quarta-feira, 6 de junho de 2007

10° Domingo do Tempo Comum

O filho da viúva de Naim
Jesus deixa Cafarnaum e caminhando com seus discípulos chega a um povoado chamado Naim. A multidão segue com ele. Na entrada do povoado, deparam-se com um cortejo fúnebre e uma mulher chorando.
O evangelista Lucas faz uma narração perfeita do fato. Dois grupos de pessoas estão na entrada da pequena cidade. O grupo de Jesus está chegando. A viúva e aqueles que a acompanham estão saindo e realizam o enterro de um jovem carregado em uma padiola: o defunto era o filho único. Na concepção judaica, a morte prematura era tida como castigo divino. Por conseqüência, no coração daquela viúva, pesavam a dor moral de se sentir desprezada por Deus e a vergonha social de se ver castigada por todos os lados. Ela representa a desgraça e a morte. A seu encontro, vem Jesus, graça e vida. De ambas as partes, há muita gente em busca da vida e da vida em plenitude.
O Evangelho mostra a grandeza da misericórdia de Deus presente em Jesus, que se derrama tanto sobre os que chegam quanto sobre os que saem da cidade.Ao ver a dor da mulher pela perda do filho único, "o Senhor se compadece" e revela-lhe que veio para libertar a vida aprisionada pela morte.
O Nazareno toma a iniciativa e diz "Não chore!". Jesus está do lado da vida. Por isso, ele se aproxima e ordena ao defunto: "Jovem, eu lhe ordeno, levante-se!". E o jovem sentou-se começou a falar. E Jesus o entregou à sua mãe (15). É a compaixão de Deus se revelando à humanidade, não nas nuvens do céu, mas às portas da cidade, à margem do caminho, no meio do sofrimento e das lágrimas, no chão onde se encontram as pessoas. A viúva, com todas as circunstâncias que a cercam, personifica a humanidade, a quem Jesus foi enviado para anunciar a Boa-Nova da vida. Diante do fato, o povo, mais uma vez admirado, chama Jesus de profeta e glorifica a Deus "que visitou o seu povo" (v. 16). Na pessoa de seu Filho, Deus faz a visita da redenção e da salvação. O milagre de Jesus envolve a todos. Ao jovem, devolve a vida; à mãe desolada, refaz as razões da esperança e da vida; às multidões, a certeza da graça de Deus Pai. Assim, todos, com Jesus, puderam entrar felizes na cidade, isto é, no Reino de Deus, porque "a misericórdia de Deus se derramou sobre todos aqueles que o temem" (Lc 1,50). O que dizer dos nossos dias? A toda hora, jovens são levados ao cemitério, filhos únicos de "mães viúvas". A vida, dom de Deus, é banalizada. É preciso reagir, e como Jesus: compadecer-se, consolar e solidariamente ressuscitar esses jovens para que o povo volte a glorificar a Deus. Animados pela confiança de que a vida não será tragada pela morte, rendamos graças por aqueles que, na sociedade injusta e violenta, se comprometem em defender e alimentar o dom da vida.

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