sexta-feira, 4 de abril de 2008

3° Domingo da Páscoa (SOS Vocações)

Os discípulos de Emaús Depois da morte de Jesus, a comunidade dos discípulos é tomada pelo medo diante da perseguição. Em conseqüência, alguns fogem, outros se escondem. A estes, somam-se os que sentem dificuldade de aderir à fé na Ressurreição.Na perspectiva dos Domingos da Páscoa, o trajeto de Emaús é o caminho da fé. A fé deve tornar-se pascal, na convicção de que o Ressuscitado não está presente mediante fatos espetaculares, mas por meio dos eventos cotidianos, da escuta atenta de sua Palavra esclarecedora, da partilha do pão, gesto que plenifica todos os encontros. O caminho de Emaús é paradigmático, que conduz ao reconhecimento do Ressuscitado. Para os dois discípulos, esperanças e planos haviam desmoronado. O Messias esperado, glorioso e poderoso, fora derrotado. Diante do drama da vida, da vitória da injustiça sobre a honestidade, para o qual não há alternativas de resposta, as pessoas ficam imobilizadas e com o semblante triste. Eles também se sentiam desiludidos com a morte de Jesus. Por outro lado, demonstram bom conhecimento do Messias ao responder à interpelação do estrangeiro que se associou à caminhada: "O que aconteceu?". "Nossos chefes o entregaram para ser condenado à morte". Porém, não chegam à fé no Cristo Ressuscitado pelo fato de não compreender a realidade da Ressurreição. O Ressuscitado, disfarçado de estrangeiro, censura os dois e "começando por Moisés e continuando por todos os profetas, explicava-lhes todas as passagens que falavam a respeito dele...". Ele lhes foi mostrando o sentido e o rumo dos acontecimentos, mas ambos estavam cegos, "duros de coração" para compreender o sentido dos fatos e suportar a idéia da cruz. Não sabiam que Jesus Ressuscitado caminhava com eles; porém, o coração deles ardia. O desconhecido aceita o convite e hospeda-se na casa dos discípulos. No rito familiar de "abençoar o pão, parti-lo e distribuí-lo", perceberam que era Jesus Ressuscitado que se juntou e havia caminhado com eles (a Palavra faz o coração arder, mas só reconhecemos o Senhor Ressuscitado quando partimos o pão). O Pão partido e repartido é o sinal mais pleno da realidade pascal: da entrega da vida, fonte de partilha, justiça e fraternidade. O episódio de Emaús representa um itinerário de vida de fé; ensina-nos que "só podem reconhecer" o Ressuscitado aqueles que percorrem solidariamente o caminho sofrido da multidão dos excluídos e marginalizados. Jesus Ressuscitado se deixa reconhecer por aquele que acolhe a luz de sua Palavra e por quem pratica a hospitalidade e a partilha do pão no cotidiano da existência!

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