sábado, 12 de maio de 2007

Morada de Deus

Morada de Deus

Estamos no último domingo antes da Ascensão,
que encerra a presença humana de Cristo na terra.
O anúncio dessa separação provoca tristeza aos apóstolos. Cristo lhes garante que não os deixará sós, pelo contrário, continuará presente, embora de outra forma.
Na 1a leitura, vemos a sua presença através do Espírito Santo,
que conduz a Igreja no primeiro grande conflito. (At 15,1-2.22-29)
Com a entrada dos pagãos ao cristianismo, surge uma questão polêmica:
Deve-se impor também a eles a lei de Moisés?
A Salvação vem pela "circuncisão" e pela observância da Lei judaica
ou única e exclusivamente por Cristo?
Diante disso, os apóstolos reagem com discernimento.
Reúnem-se em assembléia em Jerusalém e, dóceis à vontade do Espírito, mandam uma carta apresentando a solução do problema:
"Decidimos, o Espírito Santo e nós, não vos impor nenhum fardo,
além do indispensável..."
* Essa decisão, conhecida como o Concílio de Jerusalém,
teve uma importância decisiva para a História do cristianismo.
É o caminho da Igreja de Cristo ainda hoje
para enfrentar os desafios do mundo:
- Distinguir o essencial do acessório, preservando o essencial e
atualizando constantemente acessório.
- Ter consciência da presença do Espírito Santo na Igreja de Cristo.
- E como os apóstolos, escutá-lo, na Oração e na discussão.
A 2ª Leitura faz uma linda descrição da Morada de Deus, a nova Jerusalém, onde viveremos a vida definitiva no seio da Trindade. (Ap 21,10-14.22-24)
O Evangelho apresenta o final do discurso da despedida...
Cristo confirma sua presença na sua Igreja,
enviando o Espírito Santo:
"Ele vos ENSINARÁ e RECORDARÁ tudo o que vos tenho dito." (Jo 14,23-29)
+ Presente no íntimo dos discípulos ("Morada"):
O mesmo Espírito que conduziu Jesus, agora conduz os seus discípulos.
É uma nova presença de Jesus.
A presença corporal de Jesus é substituída pela presença espiritual,
interior, prometida a todos aqueles que o amam:
"Se alguém me ama, guardará a minha palavra e o meu Pai o amará,
e nós viremos e faremos nele a nossa MORADA..."
* MORADA DE DEUS:
Que alegria saber que a Santíssima Trindade habita em nossa pobreza.
E que o que ele nos pede, é algo que podemos dar, o nosso amor...
- Entre os pagãos: era um Deus longínquo, vingativo...
- Em Israel: O Povo de Deus adorava um Deus mais próximo:
"Emanuel": Deus conosco, a Arca da Aliança, a Tenda...
"Porei minha casa bem no meio de vós,
e o meu coração nunca mais vos deixará”. (Lev 26,11)
No tempo de Jesus: Morada de Deus era o Templo de Jerusalém...
- Para CRISTO, Morada de Deus pode ser o coração de todo cristão:
"O Pai e Eu faremos nele MORADA..."
Com a Samaritana: fala dos adoradores em "Espírito e Verdade".
Os verdadeiros adoradores do Pai não precisam de uma Igreja de luxo...
Deus poderá ser adorado na igreja do coração de todo cristão.
- Presente até os confins da terra pelo testemunho dos apóstolos:
Essa presença do Espírito não pode ficar fechada e
escondida no coração dos discípulos.
Pelo contrário, deverá ser revelada até os "confins da terra"
pelo testemunho dos apóstolos e de quantos amam Jesus de verdade.
A Missão de Jesus: ser testemunha até Jerusalém...
A Missão dos Apóstolos: serem testemunhas até os "confins da terra".
* O Espírito é antes de tudo uma presença interior de Deus em nós.
É Deus que mora em nós e nos torna "templos de Deus" e
realizamos a nova Aliança em "espírito e verdade".
Mas ele exige mais. O Espírito nos leva também para fora,
para testemunhar Jesus ao mundo.
O Espírito nos manda a pregar a palavra de Jesus.
Assim Cristo continuará presente no mundo
pelo nosso anúncio da Palavra de Deus e
pelo nosso testemunho fiel e autêntico.
- Cada cristão que assume o projeto de Deus é a MORADA
onde Deus se encontra e se manifesta ao mundo.
- Presente na Missa: - O Senhor esteja convosco. à Ele está no meio de nós.
NOSSA ATITUDE: Respeito a este hóspede:
- em nossa pessoa - na pessoa dos irmãos...
+Hoje no Dia das Mães, queremos lembrar
a Mãe Maria, sacrário vivo (Morada) do Filho de Deus
e nossas Mães sacrários vivos dos filhos de Deus.
(Pe. Antônio Geraldo Dalla Costa)

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