compreender que as provações da vida nos tornam resistentes e perseverantes. Então, por que não agradecer o Pai pelos sofrimentos que passamos? Agradecer-lhe pela força que nos dá à luz da ressurreição de Cristo, porque lutar não é em vão. Enfim, Jesus convida todos a participar de sua missão. Que ninguém fique de braços cruzados e indiferente. Inseridos na sociedade, tornemos visível o amor, a solidariedade e a gratidão. Voltemo-nos para o Senhor, como fez o leproso samaritano ao perceber-se curado. Sejamos plenos de gratidão, reconhecendo que nossa vida é formada pela ação amorosa, sempre curativa e libertadora de Deus!

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