quinta-feira, 7 de agosto de 2008

19o Domingo do Tempo Comum

A tempestade acalmadaEm meio às tempestades de nosso tempo, o Senhor garante que navega conosco. Ele vem ao encontro e protege os pobres e indefesos, provados pelas tribulações próprias da vida. Depois que todos se saciaram, Jesus ordena que os discípulos entrem na barca e sigam para o outro lado do lago, enquanto Ele despede a multidão. Teria sido a hora própria para comemorar o feito miraculoso dEle. Mas o Mestre evita que os discípulos cedam à tentação na busca de um "Messias poderoso". Antes, revela-se como alguém que, no meio deles, serve e ampara na tribulação. No alto da montanha e na solidão, Jesus se entrega à oração. Os discípulos, por sua vez, no lago, navegam em direção à região dos gentios, a fim de dar continuidade à missão de anunciar que a sociedade se constrói pela partilha. As águas estão agitadas. Não é fácil partir para uma nova missão, em meio a novas dificuldades e tentativas de implantação do Reino de Deus. As ondas e os ventos contrários evocam as resistências ao projeto de Deus. A fragilidade da barca, a escuridão da noite, as ondas e os ventos refletem a fragilidade e os desafios enfrentados pela comunidade dos discípulos, ao longo dos séculos, na missão de propagar a Boa-Nova do Reino.Na obscuridade da madrugada, Jesus, caminhando sobre as águas, vai ao encontro dos discípulos em dificuldades e com medo. Eles o confundem: "É um fantasma!". É preciso que Ele se identifique: "Sou eu! Não tenham medo". Nas horas difíceis, "Jesus é o Deus-conosco". "Eis que estarei sempre convosco!" (Mt 28,20). O Mestre se dá a conhecer: "Sou eu, não tenham medo!". Mas Pedro o desafia: "Se és tu, manda-me caminhar sobre as águas!". Esta é uma prerrogativa divina. A cena de Jesus andando sobre as águas era para os discípulos um sinal de sua origem divina e de seu domínio sobre as forças do mal. Diante das dificuldades e dos obstáculos, Pedro, mais que assegurar-se no convite: "Venha!", começou a experimentar o medo, a insegurança e grita por socorro. "Salva-me, Senhor!". Estendendo-lhe a mão, Jesus o segurou e repreendeu-o: "Homem fraco na fé, porque você duvidou?". Em seguida, subiu à barca e a impetuosidade do vento cessou, ou seja, quando a comunidade cristã reconhece que Jesus caminha com ela, nenhum obstáculo é maior que a capacidade de superá-lo. A memória da presença do Deus-conosco é determinante para atravessar qualquer tempestade. Essa memória leva ao reconhecimento e à confissão de fé: "De fato, tu és o Filho de Deus".

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