sábado, 28 de fevereiro de 2009

1° Domingo da Quaresma (vocacoes.com.br)

O Espírito impeliu-o para o deserto (cf. Mc 1,12). Deserto é lugar de provação. Os quarenta dias
(cf. Mc 1,13) relembram a revelação de Moisés (cf. Ex 34,28) e o caminho de Elias (cf. Rs 19,1-8). Também Israel esteve no deserto por quarenta anos, duração de uma vida. Isso significa que a vida de Jesus foi deserto e provação, tentação e luta, do princípio ao fim. Em virtude do nosso batismo, também nós entramos na luta contra o mal. Trata-se de um combate que dura por toda a existência.
Só quem não optou pelo bem não é tentado pelo mal. A vida humana é tentação e prova em todos os sentidos, isto é, desenvolve-se no perigo da liberdade de quem, por tentativas, deve entender e querer a verdade para a qual caminha. Satanás é o inimigo do homem; por sua inveja, o mal entrou no mundo (cf. Sb 2,24).
Marcos, diferentemente de Mateus e de Lucas, não especifica as tentações. Ele as deixa aparecer no decorrer do evangelho como perigo constante de antecipar a glória do Filho, evitando a cruz do servo.
Essa tentação geral se exprime em tentações individualizadas, típicas de cada ser humano. A primeira delas é o protagonismo que confunde o Reino de Deus com o sucesso do próprio eu. Aparece para Jesus logo no primeiro dia de seu ministério, quando lhe diziam: “Todos te procuram” (Mc 1,35). Pôr o próprio eu como fim absoluto, no lugar de Deus, é o egoísmo que originou todo mal (Cf. Gn 3).
A segunda é a busca de poder mundano para realizar o Reino de Deus. O fim é justo, porém o meio é impróprio. O Reino não se realiza com o poder, mas com a importância de quem oferece a própria vida a serviço dos irmãos. Essa tentação aparece após a multiplicação dos pães, quando faz que os discípulos decidam partir (cf. Mc 6,45). A terceira tentação é buscar o poder religioso; consiste-se em querer sujeitar Deus à própria vontade, em vez de sujeitar-se à vontade d’Ele. Jesus vai passar essa tentação no Jardim das Oliveiras (cf. Mc 14,32). Vivamos o tempo de Quaresma fortalecendo-nos, espiritualmente, com a graça divina!

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