quarta-feira, 5 de março de 2008

5° Domingo da Quaresma (Frei Faustino Paludo, ofm cap.)

Cristo, nossa vida e ressurreição
No Quinto Domingo da Quaresma, o Evangelho apresenta a ressurreição de Lázaro. O objetivo desta narrativa é mostrar uma singular família amiga de Jesus, composta por Maria, Marta e Lázaro. Não se falam de pais, marido e mulher, senão de irmãos. Mais que uma família, em seu estrito sentido, representa uma comunidade cristã, na qual todos vivem em perfeita fraternidade. Lázaro adoece. O Mestre é avisado, mas, antes de ele chegar a casa, Lázaro morre e é sepultado. A morte de um membro se constitui em um problema para a comunidade. Qual seria sua explicação? Ao ser informado de que Lázaro estava doente, por que Jesus não se apressou em ir à casa dele? Ele o deixa morrer e chora sua morte. Apesar de Jesus ver na enfermidade do amigo uma ocasião para Deus revelar a sua glória, na amizade também se revela a verdadeira a emoção por sua morte.O comportamento de Jesus nos faz entender que Ele não veio para interferir no curso natural da vida. A missão do Filho de Deus não é eternizar a vida terrena, mas partilhar com os humanos a vida que não acaba. Quando Jesus chega à casa de Marta e Maria, Lázaro está morto. Marta vai ao encontro de Jesus e estabelece com ele um significativo diálogo. O Mestre tenta ajudá-la na compreensão do sentido da morte de um irmão ou de um membro da comunidade. Mesmo que a fé na ressurreição dos mortos seja um tanto tardia entre os israelitas, ao responder: "Eu sei que ele vai ressuscitar na ressurreição no último dia", Marta mostra que acredita na ressurreição dos justos no fim dos tempos. A queixa de Marta é igual à de todos os humanos que sentem a partida e a ausência de uma pessoa querida. Chorar é uma atitude normal. A separação é sempre sofrida. Há os que se desesperam por entender que, com a morte, tudo acabou. Conduzida pela palavra do Mestre, Marta pronuncia sua profissão de fé: "Sim, Senhor, eu acredito que tu és o Messias, o Filho de Deus que devia vir a este mundo".Marta e Maria conduzem Jesus ao túmulo. Ali ele chora, revelando seu carinho solidário para com o amigo. Ele assume a atitude iluminadora para os membros da comunidade diante da morte: "O cristão deverá manter-se sereno, digno e nobre", pois a morte não é o fim. Jesus está lá não para lamentar a perda do amigo, mas para manifestar a glória de Deus: "Se acreditar, você verá a glória de Deus". Ele ordena: "Tirem a pedra"; isto é, despojem-se da crença de que a morte é o fim e que a ressurreição acontece no final dos tempos. A vida é a aspiração suprema dos seres humanos. Jesus mostrou que Ele comunica a vida que vence a própria morte. A ressurreição de Lázaro nos dá esta grande esperança: a morte não tem a última palavra. Jesus é a Ressurreição e a Vida!

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