sexta-feira, 3 de agosto de 2007

18° Domingo do Tempo Comum Pe. Antônio Geraldo Dalla Costa

"A Felicidade"

Todos nós desejamos e buscamos a FELICIDADE.
Mas onde a podemos encontrar?

- Muitos a procuram nas COISAS, nos bens terrenos
e, para isso, se dedicam febrilmente
em empreendimentos grandiosos e lucrativos.
Às vezes basta a simples visita de um ladrão, um fracasso nos negócios,
o desemprego, uma doença... e lá se vai o que acumularam...

- Outros buscam segurança e felicidade nas PESSOAS,
e quantas vezes acabam depois profundamente decepcionados...
Percebem que, o que este mundo oferece,
não é suficiente para estancar a sede de felicidade.
Só Deus pode nos tornar plenamente felizes...

As Leituras bíblicas aprofundam essa Verdade:

Na 1a Leitura, encontramos afirmações, atribuídas a Salomão,
que foi um rei sumamente sábio, rico e poderoso.
Apesar de tudo aquilo que a vida lhe oferecia, costumava exclamar:
"Vaidade das vaidades, tudo é vaidade". (Ecle 1,2; 2,21-23)

* A afirmação lembra que as coisas terrenas são passageiras,
uma "bolha" de sabão e convida ao desapego delas.

Na 2a Leitura, São Paulo nos exorta:
"Se ressuscitastes com Cristo, procurai as coisas do alto...
pensai nas coisas do alto e não da terra... " (Cl 3, 1-5.9-11)

No Evangelho, Cristo continua o mesmo tema,
falando da preocupação exagerada pelos bens terrenos... (Lc 12,13-21)

- Um desconhecido pede a Jesus para resolver um problema de herança.
- Jesus se recusa, porque é difícil fazer justiça quando existe cobiça.
E adverte: "Tomai cuidado contra todo tipo de ganância...
a vida de um homem não consiste na abundância de bens..."

- Para ilustrar essa verdade, conta a Parábola do RICO INSENSATO,
que construiu grandes celeiros para armazenar a colheita abundante,
pensando assim ter segurança para viver tranqüilamente.
Pura ilusão: Naquela mesma noite veio a morrer...
e se apresentou de mãos vazias diante de Deus...

- E Jesus conclui: "Assim acontece com quem guarda tesouros para si
e não é rico diante de Deus."

* Os bens materiais não dão garantias à nossa vida.
A preocupação excessiva com os bens
torna o homem insensível aos outros e ao próprio Deus.
- Quantas brigas e divisões em família... na divisão da herança!
- Quantas lutas... para vencer o concorrente... e ter mais!
- Quantas fraudes, injustiças e corrupção... no desejo insaciável de bens!
- Quantas discriminações: porque as pessoas valem pelo que têm!

Pura ilusão: A fonte da vida está só em Deus...
E a morte nos convence dessa dura realidade...

Esta parábola não se destina apenas àqueles que têm muitos bens;
mas destina-se a todos aqueles que (tendo muito ou pouco)
vivem obcecados com os bens, orientam a sua vida no sentido do "ter"
e fazem dos bens materiais os deuses,
que condicionam a sua vida e o seu agir.

+ Essa Palavra de Deus questiona fortemente
alguns dos fundamentos da nossa sociedade:

- O Capitalismo selvagem que, por amor do lucro, escraviza e
obriga a trabalhar até à exaustão homens, mulheres e crianças...

- O Liberalismo econômico que, embora assumindo um "rosto" mais humano,
continua a impor a filosofia do lucro, a escravidão do trabalhador,
a prioridade da eficiência e da produção sobre as pessoas!...

Hoje em dia é muito comum pôr tudo no seguro...
Há seguro de vida para carros, roubos, incêndios, acidentes pessoais...
A nossa vida, que continua na eternidade, também deve ser assegurada.
Mas a vida eterna não pode ser assegurada com as riquezas desse mundo...
e sim com os tesouros reconhecidos por Deus.
O dinheiro nos dá a falsa sensação de segurança.

O único fundamento seguro de nossa existência é Deus...
E, nele, o próprio dinheiro adquire outro sentido:
Não será mais instrumento de SEPARAÇÃO entre os homens,
mas sim de COMUNHÃO, um sinal de amor...

Onde estamos depositando a nossa segurança e construindo a nossa felicidade?
Não nos esqueçamos: nosso coração foi feito por Deus,
e apenas em Deus encontrará a verdadeira e plena felicidade...

"Chamados a cuidar da Vida".
Com esse lema a Igreja no Brasil está celebrando o mês vocacional.
A Vocação é um dom gratuito, um chamado, um convite, uma proposta de Deus, que se apresenta à nossa liberdade e nos pede uma tomada de decisão.
Esse chamado é um grande mistério de amor entre nós e Deus,
que conhece bem o coração de cada um.

Nesse domingo, queremos lembrar de modo especial a Vocação Sacerdotal.
Aos nossos Padres, a nossa gratidão e a nossa prece!...


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