quinta-feira, 20 de setembro de 2007

25° Domingo do Tempo Comum (Tânia Regina da Silva)

Ao celebrarmos o 25º domingo do tempo comum somos renovados pelo amor infinito de N.S.Jesus Cristo que nos convida para repensarmos nossas opções e ações dentro da nossa história concretamente. Ser cristão e cristã no seguimento de Jesus Cristo é ter claro que o projeto do reino passa por ações que devem ser traduzidas na generosidade, na justiça e na solidariedade.
Na primeira leitura o profeta Amós grita denunciando a exploração de comerciantes gananciosos e sem escrúpulos que constroem sua riqueza à custa da miséria e do roubo dos bens alheios, principalmente dos mais pobres.É queridos irmãos e irmãs, nesta leitura, vemos o drama de milhões e milhões de brasileiros/as que sofrem à mercê da ganância dos detentores do poder político e econômico. Este deveria ser um bom texto para ser lido no Congresso nacional, serviria, talvez, para lembrar a todos os “Renans da vida” que quem lesa os pobres lesa a Deus. Pois assim, afirma o Senhor, diz Amós: “Nunca mais esquecerei o que eles fizeram” (Amós 8,7).
O Evangelho, em continuidade com o texto de Amós, aponta as exigências do ser cristão, não basta se declarar por hábito ou por conivência. Com um verniz de religiosidade e tornando-se participante ou patrocinador de uma sociedade desigual e injusta. Ser cristã@ implica o estabelecimento de prioridades, amadurecendo estratégias que crie novas relações sociais de justiça e fraternidade. Portanto, enganam-se aqueles/as que acham que seguir Jesus é fugir deste mundo de “trevas”, refugiando-se num simples espiritualismo. Somos convidados/as a justamente a nos mergulharmos nestas situações de ganância e exploração, criando e articulando estratégicas que modifiquem o rumo histórico, como fez o administrador infiel, que diante do perigo de perder tudo, modifica-se, passa do sistema concentrador para o sistema da partilha e da solidariedade.
Embora, sendo desonesto sua atitude é elogiada pelo patrão, pois sua força de vontade e coragem fizeram com que ele pensasse numa solução. E assim, desistindo do lucro, faz amigos e, se por acaso, precisar terá com quem contar.
Portanto, dirigido-se aos discípulos, Jesus os convida para optar decididamente pelo Reino, despreendendo-se de tudo aquilo que pode os desviar do caminho de fidelidade e partilha. “Ninguém pode servir a dois senhores, porque, ou odiará um e amará o outro, ou se apegará a um e desprezará o outro. Vós não podeis servir a Deus e ao dinheiro” (Lc 16,13)
Os bens materiais, como dinheiro, casa, terras, carro etc., são meios importantes para se viver bem, todavia, se forem adquiridos de maneira injusta, criam a acumulação, exploração e exclusão, pois impedem a partilha fraterna e solidária. Num mundo onde o ter sempre mais significa status, reconhecimento social e econômico todos nós corremos o risco de sermos seduzidos por ele, por isso, S. Paulo, na segunda leitura nos revela que a oração alimenta o empenho dos discípulos que deseja se manter fiel ao projeto de Jesus.
Assim, queridos irmãos e irmãs alimentados pela mesa eucarística nos sintamos fortes e renovados para construirmos um mundo de amor que se traduza concretamente no projeto de justiça e paz.

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