quinta-feira, 5 de março de 2009

2o Domingo da Quaresma (vocacoes.com.br

A transfiguração
O evangelista Marcos situa a transfiguração de Jesus logo após o diálogo com Pedro e os discípulos, no caminho de Cesareia de Felipe. Nesse trecho do Evangelho, Jesus revela que, mesmo passando pelo suplício da cruz, não será derrotado pelas forças da morte. Diante dos apóstolos escolhidos, é mostrada a condição divina do Senhor, compatível com o anúncio da Paixão que lhes acabava de fazer (8,31s). Jesus convida, de fato, Pedro, Tiago e João e retira-se com eles a um lugar à parte. Sem dúvida, a prática era conhecida. Os mestres da época, quando desejavam comunicar algo particular aos discípulos, retiravam-se para lugares isolados que favorecessem a intimidade. Jesus encontra-se com os discípulos em uma alta montanha, num ambiente favorável à manifestação e ao encontro com o divino. O Mestre transfigura-se diante deles. Suas vestes ficam brancas, isto é, a glória de Deus, manifestam-se aos olhos dos discípulos. Cheios de alegria e felicidade, eles contemplam Moisés e Elias, símbolos da Lei e dos Profetas, conversando com Jesus. Ele está em perfeita continuidade com as Escrituras e seu caminho está de acordo com a vontade do Pai. Contudo, Jesus será perseguido e rejeitado, a exemplo dos antigos personagens da Lei e dos Profetas, mas Deus será seu amparo. Em um verdadeiro momento de arrebatamento, Pedro propõe a Jesus a edificação de três tendas, pois, no seu pensar, era chegado o tempo do descanso e da festa perene em que todos os povos se encontrariam em Jerusalém (cf. Zc 14,16-19). O discípulo ainda não tinha entendido que isso seria possível só pelo caminho da cruz. O Cristo desfigurado da cruz brilhará na glória da ressurreição. A transfiguração de Jesus lembra-nos de que na vida só é possível transformar-nos e sonharmos com um mundo onde reinam a segurança, a justiça e a paz se tivermos bem presente a meta do que desejamos alcançar, sem nunca perdermos de vista o horizonte de um futuro melhor. A transfiguração de Jesus é uma Boa-Nova de encorajamento diante das desfigurações cotidianas provocadas pela indústria do medo e da violência que geram a insegurança. Enquanto aguardamos esse tempo, precisamos descer da montanha e enfrentar os conflitos e tensões da planície. O mistério da cruz revela o significado mais profundo do amor!

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