quinta-feira, 28 de junho de 2007

13° Dom. Tempo Comum - São Pedro e São Paulo

Hoje, a Igreja celebra São Pedro e São Paulo, testemunhas imediatas e privilegiadas de Jesus. Cada um, a seu modo, revela o mistério do Filho de Deus e da Igreja.Simão Pedro, um pescador de Betsaida que posteriormente se estabeleceu em Cafarnaum, aceitando o convite do Senhor, transforma-se em "pescador de homens" para o Reino. Paulo, perseguidor dos seguidores de Cristo no caminho de Damasco, tinha uma carreira promissora de rabino. Ao ser tocado pelo Senhor, a quem perseguia, tornou-se o destemido apóstolo missionário, fundador de inúmeras comunidades cristãs nos países por onde peregrinou. Ambos tiveram seus nomes modificados após uma forte experiência da presença do Senhor em suas vidas. Saulo de Tarso converte-se após a manifestação do Senhor. "Saulo, Saulo, por que você me persegue?" (cf. At 9,3ss). Transforma-se em Paulo; de perseguidor a pregador da Boa-Nova de Jesus. Sua inteligência, sua retórica e seu poder de persuasão foram colocados a serviço do apostolado. Chegou a Roma pelo ano 60 d.C., onde foi preso. Após romper as fronteiras do judaísmo para levar a Boa-Nova de Cristo aos gentios, sofreu o martírio no ano 67 depois de escrever: "Combati o bom combate, percorri o caminho e guardei a fé" (2Tm 4,7). A narrativa do Evangelho de hoje nos apresenta a confissão de fé de Pedro, porta-voz do grupo dos doze. A pergunta dirigida pelo Mestre aos discípulos: "Quem dizem os homens que é o Filho do Homem" obtém diferentes opiniões revelando que o povo não tem clareza sobre a identidade de Jesus. Na sociedade, circulava uma imagem distorcida. Para uns, ele era um profeta; para outros, um precursor dos tempos messiânicos. Hoje não seria diferente; em uma sociedade onde circulam muitas opiniões sobre Jesus, ele seria confundido com uma celebridade religiosa, com um importante líder político e revolucionário ou com o mais bem-sucedido de todos os milagreiros que já pisou na face da terra. O certo é que, para todas as correntes ideológicas e culturais, o nome de Jesus representa algo significativo. Pedro fez sua profissão de fé ao dizer: "Tu és o Cristo, o Filho de Deus".O Mestre retoma a palavra e interpela os discípulos: "E vocês, quem dizem que eu sou?". Prontamente e em nome do grupo, Pedro, sob o impulso do Espírito, responde: "Tu és o Messias, o Filho do Deus vivo"; nesse momento, nele se concretizam as esperanças messiânicas. Ele é a manifestação da justiça de Deus, que instaurará uma nova ordem social. Ele é o ungido que vai fazer justiça. A confissão de Pedro é o fruto da vivência, da relação com o Senhor. Eis então a promessa do primado de Pedro: "Eu te darei as chaves do Reino dos Céus". Entregar as chaves a alguém é confiar-lhe o poder. Este é entregue a quem reconhece e professa a fé no Messias. Conceder as chaves é confiar uma responsabilidade de liderança com o objetivo de manter viva a esperança da comunidade em torno da vontade de Deus que inaugura o Reino. Apesar das diferenças, os apóstolos Pedro e Paulo são exatamente iguais, porque ambos tiveram uma experiência com Jesus e a partir disso aceitaram o desafio de construir o Reino e expandi-lo a todas as nações. Mesmo divergindo em algumas questões apostólicas, viveram com alegria a comunhão na diversidade. A solenidade de São Pedro e São Paulo é, ao mesmo tempo, uma grata memória das grandes testemunhas de Jesus Cristo e uma solene confissão em favor da Igreja una, santa, católica e apostólica.

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